sábado, 21 de julho de 2007

Seguro-fiança tem novas normas

Jornal da Tarce de 21/07/2007

Medidas afetam o prazo de vigência dos contratos, número de parcelas do pagamento da apólice e garantias do dono do imóvel

Carina Flosi, carina.flosi@grupoestado.com.br

As regras para a contratação do seguro-fiança mudaram com a publicação, no dia 27 de junho, da circular 347 da Superintendência de Seguros Privados (Susep). A principal alteração, segundo as corretoras de seguros, afetará o bolso do inquilino e dará mais garantias ao dono do imóvel. As novas regras valem a partir de 1º de janeiro de 2008, para contratos residenciais e comerciais. E os contratos em andamento não precisarão se adaptar. Uma das mudanças diz respeito a prazos. Até agora, a apólice vigora por um ano e pode, ou não, ser renovada. Já a nova medida estabelece que a apólice tenha o mesmo período da locação. Como, em geral, os contratos de locação são de dois anos e meio (30 meses), essa medida evita que o seguro termine antes. “Hoje, se o seguro-fiança não for renovado após um ano, o locador do imóvel fica sem garantias”, explica o chefe de divisão de seguros financeiros da Susep, Eduardo Rente.Outra novidade afeta o parcelamento do seguro. A nova regra prevê que o pagamento pode ser parcelado em até 30 meses, o tempo de vigência do contrato. “Mas hoje as seguradora não têm sistemas para realizar a cobrança estendida a até dois anos e meio. Teremos que nos adaptar. E nova cobrança sofrerá reajustes nos aniversários do contrato de locação”, explica o diretor de fiança locatícia da Porto Seguro, que concentra 95% desse mercado.Assumindo o pagamentoA terceira alteração é focada nas garantias do dono do imóvel. Pela nova medida, o pagamento do seguro-fiança poderá ser feito pelo proprietário em caso de inadimplência do inquilino. Ou seja: quando, apesar de estar em dia com o aluguel, o inquilino deixa de pagar o seguro, a seguradora reduz a vigência do seguro ou, em algumas situações, cancela a apólice. O locador, então, para evitar essa conseqüência, poderá assumir o pagamento do seguro. Como vantagem, terá mantido o prazo original do contrato da apólice e terá a garantia até o final do contrato.Em maio deste ano, na Capital, 17,24% dos contratos de aluguéis foram realizados por meio do seguro-fiança. Ele é a alternativa para quem não tem fiador. Em geral, custam cerca de 10% do valor do aluguel. Os contratos fechados com fiador lideraram o ranking em maio, com 56,33%. Em seguida vieram os realizados com depósitos referentes a três aluguéis, com 26,43%.

CONFIRA AS MUDANÇAS

COMO É HOJE
Apólice tem o prazo de um ano.
Renovação não é obrigatória
Pagamento pode ser parcelado em até um ano
Quando o inquilino deixa de pagar, o dono do imóvel perde as garantias

COMO SERÁ
O contrato deverá ter o mesmo período do contrato de locação Pagamento poderá ser parcelado em até 30 meses
O pagamento poderá ser feito pelo dono do imóvel, em caso de inadimplência do inquilino.Quando terminar de pagar a apólice, o locador receberáo reembolso integral dos alugueis não pagos pelo locatário

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Poupança terá ganho próximo ao de fundos

Folha de São Paulo de 20/07/2007

BC muda forma de cálculo da TR e favorece aplicação em caderneta, que poderá dar retorno até maior do que renda fixa
Medida também beneficia contas do FGTS, mas afeta mutuários, que terão juros próximos aos cobrados em linha de crédito convencional


Para ler o artigo inteiro:

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2007200702.htm

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Poder do Juros II

A origem do xadrez que foi contada ontem pode ser até uma lenda, mas as altas taxas de juros do Brasil são uma realidade que começou na década de 90. Algum de vocês podem pensar que o exemplo do jogo é exagerada, mas vamos fazer alguns cálculos.

