quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Plano da Brasilprev ajusta fatia em bolsa

Valor Econômico
1/8/2007


Danilo Fariello

A Brasilprev começa hoje a oferecer um plano de previdência que regula o risco do investimento conforme o participante se aproxima do momento da aposentadoria. O chamado plano "ciclo de vida" já é um produto popular nos EUA e no Chile, onde a seguradora americana Principal, sócia do Banco do Brasil na Brasilprev, já tem boa experiência nesse produto. No Brasil, a Icatu Hartford lançou planos nesses moldes em 2005.
A calibragem periódica do risco das carteiras se dá, principalmente, pela redução da parcela do patrimônio aplicada em renda variável, diz Eduardo Bom Angelo, presidente da Brasilprev. "As pessoas têm o mau hábito de esquecer a aplicação, mas, neste caso, o gestor fará os ajustes necessários", diz ele. São inicialmente três diferentes planos, que podem ser contratados conforme a data prevista para aposentadoria, a partir da qual os gestores regulam o risco.
O plano 2020, por exemplo, investirá agora de 20% a 30% do patrimônio apenas em renda variável. Aqueles planos para quem planeja se aposentar ao redor de 2030 terão de 34% a 42% em ações e os planos 2040 terão de 45% a 49% investidos em bolsa. Conforme o tempo passar e a aposentadoria chegar mais perto, a aplicação em ações será reduzida progressivamente. Os recursos em bolsa terão como meta seguir o Ibovespa.
Além das ações, os planos com perspectiva mais precisa da data de aposentadoria poderão também investir em papéis de renda fixa com vencimento mais longo, que tendem a oferecer melhor rentabilidade, apesar de oscilar mais.
Os novos planos de ciclo de vida da Brasilprev seguirão os modelos Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL) e Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) e as tabelas de tributação de IR progressiva ou regressiva. Por enquanto, os planos estarão disponíveis apenas para clientes dos segmentos Estilo e Private do Banco do Brasil, com taxa de administração de 2% ao ano e carregamento de 3% a zero, conforme o valor aplicado
Segundo o presidente da Brasilprev, esses modelos de previdência privada já são bastante populares no exterior e tendem a ganhar aplicadores também aqui. Ele lembra que cada vez mais participantes aplicam em planos com ações.
Para Bom Angelo, já é momento de mercado e governo retomarem discussões sobre a elevação ou mesmo extinção do limite de 49% para os planos de previdência investirem em ações, regra da Superintendência de Seguros Privados (Susep). "O juro caiu e o mercado de ações mudou, mas permanece a regra definida há dez anos."

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