segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Passagem para o futuro

Por Luciana Monteiro
Valor Econômico 03/09/2007


Ainda novato em derivativos, o estudante Victor Cardoso, de 26 anos, já aprendeu o quanto os mercados futuros podem ser interessantes num momento de turbulência. "As pessoas pensam que os ganhos acontecem somente quando o mercado sobe, e não é bem assim", diz o aluno do curso de propaganda e marketing da ESPM-RJ, que pretende seguir carreira no mercado financeiro. "É possível fazer hedge (montar uma proteção que compense as perdas do mercado à vista) ou mesmo ganhar apostando na baixa de um ativo", lembra ele, que faz suas incursões no mercado de minicontratos da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Apelidados de mínis, são uma versão reduzida dos contratos de boi, dólar, café e Índice Bovespa, acessível para o pequeno investidor.


A partir de hoje, Cardoso e outros estudantes poderão também testar seus conhecimentos no novo simulador de mercados futuros no site da BM&F. A bolsa criou um prêmio para quem se sair melhor nas negociações, em parceria com o Valor. O jornal passará a divulgar os resultados dos melhores colocados. Para ter acesso ao simulador, basta se conectar ao site da BM&F, cadastrar-se e começar a operar. Cada investidor receberá uma quantia fictícia de R$ 150 mil para pagar as margens de garantia e assim comprar ou vender, inicialmente, os minicontratos.


Os negócios do simulador usam as cotações reais do dia, apenas com um atraso de 15 minutos. O negócio, no entanto, será fechado pelo preço do mercado naquele momento, sem "delay". O investidor conseguirá acompanhar sua performance e se reposicionar seguindo os fatos que estão influenciando o mercado real naquele momento. E poderá usar para embasar suas decisões as informações que o Valor trará diariamente.


A idéia foi criar um simulador em que a pessoa tivesse todos os instrumentos educacionais e ainda pudesse viver a temperatura do mercado, diz Verdi Rosa Monteiro, diretor de projetos de desenvolvimento e fomento da BM&F. "Inicialmente, o foco estará em estudantes universitários, mas nada impede que corretoras utilizem o ambiente para aculturar seus investidores ou mesmo empresas usem para aprender como se faz um hedge", afirma.


A competição começa hoje e o cadastro pode ser feito no site da BM&F (www.bmf.com.br/simulador). Haverá premiações bimestrais e uma anual, começando agora com os meses de setembro e outubro, outra para o bimestre novembro e dezembro, além da relativa ao acumulado do ano de 2007. Ao final de dezembro, as posições serão novamente zeradas, marcando início de um novo ciclo anual para a eleição dos melhores investidores na bolsa em 2008.


Os cinco aplicadores com os melhores rendimentos bimestrais no simulador ganharão iPods oferecidos por corretoras parceiras do programa. Além disso, receberão cursos online da BM&F sobre o mercado de derivativos e assinaturas bimestrais do Valor. Os dez que se destacarem no ano poderão até concorrer a um estágio na BM&F. Os três primeiros colocados ganharão laptops, cursos presenciais ou online da bolsa (a critério do vencedor) e uma assinatura anual do Valor. Os outros sete terão direito a cursos online e assinaturas semestrais do jornal.


Além do conteúdo educacional, o simulador permitirá comprar e vender contratos, acompanhar o desempenho da carteira, ver o histórico das operações realizadas, as cotações dos papéis, além do ranking dos melhores colocados. Durante o cadastramento, o interessado poderá escolher que personagem quer adotar no mercado financeiro - importador ou exportador, que atuarão para se proteger das variações, ou ainda como investidor simplesmente. Todos poderão atuar em qualquer mercado.


No módulo "Conheça a dinâmica do mercado futuro", o participante poderá realizar operações de hedge com base em uma série histórica dos negócios realizados no passado. Assumida uma posição, o investidor acompanhará passo-a-passo o que acontece com a estratégia assumida até o vencimento. Nesse ponto, vários conceitos como margem inicial e ajuste diário poderão ser entendidos. Após o preenchimento do cadastro, o participante terá acesso a várias ferramentas como a carteira de investimentos, pendências, histórico das operações, cotações, investir e resgatar, além do ranking.


Segundo Monteiro, a BM&F está em contato com universidades que já ministram a cadeira de mercado futuro para divulgar o simulador e incentivar os estudantes a conhecerem os contratos na prática. "Muitos professores já demonstraram interesse em usar o sistema como instrumento de aula", diz. Até sexta-feira, três dias após o início do cadastramento, a BM&F já contava com 372 inscritos.


O simulador pode ser o primeiro passo para os futuros investidores aprenderem a usar os instrumentos derivativos disponíveis no mercado. Lançados em 2001, os mínis permitem, por exemplo, que um investidor preocupado com a queda da bolsa faça um hedge (proteção) de sua carteira, vendendo índice futuro. Assim, o que ele perde no mercado à vista, é compensado pelo ganho com o contrato futuro. A cada dia, pela manhã, o investidor tem um ajuste da sua aplicação, ganhando ou pagando a diferença em relação ao preço atual no mercado futuro de cada contrato que possui. Se quiser sair de um mercado antes do vencimento, basta comprar um contrato contrário, no caso da venda de índice, um de compra. Na negociação real, as operações são feitas pela plataforma WebTrading, sistema de negociação de minicontratos pela internet da BM&F.

www.bmf.com.br/simulador

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