sábado, 12 de abril de 2008

Material até 70% mais em conta

Jornal da Tarde
12/08/2008


Redes aproveitam época de menor procura para liquidar estoques, com desconto e parcelamento

Charlise Morais, charlise.morais@grupoestado.com.br

Este é um bom momento para quem quer reformar ou construir a casa. As grandes redes de lojas de material de construção estão oferecendo descontos que podem chegar a até 70%.

Além disso, as empresas oferecem condições facilitadas para parcelar a compra e, algumas, até garantem o menor preço - no melhor estilo das grandes redes de hipermercados -, cobrindo a oferta das concorrentes.

De acordo com o economista Marcos Crivelaro, essa abundante oferta do setor, nesta época do ano, tem uma explicação. “O material de construção tem grande demanda a partir de outubro até o fim do ano, quando as pessoas costumam reformar a casa para as festas e a virada do ano-novo. Passado esse período, há a sazonalidade do setor. Portanto, agora estamos em período de baixa na procura e, como arma, as redes de material de construção usam os descontos nos preços como apelo para atrair os consumidores”, afirma.

Portanto, para quem precisa, é hora de aproveitar. “Além de sair do aperto com as despesas de começo de ano (impostos, matrícula e material escolar), os consumidores também já terminaram de quitar as dívidas que contraíram com o setor (material de construção) daquela reforma de fim de ano e já estão prontos para consumir novamente”, diz Crivelaro.

Mas é preciso ficar atento, as promoções são válidas somente para o mês de abril. Na loja C&C, por exemplo, há a campanha ‘Maior Liquidação do Brasil’, com descontos de até 70% que vai até o dia 20 deste mês, ou enquanto durarem os estoques. Os itens em promoção estão identificados por uma etiqueta vermelha. O pagamento pode ser efetuado em até dez vezes por cartão de crédito ou cheques, em condições exclusivas por meio do cartão C&C Visa, boleto bancário para pessoa jurídica ou financiamento pelos bancos Alfa, Panamericano e Losango.

“O objetivo é facilitar ao máximo o pagamento das compras e ajudar a tornar possível o sonho da casa própria ou da reforma”, afirma o diretor-geral da rede, Jorge Gonçalves Filho.

A Dicico realiza a promoção ‘Liquida Já’, também com descontos de até 70%. As ofertas são válidas de hoje a quarta-feira para dois mil produtos com preços especiais. A rede oferece a opção de parcelar as compras em até 15 vezes, sem juros e sem entrada, pelo cartão de crédito Dicico.

“Queremos avisar o consumidor para fazer as suas compras enquanto a ‘Liquida Já’ estiver em andamento”, diz o diretor de marketing da empresa, Carlos Roberto Corazzin.

A Leroy Merlin lançou o ‘Festival da Variedade 2008’, que vai até o dia 22 deste mês. Os descontos chegam a até 50% em mais de 65 mil produtos de construção, acabamento, bricolagem, decoração e jardinagem. “‘No Festival da Variedade’ conseguimos aliar diversidade de produtos com preços arrasadores. Temos tudo, do cimento à almofada”, afirma o diretor de loja, João Barreiros. A rede oferece diversas opções de pagamento, entre elas o parcelamento em dez vezes sem juros no cartão Leroy Merlin, com parcela mínima de R$ 150.

Já a Telhanorte ampliou as condições de financiamento durante todo o mês de abril. Os descontos chegam a 20%, até o dia 31. Mas, o cliente ainda pode parcelar a compra em até 15 vezes por meio do cartão Telhanorte, com juros de 1,49% ao mês e parcelas mínimas de R$ 20. A rede também oferece 40 consultores técnicos em arquitetura para ajudar gratuitamente os clientes a montar seus projetos de reforma e construção durante o mês de abril