Se a taxa de juros for baixa, há um regra de bolso para calcular em quanto tempo o capital é dobrado, basta dividir 70 pela taxa de juros desprezendo o %. Por exemplo, uma taxa de 1% a.m de taxa de juros acima da inflação, que pôde ser obtida durante a década passada em títulos públicos, dobra seu capital em 70/1=70 meses, ou aproximadamente 6 anos. Assim o poupador avançaria para a próxima casa do tabuleiro a cada 6 anos.

Mas se alguém pedir dinheiro emprestado? Vamos considerar uma taxa de 6,38% a.m em uma grande financeira, segundo a página do Banco Central, a dívida dobraria a cada 70/6,38=11 meses. Ou seja, se não houver amortização, o débito avança um casa do xadrez em menos de 1 ano!

Pelos motivos expostos, muitas pessoas se enterram em dívidas e quando percebem está trabalhando apenas para pagar juros. E quem aproveitou a década de 90 e poupou não tem do que reclamar.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Vale a pena investir nas debêntures da BNDESPar?

Matéria do Portal Exame: http://portalexame.abril.com.br/financas/m0133867.html

Poder dos juros compostos



Uma boa ilustração do que os juros sobre juros podem fazer, a favor ou contra você, é a história da origem do xadrez, o texto foi retirado do Blog Peão Dobrado


"O Jogo de xadrez foi inventado na Índia. Quando o rei Cheram o conheceu ficou maravilhado pelo engenho que este jogo era e pela múltipla variedade de posições que nele são possíveis.


Ao se inteirar que o inventor era um de seus súbditos, o rei mandou chamá-lo com o objectivo de recompensá-lo pessoalmente pelo seu invento. O inventor, de nome Seta, apresentou-se diante do soberano, com um traje muito modesto, pois vivia dos meios que lhe proporcionavam os seus discípulos.


Seta, quero te recompensar dignamente pelo engenhoso jogo que inventaste, disse o rei. O sábio agradeceu, mas não aceitou a generosidade. Sou rico o bastante para cumprir qualquer desejo teu. Diz-me qual é a recompensa que desejas e eu te satisfarei. Seta continuou calado. Não sejas tímido, expressa teu desejo, não vacilarei em nada para satisfazê-lo.


Grande é a tua magnanimidade, ó soberano, porém concede-me um curto prazo para meditar sobre a resposta, e amanhã, depois de árduas reflexões comunicarei ao senhor a petição.


Quando no dia seguinte Seta se apresentou de novo diante do trono, deixou o rei maravilhado pelo seu pedido sem precedentes. Soberano, disse Seta, manda que me entreguem um grão de trigo pela primeira casa do tabuleiro de xadrez. Um simples grão de trigo?, o rei admirado, contestou. Sim, soberano, e pela segunda casa ordene que me entreguem dois grãos, pela terceira quatro grãos, pela quarta oito, pela quinta dezasseis, pela sexta trinta e dois etc.


Basta, o rei interrompeu irritado, receberás o trigo correspondente às 64 casas do Tabuleiro de acordo com teu desejo: a cada casinha receberás uma dupla quantidade que pediste, porém deverás saber que tua petição é indigna da minha generosidade; ao me pedir tão mísera recompensa menosprezas irreverentemente minha benevolência. Na verdade, como sábio que és deverias ter dado maior prova de respeito perante a bondade de teu soberano. Sai daqui, meus servos te darão esse saco de trigo que solicitaste.


Os matemáticos da corte trabalharam intensamente para calcular a recompensa de Seta, que ficou à espera na porta do palácio real. Somente ao amanhecer do outro dia o matemático chefe da corte solicitou uma audiência para apresentar ao rei um informe muito importante: Ó rei, calculamos escrupulosamente a quantidade de grãos que Seta deseja receber. Resulta numa conta astronómica, absurdamente gigantesca. Seja qual for sua magnitude, interrompeu com altivez o rei, os meus graneiros não empobrecerão os meus depósitos, prometi dar a recompensa a Seta e portanto eu a entregarei. Soberano, agora não depende da sua vontade o cumprir semelhante desejo, em todos os teus celeiros não existe a quantidade de trigo que exige Seta. Tão pouco existe nos celeiros de todo o reino, até mesmo os celeiros do mundo são insuficientes.

