domingo, 23 de setembro de 2007

Trabalho virtual, dinheiro real

Jornal da Tarde 23/09/2007

Adeptos da internet contam como usam os recursos da informática para fazer negócios e faturar

CHARLISE MORAIS, charlise.morais@grupoestado.com.br


A forte queda dos preços de computadores e ampliação das facilidades de crédito para financiar a compra dos equipamentos têm feito com que os consumidores das classes mais baixas, com C, D e E, ingressem com força na economia digital. Mais do que adquirir um novo aparelho eletrônico, esses consumidores começam a perceber que comprar um computador não é apenas um sinal de despesa à vista, mas uma nova alternativa de fonte de renda.

Há cinco meses, o estudante Alexandre Spínola Borges, 17 anos, ganhou o seu primeiro computador. O presente custou mais de R$ 1.500 e foi presente da avó, que teve de parcelar o pagamento do equipamento. Mas, o esforço da matriarca da família fez com que o jovem Alexandre aprendesse a negociar e começar a ganhar dinheiro.

Integrante de uma banda chamada Mosh, o estudante e baixista, que mora no bairro do Tremembé, Zona Norte, utiliza a internet para fazer contatos, divulgar a banda, negociar shows e vender ingressos.

Instrumento fundamental

“Para esse ramo ter um computador ligado à internet é fundamental”, diz Borges. “Quinta-feira fechei um show numa casa noturna na Zona Leste. Se fosse antes, teria de ir até lá de ônibus e metrô, gastar tempo e dinheiro com condução. Agora é tudo mais fácil e rápido.”

Contente com a possibilidade de divulgar seu trabalho e também faturar , Borges, que tem intimidade com os recursos digitais, conta que estuda investir em outras possibilidades de trabalho pela ‘net’.

O designer Carlos Costa, 29, também enxergou essa possibilidade. Depois de trabalhar mais de sete anos em uma empresa de compra e venda pela internet - o Mercado Livre - ficou desempregado. Como já tinha computador em casa, aproveitou os recursos que o acesso à internet lhe permitia e começou a fazer trabalhos de design free lancer.

Nos últimos meses sentiu necessidade de aumentar sua renda. Lembrou do caso de um antigo usuário que montou a própria empresa para vender produtos pelo Mercado Livre e resolveu apostar nisso, comprando e vendendo produtos pela internet. “Nos dois primeiros meses consegui ganhar a quantia equivalente ao salário que tinha antes”, diz.

A sua idéia deu tão certo que ele não pensa mais em voltar ao mercado formal. “Quero ampliar meus negócios e continuar trabalhando em casa”, afirma Costa. “Com disciplina dá para ter uma boa renda.”

Para quem ainda não descobriu as vantagens que o mundo virtual oferece, Costa dá algumas dicas. “A grande dificuldade para os novos usuários é ter intimidade com os programas. Vencendo essa barreira, espaço para ganhar dinheiro com a internet não falta”, conta. “Mas é preciso ter dedicação, disciplina e saber oferecer o seu produto para o público adequado.”

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