sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Economia 'nos detalhes' pode reduzir despesa familiar pela metade

Cuidados com eletricidade e supermercado podem ser saídas para economizar.Segundo economista, família poderia gastar 50% menos se mudasse hábitos

http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL241870-9356,00.html

Rumo ao hexa

Valor Econômico
Por Angelo Pavini e Daniele Camba, de São Paulo
28/12/2007


Desta vez, parece que o hexa não escapa. Pelo menos para o Índice Bovespa, que pelas estimativas de várias corretoras e gestoras deve fechar 2008 em alta pelo sexto ano consecutivo. As projeções vão de goleadas, com o índice atingindo 85 mil pontos, até placares mais disputados, de 72 mil pontos. Por esses números, o investidor que comprasse a cesta de ações do índice ontem, a 63.774 pontos, poderia ganhar de 12,90% a 33,28%, para uma taxa de juros de 11,25% ao ano hoje. Nada mal para um índice que já subiu 465,97% desde 2003 até ontem, 43,40% só neste ano. Em dólar, a alta do Ibovespa atinge 1.031,66% em cinco anos.


Mas, por mais bem fundamentadas que sejam, essas estimativas - com base em projeções de crescimento do país acima de 4%, de aumento do lucro das empresas da ordem de 20% e de obtenção do grau de investimento de baixo risco - são apenas prognósticos para uma partida que ainda nem começou. Um atacante gordo ou um francês versátil com a cabeça sempre podem surgir no caminho do hexa. No caso atual, o jogador fora de forma é a economia dos Estados Unidos, que pode transformar em pó todas essas projeções caso descambe para uma recessão. Todos os analistas fazem essa ressalva, mas consideram mais provável que a economia americana terá um pouso suave, crescendo entre 1% e 2% em 2008. Mas, até que isso fique claro, mesmo os mais otimistas avisam que o mercado externo continuará sendo uma caixinha de surpresas e a volatilidade permanecerá forte.


A grande questão hoje é tentar dimensionar a desaceleração da economia dos EUA, diz Álvaro Bandeira, economista-chefe da corretora Ágora. "Quanto mais profunda e duradoura, pior para mercados acionários e para o Brasil", diz. Para ele, se a economia americana desacelerar para um crescimento de 1% ao ano "não escapa muita gente, nem a China". Por isso, o foco, especialmente no primeiro trimestre, estará nos EUA. "Mas nosso cenário é de a economia americana crescer 1,9% e, com isso, vamos ter o sexto ano consecutivo de alta na Bovespa."


Com desaceleração suave nos EUA, os emergentes seguram o crescimento global e as empresas brasileiras devem ter um crescimento dos lucros entre 20% e 25% em 2008, diz Marco Melo, analista chefe da Ágora. Com isso, devem também distribuir bons dividendos aos acionistas. As 63 ações do Ibovespa projetam um retorno em dividendos ("dividend yield") de 3,7% em 2008, muito acima da média de 2,1% pagos por 11 países emergentes acompanhados por Melo. Ele estima o Ibovespa em torno de 82 mil pontos, mas avisa que, por conta dos EUA, o sexto ano de alta não será tão tranqüilo. Mello destaca ainda o grande peso de Petrobras e Vale no Índice Bovespa, que deve chegar a 30% na nova carteira teórica válida para janeiro. Isso significa que o comportamento desses papéis será decisivo para o Ibovespa.


Até três meses atrás, apenas o cenário internacional preocupava, mas, a partir de então, o repique da inflação no Brasil também passou a incomodar. Mas, na visão do sócio da Mauá Investimentos, Mauro Cunha, se o repique da inflação não comprometer a estabilidade econômica de longo prazo, dificilmente haverá uma interrupção na rota positiva da Bovespa. "Subir juros pontualmente em 2008 é bem menos nocivo do que mexer com os alicerces da economia", diz.


O início do próximo ano é um dos mais incertos dos últimos anos por dúvidas tanto internacionais quanto locais, diz o chefe da área de renda variável da Fundação Cesp, Paulo de Sá Pereira. Apesar do baixo crescimento americano e europeu, os mercados emergentes devem continuar crescendo, o que irá se refletir positivamente nos lucros das empresas desses países. No Brasil, o aumento do lucro deve ficar entre 15% e 20%. "O crescimento doméstico e a obtenção do grau de investimento serão os grandes atrativos para a bolsa."


