segunda-feira, 30 de julho de 2007

Gráficos pressagiam novas quedas para o Ibovespa

Valor Econômico de 30/07/2007

Adriana Cotias


A virada do Ibovespa na semana passada não dá pistas sobre o rumo que o principal termômetro do mercado acionário brasileiro tomará, embora, no curto prazo, os gráficos sinalizem que os ajustes podem prosseguir. Para os analistas técnicos, que se guiam pela figuras estatísticas para projetar o comportamento médio da bolsa, esta será uma semana decisiva e há importantes pontos de suporte (níveis que pode desencadear compras) para o índice testar.
Ao cair abaixo dos 54 mil pontos, o Ibovespa rompeu definitivamente um canal de alta iniciado em março, após o estresse capitaneado pela China, segundo análise do diretor da CMA Educacional, Eduardo Matsura. Pelos seus traçados no gráfico diário, os próximos pontos a serem testados serão os 52 mil pontos e depois os 50 mil pontos. Na leitura das estatísticas semanais, que dão mais uma visão de médio e longo prazos, os suportes estão em 46 mil pontos e, no pior cenário, em 42.500 pontos. "Olhando o semanal, esse é o primeiro momento de reversão do índice, de fato", diz.
O Ibovespa deve prosseguir no seu movimento de realização de lucros até bater em algo entre 51.700 pontos e 49.700 pontos, na avaliação do analista técnico da Itaú Corretora, Márcio Lacerda. Se respeitar esses níveis, a tendência de alta estará preservada e o índice pode buscar, no longo prazo, os 62.300 pontos, encostando nos 70 mil pontos em março do ano que vem. Já se cair abaixo dos 49.700 pontos, o poço deve ser em 46.700 pontos, retomando a pontuação de janeiro.
Já Fausto Botelho, sócio da Enfoque e tradicional grafista do mercado, recorre às "seqüências de Fibonatti" - teoria que diz que tudo na natureza tem padrões de comportamento que se repetem, obedecendo certas freqüências matemáticas - para prever uma correção mais drástica do Ibovespa. Ele assinala que, desde 1966, salvo duas exceções, todas as vezes que o índice teve oscilações - para baixo ou para cima - com a amplitude da atual, houve uma correção inicial de 38%, na faixa de proporções de Fibonatti. Isso levaria o Ibovespa para a casa dos 32 mil pontos. Para se ter uma idéia, na onda de alta atual, que começa em maio de 2004, até o pico de 19 de julho último, quando o índice fechou em 58.124 pontos, houve uma valorização nominal de 230%.
Para Botelho, se o Ibovespa recuar a 32 mil pontos e voltar a subir, graficamente não há prejuízo à longa tendência de alta iniciada em outubro de 2002, quando Lula, então candidato à Presidência, selou as pazes com o mercado na sua carta ao povo brasileiro.

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