quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Gráficos apontam para novos recordes

Valor Econômico
Daniele Camba
03/10/2007



Sem notícias negativas suficientes para mudar o tom de euforia do mercado, o Índice Bovespa chegando a cair até 1,73% ao longo do dia, mas logo reencontrou o caminho da recuperação. Faltou tempo para o pregão fechar no azul, mas o Ibovespa conseguiu encerrar o dia em queda de apenas 0,52%, em 62.017 pontos. Os gráficos mostram, no entanto, que o Ibovespa caminha para bater novos recordes. O próximo ponto de resistência do índice é em 64.400 pontos e que deve ser alcançado brevemente, acredita o analista gráfico da Itaú Corretora Márcio Lacerda. "Muitos papéis do índice que estão atrasados devem se recuperar e, assim, patrocinar novos recordes ao indicador", diz Lacerda. O saldo (diferença entre compras e vendas) de investimento estrangeiro em setembro ficou positivo em R$ 3,8 bilhões, um recorde histórico mensal.



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Saldo de estrangeiros é o maior desde 1994
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Depois de ganharem muito com alguns papéis, como as preferenciais (PN, sem direito a voto) série A da Vale do Rio Doce, os investidores aproveitaram o dia um pouco mais morno para trocar essas ações por outras, também de grandes companhias, mas que estão mais atrasadas nesse recente movimento de valorização. "Os investidores reduziram um pouco a exposição de suas carteiras a ações da Vale para aumentar em papéis como Petrobras e de ações do setor bancário, que ainda não chegaram a suas máximas históricas", diz o estrategista de renda variável para pessoa física da Itaú Corretora Fábio Anderaos de Araújo.






Foi exatamente esse movimento de trocas que fez os papéis irem para caminhos opostos no pregão de ontem. Enquanto as PNAs da Vale caíram 1,52%, as PNs da Petrobras se valorizaram 0,59%, uma raridade, já que nos últimos tempos o que mais se viu foram os papéis da mineradora subindo, deixando para trás os da estatal. As ações dos principais bancos subiram todas e não foi pouco. As PNs do Bradesco se valorizaram 2,45%, as units do Unibanco tiveram alta de 2,16% e as PNs do Itaú, 1,26%.


Ao contrário do que se imaginava, a divulgação das perdas que alguns bancos estrangeiros, como o UBS e o Citibank, devem ter com papéis do setor hipotecário acabou provocando uma onda de compras de ações do setor bancário. "Esses papéis ficaram muito descontados, mas, agora que se viu que as perdas podem ser menores do que se imaginava, o investidor começou a questionar se não prejudicou demais tais ações", diz Anderaos. Com o crescimento econômico brasileiro, as instituições financeiras mostram resultados crescentes, especialmente com a carteira de crédito.


O que dizem os gráficos


Se as ações da Petrobras e as dos bancos têm fundamentos para subir, em termos gráficos elas também estão em níveis mais interessantes do que as da Vale. Segundo o analista gráfico Lacerda, as PNs da Petrobras romperam uma resistência importante em R$ 60,50 e devem buscar agora os R$ 64,60, uma alta potencial de 6,43%, já que fecharam ontem a R$ 60,71. Já as PNAs da Vale vêm batendo seguidos pontos de resistência e, agora, devem perder um pouco o fôlego. "O mercado está transferindo a força compradora das ações da Vale para a Petrobras", diz Lacerda. Entre os bancos, as units do Unibanco são as que possuem maior potencial, em termos gráficos. O próximo ponto de resistência a ser alcançado, segundo Lacerda, é em R$ 29,60, sendo que as units fecharam ontem em R$ 25,92. Outras ações estão em níveis gráficos interessantes, entre elas: Eletrobrás, CCR, Gerdau, Duratex, Natura e ALL.


Daniele Camba é repórter de Investimentos


E-mail: daniele.camba@valor.com.br

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