O cenário para a bolsa deve começar a melhorar no fim do segundo trimestre, quando o estresse em torno da economia americana diminuir, diz Vladimir Pinto, estrategista da Unibanco Corretora. Ele trabalha com um Ibovespa em 78 mil pontos em 2008 e vê como oportunidade ações de bancos, Petrobras e papel e celulose.


Se a inflação aqui se comportar e juro voltar a cair e os EUA não forem para uma recessão, o Ibovespa poderia caminhar para 90 mil pontos, arrisca Daniel Gorayeb, analista de investimento da Corretora Spinelli. "Mas esta não é nossa hipótese principal", diz ele, que trabalha com uma expectativa de alta de até 30% para o Ibovespa, o que significaria um índice em torno de 85 mil pontos. Já para Ronaldo Patah da Unibanco Asset Management (UAM), a bolsa pode ficar parada no primeiro semestre, mas retomará a alta para 80 mil pontos. Vale e Petrobras já subiram bastante e serão, portando, mais vulneráveis no primeiro semestre, alerta.


O Brasil está em um ciclo de crescimento sustentável que favorece o mercado acionário, diz Pedro Galdi, analista da corretora do Banco Real. Esse crescimento deve beneficiar as empresas voltadas para o mercado interno, que representam 57% do Ibovespa. "Podemos ter alguns momentos de preocupação, mas o cenário econômico para a América Latina é muito bom para 2008", diz.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Maioria dos multimercados perde do CDI no 2º semestre

Valor Econômico
Por Angelo Pavini, de São Paulo
27/12/2007


Olhar a rentabilidade passada não é garantia de ganhos futuros. A máxima, obrigatoriamente estampada em todos os fundos de investimento, provou-se verdadeira para os multimercados neste ano, que foram do paraíso no primeiro trimestre ao inferno no segundo por conta do aumento da turbulência. Estudo do site Fortuna com 232 fundos mostrou que apenas 48, ou 21% do total, conseguiram manter o ganho acima do juro interbancário CDI no primeiro e no segundo semestre. A maioria, 155, ou 67%, superaram o CDI no primeiro semestre, e ficaram abaixo dele no segundo. E há ainda outros 24, ou 20% do total, que perderam tanto no primeiro quando no segundo semestre para o CDI. Cinco fundos estavam na ponta contrária do mercado, e perderam no primeiro trimestre, mas ganharam do CDI no segundo.


Com base nesses números, a recomendação para o investidor é selecionar ainda mais os gestores, afirma Marcelo D'Agosto, sócio do Fortuna. O cenário de instabilidade previsto para 2008, pelo menos no início do ano, exigirá maior perícia dos gestores. E o desempenho de 2007 já poderá servir de base para essa escolha.


D'Agosto espera que a diversificação dos investidores continue no ano que vem. Em 2007, os multimercados lideraram a captação, com R$ 36,5 bilhões. Mas os principais investidores desses fundos tender a ser os de alta renda. "Em 2008, devemos continuar vendo diversificação em multimercados de grandes investidores", afirma ele. "No varejo, o mais provável é uma combinação de fundos de renda fixa com taxas de administração menores e fundos de ações mais diversificados."


Em 2008, os gestores dos multimercados devem ficar mais cautelosos, afirma Roseli Machado, responsável pela Fator Asset Management (FAR). "Muitos fundos hedge mais agressivos perderam dinheiro no segundo semestre e devem reduzir a exposição ao risco", diz. Mesmo assim, a migração da renda fixa para variável vai continuar.


A tendência é de os fundos de renda fixa e os mais conservadores DIs continuarem perdendo importância, enquanto crescem os multimercados, ações e previdência, afirma Gustavo Franco, presidente do Conselho de Administração da Rio Bravo. Franco hoje responde pela área de renda fixa e multimercados da gestora. "Considerando os últimos cinco anos, os fundos de ações cresceram bastante, já representam uma parcela expressiva, de 12%, de um setor de fundos com mais de R$ 1,1 trilhão, assim como os de previdência aberta, com 8%", diz ele. "Tem muita coisa acontecendo de novo no setor e mesmo outros ativos alternativos, como os fundos de participação (private equity), fundos imobiliários e de recebíveis devem se destacar."


