terça-feira, 31 de julho de 2007

A educação como prioridade

Jornal da Tarde de 31/07/2007

Previdência privada se torna uma das opções para os pais pouparem e garantir o estudo dos filhos

Fabrício de Castro, fabricio.castro@grupoestado.com.br

A previdência privada aos poucos está deixando de ser complemento de aposentadoria para virar coisa de criança, graças aos pais preocupados com o futuro. Atentos para os custos da educação e com o início da vida profissional dos filhos, cada vez mais casais decidem contribuir para planos logo depois do nascimento da criança. Existem opções a partir de R$ 25.Para os pais, a poupança em nome do filho traz tranqüilidade financeira. Ao completar 18 anos, o jovem usará o dinheiro para pagar a universidade, fazer um curso no exterior ou abrir um negócio próprio. 'Com a estabilidade da economia, as pessoas estão aprendendo que, quanto mais pouparem agora, maiores serão as reservas no futuro', explica Marco Antônio Rossi, vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) e presidente do Bradesco Vida e Previdência.Em maio, as aplicações em previdência privada chegaram a R$ 2,25 bilhões - um crescimento de 30,43% em relação ao mesmo mês do ano passado. Desse total, R$ 137,63 milhões foram para os planos voltados para menores de idade - um acréscimo de 92,5%, que já acirra a concorrência entre os bancos .Quem investe na previdência do filho percebe os benefícios lá na frente. O consultor Milton Dallari, presidente da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp, calcula que, hoje, a aplicação de R$ 60 por mês pode render até R$ 30 mil quando o filho estiver entrando na faculdade. 'Sem dúvida, os pais vão agradecer no futuro a chegada desse dinheiro', diz Dallari.Nos bancos, é possível encontrar planos de previdência para jovens de até 23 anos, com custos mensais a partir de R$ 25. A rentabilidade vai depender das aplicações feitas belo banco, de acordo com a carteira oferecida, mas, segundo Dallari, o que engorda o bolo são as contribuições regulares ao longo dos anos.Quando atinge a idade adulta, o filho pode resgatar o dinheiro de uma só fez, transferi-lo para outro plano de previdência - agora, de olho na aposentadoria - ou receber aportes fixos todos os meses, durante um prazo determinado.Com medo do que vem pela frente, o analista de sistemas Darcio Ramos Camargo, 27 anos, e a jornalista Valéria da Lapa de Deus Santana, 30, contrataram um plano de previdência para o filho Ian, 1 ano, logo depois que ele nasceu. 'Passei a aplicar em previdência privada em 2005, quando morei no Canadá. De volta ao Brasil, comecei a pagar faculdade e, com o nascimento do Ian, percebi que ele precisaria de uma ajuda financeira quando crescesse', conta Camargo, que paga R$ 100 por mês para o filho.O analista ainda contribui com um plano individual para sua própria aposentadoria, enquanto Valéria paga outros R$ 50. 'A previdência do Ian também me deixa mais tranqüilo. Pelo plano, se algo acontecer comigo, ele receberá uma mesada de R$ 500 até a idade adulta', afirma o analista, que contratou o benefício de pecúlio.Para Paulo Roberto Wagner, 53 anos, a previdência privada chegou tarde. 'Trabalhava numa empresa de telefonia e, ao me aposentar, peguei parte do dinheiro e fiz dois planos de previdência.' Wagner quer usar os planos para não depender do INSS. 'Mas confesso que, hoje, as pessoas começam mais cedo. Isso é o ideal.'Dallari lembra que, além das vantagens fiscais, a previdência obriga as famílias a poupar. 'Como estamos no Brasil, quando sobra recursos a tendência é que a pessoa compre um carro melhor ou roupas novas', critica.

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