segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

FGTS facilitado para a casa própria

Jornal da Tarde
31/12/2007


A partir do dia 2, financiar imóvel com dinheiro do fundo passa a ter novas regras que beneficiam o candidato ao crédito


Em janeiro, passa a vigorar uma série de novidades no uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para crédito habitacional e também nas linhas de financiamento com recursos desse fundo, em que os juros são menores que no Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Duas das novidades contemplam o trabalhador que possui conta do FGTS.

A partir do dia 2, tem início o Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do FGTS (Pró-Cotista), que permite que, independentemente da renda, titulares de contas do FGTS há mais de três anos obtenham financiamento para compra de imóveis de até R$ 350 mil. Antes, apenas trabalhadores com renda familiar até R$ 4,9 mil tinham acesso à linha com recursos do FGTS.

A nova linha concorre com o SFH, que usa os recursos da poupança. A grande vantagem da linha do FGTS são os juros menores, de 8,66% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR), enquanto no SFH a taxa anual varia de 9% a 12% mais TR. A desvantagem é que há restrições no acesso.

A primeira exigência para se obter esse crédito é que o candidato tenha no mínimo três anos de trabalho sob o regime do FGTS. Na checagem do cumprimento dessa condição, segundo a Caixa Econômica Federal, são somadas todas as contas de FGTS do trabalhador. Caso ele tenha os três anos de conta, mas nenhuma delas esteja ativa, terá de comprovar saldo equivalente a 10% do valor do imóvel. O pretendente ao crédito também não poderá ter outro imóvel no mesmo município onde fará a aquisição nem financiamento pelo SFH.

A taxa de juros para quem contribui para o FGTS há mais de três anos será reduzida em 0,5 ponto porcentual a partir do dia 1º, mas só nos novos contratos. Assim, um empréstimo desse tipo concedido a quem não tiver conta vinculada ao FGTS custará 8,16% ao ano mais TR. O participante do FGTS pagará 7,66% mais TR. A medida se aplica a trabalhadores com renda mensal até R$ 4,9 mil.

O acesso aos financiamentos com recursos do FGTS também vai ficar mais fácil, porque além da Caixa, os bancos Itaú e Real vão oferecer empréstimos dessa linha. Bradesco e Santander também estudam oferecer a opção ao cliente. Além disso, haverá mais dinheiro do FGTS para habitação: o orçamento de R$ 5,4 bilhões foi reforçado com mais R$ 3 bilhões, somando R$ 8,4 bilhões em 2008.

Imóvel 166% mais caro

Jornal da Tarde
31/12/2007

'Boom’ imobiliário faz metro quadrado de lançamentos subir 38% além da inflação em dez anos

RODRIGO GALLO,
rodrigo.gallo@grupoestado.com.br

O valor do metro quadrado de imóveis residenciais novos na região metropolitana de São Paulo aumentou 166,03% em dez anos, ante uma alta de 92,74% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) - aumento real de cerca de 38%. Para quem já comprou uma casa ou apartamento, a valorização representa um aspecto positivo. Porém, para quem ainda sonha com a casa própria, isso significa pagar mais caro pelo imóvel.

Segundo dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), o metro quadrado residencial custava R$ 1.197 em 1997, em média. Em 2002, ultrapassou o patamar dos R$ 2 mil, mais precisamente R$ 2.139, o metro quadrado. No ano passado, o valor já havia subido para R$ 3.187 - sobretudo por conta do ‘boom’ que o mercado imobiliário vem passando nos últimos três anos.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) de São Paulo, José Augusto Viana Neto, a expansão do setor fez com que o preço do metro quadrado em alguns bairros, como a Freguesia do Ó (Zona Norte), subisse até 40% nos últimos três anos - superando o aumento real médio de 38% captado pelo levantamento da Embraesp desde 1997.

Ainda assim, Viana considera que bairros de todas as regiões da Cidade e da Grande São Paulo tiveram boa valorização nos últimos anos. Para comprovar isso, basta verificar que há lançamentos residenciais em quase todo o Estado - sejam casas ou apartamentos.

Mais crédito

Além das novas unidades, há também a influência do aumento da oferta de crédito imobiliário por parte dos bancos, que têm colocado mais dinheiro à disposição dos clientes, com juros mais baixos e prestações mais acessíveis.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), João Cláudio Robusti, a valorização real do mercado habitacional não é tão grande quanto parece. “Os 38% de crescimento no preço do metro quadrado dá menos de 4% ao mês*. Qualquer atividade empresarial ou financeira tem lucros acima disso”, afirmou.

Mesmo assim, Robusti disse que parte da alta nos preços se dá por conta da expansão do setor. Ele justifica que, por alguns anos, houve uma desvalorização nos imóveis e agora o mercado tem conseguido se recuperar.

A tendência é de que o custo do metro quadrado continue mesmo aumentando em São Paulo, pois o setor deve manter o nível de expansão em 2008.

Por outro lado, acredita-se que os bancos terão condições de baixar as taxas de juros dos financiamentos e lançar novos produtos voltados para os consumidores de menor renda.


*Comentário: O autor do texto não percebeu mais o presidente da Siduscon cometeu um equívoco. O correto seria 4% ao ano, não ao mês. Mas a conclusão dele está correta e de acordo com uma publicação deste blog. Ou seja, a valorização do imóvel nos últimos anos perdeu para vários investimentos, tanto bolsa de valores quanto títulos públicos.

domingo, 30 de dezembro de 2007

Preços de planos variam até 164%

Jornal da Tarde
30/12/2007

Pessoas com mais de 40 anos têm de ficar atentas aos preços dos convênios, além de observar também se a cobertura oferecida atende às suas necessidades

RODRIGO GALLO,
rodrigo.gallo@grupoestado.com.br

Manter um plano de saúde é algo que se torna muito caro principalmente para quem tem mais de 40 anos, quando os reajustes de mensalidade por faixa etária ficam mais pesados. O Jornal da Tarde consultou sete operadoras e constatou que, a partir dos 44 anos, a diferença nos preços pode chegar a 164% entre uma empresa e outra. Dessa maneira, para evitar um gasto elevado, as pessoas devem buscar opções de convênio que unam atendimento satisfatório com valores mais em conta.

É preciso avaliar, por exemplo, se as opções disponíveis no mercado realmente atendem às necessidades médicas da pessoa. Vale, assim, verificar a rede de hospitais, laboratórios e clínicas credenciadas, para com isso evitar problemas de atendimento no futuro. De acordo com o Procon, os consumidores devem inclusive visitar esses estabelecimentos em caso de dúvida.

Além disso, segundo informações da coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), Maria Inês Dolci, as pessoas interessadas em contratar um plano de saúde precisam analisar se as parcelas realmente são acessíveis. Um usuário com idade entre 54 e 58 anos encontra mensalidades de R$ 163 (Samcil) a R$ 430,36 (Blue Life), o que dá uma diferença de 164,02% (veja detalhes no quadro acima).

De qualquer forma, quem quiser pagar pouco tem no mercado o plano Ideal Enfermaria, da Samcil, cujas mensalidades custam a partir de R$ 117, para clientes com idades entre 44 e 48 anos. Se a pessoa tiver acima de 59, o valor já sobe para R$ 282 - uma diferença de 141%.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também faz um alerta importante: é essencial avaliar se o reajuste por faixa etária não ultrapassa o limite estabelecido pela legislação. De acordo com as regras vigentes, a diferença de preço da primeira para a última faixa não pode ultrapassar 500%.

Além do preço, outro motivo de preocupação para os idosos é a troca de convênio, que pode prejudicá-los. É o caso de Neisa Cavalcante, 79 anos, que foi cliente de uma empresa por 20 anos e, após a venda da companhia, passou a ter problemas. Logo que a nova administração assumiu, ela recebeu uma carta informando que não haveria o corte de nenhum benefício adquirido antes da mudança de controle da empresa.

No entanto, ela afirma que muitos médicos, clínicas e laboratórios foram descredenciados. “Moro na Zona Norte e agora só tem um lugar para ser atendida na região”, disse. “Só consigo mais atendimento na Vila Mariana (Zona Sul).” Há alguns dias, Neisa enfrentou outro problema. Ela precisava fazer um exame e descobriu que o convênio não cobriria e, com isso, seria obrigada a pagar R$ 300.

Contudo, ela recorreu à carta que havia recebido da administradora do plano de saúde e viu que o tratamento constava no rol de cobertura anteriormente garantido. “Liguei para a assistente social do plano de saúde e expliquei a situação e, assim, consegui não pagar pelo exame”, afirmou. “Mas fiquei chateada porque com o convênio antigo nunca tive nenhum problema”, completou a segurada.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Economia 'nos detalhes' pode reduzir despesa familiar pela metade

Cuidados com eletricidade e supermercado podem ser saídas para economizar.Segundo economista, família poderia gastar 50% menos se mudasse hábitos

http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL241870-9356,00.html

Rumo ao hexa

Valor Econômico
Por Angelo Pavini e Daniele Camba, de São Paulo
28/12/2007


Desta vez, parece que o hexa não escapa. Pelo menos para o Índice Bovespa, que pelas estimativas de várias corretoras e gestoras deve fechar 2008 em alta pelo sexto ano consecutivo. As projeções vão de goleadas, com o índice atingindo 85 mil pontos, até placares mais disputados, de 72 mil pontos. Por esses números, o investidor que comprasse a cesta de ações do índice ontem, a 63.774 pontos, poderia ganhar de 12,90% a 33,28%, para uma taxa de juros de 11,25% ao ano hoje. Nada mal para um índice que já subiu 465,97% desde 2003 até ontem, 43,40% só neste ano. Em dólar, a alta do Ibovespa atinge 1.031,66% em cinco anos.


Mas, por mais bem fundamentadas que sejam, essas estimativas - com base em projeções de crescimento do país acima de 4%, de aumento do lucro das empresas da ordem de 20% e de obtenção do grau de investimento de baixo risco - são apenas prognósticos para uma partida que ainda nem começou. Um atacante gordo ou um francês versátil com a cabeça sempre podem surgir no caminho do hexa. No caso atual, o jogador fora de forma é a economia dos Estados Unidos, que pode transformar em pó todas essas projeções caso descambe para uma recessão. Todos os analistas fazem essa ressalva, mas consideram mais provável que a economia americana terá um pouso suave, crescendo entre 1% e 2% em 2008. Mas, até que isso fique claro, mesmo os mais otimistas avisam que o mercado externo continuará sendo uma caixinha de surpresas e a volatilidade permanecerá forte.


A grande questão hoje é tentar dimensionar a desaceleração da economia dos EUA, diz Álvaro Bandeira, economista-chefe da corretora Ágora. "Quanto mais profunda e duradoura, pior para mercados acionários e para o Brasil", diz. Para ele, se a economia americana desacelerar para um crescimento de 1% ao ano "não escapa muita gente, nem a China". Por isso, o foco, especialmente no primeiro trimestre, estará nos EUA. "Mas nosso cenário é de a economia americana crescer 1,9% e, com isso, vamos ter o sexto ano consecutivo de alta na Bovespa."