Por conta dessa tendência, afirma Franco, a Rio Bravo está estruturando uma família de multimercados. "O cliente está tentando se adaptar a um ambiente de juros menores, prazos mais longos, hoje não dá para ganhar um CDI inteiro e ainda ter liquidez diária", afirma.

O ano dos fundos de ações

Valor Econômico
Por Angelo Pavini, de São Paulo
27/12/2007


Os investidores que aplicaram em fundos de ações têm muito mais a comemorar neste fim de ano. Especialmente os de carteiras Petrobras e Vale, que ganharam mais de 80%. E, se as projeções dos analistas de bolsa para o ano que vem se confirmarem, é bom reservar o champanhe extra pois a festa deve se prolongar em 2008, não com o mesmo ímpeto, mas ainda acima da renda fixa. Por isso, a expectativa é de que o movimento de diversificação, que se consolidou ao longo de 2007, com a sangria nos fundos de renda fixa e DI e a forte captação dos multimercados e ações, continue no próximo.


A explicação para a forte captação dos fundos de ações, mais de R$ 22 bilhões neste ano, está na rentabilidade muito superior à dos fundos de renda fixa. Enquanto a média das carteiras de ações (incluindo aí as de Vale e Petrobras abertas para aplicações) estava em 41,96%, os renda fixa acumulavam 11,75% e os DI, 11,38%, segundo dados do site Fortuna. "A diferença entre os fundos de ações e DI e renda fixa é a maior desde 2003, ano da grande recuperação da bolsa", afirma Marcelo D'Agosto, sócio do Fortuna. Se for considerado o ganho dos fundos Vale, de 84,20% até dia 21, e Petrobras, de 83,38%, a comparação vira covardia. Em 2003, o ganho médio dos fundos de ações foi de 76%, para 24,5% dos DIs e renda fixa.


Além disso, DIs e renda fixa tiveram este ano uma das menores rentabilidades da história, acompanhando a queda dos juros. Os 24,5% de 2003, por exemplo, ainda eram um ganho que atraía o investidor, lembra D'Agosto. "E com a queda dos juros, muitos fundos renda fixa e DI de varejo passaram a render menos que a poupança por conta das taxas de administração cobradas pelos gestores e pelo imposto de renda", completa.


D'Agosto cita um estudo feito pelo Fortuna apenas com essas carteiras de varejo. No ano, os DIs e renda fixa para pequenos investidores tiveram um resgate líquido de R$ 35 bilhões, encerrando o dia 22 com um patrimônio total de R$ 213 bilhões. Considerando os números gerais das duas carteiras, que somados equivalem a resgates líquidos de R$ 24 bilhões no ano, isso significa que os grandes investidores e empresas compensaram em parte os saques do varejo com aplicações líquidas de cerca de R$ 11 bilhões.


"Tivemos muitas ofertas públicas de ações neste ano e grande parte do dinheiro arrecadado pelas empresas e pelos sócios foi aplicada em fundos exclusivos de renda fixa", afirma D'Agosto. Parte do dinheiro do varejo que deixou a renda fixa, acredita ele, distribuiu-se entre fundos de ações e caderneta de poupança. "Muitos fundos de varejo DI já estão rendendo menos que as cadernetas", afirma D'Agosto.


Isso explica também a grande procura por fundos Vale e Petrobras, uma vez que as carteiras acabam atraindo os investidores de varejo por sua rentabilidade passada e por serem mais simples de entender. No ano, os fundos da Vale abertos para captação acumulam depósitos líquidos de R$ 5,3 bilhões e os da Petrobras, R$ 1,7 bilhão. "É um número expressivo mesmo considerando a captação total dos fundos neste ano, de R$ 76 bilhões, incluindo os exclusivos que não informam ao mercado", afirma D'Agosto.