Se desejas entregar sem falta a recompensa prometida, ordena que todos os reinos da terra se convertam em lavouras, manda secar mares e oceanos, ordena fundir os gelos e as neves que cobrem os distantes desertos do norte, que todo o espaço seja totalmente semeado e se ordene entregar toda a colheita obtida a Seta. Somente então receberá a sua recompensa. Diz-me qual é essa conta tão monstruosa de grãos, disse o rei, reflectindo espantado. Ó soberano, são DEZOITO QUINTILHÕES, QUATROCENTOS E QUARENTA E SEIS QUATRILHÕES, SETECENTOS E SETENTA E QUATRO TRILHÕES, SETENTA E TRÊS BILIÕES, SETECENTOS E NOVE MILHÕES, CINQÜENTA E UM MIL E SEISCENTOS E QUINZE (18.446.744.073.709.051.615). "


Cinco empresas encerram prazo de reserva de ações

Valor Econômico de 18/07/2007

Por Adriana Cotias

Em meio ao frenético ritmo das ofertas públicas de ações nestas semanas que antecedem o início das férias de verão no Hemisfério Norte, o investidor tem à frente mais de uma dúzia de alternativas dos mais diversos setores para avaliar. Só hoje termina o prazo de reserva para as operações da Kroton Educacional, da Açúcar Guarani e da varejista Cia. Hering, além da MRV Engenharia e da empresa de concessões rodoviárias Triunfo. Juntos, esses lançamentos representam uma movimentação de cerca de R$ 2,8 bilhões, sem contar lotes extras. Até o fim deste mês, as ofertas programadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) somam mais de R$ 10,4 bilhões.

Controlada pela francesa Tereos - uma união de cooperativas que ocupa o quarto lugar no ranking mundial de produção de açúcar e o quinto na de etanol -, a Guarani planeja vender 49,315 milhões de ações ordinárias (ON, com direito a voto). Pelo preço médio da faixa proposta pelo coordenador da operação, o UBS Pactual, de R$ 13,50 a 17,50, a companhia pode captar cerca de R$ 760 milhões. Uma parcela de 10% a 20% dos papéis será destinada ao público de varejo, para investimentos a partir de R$ 3 mil. Na Bovespa, a companhia vai juntar-se à Cosan e à São Martinho, papéis que fizeram a festa dos investidores estrangeiros nas suas respectivas ofertas públicas e que têm ainda forte apelo junto a esse público, embora haja quem veja com ressalvas a nova operação da Cosan no mercado global.

A oferta da Guarani é toda primária (de papéis novos), o que quer dizer que os recursos líquidos obtidos com a venda das ações (cerca de R$ 730 milhões) vão integralmente para o caixa da companhia. Metade será destinada ao pagamento da aquisição do controle da Andrade e o restante vai para a ampliação da unidade São José, além da instalação das unidades Tanabi e Cardoso, todas localizadas no noroeste do Estado de São Paulo.

No prospecto, a empresa adverte que quase a totalidade das ações que formam o atual capital social da empresa (85,347 milhões) estão empenhadas em favor do banco francês Calyon como garantia de títulos de dívida com vencimento em 2014, no valor de 500 milhões de euros. Além disso, a Guarani realizou, no fim de maio, uma emissão privada de R$ 141,1 milhões em debêntures conversíveis em ações em favor da Tereos do Brasil, a controlada no país. Considerando-se a conversão integral e o preço médio por ação a R$ 15,50, os acionistas que aderirem à oferta pública toparão uma diluição total de 47,2% no seu investimento.
Já a varejista e fabricante de malhas Cia. Hering, famosa pelas camisetas e veterana de pregão, vai seguir os passos da Drogasil para ganhar nova visibilidade no mercado. Fundada há 125 anos e com o capital aberto desde 1966, a companhia migrou do Nível 1 para o Novo Mercado em meados de maio e agora faz uma oferta de 28,333 milhões de ações ON, avaliadas entre R$ 11,00 e R$ 15,00. Pela média, pode levantar cerca de R$ 370 milhões. De 10% a 20% dos papéis vão para o varejo, para reservas entre R$ 1 mil e R$ 300 mil. Só neste ano, os papéis da companhia mais que dobraram de preço, saindo da casa dos R$ 5,00 em janeiro para encostar nos R$ 12,19 com que eram negociados no pregão ontem.


