sábado, 28 de julho de 2007

Uma grande besteira

Aos 27 anos eu não tinha carro e queria muito comprar um. Então entrei em um consórcio, na época até valia a pena, se eu tivesse o dinheiro para o lance, o que não era o caso...

Quando caiu a ficha que estava pagando uma prestação de um bem que eu não tinha, comecei a poupar para dar um lance e retirar o automóvel o mais rápido possível. Quando eu tinha aproximadamente 25% do valor do bem fui sorteado. Mas para usar a carta de crédito eu tinha que apresentar um fiador, ou seja, tive que recorrer à boa vontade de um amigo.

Mas a minha maior burrada ainda estava por acontecer. Ao invés de me limitar à carta de crédito, usei o dinheiro poupado para comprar um carro de maior valor, com direito à ar condicionado, trio elétrico, etc. O automóvel custava 20 vezes o meu salário da época!

O resultado foi que de poupador passei para endividado para manter as despesas daquele carro e após seis anos eu o vendi pela metade do preço nominal.

Mas a lição foi aprendida, comprei um segundo carro, com dois anos de uso e paguei à vista e ele custou o equivalente a 8 salários. Ou seja, IPVA, seguro e o custo de oportunidade dele não é tão alto.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Controle das Depesas

Antes de conhecer minha esposa, eu era um perdulário descontrolado. Uma mudança de hábito simples organizou minhas finanças. Comecei a anotar todas as despesas do dia em uma planilha eletrônica. O fato de eu medir os gastos diminui meus impulsos de consumo. Minha mãe fez o mesmo, mas usou um caderno no lugar da planilha eletrônica e ela também passou a economizar ao invés estourar o orçamento.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Aparelhos em stand by encarecem em até 20% a conta de luz

Artigo interessante do Infomoney:

http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/infomoney/2007/07/25/ult4040u5841.jhtm

Procura de pessoa física por papel do BNDES é baixa

Folha de São Paulo de 26/07/2007

Maior parte de debêntures vai para fundos de investimento

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Com taxa prefixada em 11,2% ao ano, os juros das debêntures (papéis de dívida privada que rendem juros) da BNDESPar ficaram até mais altos do que os 11% esperados. A demanda passou de R$ 4 bilhões e superou em mais de três vezes a oferta inicial de R$ 1 bilhão, que foi ampliada para R$ 1,35 bilhão.Mas a adesão do pequeno investidor decepcionou. Ficou em apenas 15% do total e não passou muito mais da metade do que foi reservado para pessoa física. A maior parte dos papéis foi comprada pelos investidores institucionais, especialmente fundos de investimento.O investimento era indicado para pessoas avessas ao risco da Bolsa, mas que não abriam mão de um retorno com juros ainda altos. Congelado em 11,2% ao ano até 1º de janeiro de 2011, o juro do papel prefixado da BNDESPar está pouco abaixo hoje dos 11,5% da taxa Selic, mas deverá superá-lo a partir da próxima reunião do Copom, no início de setembro.Além do papel prefixado, a BNDESPar vendeu títulos com vencimento em 15 de agosto de 2013 indexados pelo IPCA mais juro de 6,8% ao ano -o IPCA previsto para este ano é de 3,7%.Para o administrador de investimentos Fábio Colombo, as debêntures saíram com juro próximo ao dos papéis do Tesouro Direto, do governo. O site vende NTN-F (papéis da dívida prefixada) com o mesmo vencimento em 2011 e taxa de 11,08% e NTN-B (indexada pelo IPCA) com vencimento em 15 de agosto de 2012 e juro de 6,75%."Para o investidor pequeno comprar as debêntures, é mais complexo do que aplicar em um fundo de investimento no banco. Seria um excelente negócio se saísse com juro 0,5 ponto maior do que o do Tesouro Direto. A maior barreira foi o prazo longo [até seis anos] para juro prefixado. Um papel pós-fixado teria mais demanda", afirma Colombo.