Para 2008, a expectativa é de que os fundos Petrobras e Vale não repitam o mesmo desempenho deste ano, apesar das projeções dos analistas seguirem otimistas. O mais provável, acredita D'Agosto, é que o investidor procure diversificar um pouco o risco. "Podemos ver gente sacando de fundos Petrobras e Vale e aplicando em fundos ativos ou nos fundos PIBB do BNDES, que reproduzem a carteira do Índice Brasil (IBrX-50)", diz.


Nos fundos de renda fixa e DI, D'Agosto diz que o cenário vai depender de os bancos oferecerem para o varejo opções mais rentáveis, com peso menor de taxas de administração. "Da forma como estão hoje, rendendo menos que a poupança, esses fundos vão continuar diminuindo", diz. Já no segmento de atacado, muitas empresas e pessoas que aplicaram os recursos das ofertas públicas podem encontrar oportunidades de investimento, o que levaria a saques das carteiras exclusivas.


A tendência de diversificação e aplicação em fundos de ações e multimercados pode ter uma pausa no primeiro trimestre, por conta das incertezas com o cenário externo e a turbulência do mercado local e internacional, afirma Roseli Machado, responsável pela Fator Administração de Recursos (FAR). Mas a expectativa para Petrobras e Vale continua boa. "O petróleo tende a ficar próximo dos US$ 100 o barril e o preço do minério continua pressionado, com expectativa de alta não só em 2008 como nos anos seguintes", afirma. A turbulência também favorece Petrobras e Vale pois são papéis mais líquidos, preferidos pelos estrangeiros, pois podem ser vendidos com maior facilidade.


Até março, vai ser possível ver com mais clareza o impacto da crise das hipotecas de alto risco (subprime) nos bancos e na economia americana e se vai haver recessão nos Estados Unidos. Apesar disso, Roseli trabalha com um cenário positivo, com o Ibovespa atingindo 82 mil pontos, um ganho de 30% que deve se consolidar no segundo semestre.


Vale deve continuar com bom desempenho em 2008 e nos próximos anos, com demanda crescente da China e outros emergentes, diz Pedro Galdi, analista da corretora do Banco Real. "Não dá para prever 80% como neste ano, mas 35% a 50% já é um nível bom", diz. Quanto a Petrobras, Galdi se diz cético no curto prazo pelas dificuldades da empresa em atingir as metas de produção. "Mas Petrobras é Petrobras e, no longo prazo, achamos que tem mais coisas para ser anunciadas, a exemplo do campo de Tupi." Galdi trabalha com uma projeção para o Ibovespa em 2008 de 73 mil pontos. "Mas estamos revisando esse número para cima."

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Últimos gastos para abater no IR

O Estado de São Paulo
26/12/2007

Até dia 31, compra de plano de previdência e pagamento de despesas médicas poderão ser deduzidos na declaração

Rosangela Dolis

O contribuinte tem só esta semana para tomar algumas providências que podem reduzir o Imposto de Renda da declaração a ser entregue em abril. Entre as opções está a compra de um plano de previdência privada e a antecipação do pagamento de despesas dedutíveis, como as médicas, até dia 31.
Em previdência, a opção PGBL permite deduzir as contribuições em até 12% da renda tributável na declaração no modelo completo. “Para quem usa o simplificado, em que não há essa dedução, o plano indicado é o VGBL”, diz Marco Barros, superintendente da Brasilprev.

É que no PGBL o imposto recai sobre o total (capital e rendimento) e só não é excessivo ante o de outras aplicações porque a dedução dos depósitos gera economia na declaração. No VGBL, o imposto recai sobre o rendimento. Quem faz um PGBL, mas não usa o modelo completo, paga imposto maior do que se optasse pelo VGBL. Mesmo quem declara pelo modelo completo precisa ficar atento para não ter desvantagem no PGBL. “Se o total destinado ao plano ultrapassar 12% da renda, a opção é dividir os recursos, ficando o equivalente a até 12% no PGBL e o restante no VGBL”, diz o atuário Newton Conde, professor da USP e diretor da Conde Consultoria.

