terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cotista da Vale se precipita e perde 11% na turbulência

Luciana Monteiro
Valor Econômico
4/9/2007


A turbulência nos mercados durante o período de 13 a 20 de agosto assustou muitos investidores dos fundos Vale do Rio Doce, que solicitaram o resgate, conforme estudo do site Fortuna. No entanto, a rápida recuperação na semana seguinte fez com que muitos se arrependessem e decidissem, então, reaplicar nesses mesmos fundos, perdendo 11% nesse vaivém.

Os dados mostram números muito parecidos de cotistas e valores nos resgates e aplicações, indicando que os mesmos investidores teriam feito as operações. Entre os dias 13 e 20 de agosto, 13.151 cotistas resgataram R$ 320 milhões dos fundos Vale com recursos próprios de seis instituições: ABN Amro Real, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal (CEF), Itaú e Unibanco. Com a melhora do mercado, houve aplicações entre os dias 21 e 28. Cerca de 13.300 cotistas aplicaram R$ 360 milhões.

As datas coincidem também com o prazo para o dinheiro resgatado ficar livre para reaplicação. O investidor perde, pelo menos, quatro dias de rentabilidade: três para a efetivação do resgate e um para reaplicar.

A Caixa, que tem um dos maiores fundos Vale recursos próprios, com R$ 1,206 bilhão, registrou resgates de R$ 65,025 milhões entre os dias 13 e 20, mas teve captação de R$ 66,736 milhões de 21 a 30. "Os retornos estavam muito atraentes e a maior parte dos resgates foi de investidores que optaram por realizar o lucro", diz Paulo Francisco de Souza, gerente na área de renda variável da CEF.

Para Ronaldo Patah, diretor da Unibanco Asset Management (UAM), por mais que os números sejam muito parecidos, é prematuro concluir que os investidores que resgataram foram os mesmos que voltaram a aplicar. De qualquer forma, ele avalia que o cliente se comportou bem na crise. "Antes eles saíam e não voltavam mais; agora, muitos aproveitaram a queda para investir", diz.

Os números do mês, até dia 30, confirmam esse comportamento, com os fundos de ações registrando captação de R$ 853 milhões, mesmo com o prejuízo médio de 3,91% em agosto.

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