Com desaceleração suave nos EUA, os emergentes seguram o crescimento global e as empresas brasileiras devem ter um crescimento dos lucros entre 20% e 25% em 2008, diz Marco Melo, analista chefe da Ágora. Com isso, devem também distribuir bons dividendos aos acionistas. As 63 ações do Ibovespa projetam um retorno em dividendos ("dividend yield") de 3,7% em 2008, muito acima da média de 2,1% pagos por 11 países emergentes acompanhados por Melo. Ele estima o Ibovespa em torno de 82 mil pontos, mas avisa que, por conta dos EUA, o sexto ano de alta não será tão tranqüilo. Mello destaca ainda o grande peso de Petrobras e Vale no Índice Bovespa, que deve chegar a 30% na nova carteira teórica válida para janeiro. Isso significa que o comportamento desses papéis será decisivo para o Ibovespa.


Até três meses atrás, apenas o cenário internacional preocupava, mas, a partir de então, o repique da inflação no Brasil também passou a incomodar. Mas, na visão do sócio da Mauá Investimentos, Mauro Cunha, se o repique da inflação não comprometer a estabilidade econômica de longo prazo, dificilmente haverá uma interrupção na rota positiva da Bovespa. "Subir juros pontualmente em 2008 é bem menos nocivo do que mexer com os alicerces da economia", diz.


O início do próximo ano é um dos mais incertos dos últimos anos por dúvidas tanto internacionais quanto locais, diz o chefe da área de renda variável da Fundação Cesp, Paulo de Sá Pereira. Apesar do baixo crescimento americano e europeu, os mercados emergentes devem continuar crescendo, o que irá se refletir positivamente nos lucros das empresas desses países. No Brasil, o aumento do lucro deve ficar entre 15% e 20%. "O crescimento doméstico e a obtenção do grau de investimento serão os grandes atrativos para a bolsa."


O cenário para a bolsa deve começar a melhorar no fim do segundo trimestre, quando o estresse em torno da economia americana diminuir, diz Vladimir Pinto, estrategista da Unibanco Corretora. Ele trabalha com um Ibovespa em 78 mil pontos em 2008 e vê como oportunidade ações de bancos, Petrobras e papel e celulose.


Se a inflação aqui se comportar e juro voltar a cair e os EUA não forem para uma recessão, o Ibovespa poderia caminhar para 90 mil pontos, arrisca Daniel Gorayeb, analista de investimento da Corretora Spinelli. "Mas esta não é nossa hipótese principal", diz ele, que trabalha com uma expectativa de alta de até 30% para o Ibovespa, o que significaria um índice em torno de 85 mil pontos. Já para Ronaldo Patah da Unibanco Asset Management (UAM), a bolsa pode ficar parada no primeiro semestre, mas retomará a alta para 80 mil pontos. Vale e Petrobras já subiram bastante e serão, portando, mais vulneráveis no primeiro semestre, alerta.


O Brasil está em um ciclo de crescimento sustentável que favorece o mercado acionário, diz Pedro Galdi, analista da corretora do Banco Real. Esse crescimento deve beneficiar as empresas voltadas para o mercado interno, que representam 57% do Ibovespa. "Podemos ter alguns momentos de preocupação, mas o cenário econômico para a América Latina é muito bom para 2008", diz.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Maioria dos multimercados perde do CDI no 2º semestre

Valor Econômico
Por Angelo Pavini, de São Paulo
27/12/2007


Olhar a rentabilidade passada não é garantia de ganhos futuros. A máxima, obrigatoriamente estampada em todos os fundos de investimento, provou-se verdadeira para os multimercados neste ano, que foram do paraíso no primeiro trimestre ao inferno no segundo por conta do aumento da turbulência. Estudo do site Fortuna com 232 fundos mostrou que apenas 48, ou 21% do total, conseguiram manter o ganho acima do juro interbancário CDI no primeiro e no segundo semestre. A maioria, 155, ou 67%, superaram o CDI no primeiro semestre, e ficaram abaixo dele no segundo. E há ainda outros 24, ou 20% do total, que perderam tanto no primeiro quando no segundo semestre para o CDI. Cinco fundos estavam na ponta contrária do mercado, e perderam no primeiro trimestre, mas ganharam do CDI no segundo.


Com base nesses números, a recomendação para o investidor é selecionar ainda mais os gestores, afirma Marcelo D'Agosto, sócio do Fortuna. O cenário de instabilidade previsto para 2008, pelo menos no início do ano, exigirá maior perícia dos gestores. E o desempenho de 2007 já poderá servir de base para essa escolha.


D'Agosto espera que a diversificação dos investidores continue no ano que vem. Em 2007, os multimercados lideraram a captação, com R$ 36,5 bilhões. Mas os principais investidores desses fundos tender a ser os de alta renda. "Em 2008, devemos continuar vendo diversificação em multimercados de grandes investidores", afirma ele. "No varejo, o mais provável é uma combinação de fundos de renda fixa com taxas de administração menores e fundos de ações mais diversificados."


Em 2008, os gestores dos multimercados devem ficar mais cautelosos, afirma Roseli Machado, responsável pela Fator Asset Management (FAR). "Muitos fundos hedge mais agressivos perderam dinheiro no segundo semestre e devem reduzir a exposição ao risco", diz. Mesmo assim, a migração da renda fixa para variável vai continuar.


A tendência é de os fundos de renda fixa e os mais conservadores DIs continuarem perdendo importância, enquanto crescem os multimercados, ações e previdência, afirma Gustavo Franco, presidente do Conselho de Administração da Rio Bravo. Franco hoje responde pela área de renda fixa e multimercados da gestora. "Considerando os últimos cinco anos, os fundos de ações cresceram bastante, já representam uma parcela expressiva, de 12%, de um setor de fundos com mais de R$ 1,1 trilhão, assim como os de previdência aberta, com 8%", diz ele. "Tem muita coisa acontecendo de novo no setor e mesmo outros ativos alternativos, como os fundos de participação (private equity), fundos imobiliários e de recebíveis devem se destacar."


Por conta dessa tendência, afirma Franco, a Rio Bravo está estruturando uma família de multimercados. "O cliente está tentando se adaptar a um ambiente de juros menores, prazos mais longos, hoje não dá para ganhar um CDI inteiro e ainda ter liquidez diária", afirma.

O ano dos fundos de ações

Valor Econômico
Por Angelo Pavini, de São Paulo
27/12/2007


Os investidores que aplicaram em fundos de ações têm muito mais a comemorar neste fim de ano. Especialmente os de carteiras Petrobras e Vale, que ganharam mais de 80%. E, se as projeções dos analistas de bolsa para o ano que vem se confirmarem, é bom reservar o champanhe extra pois a festa deve se prolongar em 2008, não com o mesmo ímpeto, mas ainda acima da renda fixa. Por isso, a expectativa é de que o movimento de diversificação, que se consolidou ao longo de 2007, com a sangria nos fundos de renda fixa e DI e a forte captação dos multimercados e ações, continue no próximo.


A explicação para a forte captação dos fundos de ações, mais de R$ 22 bilhões neste ano, está na rentabilidade muito superior à dos fundos de renda fixa. Enquanto a média das carteiras de ações (incluindo aí as de Vale e Petrobras abertas para aplicações) estava em 41,96%, os renda fixa acumulavam 11,75% e os DI, 11,38%, segundo dados do site Fortuna. "A diferença entre os fundos de ações e DI e renda fixa é a maior desde 2003, ano da grande recuperação da bolsa", afirma Marcelo D'Agosto, sócio do Fortuna. Se for considerado o ganho dos fundos Vale, de 84,20% até dia 21, e Petrobras, de 83,38%, a comparação vira covardia. Em 2003, o ganho médio dos fundos de ações foi de 76%, para 24,5% dos DIs e renda fixa.


Além disso, DIs e renda fixa tiveram este ano uma das menores rentabilidades da história, acompanhando a queda dos juros. Os 24,5% de 2003, por exemplo, ainda eram um ganho que atraía o investidor, lembra D'Agosto. "E com a queda dos juros, muitos fundos renda fixa e DI de varejo passaram a render menos que a poupança por conta das taxas de administração cobradas pelos gestores e pelo imposto de renda", completa.


D'Agosto cita um estudo feito pelo Fortuna apenas com essas carteiras de varejo. No ano, os DIs e renda fixa para pequenos investidores tiveram um resgate líquido de R$ 35 bilhões, encerrando o dia 22 com um patrimônio total de R$ 213 bilhões. Considerando os números gerais das duas carteiras, que somados equivalem a resgates líquidos de R$ 24 bilhões no ano, isso significa que os grandes investidores e empresas compensaram em parte os saques do varejo com aplicações líquidas de cerca de R$ 11 bilhões.


"Tivemos muitas ofertas públicas de ações neste ano e grande parte do dinheiro arrecadado pelas empresas e pelos sócios foi aplicada em fundos exclusivos de renda fixa", afirma D'Agosto. Parte do dinheiro do varejo que deixou a renda fixa, acredita ele, distribuiu-se entre fundos de ações e caderneta de poupança. "Muitos fundos de varejo DI já estão rendendo menos que as cadernetas", afirma D'Agosto.


Isso explica também a grande procura por fundos Vale e Petrobras, uma vez que as carteiras acabam atraindo os investidores de varejo por sua rentabilidade passada e por serem mais simples de entender. No ano, os fundos da Vale abertos para captação acumulam depósitos líquidos de R$ 5,3 bilhões e os da Petrobras, R$ 1,7 bilhão. "É um número expressivo mesmo considerando a captação total dos fundos neste ano, de R$ 76 bilhões, incluindo os exclusivos que não informam ao mercado", afirma D'Agosto.


Para 2008, a expectativa é de que os fundos Petrobras e Vale não repitam o mesmo desempenho deste ano, apesar das projeções dos analistas seguirem otimistas. O mais provável, acredita D'Agosto, é que o investidor procure diversificar um pouco o risco. "Podemos ver gente sacando de fundos Petrobras e Vale e aplicando em fundos ativos ou nos fundos PIBB do BNDES, que reproduzem a carteira do Índice Brasil (IBrX-50)", diz.


Nos fundos de renda fixa e DI, D'Agosto diz que o cenário vai depender de os bancos oferecerem para o varejo opções mais rentáveis, com peso menor de taxas de administração. "Da forma como estão hoje, rendendo menos que a poupança, esses fundos vão continuar diminuindo", diz. Já no segmento de atacado, muitas empresas e pessoas que aplicaram os recursos das ofertas públicas podem encontrar oportunidades de investimento, o que levaria a saques das carteiras exclusivas.