Financiamento custa mais meio carro

Folha de São Paulo de 26/07/2007

Taxa média de juros é a menor da série do BC, mas comprar veículo financiado em 18 meses faz valor do bem subir quase 50%
Volume de crédito no Brasil atinge 32,3% do PIB em junho; "spread" cobrado por bancos não segue queda da taxa básica (Selic)
NEY HAYASHI DA CRUZDA SUCURSAL DE BRASÍLIA


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2607200708.htm

quarta-feira, 25 de julho de 2007

A árdua tarefa de buscar a independência financeira

Valor Econômico de 25/07/2007

Mara Luquet


Um leitor desta coluna quer conquistar a independência financeira. Ele mora com os pais em um imóvel próprio. Seu pai ainda possui outro imóvel que está alugado. "Quero morar sozinho, ou melhor, eu e minha esposa, e conquistar minha independência financeira e para isso preciso de R$ 100 mil", diz o leitor. "Estou em dúvida do que fazer", acrescenta. Ele sabe que a proposta que fizer ao pai será aceita. "Ele vai fazer tudo para me ajudar", diz o leitor. Mas ele pondera: "Não quero também receber as coisas sem que tenha um esforço meu", conclui. As opções apresentadas pelo leitor são:
Peço que meu pai venda o imóvel que hoje está alugado, me dê o dinheiro e, então, começo a pagar a ele uma quantia fixa, sem a cobrança dos juros, até que venha quitar a dívida?
Faço a compra do imóvel que é do meu pai por meio de uma linha de crédito com bancos a taxa de cerca de 11% ao ano, ele continua recebendo o aluguel e eu vou pagando as prestações desta linha de crédito e fico com o dinheiro que ele recebeu?
Por último, pensei em pegar um consórcio de uma carta de crédito já contemplada e continuar pagando o restante.
"Qual dessas seria melhor opção?", quer saber o leitor.
Os analistas que tiveram acesso a esse caso são unânimes: o melhor passo em direção à independência financeira é continuar morando com os pais mais alguns anos. Quando decide sair da casa dos pais ele, na verdade, está indo na direção oposta da independência financeira. "Quando ele vai morar sozinho, ele está, na verdade, buscando uma outra independência, mais privacidade, porque é claro que não é fácil continuar morando com os pais depois de casado", diz Marco Gazel, sócio da M2 Investimentos, empresa de consultoria financeira pessoal.
Sair do zero para R$ 100 mil não é um caminho trivial e o leitor terá de fazer esforços. Se for morar sozinho, o esforço financeiro terá de ser maior. Isso porque terá de assumir uma série de despesas, não é apenas a prestação do apartamento ou o aluguel do imóvel. Acrescente a essa conta despesas com impostos, luz, telefone e condomínio, só para ficar nos gastos mensais mais básicos.
É certo que morar com a sogra não é uma das opções mais agradáveis. Por isso, é fundamental traçar uma estratégia que tenha começo meio e fim. Afinal, também para seus pais, essa não é uma situação confortável. Mas, como o próprio leitor já disse, o pai vai fazer de tudo para ajudá-lo.
Então, se a meta é de fato alcançar a independência financeira, o leitor deve focar seu trabalho em criar uma carteira de investimento e planejar os aportes mensais para atingir os R$ 100 mil. Numa simulação feita pelos economistas do Valor, aplicações mensais de R$ 200 a uma taxa média de retorno de 6% ao ano levará 59 anos para conseguir atingir a meta.
Para reduzir esse prazo, é necessário aumentar os aportes ou buscar uma rentabilidade maior para carteira. Numa carteira com retorno médio de 8% ao ano o tempo cai para 49 anos. No caso de aportes maiores de R$ 500 a uma taxa de retorno de 8% ao ano a redução é ainda maior.
Observe, contudo, que R$ 100 mil não é sinônimo de independência financeira para ninguém, por mais espartana que seja sua vida. Mas, sem dúvida, é um belo colchão financeiro e sair de casa com essa folga em caixa vai ajudar muito.
Mas se a meta é a privacidade, aí sim, as três alternativas apresentadas pelo leitor devem ser avaliadas. O mais justo para o pai, e que seria de grande valia para o filho iniciar a vida de casado, seria que ele e a mulher fossem morar no imóvel que hoje está alugado. Passariam, então, a pagar um aluguel para o pai e, como ele é generoso, negociaria uma quantia que permitisse ao novo casal fazer uma poupança mensal com parte do que pagariam se tivessem de encarar os preços de mercado.
Qualquer outra alternativa que passe pelos sistemas de crédito ainda é muito cara no Brasil. Tomar dinheiro emprestado do pai neste momento é temerário. Primeiro porque não há necessidade, uma vez que há um imóvel que pode ser locado para o filho. Empréstimos entre pais e filhos têm de ser feitos com parcimônia e cuidados para não desgastar esse relacionamento.
Francis Hesse, planejador financeiro pessoal, diz que sempre orienta seus clientes a fazer um pequeno contrato nesses casos. O pai pode não cobrar taxas de juro no empréstimo ou cobrar uma taxa de juro menor do que a de mercado, mas é fundamental oficializar a operação, segundo Hesse.
Mara Luquet é editora da revista ValorInveste e autora do livro O Assunto é Dinheiro, escrito em parceria com o jornalista Carlos Alberto Sardenberg
E-mail: mara.luquet@valor.com.br

