terça-feira, 4 de setembro de 2007

Crédito mais barato para você

Jornal da Tarde 04/09/2007

Penhor, consignado e crédito cooperativo são opções mais baratas para quem precisa de dinheiro
Fabrício de Castro,
fabricio.castro@grupoestado.com.br

Quem precisa de dinheiro, mas quer fugir das taxas e dos juros astronômicos, conta hoje com várias opções de baixo custo. O tradicional penhor, oferecido pela Caixa Econômica Federal, os empréstimos consignados e o crédito por meio de cooperativas são alternativas às linhas tradicionais oferecidas por bancos e financeiras.

Enquanto os juros dos empréstimos pessoais variam entre 3,5% e 7% ao mês, no caso dos bancos, e chegam a 10% mensais nas financeiras, o penhor trabalha com taxas de 2% a 2,88%. Além disso, a burocracia é menor. 'A vantagem é que a pessoa vai ao banco com a jóia e sai com o dinheiro na mão', diz o economista Walter Franco, professor da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid). Outro atrativo: o usuário não precisa estar com o nome 'limpo' na praça, pois os bens são a garantia.

A enfermeira Maria Helena Murufushi usa o penhor há dez anos. 'Faço isso para manter as jóias em segurança e para usar o dinheiro quando preciso.' Ela mantém no cofre da Caixa correntes, anéis e pingentes, alguns deles há oito anos. 'As taxas são razoáveis', diz.

Para quem é aposentado ou pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), os empréstimos consignados, aqueles cujo pagamento é descontado direto do contracheque, oferecem juros de até 2,64%. Algumas instituições, como a Caixa e o Banco do Brasil, trabalham com taxas inferiores a 1% em contratos de até 6 meses. Por lei, é proibida a cobrança de Tarifa de Abertura de Crédito (TAC) - taxa que, em empréstimos convencionais, ajudam a engordar o valor das parcelas.

Funcionários de empresas que possuem convênio com bancos também pagam menos, já que as parcelas são descontadas diretamente do salário. 'Com a exceção do crédito via cooperativa, o consignado talvez seja a alternativa mais acessível para quem precisa de dinheiro', afirma o economista Marcos Silvestre, professor da Mercatus Escola de Negócios.

As cooperativas de crédito, ainda pouco conhecidas, trabalham com juros médios de 2%. Segundo Manoel Messias da Silva, presidente da Central das Cooperativas de Crédito do Estado de São Paulo (Cecresp), os juros são baixos porque as entidades não objetivam o lucro. 'Os preços refletem os custos das operações.'

E especialistas lembram que os custos podem ser menores, mas o empréstimo é sempre uma dívida. 'A pessoa que pega dinheiro emprestado possui duas alternativas: ou ganha mais para pagar ou gasta menos', resume Franco.

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