Mas não adianta aplicar para reduzir o imposto anual e sacar no curto prazo. “O ganho será anulado com imposto maior no resgate”, alerta o consultor Reinaldo Domingos. É que o imposto no resgate antes de dois anos chega a 35%. “Investimento em previdência tem de ser por pelo menos 10 anos.”


1) Devo fazer um plano de previdência privada?

Quem é disciplinado e tem bom conhecimento do mercado financeiro pode fazer sozinho aplicações com o objetivo de retirar uma renda no futuro. Mas, dizem especialistas, não é esse o caso da maioria das pessoas. Assim, os fundos de previdência privada, que são administrados tendo em vista o longo prazo, podem ser bom mecanismo para formar uma poupança que vai gerar uma renda mensal no futuro.

2) Como calculo o valor que precisarei receber para manter o padrão de vida?

É preciso projetar despesas e receitas no futuro. Em geral, caem as despesas com educação e com moradia e crescem as despesas com saúde , por exemplo. É preciso também projetar receitas, ou seja, com quanto se poderá contar a título de aposentadoria oficial, aluguel, rendimentos de aplicações. O que faltar poderá ser buscado por meio de um plano de previdência privada.

3) Quanto devo poupar?

Isso depende de vários aspectos. Da renda mensal pretendida: quanto maior o valor, maior a contribuição agora. Do tempo de formação da poupança: quanto maior, menor o valor a poupar todo mês. Seu perfil de investidor: há de aplicações mais conservadoras a agressivas. Essas podem render mais e permitir aplicar valor menor para atingir o objetivo De outras rendas: aluguéis e aposentadoria oficial reduzem a dependência de previdência privada.

4) Que opções de previdência privada há no mercado e qual a diferença entre elas?

Basicamente, os planos estão concentrados em PGBL e VGBL e a diferença está na forma de cobrança do Imposto de Renda. A vantagem do PGBL é que na fase de poupança se pode abater contribuições na declaração do IR até 12% da renda bruta já no ano seguinte. A desvantagem do é que na fase de saques, a tributação recai sobre o capital acumulado mais o rendimento, enquanto no VGBL apenas sobre o rendimento.

5) Qual o melhor para mim?

Depende da forma como você faz a declaração do IR: Se for o modelo completo e o total das contribuições é de até 12% da sua renda, o PGBL é mais interessante, porque permite o abatimento integral das contribuições. Se as contribuições superam 12%, a sobra pode ser destinada a um VGBL Na simplificada não vai poder abater as contribuições e o VGBL é mais indicado e o desconto-padrão substitui todos os abatimentos legais.

6) Quais são as alíquotas do Imposto de Renda no resgate?

Progressiva (utilizada no cálculo do IR sobre salário): o valor do resgate fica isento até a faixa de R$ 1.313,69, e depois as alíquotas são de 15% e 27,5%. A opção pode ser alterada para regressiva. Regressiva: quanto maior o tempo da aplicação menor a alíquota; a maior, de 35%, é para prazo de até 2 anos; a menor, de 10%, prazo acima de dez anos. Essa opção não pode ser alterada.

7) Como decido entre tabela progressiva e regressiva?

A progressiva é mais favorável se o resgate mensal tiver valor baixo, isento pela tabela (hoje, até R$ 1.313,69). A regressiva é indicada quando o resgate é mais alto e o prazo da aplicação supera seis anos. No momento do resgate, o imposto no PGBL será maior que no VGBL, porque recai sobre o valor total, mas a orientação aqui considera a economia de imposto feita com o abatimento de contribuições ao PGBL durante anos.

8) Após a aplicação, existe carência para fazer resgate?

Sim, de 6 a 12 meses, no mercado. Mas, se sacar logo, o investidor vai pagar tributação bem maior que em outras aplicações. Na previdência privada o imposto chega a 35% do rendimento em saque em prazo inferior a dois anos. Na caderneta, não haveria imposto; num fundo de investimento de renda fixa, o imposto seria de 15% a 20%. Por isso, convém aplicar na previdência privada somente por prazo acima de dez anos.

9) Que taxas são cobradas nos fundos de previdência privada?