Nem tudo que a companhia movimentar na oferta pública vai representar ingresso líquido de recursos no seu caixa, já que 26,5% da operação são papéis pertencentes à Socinvest Finance, que vai reduzir a sua participação direta no negócio de 28,6% para 3,6%.
A Kroton, por sua vez, fará par na bolsa com a Anhangüera Educacional, que estreou no pregão em março, e em breve ganhará a companhia da Estácio Participações, que está também com o seu processo de abertura de capital em curso. A oferta da Kroton prevê a venda de 10,675 milhões de units - recibos que representarão uma ação ON e seis PN -, avaliadas entre R$ 31,00 e R$ 39,00. Pela média desse intervalo, a rede de ensino, que tem a bandeira Pitágoras como uma das mais conhecidas do seu portfólio, pode captar cerca de R$ 380 milhões. De 10% a 20% dos papéis vão para reservas no varejo, para investimentos a partir de R$ 3 mil.
Se os papéis saírem pelo preço médio, de R$ 35,00, a empresa vai estrear no pregão, no dia 31, com um valor de mercado de R$ 7,460 bilhões, em comparação ao R$ 1,812 bilhão da capitalização da Anhangüera quando deu as caras no mercado em março. As units serão listadas no Nível 2 de governança da bolsa.
Os cerca de R$ 300 milhões levantados com o aumento de capital serão usados em aquisições, na expansão e manutenção das unidades existentes, investimentos em tecnologia, além de quitar dívidas de curto e longo prazos.


A Kroton atua no ensino básico há 36 anos, tendo avançado para o ensino superior em 2001. A companhia opera escolas e faculdades próprias e também provê serviços de educação e material didático para uma rede de 595 escolas associadas, com um total de 184 mil alunos em todos os estados brasileiros. No ensino superior conta com 8 campi, com 10,3 mil alunos. O planejamento prevê que outros 16 estejam operando entre outubro de 2007 e o ano de 2008.
Entre os riscos descritos no prospecto, a empresa cita justamente o fato de que parcela significativa das receitas é proveniente de serviços prestados a escolas associadas. Isso quer dizer que uma eventual desestruturação desse relacionamento poderia afetar o resultado. Atualmente, da rede de ensino básico composta por 595 escolas associadas, apenas duas são próprias da Kroton. No primeiro trimestre, a receita oriunda da prestação de serviços educacionais às escolas associadas correspondeu a 67% da receita bruta obtida com o segmento de ensino básico, correspondente a R$ 32 milhões.
O aumento da inadimplência das mensalidades escolares também é outro fator mencionado que pode comprometer o desempenho da empresa.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Sua classe de consumo

No link a seguir há um teste para você saber se é classe A, B, C, D ou E. No página final do documento há uma tabela que converte classe em renda média familiar. Como os dados são de 2000 não se esqueça de converter na calculadora do Banco Central para valores atuais.

http://www.abep.org/codigosguias/ABEP_CCEB.pdf

Fim de um reinado?

