sábado, 25 de agosto de 2007

Carro: opte por menos prestações

Jornal da Tarde 25/07/2007

Já existe até financiamento em 84 vezes, mas os cálculos mostram que os custos do dinheiro, e de vários outros itens, são muito maiores quanto maior for o prazo

CARINA FLOSI,
carina.flosi@grupoestado.com.br

O mercado de venda de automóveis já oferece a opção de prazo de 84 meses (7 anos) para o consumidor pagar, mas é preciso tomar cuidado com as opções estendidas de parcelamento.

Consultores e economistas alertam que, a partir do terceiro ano, o comprador desembolsa, além do valor da parcela, 45% a mais com os pagamentos de seguro, manutenção, impostos e higienização (que inclui limpeza completa do veículo). A partir do terceiro ano, os custos chegam à metade do valor da parcela. Ou seja: além de pagar a parcela de R$ 322 fixa do financiamento de 84 meses, por exemplo, o cliente pagará ainda R$ R$ 145 com os demais custos.

Outra avaliação que o motorista deve fazer ao entrar nesse tipo de financiamento é quanto o carro custará no total. O valor muda muito dependendo do número de parcelas escolhido.

No caso dos 72 meses, o cliente pagará até 61,1% a mais do valor à vista. Um carro que sairia à vista por R$ 23.900, custará R$ 38.520 no final do parcelamento, mais de R$ 14,6 mil acima do preço.

“O importante no momento da compra é não se empolgar com o valor da parcela, mas colocar na ponta do lápis quanto o carro vai pesar ao todo no bolso, com o IPVA, licenciamento, seguro e manutenção ao longo de todos os anos do prazo escolhido”, orientou o consultor de mercado automotivo Paulo Roberto Garbossa.

20% do salário

O ideal, segundo o especialista, é que o consumidor comprometa até 20% do salário com o veículo - incluindo o valor da parcela e os demais custos. “Segundo pesquisas, depois de dois anos o cliente já se encheu ou enjoou do carro. Imagina se ele parcelar em quatro anos. Ele fica sofrendo com um veículo que já precisa de mais manutenção e está sem garantia”, explica. E com o passar do tempo, as despesas com o carro somente tendem a aumentar. “A partir do segundo ano de financiamento já aparecem as primeiras trocas de peças, depois, vem a revisão do 50 mil e os gastos com outros componentes”, lembra Garbossa.

O economista Miguel de Oliveira orienta: “No financiamento de veículos não há segredo: quanto mais rápido pagar, melhor”.

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