quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Sem juros, mas com taxas e fundo de reserva

Jornal da Tarde

14/01/2010

Na hora de escolher um consórcio como forma de aquisição de imóvel, o consumidor deve comparar a modalidade com a opção mais praticada no mercado, o financiamento.

Apesar de não ter juros, o consórcio possui taxas de administração e de composição do fundo de reservas, que respondem por parte das parcelas. Essas taxas devem ser comparadas com os juros cobrados no financiamento, de acordo com o consultor do Instituto de Educação Financeira Disop, Francis Hesse. "O consumidor precisa perguntar à administradora quanto vai pagar em taxas a cada parcela", diz. Comparados aos financiamentos, os consórcios oferecem prazos menores de pagamento. Os planos mais longos oferecidos no mercado chegam a 180 meses, ante até 300 meses de financiamentos imobiliários. Por isso, as parcelas, não chegam a valores tão baixos quanto nos financiamentos mais longos.

Em compensação, os consórcios não exigem uma entrada, que em geral é de 20% do valor do imóvel, nos financiamentos. A modalidade também permite mais flexibilidade, já que a carta de crédito pode ser usada para compra de imóvel residencial ou comercial, ou até mesmo para a construção.

Outra questão a ser avaliada é a necessidade do imóvel. Se o consumidor tem pressa, o consórcio não é indicado. "Se a pessoa precisa do imóvel para sair do aluguel, o mais indicado é um financiamento", diz Hesse.

Para o consultor, o consórcio é um bom negócio para quem é contemplado logo no início. "É interessante saber se poderá dar um lance", diz. Quem fica no final do consórcio de 120 meses, por exemplo, além de demorar 10 anos para comprar seu imóvel, paga taxa de administração por um dinheiro que, se fosse aplicado, renderia juros. Daí a necessidade de avaliar se a taxa cobrada pela administradora compensa os juros que seriam pagos no financiamento.

Para Emerson Castelo Branco Simenes, da CBS Consultoria Financeira, o consórcio deixou de ser um bom negócio depois que as taxas de juros caíram. "Hoje eu não vejo outra alternativa que seja mais interessante que financiamento", diz. Como vantagens do financiamento, além do prazo, Simenes cita o sistema de parcelas do financiamento, que é decrescente, enquanto no consórcio as mensalidades crescem ao longo do plano.



CUIDADOS



Antes de entrar em um consórcio, o consumidor precisa ficar atento à qualidade da administradora que vai contratar. A lista de empresas autorizadas pode ser encontrada no site do Banco Central (www.bcb.gov.br) na seção Serviços ao Cidadão



Ao contratar a administradora, leia com atenção o contrato. O Procon alerta que não existe a venda de cotas contempladas, ainda oferecidas por alguns vendedores

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