sábado, 4 de agosto de 2007

Manutenção de carro leva até 7% do orçamento familiar

Folha de São Paulo de 04/08/2007

Preços avançam 52,99% desde 2001, ante 53,84% de índice do consumidor da FGV

Custos com pedágio e derivados de petróleo foram os principais vilões da "inflação do automóvel", apontam dados da FGV

PEDRO SOARES    
DA SUCURSAL DO RIO

Manter e conservar o automóvel ficou 52,99% mais caro de janeiro de 2001 até o final do primeiro semestre de 2007 -percentual pouco abaixo da inflação média do período (53,84%), segundo dados do IPC-DI (Índice de Preços ao Consumidor - Disponibilidade Interna), da FGV (Fundação Getulio Vargas).
As famílias gastaram, em média, de 6,5% a 7% do seu orçamento com despesas com veículos no período, excluindo os gastos com a compra de carros novos ou usados.
Apesar de a "inflação do carro" ter se mantido comportada, alguns itens tiveram aumentos expressivos, como bateria (115,27%), pneus (98,72%) e óleo lubrificante (96,59%) -os dois últimos sob influência do aumento dos preços do petróleo.
Os pedágios das rodovias também "foram grandes vilões para o motorista", segundo a FGV. A alta acumulada foi de 82,52%.

Combustíveis
O óleo diesel também teve uma alta expressiva (135,80%), mas seu peso para o consumidor final é muito pequeno. O combustível é usado prioritariamente na indústria e em frotas de veículos pesados.
A FGV considerou no levantamento 14 produtos e serviços destinados aos veículos, pesquisados mensalmente no IPC.
De acordo com André Braz, coordenador da pesquisa de índice de preços da FGV, o aumento dos itens relacionados aos veículos ficou comportado e até um pouco abaixo da inflação em razão principalmente dos aumentos menores da gasolina e do álcool.
A gasolina subiu 53,41% de 2001 até o primeiro semestre deste ano. O álcool teve alta acumulada de 47,46%. Os dois produtos são os de maior peso entre os gastos com automóveis no orçamento das famílias -3,37% no caso da gasolina e 0,44% no do álcool.
De acordo com Braz, o fato de a Petrobras evitar repasses automáticos das oscilações do preço internacional e buscar um alinhamento no longo prazo ajudou a conter os aumentos da gasolina, cujos preços "tiveram um comportamento muito bom".
Também subiram menos que a inflação média os serviços utilizados pelos motoristas, como estacionamento e garagem (29,34%), lavagem e lubrificação (36,47%) e reparos (44,13%).
"Os serviços têm seus preços regulados de um modo diferente. Não sobem como os produtos industriais. Estão mais atrelados à concorrência e à renda. Se subirem muito, a empresa perde o cliente", diz Braz.
As peças e acessórios para reposição também subiram menos do que a média -26,16%. Já o seguro do veículo ficou acima do IPC, com alta de 54,28% desde 2001.

Variação em 2007
No primeiro semestre deste ano, os itens ligados aos veículos subiram 0,49%. O IPC teve uma alta mais forte: 2,51%.
Os principais aumentos foram de gás natural veicular (8,44%), estacionamento e garagem (4,71%) e álcool combustível (4,71%).

Nenhum comentário:

Locations of visitors to this page