Fuga do risco estremece mercados

Valor Econômico de 25/07/2007


O comportamento exibido ontem pelos mercados financeiros não surpreendeu pelo viés negativo, já que desde a semana passada não falha a alternância entre dias bons e ruins, mas sim pela intensidade das perdas. Não se trata mais apenas de uma mera volatilidade ao sabor das notícias do dia. Instalou-se ontem nos pregões o medo de que os EUA podem estar se desacelerando rápido demais. Essa percepção afugentou os grandes investidores dos ativos sujeitos a risco. Causou mal-estar a informação de que a operação destinada a levantar recursos para a aquisição da Allison, unidade de transmissão da General Motors, pelas empresas Carlyle Group e Onex Group, havia sido adiada por falta de interesse de investidores em comprar títulos de empréstimo de alto risco, no valor de US$ 3,1 bilhões, que iriam ser vendidos por um respeitável grupo de instituições peso pesadas, como Citigroup, Lehman Brothers e Merrill Lynch. Os investidores não desconfiam mais apenas de obscuros hedge funds atolados em créditos podres.
Mais duas notícias agourentas se juntaram a esta. A Countrywide Financial Corp., líder americana de financiamento imobiliário, anunciou lucro 33% menor no segundo trimestre. A razão é que o desaquecimento econômico aumenta a inadimplência dos mutuários. Isso pode deslocar uma bola de neve sobre o mercado de títulos hipotecários de baixa qualidade carregados por fundos já super-alavancados em outros segmentos e com lastro seguro insuficiente para honrar todas as operações. Afora a ressurreição do fantasma do subprime, Wall Street surpreendeu-se com os balanços aquém das expectativas de gigantes como American Express, Texas Instruments e Dupont.
Dólar sobe 1,14% e Embi Brasil salta 4,14%
Ordens de defesa do patrimônio foram disparadas. Isso significa vendas de ativos de risco (ações em geral, bônus e moedas de países emergentes, e ativos especulativos, como petróleo e alguns metais) e compra de títulos do Tesouro americano. Refletindo a ampliação da procura pelos treasuries, o juro do papel de 10 anos cedeu de 4,95% para 4,92%. As bolsas tombaram com gosto. O Dow Jones caiu 1,62% desencadeando pesada realização de lucros na Bovespa. O índice paulista fechou em queda de 3,86%, para 55.794 pontos. O dólar negociado no mercado doméstico, que na véspera havia rompido a fronteira de R$ 1,85, fechou em alta de 1,14%, a R$ 1,8630, por causa do desmanche de operações especulativas ameaçadas pela possibilidade de a turbulência externa precipitar uma depreciação cambial superior ao ganho pago pela Selic. O risco-país saltou 4,14%, para 176 pontos-base.

No mercado futuro de juros da BM&F, o desmonte dos negócios dos investidores estrangeiros ficou evidente no fato de que foram os contratos de vencimento mais distante, os mais requisitados por eles, os que mais subiram. Enquanto o CDI previsto para a virada de setembro para outubro ficou estável em 11,28%, o contrato para janeiro de 2010 saltou 0,11 ponto, para 10,88%.
A fuga do risco decorrente do sentimento de que pode não haver crescimento econômico suficiente para sustentar as armações do mercado veio num dia desprovido de indicadores importantes sobre atividade econômica. Mas ao buscarem refúgio nos treasuries, os investidores estão dizendo ao Federal Reserve (Fed) que o seu foco primordial - o combate à inflação - pode estar errado. Deveria se preocupar mais com os riscos associados à expansão econômica. Hoje saem dois indicadores cruciais sobre o mercado imobiliário americano que, dependendo do resultado, podem intensificar o movimento de retirada. Sairão dados do setor hipotecário referentes a julho e vendas de imóveis já existentes em junho. Será publicado também o Livro Bege do Fed.
O dado efetivo sobre a face real dos EUA mais aguardado da semana sairá só na sexta-feira. Trata-se do resultado do PIB no segundo trimestre. A expectativa da LCA Consultores é que o dado confirmará o diagnóstico de que a economia americana continua a sustentar um ritmo moderado de crescimento. Projeta uma expansão trimestral anualizada de 2,8% comparativamente ao trimestre anterior, taxa ligeiramente inferior à expectativa predominante nos mercados, de crescimento anualizado de pouco mais de 3%. "A projeção pressupõe que a expressiva desaceleração do consumo das famílias - em boa medida associada aos efeitos do encarecimento de combustíveis e alimentos sobre a renda real disponível - deverá ser compensada pela aceleração do investimento não residencial e por um ritmo um pouco menor de contração do investimento residencial", diz a LCA. O setor externo e a variação de estoques deverão contribuir para a aceleração do PIB agregado. Luiz Sérgio Guimarães é repórter de finanças luiz.guimaraes@valor.com.br