Valor Econômico de 17/07/2007

Por Luciana Monteiro e Angelo Pavini

Foi-se o tempo em que fundo de investimento era sinônimo de renda fixa. O crescimento das aplicações em carteiras diversificadas - como os multimercados e fundos de ações - nos últimos três anos está mudando o perfil do setor como um todo e deixando-o mais sujeito ao comportamento de outros mercados, como a bolsa e o câmbio. Um sinal dessa mudança está na rentabilidade média dos fundos em geral, até há pouco tempo fortemente influenciada pelo Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI). Olhando de 1998 para cá, poucos foram os anos em que o rendimento médio das carteiras superou o CDI e, mesmo assim, com uma diferença muito pequena. Mas um levantamento do site financeiro Fortuna mostra que o ganho médio dos fundos de investimento nos 12 meses encerrados em junho de 2007 foi de 17,87%, para 13,16% da variação do CDI. A diferença ("spread") entre o rendimento das carteiras e o indicador, de 4,7% no período, é a maior dos últimos anos.
O levantamento mostra ainda que essa diferença entre o retorno dos fundos e a variação do CDI entre 2006 e 2007 supera com folga o "spread" de 2,2% registrado entre 2002 e 2003. Até então, essa era a maior diferença entre o rendimento dos fundos, que naquele período foi de 25,19%, e o CDI, de 22,55%, conta Marcelo D'Agosto, sócio do Fortuna (ver tabela acima).
"É um retorno acima do CDI surpreendente e uma boa notícia para os aplicadores", avalia Bolivar Godinho, professor de Finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA). O relatório do Fortuna destaca a forte contribuição dos fundos de ações que, apesar de ainda representarem apenas 5,80% do setor, tiveram uma rentabilidade média de 52,51% em 12 meses encerrados em junho, impulsionados pela alta do Ibovespa, de 49,08% no período. "Além dos fundos de ações, os multimercados tendem a ir bem quando a bolsa está em alta", lembra o professor, contribuindo para essa rentabilidade acima do CDI no período. A participação dos multimercados no setor de fundos já é de 15,09%, segundo o Fortuna, e contribuiu com um retorno médio de 21,05% em 12 meses até junho.
E a mudança no perfil do setor de fundos brasileiro tende a se acentuar ainda mais, como mostram os números de captação até dia 12 de julho. Em 12 meses, as carteiras de multimercados registram entrada líquida, descontada a rentabilidade e os saques, de R$ 32,672 bilhões, elevando o patrimônio total da categoria para R$ 170 bilhões. Os fundos de ações captaram R$ 15 bilhões, atingindo R$ 65 bilhões. A esse valor, deve-se somar os R$ 13,791 bilhões dos fundos de privatização, que apresentam resgates de R$ 1,032 bilhão por conta das carteiras FGTS, que só permitem saques. No mesmo período, os fundos DI perderam R$ 22,690 bilhões e os renda fixa captaram R$ 11,9 bilhões, resultando numa redução da parcela de fundos atrelada ao CDI. Mesmo assim, os renda fixa e os DIs ainda dominam o setor, com R$ 296,5 bilhões e R$ 159 bilhões, respectivamente, ou 40,39% do total.
Um dos efeitos dessa mudança é que o setor terá de aprender a deixar de lado o CDI como referencial absoluto. Usado durante anos como comparativo para as carteiras de renda fixa em geral, ele teve seu uso estendido para os multimercados, mesmo que as carteiras não tivessem como estratégia a renda fixa apenas. E os gestores acabaram tendo a tarefa ingrata de tentar superar o indicador. Mas agora a realidade é outra. Com os juros num dos menores níveis da história e a bolsa batendo recordes, os investidores e os gestores estão arriscando mais e o reflexo aparece nos ganhos dos fundos.
Outro efeito é o aumento de opções de carteiras para o investidor. Neste ano, mais de dez carteiras diferenciadas de ações foram criadas por bancos de varejo como Bradesco, Itaú e Unibanco, incluindo fundos de infra-estrutura, pequenas empresas e dividendos. Só o Unibanco criou três carteiras de ações no mês passado - uma de pequenas empresas, outra com arbitragem de ações e outra de empresas selecionadas. Há também maior oferta de multimercados com seguro ou garantia de principal, que ajudam a atrair o investidor mais conservador. O Santander já lançou vários fundos desse tipo, assim como o Safra, e o ABN Amro Real está captando até dia 20 em um fundo multimercado com seguro de principal.
O aumento do volume aplicado em fundos de investimento e os altos níveis de rentabilidade média das carteiras fizeram com que o rendimento do setor nos últimos 12 meses atingisse um volume de R$ 164 bilhões. O total representa um crescimento de 25% em relação aos 12 meses encerrados em junho de 2006, de R$ 131 bilhões. Foi a primeira vez nos últimos cinco anos que o retorno dos fundos chegou a essa marca, segundo o Fortuna.
Além da valorização da bolsa no período, o aumento dos investimentos em fundos contribuiu para esse volume recorde de rendimento. Em fevereiro deste ano, o patrimônio do setor atingiu a marca histórica de R$ 1 trilhão. As previsões eram de que o nível só seria alcançado no fim do primeiro semestre. "É natural que, diante de uma base maior, o retorno em termos de volume de recursos também seja maior", pondera Godinho.
Nos últimos 12 meses até junho, o setor registrou captação de R$ 54 bilhões. Somente neste ano, a entrada de recursos soma R$ 60,864 bilhões e, em julho, o ingresso é de R$ 2,447 bilhões até o dia 12. Do total captado em 2007, a maior parte teve como destino os multimercados, que receberam R$ 19,420 bilhões, até dia 12. Em seguida, ficaram as carteiras de renda fixa, que podem aplicar em papéis prefixados, com captação de R$ 14,1 bilhões. Já os fundos de ações receberam R$ 13,195 bilhões ano ano. Em contrapartida, os DI, que aplicam em títulos pós-fixados, tiveram resgates de R$ 12,130 bilhões