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Aplicação garantida

Valor Econômico
Por Luciana Monteiro, de São Paulo
10/04/2008


Para muitos investidores, o melhor dos mundos seria poder investir na bolsa, mas sem o risco de perder pelo menos o que se aplicou. Sonho? Não, realidade. É cada vez maior o número de bancos que oferecem os chamados fundos de capital protegido. Antes restrita a grandes investidores, esse tipo de aplicação vem chegando aos poucos ao varejo. Bancos como Bradesco, por exemplo, já têm carteiras com aplicação mínima a partir de R$ 1 mil. Segundo dados do site financeiro Fortuna, os fundos de capital protegido somam patrimônio de R$ 2,250 bilhões até o dia 7. Há um ano, essas carteiras tinham apenas R$ 500 milhões.


A proteção cai bem num momento de mercado em que há a percepção de que a volatilidade aumentou. Quando lançados, esses fundos ficam abertos para aplicações durante um período. Depois, não é mais possível investir e o dinheiro tem de ficar aplicado de seis meses a um ano, em geral.


Simplificando, esses fundos funcionam como uma aposta: se o Ibovespa ou a ação subir, mas sem bater em determinado nível definido na hora da aplicação, o investidor leva o ganho todo. Se alcançar ou passar desse limite, porém, a aplicação vira uma renda fixa. E se o índice ou a ação cair, o aplicador leva o principal. Alguns fundos dão um prêmio de consolação, pagando ao investidor alguma coisa mesmo no caso de queda.


Nesses fundos, os gestores usam opções - contratos que dão o direito de comprar ou vender um ativo numa data específica, a um preço preestabelecido. São estratégias de vários tipos, com opções de bolsa, renda fixa, etc. Há também casos em que os gestores contratam um seguro para garantir o principal. O mais comum, no entanto, é o uso de opções.


E o número de fundos não pára de crescer. O HSBC lança hoje um multimercado que trabalha com sete cenários de retorno para o cotistas. É o sexto fundo de capital protegido criado pelo banco, com a família "Smart" somando R$ 377 milhões. A carteira HSBC Multimercado Smart Timing será voltada para investidores qualificados - com mais de R$ 300 mil para aplicar. Ele trabalhará com cenários em que o Ibovespa varia entre uma queda de 10% e um alta de 45%. O ganho do investidor vai depender do comportamento do índice nos 18 meses de duração do fundo.


A volatilidade está aqui para ficar e muitos investidores ainda não estão com visão de longo prazo, dados os altos resgates neste ano em multimercados, diz Pedro Bastos, diretor-geral da HSBC Investments. Segundo ele, assim como os primeiros fundos "Smart", que inicialmente foram lançados para os investidores mais abonados e depois para o varejo, esta carteira também poderá chegar ao investidor de menor porte.


Embora, à primeira vista, o investidor só tenha vantagens nesse tipo de aplicação, é preciso levar em conta que esses fundos têm gatilhos, tanto de alta quanto de baixa, que disparam a qualquer momento da aplicação - até mesmo durante o pregão. Com o mercado oscilando muito, a chance de o investidor sair só com os juros, sem os ganhos da ação no período, é grande. Isso representa um custo de oportunidade no caso de a bolsa se recuperar, pois os recursos estarão presos na aplicação.


A taxa de retorno se a aplicação bater as barreiras de alta ou baixa também pode ser menor daquela que o investidor teria com outros instrumentos de renda fixa no período. "O investidor precisa também ter a consciência que ele tem o custo da taxa de administração", lembra Osvaldo Salles, gerente-executivo de produtos de alta renda do Banco do Brasil. "Se o pior cenário se confirmar e o investidor ficar só com o principal aplicado, no fim, ele receberá menos, já que há os custos com a administração do fundo." O banco encerrou a captação de uma carteira desse tipo na semana passada. Mas, dentro de duas ou quatro semanas, lançará outra. Segundo o Fortuna, o BB é o maior gestor de fundos de capital protegido, com R$ 785,5 milhões.