terça-feira, 24 de julho de 2007

Com ajuste na tabela da TR e queda da Selic, poupança renderá mais que fundos

O artigo publicado no UOL ajuda a decidir se é vantajoso aplicar em um Fundo ou na caderneta de Poupança. Atalho a seguir.

http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/infomoney/2007/07/23/ult4040u5760.jhtm

Calibragem do risco

Valor Econômico de 24/07/2007

Por Danilo Fariello

A alta de mais de 60% do Índice Bovespa nos últimos 12 meses encerrados na sexta-feira fez com que muitos investidores que haviam planejado uma carteira com risco mais moderado para este ano agora tenham uma parcela além do desejado de renda variável. Quem aplicou metade dos recursos em uma aplicação ligada ao Ibovespa em julho do ano passado e outra metade em juros tem hoje quase 60% do seu patrimônio em bolsa. Isso ocorreu porque, no mesmo período, os investimentos em renda fixa subiram apenas 13%, segundo CDI. O imposto de renda pago antecipadamente nos fundos de renda fixa também colabora com essa distorção, reduzindo o patrimônio dessas carteiras.
Os manuais de finanças pessoais indicam ao investidor que este seria o momento de calibrar a distribuição de risco da carteira, para não ficar mais exposto do que o previsto no momento do planejamento inicial. Porém, a atual exuberância das ações faz com que muitos investidores tomem gosto por essa maior agressividade obtida. Se aceitar embarcar nessa aposta mais ousada, deve estar ciente de que corre mais risco do que outrora.
"O investidor tem de reavaliar a carteira porque está com percentual maior de risco do que pensava", diz Márcia Dessen, consultora de investimentos sócia da BankRisk. "Ele pode manter a aplicação ou até elevar a parcela dedicada a mais risco, mas tem de ter a consciência do que faz." Acontece que poucos investidores têm metas qualitativas de resultados para isso, reconhece ela.
Outro consultor, Sérgio Manoel Correia, da LLA Investimentos, usa um tratamento de choque para explicitar aos seus clientes o risco de aumentar a exposição em bolsa. Ele pega o mês de maior perda da bolsa nos últimos dois anos (maio de 2006, quando o Ibovespa caiu 9,5%) e questiona seus clientes: "Você está disposto a ter qual parcela da sua carteira sujeita a essa perda em apenas um mês?" diz ele. "E se isso ocorrer por dois meses consecutivos, como já aconteceu no início da década?", aterroriza.
Entre os que ouviram essas perguntas está o empresário Ricardo, que ainda assim resolveu arriscar 40% dos investimentos em ações. Há um ano, ele investia em bolsa apenas 5% do patrimônio, que hoje chega a R$ 400 mil. Além disso, resolveu aplicar mais capital em seu próprio negócio, no setor de agronomia. "Não é uma loucura porque fiz hedge (proteção) na outra parcela dos meus investimentos." Se perder algo parecido com 20% em pouco tempo, ele estará disposto a permanecer mais dois ou três anos no mercado de ações, à espera de uma recuperação. Ricardo é um exemplo da maioria dos investidores no mercado atualmente.
O empresário não nega que seu impulso de investir pesado em ativos mais arrojados venha do retorno de cerca de 200% do CDI da aplicação em renda variável no último ano. Mas ele diz que o principal motivo é o encolhimento do retorno da renda fixa, com os seguidos cortes na taxa Selic, que caiu de 15,25% ao ano no início de julho de 2006 para 11,5% ao ano. "Há um ano, o rendimento dos juros me satisfazia, mas agora isso mudou e o risco das ações diminuiu", diz Ricardo, que tem a assessoria de uma consultoria de investimentos há 5 anos, mas só agora embarcou de vez na onda da renda variável.