A tendência de diversificação e aplicação em fundos de ações e multimercados pode ter uma pausa no primeiro trimestre, por conta das incertezas com o cenário externo e a turbulência do mercado local e internacional, afirma Roseli Machado, responsável pela Fator Administração de Recursos (FAR). Mas a expectativa para Petrobras e Vale continua boa. "O petróleo tende a ficar próximo dos US$ 100 o barril e o preço do minério continua pressionado, com expectativa de alta não só em 2008 como nos anos seguintes", afirma. A turbulência também favorece Petrobras e Vale pois são papéis mais líquidos, preferidos pelos estrangeiros, pois podem ser vendidos com maior facilidade.


Até março, vai ser possível ver com mais clareza o impacto da crise das hipotecas de alto risco (subprime) nos bancos e na economia americana e se vai haver recessão nos Estados Unidos. Apesar disso, Roseli trabalha com um cenário positivo, com o Ibovespa atingindo 82 mil pontos, um ganho de 30% que deve se consolidar no segundo semestre.


Vale deve continuar com bom desempenho em 2008 e nos próximos anos, com demanda crescente da China e outros emergentes, diz Pedro Galdi, analista da corretora do Banco Real. "Não dá para prever 80% como neste ano, mas 35% a 50% já é um nível bom", diz. Quanto a Petrobras, Galdi se diz cético no curto prazo pelas dificuldades da empresa em atingir as metas de produção. "Mas Petrobras é Petrobras e, no longo prazo, achamos que tem mais coisas para ser anunciadas, a exemplo do campo de Tupi." Galdi trabalha com uma projeção para o Ibovespa em 2008 de 73 mil pontos. "Mas estamos revisando esse número para cima."

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Últimos gastos para abater no IR

O Estado de São Paulo
26/12/2007

Até dia 31, compra de plano de previdência e pagamento de despesas médicas poderão ser deduzidos na declaração

Rosangela Dolis

O contribuinte tem só esta semana para tomar algumas providências que podem reduzir o Imposto de Renda da declaração a ser entregue em abril. Entre as opções está a compra de um plano de previdência privada e a antecipação do pagamento de despesas dedutíveis, como as médicas, até dia 31.
Em previdência, a opção PGBL permite deduzir as contribuições em até 12% da renda tributável na declaração no modelo completo. “Para quem usa o simplificado, em que não há essa dedução, o plano indicado é o VGBL”, diz Marco Barros, superintendente da Brasilprev.

É que no PGBL o imposto recai sobre o total (capital e rendimento) e só não é excessivo ante o de outras aplicações porque a dedução dos depósitos gera economia na declaração. No VGBL, o imposto recai sobre o rendimento. Quem faz um PGBL, mas não usa o modelo completo, paga imposto maior do que se optasse pelo VGBL. Mesmo quem declara pelo modelo completo precisa ficar atento para não ter desvantagem no PGBL. “Se o total destinado ao plano ultrapassar 12% da renda, a opção é dividir os recursos, ficando o equivalente a até 12% no PGBL e o restante no VGBL”, diz o atuário Newton Conde, professor da USP e diretor da Conde Consultoria.

Mas não adianta aplicar para reduzir o imposto anual e sacar no curto prazo. “O ganho será anulado com imposto maior no resgate”, alerta o consultor Reinaldo Domingos. É que o imposto no resgate antes de dois anos chega a 35%. “Investimento em previdência tem de ser por pelo menos 10 anos.”


1) Devo fazer um plano de previdência privada?

Quem é disciplinado e tem bom conhecimento do mercado financeiro pode fazer sozinho aplicações com o objetivo de retirar uma renda no futuro. Mas, dizem especialistas, não é esse o caso da maioria das pessoas. Assim, os fundos de previdência privada, que são administrados tendo em vista o longo prazo, podem ser bom mecanismo para formar uma poupança que vai gerar uma renda mensal no futuro.

2) Como calculo o valor que precisarei receber para manter o padrão de vida?

É preciso projetar despesas e receitas no futuro. Em geral, caem as despesas com educação e com moradia e crescem as despesas com saúde , por exemplo. É preciso também projetar receitas, ou seja, com quanto se poderá contar a título de aposentadoria oficial, aluguel, rendimentos de aplicações. O que faltar poderá ser buscado por meio de um plano de previdência privada.

3) Quanto devo poupar?

Isso depende de vários aspectos. Da renda mensal pretendida: quanto maior o valor, maior a contribuição agora. Do tempo de formação da poupança: quanto maior, menor o valor a poupar todo mês. Seu perfil de investidor: há de aplicações mais conservadoras a agressivas. Essas podem render mais e permitir aplicar valor menor para atingir o objetivo De outras rendas: aluguéis e aposentadoria oficial reduzem a dependência de previdência privada.

4) Que opções de previdência privada há no mercado e qual a diferença entre elas?

Basicamente, os planos estão concentrados em PGBL e VGBL e a diferença está na forma de cobrança do Imposto de Renda. A vantagem do PGBL é que na fase de poupança se pode abater contribuições na declaração do IR até 12% da renda bruta já no ano seguinte. A desvantagem do é que na fase de saques, a tributação recai sobre o capital acumulado mais o rendimento, enquanto no VGBL apenas sobre o rendimento.

5) Qual o melhor para mim?

Depende da forma como você faz a declaração do IR: Se for o modelo completo e o total das contribuições é de até 12% da sua renda, o PGBL é mais interessante, porque permite o abatimento integral das contribuições. Se as contribuições superam 12%, a sobra pode ser destinada a um VGBL Na simplificada não vai poder abater as contribuições e o VGBL é mais indicado e o desconto-padrão substitui todos os abatimentos legais.

6) Quais são as alíquotas do Imposto de Renda no resgate?

Progressiva (utilizada no cálculo do IR sobre salário): o valor do resgate fica isento até a faixa de R$ 1.313,69, e depois as alíquotas são de 15% e 27,5%. A opção pode ser alterada para regressiva. Regressiva: quanto maior o tempo da aplicação menor a alíquota; a maior, de 35%, é para prazo de até 2 anos; a menor, de 10%, prazo acima de dez anos. Essa opção não pode ser alterada.

7) Como decido entre tabela progressiva e regressiva?

A progressiva é mais favorável se o resgate mensal tiver valor baixo, isento pela tabela (hoje, até R$ 1.313,69). A regressiva é indicada quando o resgate é mais alto e o prazo da aplicação supera seis anos. No momento do resgate, o imposto no PGBL será maior que no VGBL, porque recai sobre o valor total, mas a orientação aqui considera a economia de imposto feita com o abatimento de contribuições ao PGBL durante anos.

8) Após a aplicação, existe carência para fazer resgate?

Sim, de 6 a 12 meses, no mercado. Mas, se sacar logo, o investidor vai pagar tributação bem maior que em outras aplicações. Na previdência privada o imposto chega a 35% do rendimento em saque em prazo inferior a dois anos. Na caderneta, não haveria imposto; num fundo de investimento de renda fixa, o imposto seria de 15% a 20%. Por isso, convém aplicar na previdência privada somente por prazo acima de dez anos.

9) Que taxas são cobradas nos fundos de previdência privada?

A taxa carregamento, de até 5%, sobre cada depósito. A previdência privada não é afetada pelo “come cotas”, como os fundos de renda fixa normais - por esse mecanismo, a cada seis meses, o banco antecipa a cobrança de 15% de imposto, o que reduz o valor aplicado e afeta o rendimento. A taxa de administração anual (de até 4%) , cobrada tanto na previdência privada como nos fundos de investimento normais.

10) Que opções de resgate tenho no futuro?

Benefício vitalício: o total acumulado é distribuído mensalmente de acordo com a expectativa de vida no momento da aposentadoria. Eventual sobra de saldo por morte retorna para o plano, e não para herdeiros Resgate programado: o beneficiário pode programar saques na periodicidade que desejar Resgate total: o beneficiário pode sacar todos os recursos de uma só vez


terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Janeiro é momento de risco

Jonal da Tarde
25/12/2007

IPTU, IPVA, seguros e gastos com escola pressionam o orçamento das famílias. Prepare-se

FABRÍCIO DE CASTRO, fabricio.castro@grupoestado.com.br


Falta uma semana para a chegada de 2008 e para o início de uma das fases mais perigosas do ano: a das despesas extras. Quem não estiver preparado para os gastos com Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), seguro do carro, Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e matrículas escolares pode ficar endividado pelo resto do ano.

Dependendo do padrão de vida da família, do número de carros e de filhos na escola, as despesas de janeiro aumentam até 100%. “É por isso que o mais indicado é utilizar de forma racional o 13º salário”, defende a economista Paula Meyer, do Centro Universitário Nove de Julho (Uninove).

O problema é que, com o Natal, o desejo de consumir aumenta e nem sempre sobra dinheiro. A solução passa a ser o empréstimo em bancos que, muitas vezes, oferecem linhas específicas para o IPTU, o IPVA e o material escolar. “Não aconselho a família a tirar dinheiro do cartão de crédito ou do cheque especial, porque os juros são altíssimos”, alerta Paula.

Embora algumas despesas sejam inadiáveis, como a matrícula do filho na escola ou a renovação do seguro do carro, é possível remanejar as contas e diminuir a pressão sobre o orçamento. O consultor Sérgio Nardi lembra que, em São Paulo, o IPVA pode ser dividido em três vezes, enquanto o IPTU é pago em até dez meses. “Se você tiver que escolher, pague o IPVA e parcele o IPTU. Assim você divide a dívida em mais vezes”, afirma. “Recorra aos bancos no último caso.”

Para Nardi, a tranqüilidade da família em janeiro depende de planejamento. “A maioria das pessoas nem sabe quais são as despesas fixas da casa”, afirma. “E o básico do planejamento financeiro é uma conta de mais e de menos: o que entra e o que sai.”

A família deve, segundo os especialistas, monitorar os gastos e reservar uma parcela da renda. “Se sobrar dinheiro em caixa, ele ainda não é para o consumo. Você precisa ter certeza de que não terá que pagar contas”, diz Nardi.

A situação ideal é a da psicóloga Maria Eliane Bezerra Coelho, de 35 anos. Precavida, ela guarda dinheiro no mês de julho para gastar no começo do ano seguinte. “Tiro férias em julho e recebo a primeira parcela do 13º antecipadamente. Pego o dinheiro e aplico”, conta.

Com despesas mensais de R$ 3 mil, Maria Eliane vê as contas saltarem para R$ 5 mil em janeiro por causa do IPVA, da renovação do seguro do carro, da matrícula do filho de sete anos na escola e da compra de material escolar - um aumento de 67% nas despesas. “Se não reservar dinheiro em julho, acabo ficando louca.”

No caso de Maria Eliane, a matrícula do filho e o material escolar não pressionam tanto o orçamento, mas os livros didáticos são caros. “Compro sempre diretamente da editora para conseguir descontos maiores”, afirma.

