domingo, 14 de outubro de 2007

Graduação em bom salário

Jornal da Tarde 14/10/2007

Quanto maior o nível de escolaridade, maior a chance de ganhar mais do que outro profissional na mesma função

MARCOS BURGHI,
marcos.burghi@grupoestado.com.br

Quem mandou não estudar? A pergunta, feita normalmente em tom de brincadeira a alguém que reclame da falta de dinheiro ou do excesso de trabalho, pode ter fundamento, ao menos no aspecto financeiro. Pesquisa realizada pela Catho Empregos mostra que quanto maior o grau de estudo de um profissional, maiores são as chances de ele ser valorizado financeiramente em comparação com outro na mesma função.

O levantamento, feito com 89 mil profissionais entre junho e julho de 2007, mostra, por exemplo, que o salário de um diretor com curso superior pode ser 10,9% maior em relação a um colega de função que não tenha freqüentado os bancos universitários. De acordo com a pesquisa, o valor médio do salário do primeiro chega a R$ 14.480,15, enquanto o outro recebe R$ 13.311,41.

No caso de supervisores de área, a diferença fica perto dos 19%. O salário médio dos que passaram pela universidade é R$ 3.314,23, enquanto aqueles que ficaram no ensino médio ganham R$ 2.783,41, em média. Já um supervisor de área com MBA, chega a ganhar 30,7% mais que um profissional que tenha parado na universidade. A média do primeiro bate em R$ 4.332,94, enquanto o outro recebe R$ 3.314,23, na média.

O estudo mostra ainda que um funcionário especializado - aquele que tem curso Superior, segundo definição da pesquisa - que chegou até a pós-graduação ou a especialização pode conseguir vencimentos perto dos R$ 3.034,59, enquanto o colega que não foi além da universidade não receberá média maior que R$ 2.582,22. A diferença é de 17,5% (veja outros valores nesta página).

De acordo com Mário Fagundes, coordenador de Pesquisas Salariais da Catho, quem avança na formação costuma receber, entre outros benefícios, um incremento salarial. Fagundes ressalta, no entanto, que a compensação não é automática. Só ocorre nos casos em que o funcionário melhora seus resultados e agrega novos conhecimentos ao processo produtivo da empresa em que trabalha. “Não basta fazer o curso”, observa o consultor.

Fagundes lembra que a pesquisa detectou, ainda, exceções em que, mesmo com formação de maior nível um funcionário pode ganhar menos que outro trabalhador com grau de estudo inferior na mesma função. O exemplo vale para funcionários operacionais com doutorados em relação a colegas que fizeram mestrado, cuja média do ganho é 41,32% menor, conforme a pesquisa. “São pessoas que tem o título, mas não exercem funções na área em que se doutoraram”, diz.

Resultados

Na opinião de Janete Dias, coordenadora educacional da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), à medida em que alguém evolui na formação, atrai o olhar de mais empresas. Mas ela lembra que, a cada etapa, é preciso definir os rumos a seguir. “Uma formação muito ampla pode prejudicar o foco”, diz. Ela concorda que versatilidade é fundamental, mas acredita que o aprofundamento deve ter objetivos específicos.

As diferenças

Levantamento da Catho Empregos, entre junho e julho de 2007, mostra que a diferença média salarial de um diretor com curso superior pode ser 10,9% maior em relação a um colega de função que não tenha freqüentado os bancos universitários
No caso de supervisores de área, a diferença fica perto dos 19%.

No caso de um supervisor de área com MBA, a diferença a mais para um profissional que tenha parado na universidade chega a 30,7%

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