quinta-feira, 28 de maio de 2009

Financiar carro vale a pena hoje?

Jornal da Tarde
28/05/2009


Luciele Velluto

Financiar um carro zero km é um bom negócio diante da desvalorização que sofrerá ao final do contrato? Essa é a questão que mais preocupa o consumidor na hora da compra. Hoje, um veículo novo perde de 15% a 20% de ser valor logo que sai da loja. “E ainda vai caindo de preço de 5% a 20% anualmente, dependendo do modelo”, afirma Airton Fontes, economista da consultoria de mercado MSantos.

Outro ponto que Fontes recomenda é que seja avaliado é que um financiamento de 80 meses, por exemplo, fará com que o consumidor pague ao mesmo tempo o veículo que não vale o mesmo de quando teve o contrato de financiamento fechado e a manutenção desse carro, que no fim do contrato terá cerca de 6 anos de uso.

“Na análise pelas taxas, fazer um financiamento acima de 60 meses também não valerá a pena porque as financeiras equalizaram os juros cobrados para modalidade de longo prazo. Para 60, 72 ou 80 vezes, é a mesma taxa”, comenta o economista da MSantos.

No auge dos financiamentos de veículos, o mercado chegou a oferecer no início do ano passado veículos em até 99 meses, mas com a crise, os prazos foram cortados para 32 parcelas mensais no final de 2008. “Mas de todos esses mais longos, o de 60 vezes foi o que melhor se adaptou ao bolso do brasileiro. O restante não emplacou”, diz Fontes.

Finanças

Para os economistas especializados em finanças, se o consumidor quiser aproveitar o momento atual de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o aconselhável é parcelar apenas 20% do valor do veículo e no prazo máximo de 12 meses. “Um carro de R$ 25 mil financiado em 60 meses ao juros de 2,5% mensais sairá R$ 48.530 no final, por exemplo”, afirma o professor de Finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), José Carlos Luxo.

A recomendação do professor é que o consumidor faça uma poupança para atingir o valor do carro. Se for feita no mesmo período e com a aplicação da mesma parcela de um financiamento, o poupador terá mais que o dobro no final do período estipulado.

O educador financeiro Reinaldo Domingos afirma que outro ponto necessário a ser levado em consideração na troca e financiamento é o custo mensal que esse veículo terá além do preço da parcela. “Um carro de R$ 20 mil gasta entre R$ 450 e R$ 600 com manutenção, impostos e combustíveis por ano”, comenta.

Mas se o consumidor quer aproveitar o período de impostos em baixa, Fontes afirma que uma boa prática é a pesquisa de preço na hora de adquirir o veículo novo. “Para quem vai comprar um carro zero, a primeira dica é pesquisar em pelo menos quatro concessionárias. A pessoa vai perder o fim de semana mas isso vai ser um benefício para ela. Essa história de preço tabelado não existe. O preço praticado por cada loja vai depender do estoque da concessionária e da situação financeira do lojista”, comenta o consultor.

“Quem precisa desovar estoque vai praticar um preço mais baixo, e esse desconto que o consumidor tem que encontrar. E é preciso visitar a loja pessoalmente”, afirma o economista
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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Tarifa avulsa é mais barata

Jornal da Tarde
27/05/2009

Pacotes oferecidos pelos bancos tem opções que normalmente não são usadas pelos clientes

CAROLINA DALL’OLIO,
carolina.dallolio@grupoestado.com.br

O consumidor pode economizar até R$176,04 por ano se, em vez de optar pelo pacote básico de tarifas bancárias, decidir pagar pelos serviços de modo avulso. É o que acontece com o cliente do HSBC. Neste banco, os custos anuais com o pacote básico são de R$ 252, mas o cliente poderia desembolsar R$ 75,96 - se usasse, além dos serviços gratuitos, tarifas simples de renovação de cadastro e remessa de talão de cheques.

Os dados se referem ao mês de abril e foram apurados pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), que pesquisou os valores cobrados pelos principais bancos do País (leia nesta página).

A entidade estabeleceu um perfil de cliente que retrata o comportamento de cerca de 70% dos correntistas. O pacote analisado inclui quatro saques em caixas eletrônicos duas transferências por mês, dois extratos e solicitação de cartão de débito - operações que, segundo o Banco Central, devem ser oferecidas gratuitamente pelo banco. Além disso, consumidor padrão também teria a necessidade de solicitar uma remessa de talão de cheques por mês e uma renovação de cadastro semestral. Para custear essas esses serviços, ele gastaria em média R$ 129,12 por ano.

Já se optasse pelo pacote básico - além dos serviços listados acima, mais quatro saques, duas transferências e dois extratos do mês e outros dois extratos do mês anterior -, o custo médio anual subiria para R$ 240,60.

“O consumidor tem que aprender que não deve pagar pelo que ele não usa”, alerta Diógenes Donizete, assistente de direção do Procon-SP. “Portanto, como a maioria das pessoas tem um uso moderado dos serviços, a recomendação é tentar se ater aos serviços gratuitos e pagar avulso o que tiver que usar a mais. Assim não há desperdício.”

Mas antes de fazer a escolha, o cliente deve analisar seu perfil. “É bom listar os serviços que são utilizados no mês e a regularidade do uso”, recomenda Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O segundo passo, é avaliar se é realmente necessário usar os serviços com a frequência atual. Pode haver alguns excessos. “Também é possível priorizar as operações pela internet, que são mais práticas e gratuitas.”

Feita a análise e ponderadas as possíveis reduções no uso, é possível fazer a escolha de forma consciente. Os bancos são obrigados a divulgar nas suas agências quais são as tarifas sobradas por cada serviço. Os valores também estão publicados nos sites do Banco Central e do Procon . “A recomendação é que o cliente avalie não apenas o pacote de serviços que mais se encaixa ao seu uso como também verifique se o seu banco pratica preços razoáveis nas tarifas”, sugere Ione.

Em abril, as tarifas mais altas no pacote básico de serviços eram praticadas pelo Banco Real - ao ano, os custos chegariam a R$ 324. O banco afirmou que em maio os custos baixaram para R$ 20 ao mês (ou R$ 240 ao ano). Já as tarifas mais baratas em abril eram as de Itaú e Unibanco: R$ 180 reais anuais.

PARA ESCOLHER BEM

Para decidir entre o pacote básico de serviços ou o pagamento de tarifas avulsas, o primeiro passo é avaliar o seu perfil. Liste quais são os serviços bancários que você utiliza e a frequência de uso

Os serviços essenciais mensais , que, segundo determinação do Banco Central, não podem ser cobrados, são os seguintes: quatro saques em caixas eletrônicos, duas transferências, dois extratos e cartão de débito
Caso seu uso seja superior a esse pacote, veja se não é possível reduzir os serviços - usar a internet é um jeito de economizar

Se não der, o jeito é optar pelo pacote básico ou até por um pacote que inclua mais serviços

Verifique os preços cobrados pelo seu banco. A consulta pode ser feita na própria agência, no www.procon.sp.gov.br ou no www.bcb.gov.br
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