No fim de março, o Safra criou uma carteira batizada de "Blue Chip", que divide os recursos em outros dois fundos, um só de Petrobras e outro só de Vale, ambos com proteção de principal. Se no vencimento, em 31 de julho do ano que vem, um deles tiver caído e o outro subido, o investidor recebe 90% do ganho da ação em um e o principal aplicado no outro que perdeu. Já se uma das duas ações subir e bater 45% em algum momento, o fundo torna-se um renda fixa, com ganho de 18% ao ano, além dos 90% do retorno do outro fundo que não estourou o limite. Já se os dois estourarem o limite de 45% de alta, o investidor fica com a taxa prefixada nos dois. Mas, se tanto Petrobras quanto o Vale caírem, o investidor leva o principal nos dois.


Esta é a segunda carteira com capital protegido lançada pelo Safra neste ano. Ela, no entanto, já está fechada para captação. Mas, de acordo com Carlos Alberto Torres Melo, diretor da asset do Safra, a intenção do banco é oferecer fundos desse tipo a cada dois meses ou até a cada 45 dias. "Em função da alta volatilidade, é grande a demanda por carteiras em que o investidor tem certeza que receberá pelo menos o que investiu de volta, mesmo aplicando na bolsa", diz. Pelos dados do Fortuna, o Safra tem R$ 217,9 milhões em fundos de capital protegido.


O ABN Amro encerrou no início do mês a captação do fundo Real Capital Protegido 2. Nele, se a bolsa subir até 35% num período de 15 meses, o investidor ganha 100% da variação do Ibovespa. Se superar, fica com o equivalente a 123% do CDI. Já se o índice cair até 20%, o aplicador recebe o percentual como ganho, ou seja, se cair 10%, tem um retorno de 10%. Mas se cair mais de 20%, o investidor recebe o principal aplicado. "Esse é um tipo de fundo que joga com a aversão a perdas do investidor, pois estudos mostram que ele não teme o risco, mas os prejuízos", diz Aquiles Mosca, estrategista de investimentos pessoais da ABN Amro Asset Management, que tem R$ 37,8 milhões em carteiras de capital protegido. Para o varejo, o banco já fez três tranches de captação para o Estratégia Segura, que conta com seguro acoplado.


Já o Bradesco tem quatro fundos multimercados com capital garantido, todos com prazo renovável automaticamente a cada 63 ou 84 dias, conforme a carteira. Após esse período, o investidor que não pede resgate tem a sua aplicação renovada. Já aqueles que querem entrar têm algumas "janelas", alguns dias para aplicar. "Em momentos de alta volatilidade, essas carteiras aparecem como opção para quem quer correr riscos, mas proteger o capital", diz Herculano Anibal Alves, superintendente executivo da Bradesco Asset Management (Bram) que, segundo o Fortuna, tem R$ 228,7 milhões em capital protegido.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Santander cria fundo de Vale que pode ter ganho prefixado

Valor Econômico
Por Angelo Pavini, de São Paulo
08/04/2008


Anna Carolina Negri / Valor

Marcio Appel, da asset do Santander: "Esta é a primeira vez que um fundo destinado ao varejo traz essa opção"
O Santander sempre teve por hábito cultivar a originalidade em seus fundos de investimento. Sua mais nova criação é uma carteira que usa um instrumento ainda pouco conhecido no mercado brasileiro, as opções conversíveis reversas, tradução aproximada de "reverse conversion". A operação permite ao investidor obter o retorno da renda fixa em um fundo de ações formado por papéis de uma determinada empresa. Se no vencimento do fundo o papel tiver caído mais que um percentual estabelecido, o investidor fica com as ações - e, no caso do fundo do Santander, o cliente também com os juros.