Há um ano, um aplicador que colocava 30% da sua carteira em ações era considerado um investidor super-arrojado, diz Correia, da LLA. Hoje, quem tem essa parcela em renda variável é um aplicador moderado, avalia. "O apetite a riscos aumentou de forma geral com a redução da taxa de juros." Na semana passada, com a queda do juro para 11,5% ao ano, uma aplicação que ofereça retorno pela Selic, isenta de qualquer taxa e imposto, renderia apenas 0,91% ao mês. Percentual considerado baixo por muitos acostumados a retornos acima de 1%.
Embora a renda fixa tenha enfraquecido, Márcia, da BankRisk, alerta para o crescimento das ações em carteira e a conseqüente exposição a riscos. Quem investiu 30% em ações há um ano agora tem cerca de 36%, ou seja, 6 pontos percentuais acima do que planejou inicialmente. "Se for fiel ao seu objetivo primeiro, o investidor deverá rebalancear", diz ela.
Para quem não está disposto a correr mais riscos, a consultora diz que este poderia ser um bom momento para vender parte dos ativos de renda variável, que já subiram demais. No mercado, essa atitude é chamada de realização de lucros, ou seja, quando se converte uma expectativa de retorno em dinheiro. Ela lembra que, atualmente, os investidores fazem projeções levando em conta um cenário de pouco risco, que preponderou nos últimos cinco anos. "É bom pensar em notícias ruins e numa perda de 20% no curto prazo para saber se se é mesmo tolerante a perdas."
Mas são poucos os investidores que privam de uma consultoria para alertá-los sobre o risco que passaram a correr com o crescimento da parcela de bolsa em carteira, lembra Márcia. "É muito difícil ponderar o horizonte de tempo, o comprometimento do orçamento doméstico nas aplicações, o cenário ou a tolerância a riscos e volatilidade de forma autônoma", diz. O investidor precisa entender que a decisão de arriscar mais ou não é muito complexa, comenta. "Quantos têm uma reserva financeira intocável, para doença e desemprego, que está alocada em recursos de baixo risco?", questiona, para citar um exemplo de falta de planejamento. Não é preciso contratar um consultor para avaliar o próprio risco, mas já é um bom avanço planejar metas e monitorar as perdas para atingir os objetivos, dizem os profissionais
Márcia Dessen revela que o passo final de uma boa estratégia de investimento é o monitoramento da carteira assumida. Assim como ajustes deveriam ser feitos agora, quando a bolsa sobe demais e eleva a parcela de risco, o mesmo deve ocorrer quando ela cai e o investidor fica, naturalmente, mais conservador, diz ela.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Acaba hoje reserva de papéis do BNDESPar

Folha de São Paulo de 23/07/2007

Debêntures do BNDESPar são opção para o investidor avesso ao risco da Bolsa, mas que não abre mão de retorno alto
Investimento necessário vai de R$ 1.000 a R$ 500 mil; com risco reduzido, rendimento deve ficar acima da taxa Selic

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2307200711.htm

São Paulo tem aluguel mais caro do país

Folha de São Paulo de 23/07/2007

Preços na região metropolitana do Estado cresceram 214% desde 1995 e estão 6% acima dos do Rio, a segunda mais cara
Dados constam de estudo do Ipea, para quem os resultados mostram que os aluguéis acompanham o padrão de renda das regiões