Além de ficar tranqüila no início de ano, Maria Eliane faz questão de viajar. Com o planejamento, sobra dinheiro para isso.

Para grande parte das famílias, um dos maiores vilões é a matrícula em colégios particulares. Até a metade de dezembro as escolas divulgam os novos valores, já que são obrigadas a anunciar os reajustes pelo menos 45 dias antes do início das aulas. “Geralmente, o aumento fica acima da inflação”, confirma José Augusto Lourenço, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp). “Pelo que vimos este ano, eles variam de 5,5% a 11,5%.”

Lourenço explica que os preços levam em conta a inflação acumulada no período, o índice de inadimplência do setor (em São Paulo, ele chega a 15% em outubro) e a proposta pedagógica (estrutura e salários). “Como o aumento ocorre uma vez por ano, nós precisamos ter uma bola de cristal para prever tudo o que vai acontecer nos próximos meses”, justifica.

Se o valor parecer salgado, a família deve pedir desconto. “Não é comum que os pais recebam descontos, mas a família pode tentar”, diz Lourenço.

A jornalista Silvana Deolinda, de 28 anos, conseguiu bons resultados ao negociar com a escola da sobrinha, Iasmim Sampaio, de 9 anos.

A escola oferecia desconto de 20% na matrícula e nas mensalidades da primeira série, desde que os pagamentos ocorressem antes do dia 5 de cada mês. Como Iasmim passou para a terceira série, o índice caiu para 10%. “Mas eu briguei pelos 20%”, diz Silvana. “Não consegui tudo o que queria, mas me deram 15%.”

A matrícula de Iasmim e as mensalidades caíram de R$ 270 para R$ 229,50. “São R$ 40,50 a menos que fazem a diferença todo mês”, garante Silvana. “Sempre fui de brigar por descontos”, orgulha-se.

OS GASTOS E IMPOSTOS QUE VÃO PESAR NO BOLSO DA FAMÍLIA

IPTU - A Prefeitura de São Paulo divulgou na última semana as regras para o pagamento do imposto. Quem pagar o imposto em parcela única terá desconto de 6%. O contribuinte também poderá dividir o imposto em dez parcelas (de fevereiro a novembro), desde que a parcela mínima seja de R$ 50. Já o índice de reajuste será de 4%, menor que a inflação de 4,19% registrada desde o último aumento pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O
reajuste de 4% incide sobre o valor venal do imóvel, que é definido pela Prefeitura com base na localização do imóvel, na valorização da área e na infra-estrutura disponível. Em São

Paulo, a média de inadimplência do IPTU é de 3%. Cerca de 25% dos contribuintes pagam à vista. Em 2008, as contas de IPTU começam a vencer em 1º de fevereiro. Quem não receber o carnê até dez dias antes do vencimento deve pedir segunda via.

IPVA - A tabela que serve de base para o cálculo do imposto está disponível no site www.fazenda.sp.gov.br. Nela, estão os valores venais dos veículos no mês de setembro, que serve de base para o cálculo do imposto. O valor venal dos veículos é calculado pela

Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que considera o preço médio dos automóveis no mês. Este ano, de acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado, houve uma redução média de 1,48% no valor venal, por conta da maior oferta de veículos usados. Proprietários de veículos de passeio pagam o equivalente a 4% do valor venal do veículo.

Contribuintes que quitarem o imposto em parcela única terão desconto de 3%. O valor pode ser parcelado em até três vezes. As datas de vencimento da primeira parcela e da parcela única vão de 9 a 22 de janeiro, dependendo do número da placa do carro. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone 0800-170110

Matrículas escolares - Os valores devem ser definidos até 45 dias antes do início das aulas. O preço é livre nos colégios particulares, mas ficam
congelados durante 12 meses. Este ano, houve uma tendência de aumentos maiores em escolas de educação infantil e de ensino fundamental, de acordo com o sindicato do setor. Um dos fatores para a definição de preços é a inadimplência: historicamente, em outubro ela chega a 15% no Estado. Como as escolas são proibidas de fazer vários aumentos, elas geralmente trabalham com margens altas. Em caso de inadimplência, no entanto, elas não podem
interromper o serviço prestado

Material escolar - O Procon-SP divulga todos os anos, em janeiro, uma lista de preços cobrados em papelarias de São Paulo. Além de comparar os valores,o consumidor deve verificar na escola se todos os materiais pedidos serão realmente usados

sábado, 22 de dezembro de 2007

Mais dinheiro para o penhor

Jornal da Tarde
22/07/2007


Modalidade de empréstimo a juros baixos terá pelo menos R$ 5,4 bilhões em 2008

MARCOS BURGHI,
marcos.burghi@grupoestado.com.br

A Caixa Econômica Federal reservou R$ 5,4 bilhões para empréstimos nas modalidades penhor e micropenhor em 2008. A afirmação é de Fábio Lenza, vice-presidente de Pessoa Física da instituição. Segundo ele, o valor é 12,5% maior que o total de créditos concedidos em 2007, que deve fechar em R$ 4,9 bilhões. No Estado de São Paulo, Lenza estima que o volume de empréstimos chegue R$ 1,2 bilhão, dos quais R$ 24 milhões, 2% do total, na Capital.

Na modalidade penhor, o empréstimo pode ser de até R$ 300, com juros de 2,08% ao mês ou, para valores acima de R$ 300, com juros de 2,85% ao mês.

No micropenhor, a linha é exclusiva a pessoas que não possuem saldo médio em conta corrente ou aplicação financeira acima de R$ 3 mil na Caixa ou acima de R$ 1 mil em outros bancos. O empréstimo é de no máximo R$ 1 mil e os juros são de 1,80% ao mês. Os prazos variam de um mínimo de 30 e máximo de 180 dias.

O interessado deve ir às agências da Caixa levando o bem a ser penhorado - jóias de ouro e prata, relógios e canetas com valor financeiro - além de documento de identidade, CPF e comprovante de endereço. As peças são analisadas na hora, e o cliente pega empréstimos de até 80% do valor de avaliação.

Lenza informou que atualmente há 417 agências da Caixa no País que oferecem o serviço, e outras 30 serão incluídas no grupo em 2008, três na cidade de São Paulo, que passará a contar com 33 agências nas quais a modalidade é oferecida. Para saber quais são, basta dirigir-se a qualquer agência da Caixa ou acessar o site www.caixa.gov.br.

As taxas do penhor estão abaixo das médias de outros gêneros de crédito pessoal apontados na pesquisa de juros de novembro da Associação Nacional dos Executivos de Administração e Finanças (Anefac). De acordo com o levantamento, um empréstimo em financeira tem uma taxa mensal de 11,34%, o cheque especial tem porcentual médio de 7,77% e os empréstimos em bancos ficam em 5,35% ao mês.

A assistente social Marli Taveira, de 45 anos, diz que utiliza o penhor há mais de dez anos. Costuma recorrer ao empréstimo para pagar dívidas. “É uma forma de conseguir crédito sem burocracia”, afirma.

Ela informa que não recorre a jóias de família, prefere empenhar itens pessoais. Recentemente, fez um empréstimo de R$ 300.

Na opinião da atendente de enfermagem Antonia Santos, de 62 anos, o penhor ajuda em “momentos de aperto”. Aposentada, com uma renda mensal de R$ 380, ela diz que utiliza os serviços de penhor há pelo menos cinco anos. “Sempre que preciso trago alguma jóia e faço o empréstimo, às vezes para pagar dívidas, mas também para conseguir um dinheiro extra”, afirma.

A doceira Valmíria Santos, de 45 anos, busca no penhor uma forma de proteger suas jóias, que tem receio de guardar em casa. cliente do penhor há cerca de dez anos, ela diz que, além de proteger o patrimônio, consegue dinheiro que investe no trabalho. “Há dois anos, fiz um empréstimo de R$ 1 mil, que tenho renovado”, fala.

Segundo Fábio Lenza, os empréstimos, que têm valor médio de R$ 600, devem totalizar cerca de 416 mil operações até o final de 2007, volume quase 12% maior que o registrado em 2006, 372 mil operações. De acordo com Lenza, embora outras formas de crédito tenham ganho espaço no mercado, esta modalidade não perderá espaço.

Ele afirma que quem não tem renda formal, mas pode lançar mão de uma jóia ou outro objeto de valor, tem condições de obter crédito na hora.

COMO FUNCIONAM OS EMPRÉSTIMOS

PENHOR

Empréstimos de até R$ 300, com juros de 2,08% ao mês ou acima, com juros de 2,85% ao mês

MICROPENHOR

Linha exclusiva a pessoas que não possuem saldo médio em
conta corrente ou aplicação financeira acima de R$ 3 mil na Caixa ou superior a R$ 1 mil em outros bancos. O empréstimo é limitado a R$ 1 mil e os juros são de 1,80% ao mês; os prazos para ambos os casos variam de 30 a 180 dias

As taxas do penhor estão abaixo das médias de outros gêneros de crédito pessoal apontados na pesquisa de juros de novembro da Associação Nacional dos Executivos de Administração e Finanças (Anefac). Um empréstimo em financeira tem uma taxa mensal de 11,34%, o cheque especial tem porcentual médio de 7,77% e os empréstimos em bancos ficam em 5,35% ao mês.

Internet se torna a terra dos serviços e produtos grátis

O Estado de São Paulo
22/12/2007

Amparados pela receita com publicidade, sites oferecem de livros eletrônicos a mapas e planilhas

Renato Cruz

A internet está se tornando a terra dos produtos e serviços gratuitos. Para isso, os sites adotam um modelo que é comum na mídia tradicional, em que a gratuidade é sustentada pela venda de espaço publicitário. O avanço tecnológico tem aumentado a capacidade das redes de banda larga, ao mesmo tempo que baixa custos de armazenamento e processamento.

A rede permitiu também que pessoas de todo o mundo colaborassem em projetos coletivos, como a Wikipédia ou o próprio sistema operacional Linux. Também ajudou a tornar mais direta a relação entre artistas e o seu público, que passaram a oferecer sua produção pela rede, muitas vezes com novos tipos de licenças de direito autoral, como o Creative Commons. Sites como YouTube, MySpace e WordPress apagam a divisão entre audiência e autores, permitindo a todos se tornarem produtores de conteúdo.

“O modelo de venda de assinaturas já não faz mais sentido”, disse Alexandre Hohagen, diretor-geral do Google Brasil, acrescentando também que, ao optar pela venda de anúncios, as empresas de tecnologia miram um mercado muito maior que o de licenças de software. No ano passado, o mercado publicitário brasileiro movimentou R$ 17,44 bilhões, segundo o Projeto Inter-Meios. Foi duas vezes e meia maior que o de software, que ficou em R$ 6,97 bilhões, excluindo serviços (número da Associação Brasileira das Empresas de Software). Apesar de os anúncios na internet ainda representarem uma parcela pequena do total das receitas publicitárias - em 2006, foram vendidos R$ 361 milhões em anúncios para a internet no País -, esse é o segmento que mais cresce.

