Jornal da Tarde
27/05/2009
Pacotes oferecidos pelos bancos tem opções que normalmente não são usadas pelos clientes
CAROLINA DALL’OLIO, carolina.dallolio@grupoestado.com.br
O consumidor pode economizar até R$176,04 por ano se, em vez de optar pelo pacote básico de tarifas bancárias, decidir pagar pelos serviços de modo avulso. É o que acontece com o cliente do HSBC. Neste banco, os custos anuais com o pacote básico são de R$ 252, mas o cliente poderia desembolsar R$ 75,96 - se usasse, além dos serviços gratuitos, tarifas simples de renovação de cadastro e remessa de talão de cheques.
Os dados se referem ao mês de abril e foram apurados pela Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), que pesquisou os valores cobrados pelos principais bancos do País (leia nesta página).
A entidade estabeleceu um perfil de cliente que retrata o comportamento de cerca de 70% dos correntistas. O pacote analisado inclui quatro saques em caixas eletrônicos duas transferências por mês, dois extratos e solicitação de cartão de débito - operações que, segundo o Banco Central, devem ser oferecidas gratuitamente pelo banco. Além disso, consumidor padrão também teria a necessidade de solicitar uma remessa de talão de cheques por mês e uma renovação de cadastro semestral. Para custear essas esses serviços, ele gastaria em média R$ 129,12 por ano.
Já se optasse pelo pacote básico - além dos serviços listados acima, mais quatro saques, duas transferências e dois extratos do mês e outros dois extratos do mês anterior -, o custo médio anual subiria para R$ 240,60.
“O consumidor tem que aprender que não deve pagar pelo que ele não usa”, alerta Diógenes Donizete, assistente de direção do Procon-SP. “Portanto, como a maioria das pessoas tem um uso moderado dos serviços, a recomendação é tentar se ater aos serviços gratuitos e pagar avulso o que tiver que usar a mais. Assim não há desperdício.”
Mas antes de fazer a escolha, o cliente deve analisar seu perfil. “É bom listar os serviços que são utilizados no mês e a regularidade do uso”, recomenda Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O segundo passo, é avaliar se é realmente necessário usar os serviços com a frequência atual. Pode haver alguns excessos. “Também é possível priorizar as operações pela internet, que são mais práticas e gratuitas.”
Feita a análise e ponderadas as possíveis reduções no uso, é possível fazer a escolha de forma consciente. Os bancos são obrigados a divulgar nas suas agências quais são as tarifas sobradas por cada serviço. Os valores também estão publicados nos sites do Banco Central e do Procon . “A recomendação é que o cliente avalie não apenas o pacote de serviços que mais se encaixa ao seu uso como também verifique se o seu banco pratica preços razoáveis nas tarifas”, sugere Ione.
Em abril, as tarifas mais altas no pacote básico de serviços eram praticadas pelo Banco Real - ao ano, os custos chegariam a R$ 324. O banco afirmou que em maio os custos baixaram para R$ 20 ao mês (ou R$ 240 ao ano). Já as tarifas mais baratas em abril eram as de Itaú e Unibanco: R$ 180 reais anuais.
PARA ESCOLHER BEM
Para decidir entre o pacote básico de serviços ou o pagamento de tarifas avulsas, o primeiro passo é avaliar o seu perfil. Liste quais são os serviços bancários que você utiliza e a frequência de uso
Os serviços essenciais mensais , que, segundo determinação do Banco Central, não podem ser cobrados, são os seguintes: quatro saques em caixas eletrônicos, duas transferências, dois extratos e cartão de débito
Caso seu uso seja superior a esse pacote, veja se não é possível reduzir os serviços - usar a internet é um jeito de economizar
Se não der, o jeito é optar pelo pacote básico ou até por um pacote que inclua mais serviços
Verifique os preços cobrados pelo seu banco. A consulta pode ser feita na própria agência, no www.procon.sp.gov.br ou no www.bcb.gov.br
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