quarta-feira, 3 de outubro de 2007

BB fixa taxa para ganhar espaço no home broker

Valor Econômico
Por Danilo Fariello
03/10/2007



O Banco do Brasil, maior banco brasileiro, quer conquistar uma posição entre as maiores corretoras que negociam ações pelo sistema eletrônico da Bovespa, o home broker. Atualmente, o banco estatal apresenta volumes tímidos de negócios pela internet, mas acaba de adotar a taxa fixa de R$ 20 na compra ou venda de papéis por meio eletrônico para ganhar investidores. Atualmente, algumas das líderes do mercado, como Ágora, Easyinvest (da Título) e Banif já adotam a cobrança de taxa fixa. Muitas ainda adotam, porém, a tabela referencial da Bovespa, que cobra um percentual da operação.


Desde 2001, o BB tem um sistema eletrônico de negociação de ações que opera em parceria com diversas corretoras em rodízio. Em agosto, foram negociados no BB R$ 239 milhões. No início do ano, o sistema de navegação tornou-se mais amigável e fácil, conta o gerente-executivo da Diretoria de Mercado de Capitais, Gustavo Henrique Santos de Souza. "A taxa fixa é a segunda parte do projeto, que deverá ser acompanhado ainda por um novo sistema tecnológico no futuro." O BB quer conquistar as primeiras posições do home broker, completa Souza.


O BB tem atualmente 52 mil clientes cadastrados para operar ações, mas a média mensal de quem efetivamente fecha um negócio fica pouco acima de 10 mil. A idéia do banco, que conta com 25 milhões de clientes, é crescer tanto trazendo correntistas que operam em corretoras independentes para o banco, como transformando poupadores da instituição em investidores da bolsa, conta Marconi Maciel, gerente da Diretoria de Mercado de Capitais.




A instituição faz acompanhamento constante de mais de 50 empresas para oferecer análises aos clientes. O sistema eletrônico do BB oferece periodicamente uma carteira de ações sugerida, simuladores e cotações online, para seus clientes. A essas funcionalidades, o banco quer agregar mais serviços, diz Souza


Segundo Maciel, a grande vantagem do sistema do banco é a comodidade, porque o cliente que investe numa corretora tem de transferir o dinheiro para lá. "Dentro do BB, o sistema de débito é todo interligado e o dinheiro sai direto da conta do correntista."


No embalo da euforia do mercado de ações, o Banco do Brasil lançou também três novos fundos de renda variável setoriais. Os gestores escolherão, em cada fundo, as ações com melhores perspectivas nas áreas de consumo, bancos e siderurgia. Segundo o gerente-executivo de investimentos do BB, Carlos Antonio Decezaro, são esses os setores que a área de análise do banco aponta como os com melhor potencial de desempenho no futuro.


Das três categorias, existiam já apenas fundos de bancos. Segundo dados do site Fortuna, o mais antigo deles, o do Safra, rende 561% desde o início de 2003, período em que o Ibovespa subiu 437%. Os fundos setoriais mais comuns no mercado são de telecomunicações ou energia.


Na linha do esforço de popularização dos fundos de investimento adotado pelo banco, as carteiras setoriais aceitarão aportes a partir de R$ 200. "Normalmente esses fundos estão disponíveis apenas para valores maiores", diz Decezaro. A aplicação é permitida desde ontem e os fundos têm taxa de administração de 2% ao ano.


Como todo investimento em ações, porém, é preciso estar informado e alerta, diz Decezaro. Além de se tratar de renda variável, os fundos de bancos, consumo e siderurgia são, como os nomes dizem, concentrados em apenas um setor e, portanto, têm mais risco. Se algo ocorrer em determinado mercado, todas as ações poderão sofrer. Mas, da mesma forma, a possibilidade de retorno também é maior do que em um fundo diversificado, diz Decezaro.


O banco informou também que, em apenas cinco dias, captou R$ 100 milhões no fundo Capital Protegido 2 em setembro. A carteira segue a tendência do mercado de oferecer determinadas garantias de principal se o mercado for adverso. O fundo investirá em ações do Ibovespa, mas devolverá o valor aplicado no fim de 2008 se a bolsa cair. Além do BB, também ABN Amro Real, HSBC e Santander têm fundos similares.

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