O fundo do Santander será formado por ações da Vale e terá duração de seis meses, com aplicação mínima de R$ 25 mil. A estimativa é de que ele pagará uma taxa prefixada equivalente a 140% do CDI, ou cerca de 7% no período. O prazo de reservas vai até sexta-feira, dia 11, e o fundo começa a funcionar na segunda-feira, dia 14. Se no vencimento do fundo, no dia 27 de outubro de 2008, a ação da Vale tiver caído mais de 15% em relação ao dia 14, início da aplicação, a carteira vira um fundo de ações da Vale e o investidor fica com as cotas e o juro de 140% do CDI. Se o papel tiver caído menos de 15% ou estiver mais caro, o investidor leva os juros apenas e a carteira vira um fundo de renda fixa.


A estrutura é oferecida hoje apenas a grandes investidores de private banks, explica Marcio Appel, vice-presidente de Asset Management do Santander. "Esta é a primeira vez que um fundo destinado ao varejo traz essa opção", diz ele, que acredita que em breve essa estratégia poderá ser uma nova categoria de fundos no Brasil. Appel explica que, nos Estados Unidos, essa operação costuma pagar um juro abaixo dos de mercado para dar ao investidor a oportunidade de ficar com a ação caso o papel caia. "Aqui, pelas condições de mercado, conseguimos dar uma taxa maior que a de mercado", diz. A escolha do papel também segue o modelo americano, ações de grandes empresas e populares. "No Brasil, temos dois papéis que se encaixam nesse perfil, Vale e Petrobras, muito populares entre os investidores pessoa física", diz.


O Santander testou a operação em três fundos lançados no mês de março, sem grande alarde, com um grupo restrito de investidores, arrecadando R$ 298,5 milhões. "Agora vamos divulgar para toda a rede, com cartazes e mensagens para os gerentes nos nossos dois mil pontos de venda", diz Appel. A média das aplicações nas três ofertas ficou em R$ 70 mil, mostrando um perfil de investidor menor.


Appel destaca ainda que a carteira, chamada de Santander FI Vale Plus Ações 3, é tributada pela alíquota dos fundos de ações, de 15%, portanto, não tem come-cotas. "E, no pior cenário, de queda do mercado de ações, o investidor leva um papel por um preço baixo e com o juro de 7%", explica Appel. Dentro dessa análise, o investidor só começaria a perder se o papel da Vale caísse mais de 22%, equivalentes ao gatilho de 15% da queda da ação mais os 7% dos juros. "Se a Vale cair 16%, ele leva o papel e os juros servem para reduzir o valor da ação", diz. "E no longo prazo, é um papel com bom potencial de alta e muito procurado pelos investidores", diz.


Appel diz que estuda novas emissões desse tipo de fundo com valores mais baixos de aplicação. "Há demanda para baixarmos para R$ 10 mil". Está em estudo também uma carteira com papéis da Petrobras. "Já estamos oferecendo um da Petro para os clientes do nosso private", diz.


Appel acha que o fundo terá mais aceitação que um capital protegido. "Os cenários de alta para o investidor ganhar não são tão atrativos, a taxa de juros é mais baixa e há o sistema de nocaute, onde se o papel ou o índice bater no limite de alta um dia apenas, o investidor leva só a renda fixa", lembra. A taxa de administração é de 3% ao ano e o fundo, fechado, não permite resgates antes do vencimento.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Em cada fase, um investimento

Jornal da Tarde
07/04/2008


Do primeiro estágio à aposentadoria, os períodos merecem aplicações diferentes

Rodrigo Gallo e Fabricio de Castro

Planejar, guardar e aplicar. Essas três palavras devem nortear as finanças pessoais por toda a vida. É com elas que se pode pensar em um curso de pós-graduação. Ou na compra da casa própria e, num futuro mais adiante, em ter uma velhice confortável. E como a vida é feita de fases, os investimentos devem variar de acordo com cada uma delas.

A pedido do Jornal da Tarde, o consultor Paulo Adriano Freitas Borges elaborou um roteiro detalhando os investimentos certos para determinada idade, sem pular etapas, mas sempre tendo em mente que não se pode deixar 'o bonde passar'.