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Artigos sobre financiamento imobiliário x aluguel

Em 08 de março 1999 a Folha de São Paulo publicou um conjunto de artigos sobre o assunto. Os 8 anos de idade não deixaram os artigos desatualizados, pois as ferramentas de decisão utilizadas são muito úteis, atualizem seus dados e suas crenças e boa sorte.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/invest/inde080399.htm

Não espere pirotecnias financeiras para cuidar de seu dinheiro

Valor Econômico de 16/07/2007

Mara Luquet

A Bolsa de Valores bateu um novo recorde na sexta-feira. É o 30º recorde do Índice Bovespa, o principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) este ano. Desde 2002, quando a bolsa viveu um dos seus piores momentos da história com uma fuga desenfreada de investidores, principalmente estrangeiros, o Ibovespa acumula um ganho de quase 600%. Um ganho espetacular, mas para tanto você precisaria ter acertado o ponto mais baixo dos últimos anos, que ocorreu em 16 de outubro de 2002, quando o Ibovespa foi negociado a 8.370 pontos.
A outra alternativa, mais atraente, seria ter comprado uma carteira de ações que espelhasse as recomendações da Carteira Valor em 2001. De janeiro de 2001, quando foi criada, até o último mês de junho a Carteira Valor acumula um ganho de 1.068%. No mesmo período a variação do Ibovespa foi de 256,46%.
O portfólio é uma carteira virtual formada a partir de recomendações de analistas de dez tradicionais corretoras brasileiras. Os corretores enviam todo mês para o Valor Econômico suas próprias carteiras recomendadas. Com essa informação em mãos, a equipe de economistas do Valor Data, pilotada por Willian Volpato, faz uma seleção das ações mais recomendadas por esses analistas e forma, então, a Carteira Valor. Simples assim.
Para conseguir acumular o ganho espetacular da Carteira Valor, por exemplo, você não precisaria ter acertado o ponto mais baixo para comprar ou de sorte ou ainda de informação privilegiada. Você precisaria apenas ter acompanhado a publicação da carteira toda primeira semana do mês no Valor. Uma informação pública, que também é veiculada na rádio CBN, no boletim Valor Econômico na CBN.
Observe mais um ponto extremamente relevante. A Carteira Valor foi criada em janeiro de 2001. Alguns meses depois, houve o episódio dos ataques terroristas de 11 de setembro nos EUA que chacoalhou todo o planeta, a guerra com o Iraque e a forte crise interna em 2002 por conta da perspectiva da eleição do presidente Lula. O temor de um governo do PT afugentou investidores do país, e a bolsa despencou. Mas quem pôde permanecer com suas ações em carteira não tem do que reclamar. A bolsa está completando seu quinto ano de alta consecutiva.
Esse é um exemplo claro de como estar bem informado é importante para seus investimentos. No entanto, o sonho de todo investidor é encontrar uma dica, de preferência que lhe seja contada ao pé do ouvido, em tom confidencial, que o deixará rico da noite para o dia. Ele não quer informação, quer a dica, e esse é um erro que pode ser fatal. A boa informação é a que vai fazer de você um investidor de sucesso. Já a dica poderá levá-lo a percorrer caminhos perigosos e que podem colocá-lo em verdadeiras ciladas financeiras.
Ironia do destino, a melhor dica de investimento dos últimos tempos não foi contada ao pé do ouvido de ninguém. Ao contrário. Foi alardeada literalmente por todo o planeta. Tanto foi assim que atraiu investidores de vários países para esse grande negócio que foi investir nos títulos do governo brasileiro.
A taxa de juro no Brasil nos últimos dez anos acumulou um ganho de 519%. Um rendimento muito atraente, mas o que é ainda mais sedutor: veio por mãos seguras. As aplicações em renda fixa são as mais conservadoras e, entre elas, os títulos do governo federal são considerados os papéis de menor risco do país.
Ainda assim, muita gente passou esse tempo atrás da dica e perdeu a oportunidade de aumentar razoavelmente seu patrimônio. Outras oportunidades interessantes vão continuar aparecendo. O Brasil é um país emergente e, por isso, carrega todos os riscos e oportunidades que essas economias costumam oferecer. Mas não espere pirotecnias financeiras para cuidar bem do seu dinheiro. E desconfie de quem acenar com promessas mirabolantes de dicas que continuam a enganar a muitos.