A taxa carregamento, de até 5%, sobre cada depósito. A previdência privada não é afetada pelo “come cotas”, como os fundos de renda fixa normais - por esse mecanismo, a cada seis meses, o banco antecipa a cobrança de 15% de imposto, o que reduz o valor aplicado e afeta o rendimento. A taxa de administração anual (de até 4%) , cobrada tanto na previdência privada como nos fundos de investimento normais.

10) Que opções de resgate tenho no futuro?

Benefício vitalício: o total acumulado é distribuído mensalmente de acordo com a expectativa de vida no momento da aposentadoria. Eventual sobra de saldo por morte retorna para o plano, e não para herdeiros Resgate programado: o beneficiário pode programar saques na periodicidade que desejar Resgate total: o beneficiário pode sacar todos os recursos de uma só vez


terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Janeiro é momento de risco

Jonal da Tarde
25/12/2007

IPTU, IPVA, seguros e gastos com escola pressionam o orçamento das famílias. Prepare-se

FABRÍCIO DE CASTRO, fabricio.castro@grupoestado.com.br


Falta uma semana para a chegada de 2008 e para o início de uma das fases mais perigosas do ano: a das despesas extras. Quem não estiver preparado para os gastos com Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), seguro do carro, Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e matrículas escolares pode ficar endividado pelo resto do ano.

Dependendo do padrão de vida da família, do número de carros e de filhos na escola, as despesas de janeiro aumentam até 100%. “É por isso que o mais indicado é utilizar de forma racional o 13º salário”, defende a economista Paula Meyer, do Centro Universitário Nove de Julho (Uninove).

O problema é que, com o Natal, o desejo de consumir aumenta e nem sempre sobra dinheiro. A solução passa a ser o empréstimo em bancos que, muitas vezes, oferecem linhas específicas para o IPTU, o IPVA e o material escolar. “Não aconselho a família a tirar dinheiro do cartão de crédito ou do cheque especial, porque os juros são altíssimos”, alerta Paula.

Embora algumas despesas sejam inadiáveis, como a matrícula do filho na escola ou a renovação do seguro do carro, é possível remanejar as contas e diminuir a pressão sobre o orçamento. O consultor Sérgio Nardi lembra que, em São Paulo, o IPVA pode ser dividido em três vezes, enquanto o IPTU é pago em até dez meses. “Se você tiver que escolher, pague o IPVA e parcele o IPTU. Assim você divide a dívida em mais vezes”, afirma. “Recorra aos bancos no último caso.”

Para Nardi, a tranqüilidade da família em janeiro depende de planejamento. “A maioria das pessoas nem sabe quais são as despesas fixas da casa”, afirma. “E o básico do planejamento financeiro é uma conta de mais e de menos: o que entra e o que sai.”

A família deve, segundo os especialistas, monitorar os gastos e reservar uma parcela da renda. “Se sobrar dinheiro em caixa, ele ainda não é para o consumo. Você precisa ter certeza de que não terá que pagar contas”, diz Nardi.

A situação ideal é a da psicóloga Maria Eliane Bezerra Coelho, de 35 anos. Precavida, ela guarda dinheiro no mês de julho para gastar no começo do ano seguinte. “Tiro férias em julho e recebo a primeira parcela do 13º antecipadamente. Pego o dinheiro e aplico”, conta.

Com despesas mensais de R$ 3 mil, Maria Eliane vê as contas saltarem para R$ 5 mil em janeiro por causa do IPVA, da renovação do seguro do carro, da matrícula do filho de sete anos na escola e da compra de material escolar - um aumento de 67% nas despesas. “Se não reservar dinheiro em julho, acabo ficando louca.”

No caso de Maria Eliane, a matrícula do filho e o material escolar não pressionam tanto o orçamento, mas os livros didáticos são caros. “Compro sempre diretamente da editora para conseguir descontos maiores”, afirma.

Além de ficar tranqüila no início de ano, Maria Eliane faz questão de viajar. Com o planejamento, sobra dinheiro para isso.