A primeira recomendação é que, ao conseguir o primeiro estágio, o jovem reserve pelo menos 30% da bolsa-auxílio mensal para a formação do capital. O salário pode ser baixo, mas os gastos também não são altos. É comum que o jovem more na casa dos pais e não precise pagar as contas mais pesadas, como as de alimentação, água, luz, telefone, condomínio ou mesmo de aluguel.

Boa parte do dinheiro do estágio deve ser aplicado em ações na Bolsa de Valores. O restante pode ser colocado na poupança. 'Não se deve colocar todos os recursos disponíveis na mesma aplicação. É preciso diversificar os investimentos', também ensina o economista Luís Carlos Ewald, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro.

Freitas Borges lembra ainda que, antes dos 30 anos, a pessoa deve esquecer a idéia de comprar um imóvel próprio. O motivo é simples: é preciso, antes de tudo, formar uma reserva e investir na formação profissional, com o intuito de conseguir um salário melhor no futuro. Financiamentos imobiliários são de longo prazo e acabam por 'amarrar' a pessoa a um emprego - e não ao planejamento da carreira.

'A casa própria deve ser pensada quando o trabalhador tem entre 30 e 35 anos e já está planejando ter filhos', diz. 'E, se possível, deve ser paga à vista. Se não der, dê uma entrada maior e financie o restante em, no máximo, três ano s.'

Ainda assim, é fundamental lembrar que a aposentadoria paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pode não ser suficiente para manter o mesmo padrão de vida no futuro. Por isso, é essencial investir em um plano de previdência privada, uma espécie de poupança a longo prazo.

Conforme a idade vai avançando, o trabalhador também deve mudar o destino das aplicações, adequando-se aos novos estágios da vida. A principal recomendação é que, após os 45 anos, a pessoa evite investimentos de risco. 'Essa é a fase do conservadorismo, pois a pessoa não terá muitas chances para errar e conseguir corrigir o equívoco. Então, o ideal é buscar investimentos mais seguros', defende Borges. As pessoas devem depositar o dinheiro em cadernetas de poupança ou mesmo na renda fixa, que oferecem riscos menores.

Após os 50 anos, a Bolsa de Valores deve ser descartada completamente ou limitada a um pequeno percentual do dinheiro aplicado. Como regra geral, pode-se considerar a seguinte fórmula: o dinheiro aplicado em ações deve ser equivalente a 80 menos a idade da pessoa. Um profissional de 60 anos, por exemplo, deve destinar 20% de suas reservas às ações.

18 aos 25 anos

Guarde 30% da bolsa-auxílio do estágio, invista a maior parte em ações e o restante na poupança ou renda fixa. Jovens podem arriscar mais. Esqueça a casa própria, mas comece a constituir o patrimônio com um carro usado
pago à vista

25 a 30 anos

Se casar, more de aluguel para evitar um financiamento longo e invista na pós-graduação. Aplique entre 50% e 55% do dinheiro guardado em ações, mas também comece a contribuir para um plano de previdência privada

30 a 35 anos

Se guardou ou aplicou dinheiro desde a juventude, compre a casa própria à vista. Caso não seja possível, dê uma entrada grande e financie o restante em até três anos. Continue investindo em ações, mas em menor volume

35 a 40 anos

Use o dinheiro para trocar o carro e reduza as aplicações na Bolsa a 45% ou 40% dos recursos disponíveis. Se optar por ter filhos, espere alguns anos entre a quitação do imóvel e o nascimento do bebê para recompor
a poupança

40 a 45 anos

É a hora de pensar na casa da praia ou no sítio. Porém, faça aplicações com regularidade, pois perder o emprego nessa faixa etária é sinal de dificuldades para recolocação profissional

