terça-feira, 2 de outubro de 2007

Melhor usar leasing do que financiar

Jornal da Tarde 02/10/2007

Simulação mostra que economia pode chegar a mais de 5% do valor do carro no fim das contas

Marcos Burghi, marcos.burghi@grupoestado.com.br


Está mais barato financiar um automóvel por meio de leasing do que tomar um empréstimo para comprá-lo. De acordo com os dados do Banco Central (BC), em junho, a média da taxa de juros para leasing registrou 25% ao ano, enquanto o índice para financiamento de veículos pelo crédito pessoal (CDC) chegou a 28,7%. A informação consta do relatório de agosto sobre Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro, divulgado semana passada pelo BC.

A diferença entre as duas modalidades está na forma da operação bancária. No caso de um financiamento pelo CDC, desde o início o carro é de propriedade do consumidor. Nas operações de leasing, o carro é arrendado e pertencerá ao banco até o final do contrato, o que impede que o consumidor venda o automóvel. Além disso, no leasing a retomada do bem em caso de inadimplência é mais rápida.

Simulações realizadas pelo economista Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional das Empresas de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a pedido do Jornal da Tarde, mostram que no caso de um modelo de R$ 25 mil, as diferenças podem ficar entre 3,68% e 5,26%, conforme o prazo. Numa operação de leasing por 24 meses, cada prestação custaria R$ 1.309,83, R$ 31.435,92 ao final. No caso de um empréstimo na modalidade CDC, o consumidor pagaria 24 parcelas de R$ 1.357,99, total de R$ 32.591,76, diferença de 3,68%.

Para um prazo de 36 meses, a simulação mostrou que, no caso da opção leasing, cada prestação custaria R$ 968,27, R$ 34.857,36 ao final do período. Tomar dinheiro para a tradicional compra elevaria cada prestação a R$ 1.019,02, um desembolso de R$ 36.684,72 após 36 meses, montante 5,24% superior.

De acordo com Oliveira, o leasing pode ser um bom negócio porque, existe a prática de diluir o valor residual entre as parcelas mensais.

Segundo Rafael Cardoso, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Leasing (Abel), o volume de contratos firmados por pessoas físicas - o que significa para a aquisição de veículos - entre janeiro e junho de 2006 bateu nos 244,5 mil. No mesmo período deste ano, o volume registrou 459,8 mil, aumento superior a 88%.

Segunda vez

A professora Margareth Galvão, 37 anos, foi uma das consumidoras que optaram pelo leasing em vez de financiar a compra do automóvel por outra modalidade de crédito. Segundo ela, é a segunda vez que escolheu a opção. “Os juros são menores”, diz. Margareth conheceu a modalidade há três anos e resolveu adotá-la.

Na opinião da professora, mesmo o fato de o carro pertencer ao banco durante a duração do contrato não tira a vantagem do leasing sobre o financiamento para compra. “Vale muito a pena”, reitera.

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