Mara Luquet é editora da revista ValorInveste e autora do livro O Assunto é Dinheiro, escrito em parceria com o jornalista Carlos Alberto Sardenberg

E-mail: mara.luquet@valor.com.br

domingo, 15 de julho de 2007

Banda larga mais barata

O Estado de São Paulo de 15/07/2007

Prédio tem link direto na rede

Condomínio em Moema é o provedor de 120 apartamentos que pagam R$ 11 por mês
Renata Gama

Internet de alta velocidade por R$ 11 ao mês? Sim, isso é possível. No residencial International Duplex, em Moema, o síndico Weber Capozzi conseguiu uma façanha não tão complicada, mas pouco conhecida. Implantou um link próprio no prédio, cuja taxa de transferência é de 9 megabits. Traduzindo: o condomínio é o próprio provedor de internet de todos os 120 apartamentos.Há seis meses no cargo, Capozzi, que é engenheiro e professor de Física Quântica, quis modernizar o prédio. O residencial já contava com internet e telefone em todas as unidades - com taxas incluídas no valor do condomínio -, mas o serviço era insatisfatório. “Quando assumi, abri concorrência para contratar uma nova empresa e surgiram umas 15 ofertas”, conta. Com ajuda da administradora do condomínio, a Hubert, o síndico analisou todos os orçamentos, entre eles de empresas como Embratel, Telefônica, e outras operadoras VoIP (serviço de voz via IP), como a Transit Telecom, e acabou escolhendo a Telemar. “Demos preferência porque é nacional e ofereceu as melhores condições”, explicou. Além disso, os equipamentos inclusos no contrato são de última geração e o custo da instalação do link foi zero. “A empresa bancou o investimento em troca de um contrato de dois anos.” A única despesa é a taxa de manutenção: R$ 11 para internet e R$ 9 para telefonia.Como o condomínio é o provedor do serviço, a rede própria tem um software que gerencia o tráfego e garante a qualidade do sinal para os computadores. O programa obedece até a um código de ética. “Caso as consultas sejam muito invasivas ou a taxa de download seja muito grande na unidade, o sistema reduz a velocidade de conexão”, afirma. Em cada apartamento é possível ainda se conectar na rede pelo sistema Wi-Fi (sem fio). “Basta o morador comprar o equipamento para o computador captar o sinal”, explica Capozzi.O residencial ainda tem um portal na internet, que facilita o serviço de administração do condomínio. “Temos todas as informações sobre prestações de contas, quadro de aviso, mural cultural e até chat de bate-papo entre vizinhos.” TELEFONIAO serviço de telefonia é gerenciado pelo condomínio via aparelho PABX. E como o contrato é coletivo, a operadora oferece descontos nas tarifas telefônicas. “As nossas ligações locais são 20% mais baratas e os nossos DDIs são mais baixos que os do mercado”, afirma Capozzi. Entre vizinhos, não há cobrança das chamadas.
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