45 a 50 anos

Nesta fase da vida, convém deixar de lado os grandes investimentos em ações e buscar opções mais conservadoras, como a poupança ou renda fixa.
As aplicações em ações devem ser inferiores a 30% do dinheiro disponível

50 a 60 anos

Esqueça os investimentos na Bolsa de Valores e pense nas aplicações
conservadoras, como a poupança. Nesta idade, é comum querer montar um negócio próprio. Neste caso, não gaste todas as economias

Mais de 60 anos

Ao mesmo tempo em que o gasto com os filhos diminui, as despesas com saúde
aumentam. A previdência privada, que começou a ser formada aos 25 anos, serve agora para dar mais conforto

domingo, 6 de abril de 2008

Crédito agrava o vício de comprar

Jornal da Tarde
06/04/2008


Facilidade de pagamento e melhora do poder aquisitivo fazem crescer a compulsão por gastar

FABIO LEITE,
f.leite@grupoestado.com.br

Considerados dois dos principais estímulos da economia brasileira nos últimos anos, o aumento da oferta de crédito e a elevação do poder aquisitivo dos brasileiros também têm feito crescer o grupo de consumidores que perdem o controle sobre os gastos - os chamados compulsivos por compras. Especialistas alertam que a gastança excessiva e sem necessidade é uma doença que tem se tornado mais comum devido, principalmente, às facilidades de pagamento existentes.

Só o ambulatório voltado a compradores compulsivos do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC), criado há um ano para atender a essa nova demanda de pacientes - hoje são dez em tratamento - , tem 40 pessoas na fila de espera. 'Esse aumento está associado, sem dúvida, às facilidades do acesso ao crédito. Essas pessoas normalmente têm baixa auto-estima e são facilmente influenciadas pela propaganda', diz a coordenadora Vanessa Filomenski.

Para a coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) , Maria Inês Dolci, o quadro ficou ainda mais preocupante nos últimos cinco anos por conta da melhora no poder de compra das classes C, D e E - que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem subido anualmente 2% há quatro anos. 'A fartura de crédito faz com que muitos consumidores fiquem iludidos, principalmente aqueles que não tinham condições de comprar e hoje têm', diz.

Uma pesquisa de março da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) mostra que o porcentual de consumidores que se endividaram em razão do descontrole nos gastos subiu de 10% para 13% em um ano. Essa já é a segunda causa de inadimplência. Na esteira, números do IBGE revelam que a soma anual do consumo das famílias brasileiras saltou de R$ 1,1 trilhão em 2004 para R$ 1,5 trilhão no ano passado. O aumento de R$ 400 bilhões, aliás, corresponde à alta do volume de vendas do varejo brasileiro em 2007, que, segundo a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), cresceu 8% em relação no ano anterior.

Diagnóstico

A coordenadora do ambulatório de dependências não-químicas da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Juliana Bizeto, afirma que é possível diagnosticar a compulsão com base em apenas três características do consumidor: se ele compra mais do que gostaria; se quer parar de comprar e não consegue; e se não usufrui do que comprou. A especialista ressalta que a compulsão atinge consumidores de todas as classes. 'O que muda é o objeto de compra', diz.

As mulheres são a maioria (60%) entre os que procuram tratamento. Já a média de idade é de 40 anos, embora a compulsão possa começar por volta dos 18 anos, quando os jovens passam a ganhar o próprio dinheiro. Juliana diz que quanto antes a pessoa fizer o tratamento, menores serão as chances de comprometer o patrimônio. 'A maioria das pessoas que nos procura está no nível avançado. Algumas já perderam o emprego, se divorciaram ou se endividaram muito, deteriorando grande parte do patrimônio por causa da compulsão.'

Por conta da dimensão do problema, a Pro Teste decidiu elaborar um questionário (veja ao lado) para que os consumidores descubram se são compulsivos. Se o número de respostas 'sim' superar dez, considere-se mais um refém do consumo e procure tratamento.