Chris Anderson, autor do livro A Cauda Longa, escreveu na edição especial anual da Economist que 2008 será “o ano do gratuito”. Segundo ele, o modelo dominante atualmente na internet é fazer dinheiro com coisas de graça. Uma parte das empresas imita a estratégia da mídia tradicional, de vender audiência para os anunciantes.

Outra parte segue o que ele chamou de modelo de amostra grátis: “É tão barato oferecer serviços digitais online que não importa se 99% de seus clientes usam a versão grátis de seus serviços, contanto que 1% paguem pela ‘versão premium’. Afinal, 1% de um número grande pode ser também um número grande.”

É possível conseguir livros eletrônicos de graça na internet, em sites como a Biblioteca Virtual do Estudante de Língua Portuguesa e o Projeto Gutenberg. O Apontador e o Google Maps permitem encontrar endereços e traçar rotas. O Skype faz chamadas gratuitas na internet, até mesmo com vídeo. O Joost possibilita criar uma grade personalizada de televisão via rede mundial. O BrOffice oferece uma alternativa ao Microsoft Office, e pode ser baixado de graça pela internet. No Google Docs, não é necessário nem baixar o software: o internauta faz seus textos e suas planilhas direto no navegador de internet.

Mundialmente, existem 1,2 bilhão de usuários de internet. No Brasil, são 40 milhões. Pode parecer pouco, mas a internet brasileira já é maior do que era a internet mundial em 1996. “A internet brasileira incluiu de 6 milhões a 8 milhões de usuários em 2007”, apontou Hohagen.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Tesouro Direto chega a 100 mil investidores

http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL234783-9356,00-TESOURO+DIRETO+CHEGA+A+MIL+INVESTIDORES.html

Houve uma vez um 'Plano Verão'

Jornal da Tarde
20/12/2007


2008 é o último ano para se entrar com ação para reaver perdas com o Plano Verão, de 1989


Em janeiro de 1989, duas questões mobilizavam a opinião pública brasileira: na novela da TV Globo O Salvador da Pátria, o deputado federal Severo Toledo Blanco (Francisco Cuoco) tentava salvar sua carreira política com artimanhas para esconder a todo custo o seu adultério com a jovem Marlene (Tássia Camargo), envolvendo o lavrador Sassá Mutema (Lima Duarte); e, na ‘vida real’, o então ministro da Fazenda do Governo José Sarney, Maílson da Nóbrega, desembrulhava o Plano Verão, com um decreto-lei que modificava o índice de rendimento das cadernetas de poupança, aliado a um congelamento dos preços e salários, a criação de uma nova moeda - o Cruzado Novo - e a extinção da correção monetária, o que gerou desajustes às cadernetas, com perdas que chegaram a mais de 20%.

Quase 20 anos depois, na vida real, um senador tenta limpar a sujeira provocada pela descoberta de seu caso de adultério com uma jornalista e outras falcatruas. E também pode chegar ao fim a novela dos efeitos nocivos daquele plano econômico nas suas finanças - se você tinha dinheiro em caderneta de poupança naquele período -, pois encerra-se em 31 de dezembro de 2008 o prazo para entrar com ação na Justiça e reaver as perdas com o Plano Verão.

E não seria uma mão-de-obra à toa. Segundo cálculos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec, quem tinha Cz$ 1 mil (mil cruzados) na poupança naquele período pode ter algo em torno de R$ 25 mil para receber, considerando-se a correção da época. Têm direito a entrar com ação aqueles que tinham cadernetas entre janeiro e fevereiro de 1989 com data de ‘aniversário’ entre os dias 1º e 15 de cada mês.

A ação pode ser feita nos juizados especiais Civil (JEC) ou Federal (JEF) - nesse último, se as perdas foram com cadernetas de poupança da Caixa Econômica Federal. Nos juizados, a resolução do caso ocorre, em média, de quatro a seis meses, podendo ser agilizada por meio de juizados-escola .


ONDE IR À JUSTIÇA

CENTRO

Anexo I - FMU, Rua Taguá, 106, telefone 3208-5765, de segunda a sexta, das 13h às 19h

Anexo II - Mackenzie, Rua da Consolação, 993, 3256-6334, segunda a sexta, das 13h às 19h

Anexo III - São Judas, Rua Marcial, 115, 6099-1954, segunda a sexta, das 13h às 19h

Anexo IV - Unib, Alameda dos Maracatins, 1.093, 5096-3465, segunda a sexta, das 13h às 19h

Anexo V - Faap, Rua Itápolis, 389, 3662-7556, segunda a sexta, das 13h às 19h

Anexo VI - Fadisp, Avenida Rebouças, 1.384, 3085-6706, segunda a sexta, das 12h às 19h

Anexo VII - PUC, Rua João Ramalho, 295, 3675-5438, segunda a sexta, das 13h às 19h

IPIRANGA

Anexo Universidade São Marcos, Rua Gama Lobo, 465, 6163-4670, segunda a sexta, das 9h às 17h

ITAQUERA/GUAIANASES

Anexo Unicastelo, Rua Heitor, 229, 6944-0699, segunda a sexta, das 9h às 17h

LAPA

Anexo Unip, Avenida Santa Marina, 950, 3613-7033, segunda a sexta, das 13h às 19h

SANTANA

Anexo Uniban, Rua Maria Cândida, 1.813, 6967-9030, segunda a sexta, das 13h às 18h

SANTO AMARO

Anexo I - Unisa, Rua Com. Elias Zarzur, 75, 2141-8958, segunda a sexta, das 12h às 18h

Anexo II - Unip, Rua da Paz, 769, 5181-1949, segunda a sexta, das 12h às 18h

TATUAPÉ

Anexo Unicid, Rua Melo Peixoto, 1.243, 2178-1379, segunda a sexta, das 9h às 16h

O leão, o bolso e a previdência

Valor Econômico
Por Danilo Fariello, de São Paulo
20/12/2007



Termina dia 28 o prazo para trabalhadores com carteira assinada que declaram pelo formulário completo investirem em planos de previdência privada e abaterem a aplicação do imposto referente à renda de 2007. Quem tem renda anual de R$ 100 mil pode reduzir em até R$ 3,3 mil o valor a ser pago no próximo ano à Receita Federal. O drible no imposto está disponível aos investidores que aplicarem em Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL), plano tradicional ou Fapi, e vale até o limite de 12% da renda.


A vantagem fiscal permite que o participante deixe de recolher imposto sobre o valor que foi aplicado em um desses planos, para pagá-lo apenas no momento do resgate. Em alguns anos, o benefício dessa dedução cresce bastante, à medida que o participante lucra em cima do dinheiro que teria como destino imediato os cofres do governo. Em apenas oito anos de isenção, considerando o limite de 12% da renda, seria como se o trabalhador deixasse de recolher IR em um deles.


A vantagem é ainda maior para trabalhadores que contribuem para a previdência com recursos descontados em folha. Isso ocorre porque, no ato do pagamento do salário, a empresa já considera a contribuição do imposto de renda na base de cálculo para o imposto de renda retido na fonte. Aos que recolhem de maneira autônoma, a vantagem da dedução será percebida apenas na declaração anual.


Mas investir além do teto de 12% da renda ou sem contar com a possibilidade de diferir o imposto na declaração - não ter carteira assinada ou não declarar no formulário completo - é um péssimo negócio. O valor resgatado no PGBL será considerado como renda, para efeitos tributários. Sem diferir o valor aplicado, o participante pagará, portanto, duas vezes imposto de renda sobre esses valores. Para esse dinheiro, melhor opção seria aplicar em um Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL).


Além de prorrogar o pagamento de 27,5% sobre a parcela da renda depositada no PGBL - o mais popular dos planos com isenção -, desde 2005 os participantes também podem literalmente reduzir o imposto. Pela tabela regressiva, a alíquota decresce de 35%, para resgates em até dois anos após a contribuição, para apenas 10% em períodos de dez anos. "Assim, é possível efetivamente pagar menos imposto", explica Marco Antonio Rossi, vice-presidente da Federação Nacional da Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) e responsável pelo setor na Bradesco Seguros. "Vimos muitos investidores aplicando pela tabela regressiva este ano."


O benefício do diferimento do imposto fica cada vez mais atraente quanto mais cai a inflação brasileira e, portanto, o juro nominal das aplicações fica mais próximo do ganho real, diz Renato Russo, vice-presidente de Previdência da SulAmérica. Isso ocorre porque, no PGBL, não se paga o imposto de renda com base no rendimento, como nos fundos de investimento, e a tributação paga no resgate é compensada pela isenção no ano da aplicação, diz ele. Vale lembrar, porém, que sobre os resgates do PGBL incide IR como se fosse renda, pelas tabelas progressiva ou regressiva. Mas, como o ganho sobe com menos inflação, o benefício da prorrogação aumenta, diz.


Os depósitos em planos de previdência para menores também podem permitir o adiamento do imposto de renda. Aplicações em nome de menores de 16 anos declarados como dependentes podem ser abatidas na renda anual. Se tiver mais de 16 anos, ele deverá pagar INSS para permitir a dedução, além de ser dependente. A aplicação para menores ganhou força este ano. Segundo a Fenaprevi, o volume de depósitos em previdência para crianças e adolescentes é o que mais cresceu, 68,6%, para R$ 1,4 bilhão.


Em 2007, o setor de previdência foi marcado principalmente pela maior preocupação dos investidores com a rentabilidade dos planos em que aplicam. Além do benefício fiscal, no caso do PGBL e do Fapi, também se olha agora para o conteúdo das carteiras e as taxas cobradas, diz Eduardo Franco, responsável por previdência na Real Tokio Marine. As taxas, que costumam ser mais elevadas do que em outras aplicações do mercado, podem consumir boa parte das vantagens tributárias. "Mas os novos planos são lançados com mais parcela em ações e taxas menores", diz ele. Em muitos planos novos neste ano, por exemplo, os participantes também passaram a contar com a vantagem da taxa de carregamento decrescente com o tempo e cobrada nos resgates, chegando a zero. Antes, a cobrança era comum na aplicação.


Tradicionalmente em dezembro, a captação da previdência dobra, não apenas pelo fim do prazo para dedução de IR, mas também pela maior disponibilidade de recursos dos participantes. Vale lembrar que é neste período que o comércio mais se agita e é pago o 13º salário aos profissionais contratados com carteira assinada. Neste ano, houve ainda um aumento da renda média da população e do número de trabalhadores com carteira assinada pelo crescimeno econômico. Nessa onda, as seguradoras também incrementam suas campanhas publicitárias sobre previdência.


