terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Pagar bens à vista: por que não?

Jornal da Tarde
19/02/2008


Quando você aplica parte da renda, foge das dívidas e faz os juros trabalharem a seu favor


A máxima é comum para muitos brasileiros: 'quem não financia, não forma patrimônio'. Ela serve de desculpa para quem vai fazer dívidas de longo prazo para a compra de bens duráveis ou não. Com a expansão do crédito, a tentação para fazer dívidas é ainda maior.

Pessoas que poupam uma parte do salário, no entanto, mantêm as finanças equilibradas e, com os anos, conseguem adquirir mais bens. De acordo com o consultor financeiro Reinaldo Domingos, o consumidor deve comprar uma casa, um carro ou uma viagem ao exterior apenas se puder pagar à vista. 'Falta dinheiro? Pois não faça um financiamento', ensina.

Domingos defende que até mesmo a aquisição da casa própria pode esperar. Numa simulação feita pelo Seu Dinheiro, com base em planilha elaborada por Domingos, o financiamento de um imóvel de R$ 100 mil, por 20 anos, geraria um custo de quase R$ 257 mil (veja quadro abaixo).

Segundo Domingos, é mais indicado continuar pagando aluguel e, durante alguns anos, manter aplicações regulares de uma parcela da renda.

Em São Paulo, o valor do aluguel de imóveis residenciais gira em torno de 0,7% do valor de venda, dependendo da localização. Assim, para um imóvel de R$ 100 mil, o aluguel mensal seria de R$ 700 - o equivalente a R$ 8,4 mil por ano. Com o mesmo dinheiro gasto no financiamento durante um ano, daria para pagar o aluguel e sobraria renda para fazer aplicações . 'Se economizar, você consegue comprar sua casa em um terço do tempo que levaria com o financiamento.'

Domingos diz ainda que é importante eliminar os desperdícios no orçamento e aumentar a capacidade de poupança. 'Você tem dois carros, mas precisa mesmo dos dois? Todos nós temos de 20% a 30% de desperdício dentro do orçamento', garante. 'Antes de começar a guardar dinheiro, é preciso fazer um diagnóstico do orçamento.'

O consultor Paulo Adriano Freitas Borges acrescenta que, no financiamento, a pessoa paga uma dívida. Ao fazer aplicações, recebe dividendos. 'Numa situação, você está com os juros contra. Na outra, está com eles a favor.'

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