terça-feira, 2 de outubro de 2007

Queda dos juros favorece migração entre as carteiras

Valor Econômico
Por Danilo Fariello
02/10/2007



No mercado financeiro, assim como se diz da vida, sempre há como ver um lado bom dos acontecimentos negativos. No caso dos fundos de renda fixa, DI e curto prazo, a má notícia é a redução em apenas dois anos de 8,5 pontos percentuais do juro básico ao ano e, por conseqüência, o menor rendimento das aplicações. A boa nova, porém, é que, com o juro menor, a tabela de imposto de renda que regride conforme o prazo da aplicação pesa menos na hora de decidir por mudar de investimento, rumo a outro de taxas menores. "Se antes era interessante, em geral, mudar quando houvesse uma taxa de administração pelo menos um ponto percentual menor, agora vale a pena mudar mesmo que para obter uma taxa 0,5 ponto menor", diz Marcelo D'Agosto, sócio do site Fortuna. Segundo levantamento do Fortuna, por conta do IR, o custo de movimentação dessas carteiras com o juro a 11,25% ao ano caiu, em média, 0,38%, desde agosto de 2005, quando a taxa Selic estava em 19,75% ao ano. Esse custo aumenta quanto maior o prazo em que o investidor permanecer na primeira aplicação, diz D'Agosto.


O preço da migração decorre da tabela de imposto de renda decrescente, que incide sobre o lucro das aplicações. Ela cai de 22,5% a 15% no prazo de dois anos. Portanto, sair de uma aplicação com dois anos para uma nova implica o risco de lucrar menos por causa do imposto se os recursos ficarem na nova carteira por pouco tempo. Mas, com o juro menor, essa diferença de imposto entre 22,5% e 15% fica menor em valores absolutos, diz o relatório do Fortuna.


Em setembro, até dia 27, o setor de fundos teve mais saques do que depósitos, embora o saldo negativo seja de apenas R$ 493 milhões, segundo o site Fortuna. Os fundos que mais sofreram saídas foram os de renda fixa, com resgates líquidos de R$ 2,75 bilhões. No ano, os DIs são recordistas em resgates, com mais de R$ 10 bilhões de saques acima dos depósitos.


As carteiras mais rentáveis do ano são os fundos de privatização, com destaque para as carteiras de Vale do Rio Doce, segundo o Fortuna, que rendem 92,4% no ano, até dia 27. Os fundos com ações da Petrobras rendem 31,35% no período e os fundos de ações, em geral, têm retorno médio de 35,66%.

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