Neste ano, até outubro, segundo balanço da Fenaprevi divulgado ontem, foram depositados em planos de previdência R$ 21,4 bilhões, que significa crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, apesar do benefício fiscal, a captação do PGBL tem diminuído ligeiramente. Caiu a R$ 3,4 bilhões no mesmo período. A vedete do setor é o VGBL, que captou R$ 15,3 bilhões, com crescimento de 34% em relação a 2006.


Se a previsão da Fenaprevi se confirmar e a captação de dezembro for o dobro da média mensal do ano, o volume de depósitos no setor deverá superar R$ 26 milhões. Ainda segundo a Fenaprevi, em outubro, o volume de reservas da previdência privada chegou ao recorde de R$ 114,9 bilhões, 26% superior à marca de outubro passado. "A cada ano, mais pessoas entendem a necessidade de fazer um plano de previdência privada para se preservar no futuro", diz Rossi.


Se o trabalhador deixar escapar o prazo do fim do ano para investir em previdência e diferir o IR, perderá o direito do abatimento sobre os valores recebidos este ano

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Loucas por derivativos

Valor Econômico
Por Adriana Cotias, de São Paulo
19/12/2007



Aos 64 anos, a empresária Therezinha Ramos opera com desenvoltura os contratos de boi gordo a fim de garantir preços para o pequeno rebanho que mantém numa fazenda em Minas Gerais. A advogada Andréa Souza Santos, de 29 anos, encontrou recentemente uma segunda ocupação, a de corretora de imóveis, com a intenção única de incrementar as aplicações em opções de Vale e Petrobras e em mínis de Ibovespa. Quer ser investidora profissional e integrar a lista de milionários brasileiros num prazo de 8 a 10 anos. Já a gerente comercial Alexandra Euzébio, de 32 anos, faz compra e venda diária de Ibovespa futuro para amplificar os ganhos mensais da sua carteira de ações. No começo do ano, ela quebrou a cara no mercado de opções, mas encarou o prejuízo como um "investimento em educação".


Essas investidoras mostram uma face diferente da popularização dos mercados de futuros no Brasil. Num ambiente árido, ainda dominado pelo público masculino, elas têm avançado progressivamente e vêm imprimindo um estilo todo particular de operar. "As mulheres são imediatistas, cobram mais por resultados e têm uma certa tendência a querer controlar, já vêm com uma opinião formada, não é fácil direcioná-las", diz o assessor de clientes da corretora Terra Futuros Paulo De Mingo, que, recentemente, fez uma apresentação sobre derivativos no Clube Paulistano, em São Paulo, para uma platéia de 51 pessoas - 48 mulheres. "Mas quando perdem dinheiro, elas são as primeiras a dar a volta por cima, querem recuperar, enquanto os homens levam mais tempo se lamentando."


A gerente comercial Alexandra sabe bem o que é ver o dinheiro escoar pelo ralo na alavancagem com derivativos. Em fevereiro, ela adquiriu opções de compra (direito de adquirir o ativo a um determinado preço numa data futura) de Petrobras, que simplesmente viraram pó quando a bolsa chinesa despencou e a crise das hipotecas americanas de alto risco dava os seus primeiros soluços. Da má experiência, que resultou num rombo de R$ 6 mil, Alexandra diz ter aprendido duas lições: "Aprendi a escutar e agir conforme a orientação do analista e jamais ter apego ao papel, calculando e seguindo à risca o percentual que posso aceitar perder, caso contrário, o prejuízo é de 100%", diz.


Desde então, Alexandra deixou as opções de lado e passou a operar os mínis contratos de Ibovespa na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Não se trata, porém, de uma estratégia para proteger a carteira à vista, formada por papéis como Banco do Brasil, Gerdau Metalúrgica, BM&F e Vale. O que a investidora quer, comprando e vendendo índice futuro diariamente, é um tostão a mais no fim do mês. E pensar que, há dois anos, todo seu dinheiro estava num fundo de renda fixa. Hoje, está tudo em ações e derivativos.


Diversificação também não é o forte da advogada Andréa, que começou a aplicar em ações há dois anos, descobriu as opções há pouco mais de um e, em maio, passou a operar os mínis de Ibovespa no "day trade". Com pouco capital para investir, ela aplica em opções de Vale e Petrobras apenas três vezes por ano, nos meses em que os gráficos indicam haver, historicamente, tendência de alta para os papéis. "Descobrindo a série mais líquida, que subirá primeiro, é possível ganhar 1.000% em cada opção", diz. Em novembro, particularmente, as suas opções de Petrobras ganharam o empurrão da descoberta do Campo de Tupi pela estatal, inflando a conta para 2.500%.


Empolgada com essas cifras, Andréa virou recentemente corretora de imóveis. "Tudo que eu ganho na rua eu ponho na bolsa." Sua ambição é viver do mercado. Para tanto, ela já descobriu que não poderá descuidar da tela do pregão da BM&F. "Uma vez sai para almoçar e o Ibovespa oscilou mais de mil pontos, agora não corro mais esse risco e, quando estou operando, como na frente do computador."


De 2004 para cá, o Brasil viveu uma primeira onda de popularização do mercado de ações e agora é a vez dos derivativos, aposta o diretor da Terra Futuros, Ricardo Brasil. "Nos Estados Unidos, os futuros são mais negociados pelas pessoas físicas do que as próprias ações", diz. O que se observa é que esses instrumentos estão virando opção de diversificação para o pequeno aplicador também por aqui, completa.


Após a proliferação das ofertas públicas iniciais (IPO em inglês) de ações, é que natural que o investidor veja nos mínis contratos negociados na BM&F uma alternativa ao mercado à vista, diz o diretor da Interfloat Ricardo Lombardi de Barros. "É só ver a evolução do número de pessoas físicas na CBLC (eram 328 mil em novembro)", diz. "É razoável supor que uma boa porcentagem desse público comece a operar os derivativos, com o objetivo de obter um adicional de rentabilidade ou para proteger algum ativo."


É justamente para garantir um valor médio de venda para o gado que cria em Minas que a empresária Therezinha começou a negociar contratos de boi gordo na BM&F. Como tem por hábito se desfazer de algumas cabeças em outubro - época de seca, em que os preços geralmente sobem -, ela busca compensar nos derivativos aquilo que eventualmente perderia no mercado físico se essa tendência não se confirmar. "Se tenho um contrato a R$ 75,00 e o preço cai para R$ 70,00, fecho a posição antes do vencimento e ganho R$ 5,00 por arroba na BM&F", diz.


Therezinha já sentiu na pele, entretanto, o dissabor de ser uma pequena investidora no meio dos grandes. "O mercado de boi é regido pelos frigoríficos, não dá para apostar contra eles", diz. Por isso, independentemente de ter ou não o rebanho, ela opera comprando e vendendo contratos para tentar acertar a mão. "Se acho caro e resolvo vender, mas eles estão comprando, é perda na certa." Pior ainda quando a briga é entre bancos de um lado e os frigoríficos de outro, acrescenta. "Não dá para bobear, não tiro o olho da tela, sob o risco de sobrar um grande prejuízo para o dia seguinte."


Lidar com riscos, aliás, é o forte da empresária, que tem como atividade principal a fabricação de câmeras de segurança que transmitem imagens a longas distâncias. Por considerar o mercado de derivativos muito especulativo, ela empenha apenas uma pequena parte do patrimônio nesse tipo de negociação. "É preciso saber quanto você agüenta perder", ensina. "Da mesma forma que se ganha num dia e vem a animação, no outro a história pode ser diferente."

Você pode conseguir um desconto

Jornal da Tarde
19/12/2007


O JT foi às lojas e testou o quanto o varejo está disposto a conceder de abatimento. O Extra , por exemplo, tirou 7,89% sobre o valor à vista em um toca-DVD

CHARLISE MORAIS, charlise.morais@grupoestado.com.br


O hábito de pechinchar pode trazer excelentes resultados para os consumidores. Mesmo nesta época de fim de ano, com as lojas cheias, quem despende algum tempo negociando pode obter mais descontos do que aqueles anunciados pelas lojas para o pagamento das compras à vista. O Jornal da Tarde saiu às ruas ontem para conferir se vale mais a pena comprar parcelado ou à vista e, com um pouco de insistência, conseguiu até 7,89% de desconto, além dos 16,66% concedidos pela loja - para a compra de um aparelho de DVD no Extra.

A reportagem visitou algumas lojas e, sem se identificar, pesquisou quatro itens: geladeira, notebook, televisor e aparelho de DVD, de mesma marca e especificação ou um produto similar de outra marca. Além da opção do preço a prazo, também foi pesquisado o preço à vista para todos os itens. Depois, foi necessário um pouco de insistência para barganhar mais algum desconto para o pagamento no ato.

No hipermercado Extra, o desconto entre o preço parcelado e o à vista é de 16,66% para os quatro produtos. Mas, com a negociação foi possível baixar ainda mais o valor. No caso da geladeira, o preço ficou 3,26% mais barato que o valor à vista, o notebook teve desconto de 3,96%, o televisor, 4,99% e o DVD, 7,89%. Na comparação com o preço à prazo do DVD com os dois descontos conseguidos (16,66% mais os 7,89%), a diferença é de R$ 127,20, ou 23,24%.

Nas Casas Bahia, não há diferença entre o valor parcelado em até dez vezes no cartão de crédito - os planos para pagamento no carnê têm acréscimo - e o preço à vista. Mesmo com muita insistência, o máximo que a reportagem conseguiu foi um desconto de 1,81% para a compra da geladeira, que passou de R$ 1.599 para R$ 1.570. Os demais itens, de acordo com o vendedor, já estão com preços promocionais e não há mais margem para descontos. A única exceção, proposta pelo vendedor foi de tentar baixar de R$ 10 a R$ 15 na TV e no DVD, se a compra toda (dos quatro produtos) fosse feita na loja. O vendedor também se comprometeu a cobrir a oferta e “tentar chegar no preço” do concorrente, caso fosse apresentada uma proposta por escrito de outra loja.

Na Fast Shop não houve oportunidade para negociar um desconto maior, além do já concedido. Nem mesmo falando com o gerente. O vendedor afirmou que o preço à vista que nos foi informado já é a menor margem que ele oferecia para cada um dos itens.

Vantagem

Especialistas em finanças afirmam que as compras à vista são mais vantajosas. Para alguns produtos, de maior valor agregado, como eletroeletrônicos e eletrodomésticos, os descontos valem à pena. Mas no caso de vestuário não. Nas lojas Hering e Luigi Bertolli não há nenhum desconto para pagamento à vista. Em ambos os casos, o parcelamento é a melhor opção. “Nem chorando muito”, disse a vendedora da Luigi Bertolli.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Monte a ceia sem ficar no vermelho

Jornal da Tarde
18/12/2007


Gastos com alimentos crescem no fim do ano, mas é possível comer bem sem estourar o orçamento

Fabrício de Castro, fabricio.castro@grupoestado.com.br

Se você ainda não comprou todos os produtos para a ceia de Natal ou para o ano-novo, ainda tem uma boa chance de aproveitar o que o comércio de São Paulo tem de melhor: a variedade. Itens típicos do fim de ano, como peru, bacalhau, frutas secas e vinhos, podem ser encontrados em supermercados e mercados municipais a preços competitivos. Quem sabe procurar, paga mais barato.

