sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Os juros começam a cair nos bancos

Jornal da Tarde 12/10/2007

Pesquisas do Procon mostram que taxas do empréstimo pessoal e do cheque especial dão sinais de redução no embalo das quedas da Selic

MARCOS BURGHI,
marcos.burghi@grupoestado.com.br

Desde setembro de 2005, a Selic, taxa básica de juros da economia, acumula queda de 43,03%, mas os bancos ainda repassam as baixas aos consumidores com timidez. É o que mostra comparação das pesquisas da Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP) feitas em outubro de 2006 e em outubro deste ano, das taxas cobradas no empréstimo pessoal e no cheque especial em nove dos principais bancos que atuam no Brasil.

No caso do empréstimo pessoal, das nove instituições consultadas, seis diminuíram os juros que cobravam há um ano. As maiores quedas foram registradas no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, que baixaram a taxa em 4%. Em outubro de 2006, o porcentual cobrado pelo Banco do Brasil era de 4,69% em média. Um ano depois, a taxa encontrada foi de 4,50%. Na Caixa Econômica Federal, a média cobrada em outubro de 2006 estava em 4,68%. Em outubro de 2007, o índice baixou para 4,49%.

Quando o assunto é juro de cheque especial, a redução que os bancos repassaram a seus clientes foi ainda mais tímida. Das nove instituições pesquisadas em outubro de 2006 e outubro deste ano, foram constatadas quedas em apenas quatro. As outras cinco mantiveram os índices.

As maiores baixas foram constatadas no Banco do Brasil e no Bradesco. O primeiro tinha uma taxa média mensal de cheque especial que, em outubro de 2006, estava em 7,7%. Em outubro deste ano, o porcentual encontrado foi de 7,56%, queda de 2,7%. O Bradesco, entre outubro de 2006 e outubro de 2007, reduziu a taxa máxima do cheque especial em 1,98%, de 8,05% para 7,89%. (veja quadro comparativo ao lado).

De acordo com Cristina Martinussi, técnica do Procon, é possível concluir que, ao menos desde abril, os bancos seguem a tendência de queda na mesma proporção que a Selic. 'Os bancos são cautelosos', diz ela.

Apesar das quedas, os tomadores de crédito parecem não ter notado a diferença. A recepcionista Berenice Santos, de 21 anos, tem cheque especial há um ano, com limite de R$ 700. 'Uso no máximo R$ 200, e ainda assim em emergências', garante. Mesmo como usuária esporádica dessa modalidade de crédito, ela afirma que não notou mudanças. 'Continua caro', diz.

O vigilante José Bezerra, de 35 anos, tem um limite de R$ 700 e mensalmente usa pelo menos R$ 300. 'Se os juros caíram, eu não percebi', afirma.

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