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2307200702.htm

Grau de investimento deve atrair fundos de pensão internacionais

Valor Econômico de 23/07/2007

Fernando Travaglini

Os grandes fundos de pensão dos países desenvolvidos devem entrar com força no mercado de ação brasileiro depois da obtenção do grau de investimento, segundo levantamento feito pela gestora de recursos Meta Asset, a exemplo do que ocorreu em outros países, como Chile e México e pode trazer benefícios.
O superintendente comercial da Meta Asset, Maurício Gentil, explica que o grau de investimento é uma restrição para esses fundos, mas com a obtenção do novo rating o Brasil tende a se tornar um mercado atrativo para muitos investidores estrangeiros que buscam bons retornos em ativos de longo prazo.
Segundo ele, perto de fundos de pensão estrangeiros as fundações brasileiras possuem disponibilidade de investimento "infinitamente menor". Em maio, os fundos brasileiros acumulavam R$ 395 bilhões em ativos, o que correspondia a 18% do PIB, enquanto os americanos têm ativos da ordem de quase 100% do PIB dos Estados Unidos. "Só para se ter uma idéia, toda a indústria de fundos de pensão brasileira reúne patrimônio equivalente a do 67º maior fundo americano".
Ele lembra que os investidores estrangeiros já demonstram muito apetite nas aberturas de capital das empresas brasileiras e o aumento do volume e dos preços negociados na Bolsa de Valores de São Paulo já indica essa tendência. "Eles estão procurando equity (ações), papéis sensíveis ao crescimento", diz Gentil.
O diretor da asset explica que os fundos de pensão devem aplicar em ações, assim como as fundações brasileiras, mas a atuação nos conselhos da empresas não é uma características desses fundos. "Normalmente eles nomeiam gestores por não manterem estruturas para assumir postos nos conselhos", explica.
O superintende da Meta acredita que até mesmo os fundos de hedge devem entrar no Brasil depois da obtenção do grau de investimento. Eles têm atuação mais ativa nos conselho das empresas e pode trazer muitas pontos positivos, como melhorias na administração das empresas, e outros negativos, como a forte interferência na gestão. Recentemente, os grandes fundos pressionaram o conselho do ABN AMRO a aceitar proposta de compra por parte de outros bancos.
O presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência (Abrapp), Fernando Pimentel, entende que as instituições brasileiras estão bastante preparadas para uma possível concorrência e que as recente medidas de flexibilização dos investimentos são importantes para elevar a competitividade dos fundos brasileiros.
Ele viajou recentemente para o Canadá para acompanhar a atuação dos fundos daquele país. Alguns deles já tem aplicações no Brasil. "Há um crescente interesse de fundos de várias partes do mundo pelas oportunidades que julgam estar surgindo no Brasil", acredita. Os 25 maiores fundos do Canadá reúnem uma poupança de US$ 500 bilhões.
Um dos focos de atuação dos canadenses está na infra-estrutura, onde aplicam entre 5% e 15% dos recursos (média mundial). Segundo ele, "esse tem sido um caminho encarado com interessante para os fundos em razão da baixa volatilidade e do fluxo de caixa que oferece".