Nos supermercados da capital, a diferença de preços do quilo do chester chega a 6,82%, enquanto a variação do quilo do peru temperado é de 15,87%, de acordo com levantamento feito pelo Seu Dinheiro na última semana.

Já os boxes do Mercado Municipal Paulistano, no centro da cidade, oferecem preços mais baixos principalmente para quem busca frutas, peixes, queijos e bebidas . Na semana passada, a professora de gastronomia Cláudia Fortes, de 47 anos, estava no Mercadão para conferir as opções. 'Acho o lugar imperdível', disse Cláudia. 'Sou do Rio de Janeiro e esta é a primeira vez que visito o Mercado Municipal, mas estou adorando.'

Com sacolas de cogumelos e ervas nas mãos, ela destacou os valores cobrados. 'Estou achando os preços baixos e a variedade de alimentos muito grande.'

Para Walter Franco, economista da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), a concorrência no varejo favorece o consumidor. 'A disputa entre os mercados é muito grande. E a pessoa deve utilizar isso a seu favor.'

Walter afirma que, neste fim de ano, três fatores econômicos favorecem o consumo: a queda do desemprego, o aumento da renda média do trabalhador e o acirramento da concorrência entre os supermercados. 'Mas isso não é motivo para cair no consumismo', alerta.

O mais importante é escolher as mercadorias certas, sem pressionar o orçamento. Em São Paulo, o Procon aconselha o consumidor a preparar uma lista prévia, com a relação de carnes, frutas, queijos e bebidas. 'Isso evita a compra por impulso', explica Valéria Rodrigues Garcia, diretora de estudos e pesquisas do Procon-SP.

Quem mora perto de vários mercados deve pesquisar preços em pelo menos dois lugares. 'Os itens que mais pesam na ceia, como carnes, nozes e queijos, precisam ser comparados', afirma o economista Marcos Crivelaro, da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap).

É importante buscar as promoções e não cair na armadilha de itens simbólicos como o peru de Natal. Segundo Crivelaro, os supermercados cobram preços mais baixos por alguns produtos apenas co mo estratégia para atrair o consumidor.

Para muitas famílias, 'economizar na comida' é um tabu, principalmente no fim de ano. Mas a renda adicional trazida principalmente pelo 13º salário não deve ser motivo para desperdícios. 'Lembre-se do IPTU, do IPVA e da matrícula dos filhos no ano que vem', diz Valéria.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Tesouro Direto é boa opção conservadora

MARIA CRISTINA FRIAS
Folha de S. Paulo
17/12/2007


Investimento pode ser feito sem intermediação de instituição financeira; rentabilidade acumulada em 12 meses é de 15,12%

Títulos com vencimento superior a 720 dias pagam a menor alíquota de Imposto de Renda, de 15%, de acordo com tabela regressiva

Com o cenário de desaceleração do crescimento econômico global, de instabilidade do mercado financeiro e da possibilidade de interrupção da queda de juros por um bom tempo, investidores devem considerar aplicações mais conservadoras, ao menos para uma parte de suas economias.
Para quem quiser escapar das taxas de administração cobradas pelos fundos de investimentos, a aplicação pelo Tesouro Direto é uma alternativa. A rentabilidade do investimento tem sido maior que nos fundos de renda fixa de baixo risco, sem alavancagem, porque o custo é menor, na maior parte das corretoras de valores.
A rentabilidade geral acumulada de títulos públicos em 12 meses é de 15,12%, de acordo com IMA (Índices de Mercado Andima). O IMA-Geral é o resultado da ponderação das variações de cada índice, dentre eles o IMA-C, de títulos atrelados ao IGP-M (NTN-C), que nos últimos 360 dias registrou alta de 29,95%.
A rentabilidade média de fundos de investimentos em 12 meses nas categorias curto prazo, referenciado DI e renda fixa foi de 11,62%, 11,65% e 12,08% respectivamente, segundo a Anbid (Associação Nacional de Bancos de Investimento).

Papéis
Um exemplo de título público, a NTN-B Principal (Nota do Tesouro Nacional, série B), com vencimento em 2015, oferece 7,57% de juros ao ano, além da correção pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
No curto prazo, conforme o nervosismo do mercado, as taxas podem oscilar. Mas no vencimento do papel, o investidor receberá o valor previsto inicialmente, na compra do título.

Como funciona
Pelo Tesouro Direto, o investidor aplica em títulos do governo federal, diretamente pela internet, sem intermediação de uma instituição financeira, diferentemente do que ocorre nos fundos, em que há um gestor que escolhe os papéis e faz o investimento.
Em muitas corretoras, as taxas para aplicação no Tesouro Direto são muito menores do que as taxas cobradas nos fundos de investimentos. Daí a vantagem da aplicação no Tesouro Direto.
Se o investidor precisar do dinheiro antes do vencimento do papel, o Tesouro Nacional se compromete a recomprá-lo. A recompra ocorre semanalmente, porém, a valor de mercado.

Custo
Sempre que possível, o investidor deve comprar títulos com vencimento superior a 720 dias para pagar a menor alíquota de Imposto de Renda, de 15%, de acordo com a tabela regressiva.
O aplicador deve comparar as taxas cobradas pelas corretoras. O site do Tesouro Direto publica um ranking com as instituições que cobram os menores valores. A corretora Socopa não cobra nada pelo serviço.
Das 33 corretoras do ranking com custos mais baixos, apenas quatro instituições são ligadas a bancos: HSBC, que cobra 0,30% ao ano; o Unibanco, cuja tarifa é de 0,35%; além de ABN Amro Real e da Caixa Econômica Federal, com 0,40%.
Os maiores bancos privados brasileiros, Bradesco e Itaú, não entram no ranking. Cobram taxa de 4% que inviabiliza a aplicação no Tesouro Direto, criado para possibilitar ao pequeno investidor o acesso a títulos públicos a um custo baixo.
Há ainda uma taxa fixa de 0,40% ao ano para a CBLC (Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia).

sábado, 15 de dezembro de 2007

O lado sombrio da bolsa

Mais da metade dos lançamentos de ações deste ano deu prejuízo

Detalhes em http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/1990/artigo68741-1.htm

Dicas para comprar um carro, sem roubadas

Jornal da Tarde 15/12/2007

Com o mercado repleto de novidades e facilidades, é preciso ter cautela ao fechar
negócio. Especialistas e consumidores dão dicas infalíveis que vão ajudar o futuro
proprietário a não se arrepender de sua aquisição


1 - Na medida das suas necessidades
A primeira e mais importante dica é: compre um carro que atenda às suas necessidades. Já pensou encostar o possante novinho na garagem e ver que na hora de guardá-lo o assoalho raspa na calçada? Ou que toda a bagagem extra por conta do bebê recém-nascido não cabe no porta-malas do bonito fora-de-estrada? Tem gente que sonha em ter uma picape pequena, mas se esquece de que esse veículo só leva duas pessoas: adaptar banquinho extra na cabine estendida é ilegal. Para fazer sua escolha, considere ainda dados como o consumo de combustível, pois carro beberrão pesa no bolso e polui mais o meio ambiente.

2 - Novo ou usado?
Há quem só opte por carro novo e fim de papo, ainda que traga menos equipamentos. “Até uns 50 mil km praticamente não tem nada para fazer no carro. Para mim já são quase dois anos apenas fazendo as manutenções de rotina, como troca de óleo, filtros, alinhamento e balanceamento, sem nenhum gasto grande”, afirma Hugo Ferreira Leitão, empresário.

Mas tem gente que abre mão do cheirinho de novo para ter mais conforto, motor potente ou ambos, como o engenheiro de Materiais Fernando Pan. “A relação preço-benefício é melhor e a desvalorização do usado, bem menor.” Pan revela o segredo: cuidado com a manutenção de seu carro. “Gastei este ano uns R$ 1.300 no meu Honda Civic LX 98, com peças da suspensão, correia dentada e um vazamento de óleo. Fiz questão de levar a uma concessionária. Ano que vem devo gastar algo perto desse valor, mas faz parte. São esses cuidados que fazem um carro usado ser tão confiável quanto um zero-quilômetro.”

A procedência do carro, seja ele novo ou usado, também é importante. “O local deve ser de confiança. O melhor é optar por lojas conhecidas, mesmo no caso de carros novos”, alerta o consultor Paulo Garbossa, da ADK. E jamais se deve adiantar pagamentos sem estar com o carro.

Em relação aos usados, Garbossa recomenda que se evitem carros que tenham suas características originais alteradas. “Quanto mais original, mais fácil de revender. Esses itens adicionais, como rodas esportivas e aerofólios, são de gosto muito pessoal, nem todo mundo quer”, afirma o consultor.

3 - Visite lojas e concessionárias
Tabela de preços é apenas uma referência das fábricas aos seus concessionários. “Está escrito nela: preço sugerido. Os valores reais podem estar acima ou abaixo do indicado, vai depender da demanda”, alerta Paulo Garbossa, da ADK. É preciso pesquisar. “Visito várias lojas para situar o valor do carro. Comprei meu Polo Sedan numa cor que não queria (preta), mas ele estava em estoque havia algum tempo e por isso consegui um bom desconto, em torno de 15% sobre a tabela”, diz Paulo Cássio de Paula Souza, gerente de Recursos Humanos. E nada de ter vergonha: o melhor negócio é pechinchar. O engenheiro Mecânico Pelagio Ciesca Neto tem experiência no assunto. “Já aconteceu de estar com um vendedor na minha frente, outro ao telefone celular e começar a barganhar para ver qual deles me faria o melhor preço. Falam que faço leilão, mas não me importo, quero é economizar. Só fecho negócio depois de muita conversa. Tem que evitar o entusiasmo”, conta Ciesca.

4- Faça test drive
Antes de escolher seu carro, peça para dirigi-lo. “Hoje quase todas as marcas têm carros disponíveis para o consumidor avaliar. É só ir à concessionária e pedir. Se o vendedor não tiver o carro na hora, vai dar um jeito de consegui-lo, mesmo que seja um usado idêntico”, afirma Garbossa. Pouca gente faz isso, mas o risco de se arrepender depois existe. Há até quem alugue um modelo semelhante, como o engenheiro Ciesca Neto. “Carro infelizmente não é uma camisa, que se você não gosta deixa no armário. Já comprei carro que fiz test drive e gostei, mas depois experimentei uma versão diferente e me arrependi por não tê-la escolhido.”