Para grande parte das famílias, um dos maiores vilões é a matrícula em colégios particulares. Até a metade de dezembro as escolas divulgam os novos valores, já que são obrigadas a anunciar os reajustes pelo menos 45 dias antes do início das aulas. “Geralmente, o aumento fica acima da inflação”, confirma José Augusto Lourenço, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp). “Pelo que vimos este ano, eles variam de 5,5% a 11,5%.”

Lourenço explica que os preços levam em conta a inflação acumulada no período, o índice de inadimplência do setor (em São Paulo, ele chega a 15% em outubro) e a proposta pedagógica (estrutura e salários). “Como o aumento ocorre uma vez por ano, nós precisamos ter uma bola de cristal para prever tudo o que vai acontecer nos próximos meses”, justifica.

Se o valor parecer salgado, a família deve pedir desconto. “Não é comum que os pais recebam descontos, mas a família pode tentar”, diz Lourenço.

A jornalista Silvana Deolinda, de 28 anos, conseguiu bons resultados ao negociar com a escola da sobrinha, Iasmim Sampaio, de 9 anos.

A escola oferecia desconto de 20% na matrícula e nas mensalidades da primeira série, desde que os pagamentos ocorressem antes do dia 5 de cada mês. Como Iasmim passou para a terceira série, o índice caiu para 10%. “Mas eu briguei pelos 20%”, diz Silvana. “Não consegui tudo o que queria, mas me deram 15%.”

A matrícula de Iasmim e as mensalidades caíram de R$ 270 para R$ 229,50. “São R$ 40,50 a menos que fazem a diferença todo mês”, garante Silvana. “Sempre fui de brigar por descontos”, orgulha-se.

OS GASTOS E IMPOSTOS QUE VÃO PESAR NO BOLSO DA FAMÍLIA

IPTU - A Prefeitura de São Paulo divulgou na última semana as regras para o pagamento do imposto. Quem pagar o imposto em parcela única terá desconto de 6%. O contribuinte também poderá dividir o imposto em dez parcelas (de fevereiro a novembro), desde que a parcela mínima seja de R$ 50. Já o índice de reajuste será de 4%, menor que a inflação de 4,19% registrada desde o último aumento pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O
reajuste de 4% incide sobre o valor venal do imóvel, que é definido pela Prefeitura com base na localização do imóvel, na valorização da área e na infra-estrutura disponível. Em São

Paulo, a média de inadimplência do IPTU é de 3%. Cerca de 25% dos contribuintes pagam à vista. Em 2008, as contas de IPTU começam a vencer em 1º de fevereiro. Quem não receber o carnê até dez dias antes do vencimento deve pedir segunda via.

IPVA - A tabela que serve de base para o cálculo do imposto está disponível no site www.fazenda.sp.gov.br. Nela, estão os valores venais dos veículos no mês de setembro, que serve de base para o cálculo do imposto. O valor venal dos veículos é calculado pela

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que considera o preço médio dos automóveis no mês. Este ano, de acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado, houve uma redução média de 1,48% no valor venal, por conta da maior oferta de veículos usados. Proprietários de veículos de passeio pagam o equivalente a 4% do valor venal do veículo.

Contribuintes que quitarem o imposto em parcela única terão desconto de 3%. O valor pode ser parcelado em até três vezes. As datas de vencimento da primeira parcela e da parcela única vão de 9 a 22 de janeiro, dependendo do número da placa do carro. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone 0800-170110

Matrículas escolares - Os valores devem ser definidos até 45 dias antes do início das aulas. O preço é livre nos colégios particulares, mas ficam
congelados durante 12 meses. Este ano, houve uma tendência de aumentos maiores em escolas de educação infantil e de ensino fundamental, de acordo com o sindicato do setor. Um dos fatores para a definição de preços é a inadimplência: historicamente, em outubro ela chega a 15% no Estado. Como as escolas são proibidas de fazer vários aumentos, elas geralmente trabalham com margens altas. Em caso de inadimplência, no entanto, elas não podem
interromper o serviço prestado

Material escolar - O Procon-SP divulga todos os anos, em janeiro, uma lista de preços cobrados em papelarias de São Paulo. Além de comparar os valores,o consumidor deve verificar na escola se todos os materiais pedidos serão realmente usados
Locations of visitors to this page