Fim de temporada

Valor Econômico de 23/07/2007

Por Adriana Cotias

Quatro empresas debutantes, além das novas ações da Cia. Hering, já veterana de pregão, começam a ser negociadas hoje na Bovespa. Até a próxima semana serão mais sete estréias, além da operação do Banrisul, presente na bolsa desde velhos carnavais. Com o auge do verão americano e europeu em agosto, as companhias apertaram o passo para colocar as ofertas na rua antes das férias. A correria resultou num período de intensa atividade, jamais visto no mercado brasileiro, com opções de variados tamanhos e setores para o investidor.
Até a virada do mês terão sido 15 ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) só em julho e 2 de empresas já listadas, somando R$ 15,6 bilhões. No ano, serão 47 IPOs e 8 de companhias já no pregão, num total de R$ 41,2 bilhões. É um número que supera com larga margem os R$ 30,4 bilhões ofertados ao longo de todo ano passado. Agosto tende a impor um freio às operações, mas quando setembro chegar o ímpeto das companhias para financiar suas atividades via mercado não deve ser refreado.
Em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), há mais meia dúzia de ofertas, além das companhias que pediram registro inicial, com potencial de engrossar a lista rumo à bolsa. São nomes como a B2W , a PPE Fios Esmaltados, a Helbor Empreendimentos , o BICBanco ou o Bonsucesso.
"Os fundos dedicados à América Latina consideram que o Brasil tem boas histórias para contar e continuarão empenhados em ficar com belas fatias dos IPOs", diz o gestor de renda variável da Sul América Investimentos, Alexandre Vianna, com a percepção de quem está numa instituição associada a um grande grupo internacional, o holandês ING."Nos últimos lançamentos, gestores que não compravam Brasil, com origem na Ásia e Oriente Médio, passaram a participar."
Enquanto o fluxo de capitais para alguns emergentes vinha derrapando nos últimos meses, o Brasil continuou a receber recursos para investimentos em portfólio, arremata o responsável pela área de renda variável da Fundação Cesp, Paulo de Sá Pereira. E, nos IPOs, especificamente, é esse capital que tem demonstrado maior gana, levando, na média, 70% das ações. "Há setores novos na bolsa, desconhecidos para o investidor local, mas que o estrangeiro domina por ter com o que comparar lá fora." A disputa pelas ações da Redecard foi uma prova do quanto pode ser voraz esse apetite. A demanda pelo maior IPO brasileiro, de R$ 4,07 bilhões, superou a oferta em dez vezes. A faixa de preço foi elevada no dia da definição do preço, com os papéis saindo no teto, a R$ 27,00.
Na lista de estréias na bolsa hoje estão MRV Engenharia, a empresa de concessões rodoviárias Triunfo, Açúcar Guarani e a Kroton Educacional. Destaque para a MRV, cuja demanda superou em 16 vezes a oferta, possibilitando a colocação integral do lote adicional, numa captação que já soma R$ 1,06 bilhão. Apesar de ter havido uma aparente sobreoferta do setor imobiliário na bolsa - foram 12 operações só neste ano -, o investidor gostou da estratégia da incorporadora, que atua no segmento de baixa renda. "Pelo lado dos fundamentos, o que se tem provado é que há espaço para todas essas do ramo de construção civil", assinala o sócio da GAS Investimentos, Roberto Knopfelmacher.
Para quem ainda não entrou nessa festa, termina hoje o prazo para as ofertas da Multiplan, dona do Shopping Morumbi, da Estácio Participações e do Banrisul. Amanhã, a Providência é que encerra o seu período de reserva e, na quarta, aAliansce e a General Shopping. No meio dessa salada toda, o que vale um olhar mais cuidadoso?
No ramo de shopping centers, Sá Pereira assinala que a Multiplan tem uma estratégia parecida com a da Iguatemi, por investir na valorização das suas marcas, em contrapartida à da BR Malls, que tem tocado um plano agressivo de crescimento via aquisições, comprando participações pequenas até em shoppings em que não participa da administração. "As estratégias são diferentes, mas as duas podem ser vencedoras", diz. Já a Aliansce tem o apelo de ter como sócios capitalistas a General Growth Properties (GGP), uma das maiores companhias imobiliárias americanas, e o fundo da Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.
A Estácio tenta seguir os passos da Anhangüera Educacional e da Kroton, mas os negócios não são de todo comparáveis, adverte Sá Pereira. Enquanto a Anhangüera e a Kroton têm modelos administrativos replicáveis, a Estácio, a maior universidade privada do país, ainda tem pontos que precisam ser digeridos, como a remodelagem fiscal recém realizada para transformá-la em entidade com fins lucrativos. "A chegada à bolsa parece ser um pouco prematura, mas a instituição quer ser uma consolidadora e outras universidades tendem a trilhar o mesmo caminho."
Depois da Redecard, a maior oferta dessa temporada promete ser a do Banrisul, de R$ 2,08 bilhões, embora menos de R$ 800 milhões representem caixa para o banco. O restante provém de ações do governo do Estado do Rio Grande do Sul. Comparativamente ao Banco Nossa Caixa, o Banrisul tem a vantagem de já ter a folha de salários do funcionalismo de uma região que representa 8,1% do PIB do país, com renda per capta superior à média nacional, destaca o economista da Lopes Filho João Augusto Salles. O convênio vai até 2012, o que, na sua opinião, pode justificar o investimento num horizonte de médio prazo. Ele ressalva que há riscos de ingerências políticas na troca de governos.
Se a pausa em agosto se confirmar, será saudável para o mercado assimilar o que já foi distribuído, pondera Nami Neneas, do Banif Banco de Investimentos. Depois do recesso, as chances de a roda girar tão rápido quanto antes são grandes, dado que a migração de recursos de fundos conservadores para multimercados ou carteiras de ações está em pleno curso. "A cada 1% do setor, são mais R$ 10 bilhões que podem rumar para a bolsa."

domingo, 22 de julho de 2007

O sonho da sede própria

Jornal da Tarde de 22/07/2007

Micro ou pequeno empreendedor deve avaliar bem se é hora de sair do aluguel e comprar o imóvel próprio

