sábado, 4 de julho de 2009

Mais planos para o futuro

Governo vai reduzir imposto de quem acumular poupança para cobrir gastos com saúde e educação

http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2069/artigo143420-1.htm

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ponto positivo é o que não falta para o Tesouro Direto

Autor(es): Robson Queiroz
Valor Econômico - 03/07/2009



No último mês de maio, 2.563 pessoas se cadastraram no Tesouro Direto - sistema de negociação de títulos públicos via internet -, elevando o total de investidores para 158,5 mil. Quando comparado ao mesmo mês de 2008, o volume representa um aumento de 33,6%. Somente neste ano, 12.639 investidores já ingressaram no sistema.

Apesar da forte trajetória de crescimento, esta ainda é uma alternativa de investimento pouco conhecida e explorada. Para se ter ideia, o volume financeiro investido é de apenas R$ 2,8 bilhões. Apenas como base de comparação, no caso dos fundos de renda fixa e referenciados DI, o estoque de recursos, até o último dia 17, soma R$ 537,9 bilhões. Ou seja, a modalidade ainda representa 0,5% do total de recursos aplicados nos fundos com perfil conservador.

O grande desafio é desmistificar a aplicação para o investidor pessoal. Primeiramente, ele precisa se acostumar com o sistema. Entender a dinâmica também é mais complicado para aqueles que, até hoje, apenas investiram em poupança ou fundos adquiridos diretamente pelo banco no qual possuem conta corrente. Para este investidor, principalmente, é preciso levar informação.

O primeiro ponto que precisa de esclarecimento é que, apesar de chamar Tesouro Direto, a transação precisa ser intermediada por uma instituição devidamente credenciada como agente de custódia. Para investir neste segmento, é preciso abrir uma conta junto à corretora e, posteriormente, solicitar o cadastramento e receber uma senha para atuar no Tesouro Direto.

Na hora de escolher os títulos, o leque de opções é grande. O investidor pode escolher entre os papéis que acompanham os índices de inflação, os indexados à taxa Selic e os prefixados. A escolha do melhor papel depende do momento e do objetivo do investidor. As notas do Tesouro que acompanham o IGP-M ou o IPCA, por exemplo, são ótimas opções para quem quer garantir o poder de compra e rentabilidade acima da inflação. Já quem prefere acompanhar a trajetória da Selic pode optar pelas LFT. E, para aqueles que querem saber hoje quanto irão receber amanhã, há várias opções de LTN e NTN-F.

É preciso também se informar sobre as taxas. Há três diferentes taxas cobradas nas transações do Tesouro Direto. A cada título adquirido, é cobrado 0,10% de taxa de negociação e taxa de custódia de 0,30%, ambas da BM&FBovespa. O agente de custódia também trabalha com uma taxa anual. Neste caso, os valores são variáveis de acordo com o agente. Há taxas que variam de 0% a 4% ao ano.

Além de aprender como operar o Tesouro, é preciso esclarecer que o título é o mesmo que o banco ou a asset adquire para incluir na carteira dos fundos. A diferença é que o investidor irá controlar a própria carteira. Outra grande dúvida é com relação à liquidez desses papéis. Este é um dos pontos mais questionados por aqueles que se interessam em aplicar parte de seus recursos nestes papéis. O Tesouro realiza leilões todas as semanas para recomprar os papéis caso o investidor precise dos recursos.

Para os investidores que já possuem conta em uma corretora de valores, o caminho para aplicar em títulos públicos via Tesouro Direto é mais curto e mais tranquilo. Na maioria das vezes, este investidor está mais habituado a gerenciar a própria carteira. No entanto, mesmo assim, ainda há um grande espaço para crescimento e diversificação.

No cenário atual, uma série de fatores favorece o aumento da procura por este tipo de aplicação. O primeiro, sem dúvida, é a trajetória de queda dos juros da economia. Pela primeira vez, estamos com uma taxa real inferior a dois dígitos, o que favorece a busca por investimentos que ofereçam rentabilidade mais atrativa. Além disso, trata-se do investimento com menor risco do mercado. Ou seja, é uma ótima opção para a renda fixa, tanto para investidores que não querem correr risco como para aqueles que precisam diversificar suas carteiras.

É importante ressaltar que não se trata de ganhar território hoje ocupado pelos fundos de investimento. Os fundos continuam - e irão continuar - entre as principais opções para aqueles investidores que não gostam e não querem gerenciar diretamente a carteira, que precisam e gostam de liquidez diária. A questão é conquistar uma grande parcela de investidores que não conhece este modelo e os seus pontos positivos. E, no cenário atual, ponto positivo é o que não falta para o Tesouro Direto.

Robson Queiroz é diretor-comercial da SLW Corretora de Valores

E-mail: robson@slw.com.br

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.
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