EVITE O EXAGERO

Defina prioridades e analise seu orçamento antes de consumir

Programe os gastos para pagar integralmente, sem se endividar

Pague as suas contas em dia para evitar multas

Se possível, negocie a data para o vencimento de suas dívidas

Se você tiver dívidas, tente quitá-las o quanto antes

Faça uma poupança para eventuais problemas financeiros

Não encare o limite do cheque especial como parte da renda

Observe as ofertas, mas não se deixe seduzir por elas

Crédito imobiliário não concorre com aluguéis

O Estado de São Paulo
06/04/2008


João Teodoro da Silva *

Nos últimos meses, fala-se tanto sobre as facilidades oferecidas pelos bancos para aquisição de financiamento imobiliário, que deve ter locatário se perguntando se ainda faz sentido arcar com o aluguel, quando há a alternativa de se pagar uma prestação (a um valor que pode ser reduzido, devido ao prazo de financiamento em até 30 anos). A movimentação do mercado também deve suscitar dúvidas naqueles que pretendem investir em imóvel para aluguel. Ainda valerá a pena?

O impulso recebido pelo setor imobiliário brasileiro no último ano não abalou o segmento de aluguel de imóveis. A demanda não desaparecerá da noite para o dia, nem os investidores terão perdas por causa da oferta de crédito - o volume de negócios imobiliários atualmente realizados por meio de financiamentos é ainda bem menor do que os que envolvem recursos próprios.

Outro motivo relevante para que o quadro se mantenha inalterado é o grande déficit de moradias registrado no país, que ainda está longe de ser atendido. De acordo com recente estudo desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas para o Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP), o Brasil precisaria de 27,7 milhões de novas moradias, até 2020, para zerar o atual déficit habitacional. Sendo que, desse total, 70% a 75% são famílias com renda familiar de até dez salários mínimos, a faixa de renda mais carente de habitação e justamente a que tem mais dificuldades de atender às exigências dos bancos para concessão de crédito.

Sendo assim, o investimento em imóveis para aluguel mantém-se como uma modalidade garantida, para quem não quer se arriscar perante as incertezas da economia. Hoje, a média de retorno para quem aplica em imóveis é a mesma do início do ano passado, de 0,6%, podendo chegar em alguns casos específicos a 1,6%. No caso dos imóveis comerciais, o rendimento mensal pode ser ainda maior. Essa média é calculada sobre o valor de venda do imóvel, o que equivale dizer que alguém que compre um apartamento no valor de R$ 100 mil, por exemplo, poderá ter um ganho mensal de R$ 600 a R$ 1.600. O ganho varia de acordo com características e localização do imóvel. No caso de apartamentos, o número de vagas de garagem e equipamentos oferecidos pelo condomínio (como área de lazer e elevador, por exemplo) podem tornar o aluguel mais alto.

Embora o porcentual seja pequeno se comparado com os rendimentos de outras aplicações, é preciso contabilizar também os ganhos com a valorização do imóvel. Quando a intenção é adquirir um imóvel para alugar ou vender pouco tempo depois, o investidor deverá saber escolher um que esteja localizado em área de valorização inquestionável - como as faixas litorâneas, por exemplo - e que ofereça boa liquidez. O que pode ser feito com a consultoria de um corretor imobiliário.

A liquidez, aliás, é o aspecto mais criticado por quem se opõe ao imóvel como modalidade de investimento. Mas vai depender muito da necessidade do investidor de se desfazer do bem. Se ele não precisar vendê-lo às pressas, certamente irá obter ganho real na venda. Portanto, quando feito com o devido planejamento, o investimento em imóveis se apresenta como o mais seguro, sobretudo porque compreende um investimento sólido, um bem de raiz. Vale frisar que todas as grandes fortunas estão alicerçadas em patrimônio imobiliário. Mesmo quando alguém adquire ações, por exemplo, está, por via transversa, adquirindo imóveis.

*João Teodoro da Silva é presidente do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci)
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