Charlise Morais, charlise.morais@grupoestado.com.br

O sonho da casa própria não é exclusividade de quem quer garantir um teto para a família. Quer seja por necessidade ou como investimento, o micro ou pequeno empresário também persegue a expectativa de adquirir uma sede para sua empresa. Mas como saber o momento certo de dar esse passo?Segundo o consultor financeiro do Sebrae Luís Alberto Lobrigatti, não é possível determinar a hora certa para comprar o imóvel da empresa. Mas existem fatores que devem ser avaliados com cuidado para não prejudicar a saúde financeira do empreendimento.“É algo que deve ser muito bem pensado e analisado”, afirma Lobrigatti. “Deve-se levar em consideração que, hoje em dia, grandes empresas, como bancos, estão vendendo suas instalações para ter mais capital de giro. Para eles, é muito mais vantajoso pagar aluguel e oferecer esse dinheiro como empréstimo a seus clientes.”Para quem está começando, ele recomenda não investir tanto dinheiro em algo que ficará parado. “O melhor é seguir o exemplo dos bancos e investir em algo que vai proporcionar mais lucro, deixando para comprar o imóvel quando o negócio estiver mais sólido”, diz.Essa é a situação que enfrenta o proprietário da Território Bike, Vando Oliveira, de 40 anos. Há dois anos, ele montou sua loja de bicicletas e acessórios, que também organiza passeios ciclísticos. O imóvel da empresa é alugado e fica em Santana, Zona Norte da Capital. O aluguel é pesado - cerca de 25% do faturamento da loja. “Tenho perspectiva de comprar a minha sede. Mas não considero que seja o momento ideal. Preciso esperar minha empresa estar mais sólida”, completa.No caso de Oliveira, o ponto comercial em que está localizado é muito importante para suas vendas. Para comprar um imóvel semelhante, na mesma região, teria de desembolsar muito. “Mudar para outro bairro, que é mais em conta, poderia afetar muito meu negócio.”Esse é outro ponto que deve ser bem analisado, como ensina o consultor . “Quando a região é boa e promissora para uma atividade, isso valoriza o negócio e o ponto. Nesse caso, vale a pena comprar. Quando o imóvel é alugado, a valorização do ponto pode fazer com que o aluguel suba muito, além de provocar uma sensação de instabilidade para o empresário”, diz Lobrigatti.Outro ponto negativo em manter-se em imóvel locado é quando há necessidade de muitas adaptações no prédio para adequar-se ao ramo de atividade do locador, pois investe-se muito em algo que é de outra pessoa. No caso de reparos estruturais, é vantajoso, pois a obra fica a cargo do dono e não do inquilino.Quando comprar é vantagemRonaldo Leite Gomes, 33 anos, enfrentou um problema sério com o imóvel onde estava sua gráfica há três anos. A empresa ficou 16 anos no Brás, região central, mas o proprietário recebeu uma oferta boa pelo imóvel e ele teve de se mudar. Foi o que faltava para comprar a sede própria. “Comecei a analisar outros locais para alugar, mas a mudança de uma gráfica é extremamente onerosa e exige algumas licenças. Passar por isso de novo em um prazo curto, caso não desse certo a locação, seria muito custoso. Então, optei pela compra”, explica.Faltou espaçoO empresário William Naswaty, 42 anos, procura um imóvel para o depósito da sua empresa. Ele é dono da Teleloc - especializada em locação de móveis para escritórios e eventos. Há 20 anos o depósito era alugado, no Jabaquara, Zona Sul, mas a empresa cresceu e agora falta espaço. “No tamanho e localização que preciso, está difícil achar para alugar. Creio que a melhor opção no momento é comprar ou construir”. Nessa situação, a necessidade é maior que a vontade ou capital disponível. “Sei que não é o momento, não tenho tanto capital disponível, mas não vejo outra saída”.Lobrigatti ensina que o valor do imóvel próprio sempre deve ser incorporado ao patrimônio da empresa. Quando a compra for necessária, ela não pode descapitalizar o negócio. “Tem de ser respeitada a capacidade da empresa em pagar pelo imóvel. Às vezes, vale mais investir em uma ampliação dos negócios, na abertura de uma nova sede ou na diversificação dos serviços.

”'Quando a região é boa e promissora para certa atividade, isso valoriza o negócio e o ponto. Nesse caso, vale a pena comprar.”
LUÍS ALBERTO LOBRIGATTI, CONSULTOR FINANCEIRO DO SEBRAE
Locations of visitors to this page