5- Índice de satisfação
É importante colher o máximo de informações sobre o modelo escolhido. Fale com quem possui um igual, pergunte seu nível de satisfação, como é o dia-a-dia, a manutenção. Pesquise também seu valor de revenda. “Na hora da compra, principalmente de um usado, o referencial é o valor de revenda. A tabela do Jornal do Carro é uma referência. Na hora de vender, pode-se basear nela”, explica Paulo Garbossa.

Fique atento à situação do carro no mercado. Modelos prestes a sair de linha podem valer a pena. “Para quem vai ficar quatro, cinco anos com um carro, pegar um que vai sair de linha é bom negócio. Inclusive pelos descontos que são oferecidos para ele. Mas quem quer trocar logo de carro, no prazo de um a dois anos, deve esperar pela chegada do modelo novo”, aconselha Garbossa.

6- ‘Pelado’ ou Equipado?
Embora nem todo mundo consiga arcar com o preço de acessórios como direção hidráulica e ar-condicionado, deve-se ter em conta que carro equipado é mais fácil de revender. “Em São Paulo, ar e direção fazem vender mais rápido. Mas isso depende da região do País. E os equipamentos devem ser originais”, afirma Paulo Garbossa.

A vantagem do financiamento é que se pode comprar um carro mais equipado e diluir o valor extra nas prestações.

Hoje também há a prática do acessório de concessionária. “Foi uma forma de reduzir o custo de produção do veículo e levar o cliente às concessionárias. Na prática, não há diferença para o consumidor, desde que os itens sejam da linha oficial da marca e instalados de acordo com os padrões. A autorizada é co-responsável pelo produto”, diz Garbossa. “Mas o consumidor deve ficar atento, pois cada item instalado tem seu próprio prazo de garantia. E esta pode ser comprometida se as instalações originais de componentes como o chicote elétrico forem alteradas”, avisa o consultor.

7- Cuidado com financiamentos
Segundo Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), “nunca se deve comprometer mais de 25% do orçamento familiar”. O engenheiro Ciesca Neto inclui em seus cálculos os valores do seguro e IPVA e evita contrair novas dívidas a longo prazo. “Débitos a curto prazo ou manutenções intercalo entre os vencimentos de seguro e IPVA”, conta Ciesca.

8 - Pesquise taxas de juros
Miguel de Oliveira afirma que é imprescindível pesquisar entre bancos e financeiras as melhores taxas de juros e as menores parcelas. “Nunca se deixe seduzir logo pelo que é oferecido na concessionária. E lembre-se de incluir a taxa de abertura de crédito (TAC) e o imposto sobre operações financeiras (IOF).”

O valor do bem financiado pode até dobrar. “Um veículo de R$ 25 mil pago em 84 meses sairá, no final, por mais de R$ 51 mil”, alerta Oliveira. “Por causa dos juros, pagarei R$ 10 mil a mais. Quero quitar a dívida”, diz o empresário Hugo Leitão.

9 - Troca vantajosa
Para dar o carro usado como parte do pagamento por um novo é necessário ficar atento, pois há concessionárias que dão desconto no zero, mas “compensam” reduzindo bastante o valor do usado na troca. “É bom lembrar que lojas que trabalham corretamente têm custos com documentos, por isso oferecem valores abaixo da tabela na hora de receber o usado”, alerta Garbossa.
“Só troquei de carro porque tive uma boa avaliação da revenda Fiat, que ofereceu R$ 17.500 no meu Ka, enquanto outras davam de R$ 15 mil a R$ 16 mil. Fiquei com o Idea”, conta Hugo Leitão.

10 - Considere os custos adicionais
A maioria dos consumidores compra carro pela emoção, não pela razão. Por isso, deixa de fazer contas importantes. “No caso de carros financiados, não é só a prestação que conta. Deve-se ter estrutura para manter o automóvel”, alerta Miguel de Oliveira. “Se ele já comprometeu a renda com as parcelas, como vai encher o tanque ou pagar o seguro?”, questiona. Tomando o Celta como exemplo, a conta é: segundo a fábrica, o modelo 1.0 roda na cidade 10 km/l (álcool). Com o litro a R$ 1,30, o gasto semanal será de R$ 13, caso se rodem 100 km, ou R$ 52 mensais. Em seguida virá o seguro. Para o Celta a cotação gira em torno de R$ 1.600. E ainda há IPVA (4% do carro), licenciamento e até multas. Ou seja: ter carro é também sinônimo de despesas.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Casa própria mais rápida

Jornal da Tarde
13/12/2007

Em dez meses, bancos conseguiram reduzir em até 50% o tempo de espera pela análise dos documentos necessários para liberação do financiamento

Rodrigo Gallo,
rodrigo.gallo@grupoestado.com.br

O dinheiro do financiamento imobiliário está chegando cada vez mais rápido às mãos dos consumidores. O motivo é que, nos últimos dez meses, as instituições financeiras conseguiram reduzir em até 50% o tempo de espera pela análise da documentação necessária para comprar a casa própria. Assim, o processo de aprovação da compra do imóvel e confecção do contrato está mais ágil.

Em fevereiro deste ano, o Jornal da Tarde telefonou para o serviço de atendimento de alguns bancos para checar quanto tempo levava para o consumidor receber o crédito - do momento em que entregava os papéis à empresa até a liberação dos recursos. Na época, o prazo variava entre 30 e 60 dias. Nesta semana, o JT voltou a entrar em contato com as centrais de atendimento e constatou que houve redução dos prazos .

No início do ano, a informação dada pela Caixa Econômica Federal é que o banco entregava o dinheiro em até 30 dias. Agora, já é possível conseguir o financiamento após 15 dias, para alguns casos - o que dá uma redução de 50% no prazo. Esse tempo, contudo, pode se estender mais. Depende, por exemplo, da demanda da agência onde o financiamento é solicitado.

No Santander, o tempo de espera caiu de 40 dias, em fevereiro, para uma média de 30 a 35 dias.

Em outros casos, como na Nossa Caixa e no Real, funcionários afirmaram que os prazos continuam os mesmos de fevereiro.

O diretor setorial de crédito imobiliário da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Osmar Roncolato, afirma que as instituições financeiras têm investido no treinamento dos empregados para tornar mais dinâmico o processo de análise de documentação de crédito. Além disso, algumas empresas reforçaram o quadro de funcionários dos setores responsáveis pela papelada, para aumentar a agilidade de avaliação do departamento.

Além disso, Roncolato diz que há outro fator importante para essa redução considerável nos prazos: “O próprio crescimento do volume de operações de financiamento imobiliário acaba melhorando o processo de concessão de crédito”, afirma o diretor da Febraban.

Por fim, alguns bancos possuem um serviço para facilitar a emissão de certidões: há despachantes à disposição dos candidatos a mutuário, que ficam responsáveis por acelerar o pedido dos documentos.

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), João Cláudio Robusti, a redução no tempo de liberação do financiamento é positiva para todo o mercado imobiliário.

De acordo com Robusti, o principal motivo para a maior rapidez na análise de documentos é a concorrência entre as instituições financeiras - que estão se empenhando para melhorar os detalhes do processo de análise de crédito e documentos para ganhar mais espaço no mercado. “Além de criar novos produtos para atender um número maior de consumidores, os bancos precisam diminuir a burocracia para facilitar a liberação do dinheiro e agilizar a concessão do crédito.”


COMPARE OS PRAZOS

EM FEVEREIRO

Caixa: 30 dias

Nossa Caixa: 30 a 40 dias

Santander: 40 dias

HSBC: 45 dias

Unibanco: 45 a 60 dias

Real: 60 dias

EM DEZEMBRO

Caixa: 15 a 30 dias

Nossa Caixa: 30 a 40 dias

Santander: 30 a 35 dias

HSBC: 40 dias

Unibanco: 36 a 60 dias

Real: 60 dias

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Os IPOs e os novatos: "Ah, se arrependimento matasse!"

Valor Econômico
Gabriel Cintra
12/12/2007



Os tão falados IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) têm sido uma importante ferramenta de atração de novos investidores para a bolsa. Parte desse público, principalmente jovens sem histórico em mercado acionário, ouve casos de grandes lucros de conhecidos e trabalha com o pensamento de que o sucesso passado é garantia de lucro no futuro.


Na realidade, a história não é bem assim. Embora a maioria dos IPOs tenha sido extremamente bem-sucedida, com diversos casos de desempenho muito acima do esperado, cabe ao novo investidor fazer uma análise completa do terreno em que começará a pisar: quais são as condições do mercado, da empresa e de seu setor, dar a devida atenção ao prospecto (por mais complexo que ele possa parecer), buscar saber quais as perspectivas pontuais para aquela empresa que vai abrir o capital.


Também é muito importante saber o porquê daquela empresa estar abrindo seu capital, afinal trata-se de uma maneira estratégica de captar recursos. A empresa busca dinheiro para novos investimentos, expansão, aquisições? Para onde vai o seu capital?


Uma parcela dos estreantes entra na bolsa com informações suficientes para lidar com investimentos de risco, sendo bem assessorados por corretores e analistas. Adquirem, assim, noção de longo prazo, a mecânica do mercado acionário, etc. Mas, em outra parcela, persiste uma pergunta cada vez mais freqüente: se o IPO de tal empresa rendeu tanto de lucro, então eu vou entrar neste e vou ganhar com certeza?


A pergunta que pode soar ingênua para alguns tem muita valia para essas pessoas. Se elas não se dessem ao trabalho de perguntar, não teriam o esclarecimento de que ganho passado não quer dizer lucro futuro. Ou que um exemplo bem-sucedido de um IPO não quer dizer que será repetido em um outro, pois as empresas são diferentes, os números são outros e até o mercado pode estar vivendo um humor distinto.


O papel do corretor ou do assessor de investimentos nesta etapa também é crucial para ajudar o investidor que ainda está iniciando no mercado de ações. No Ação Jovem, por exemplo, procuramos enfatizar aos jovens investidores que se informem da maneira mais completa possível com seus pares.


Outra questão crucial que se abre diante dos sucessos dos recentes IPOs é a realização do lucro precoce - são os chamados "flippers" (que tentam surfar na onda e vender logo na estréia). Há aí dois pontos a serem analisados: o primeiro é a questão já citada sob a ótica de longo prazo. Um investimento no IPO é um investimento em ação e deve ser analisado pelo mesmo critério.


Uma valorização grande no dia do lançamento pode gerar, porém, a vontade de realização. Isso pode ser um desperdício de oportunidade, já que as empresas não alteram sua perspectivas do dia para a noite e os papéis podem continuar se valorizando posteriormente. Basta olhar para IPOs recentes que deram uma bela rentabilidade no primeiro dia, mas continuaram subindo posteriormente. Ah, se arrependimento matasse! Mas a experiência serve para isso, e novos investidores têm muito a aprender com erros, e acertos também.


Por outro aspecto, um ponto que deve ser analisado, e agora pensando como economista, é o custo de oportunidade. Ora, um retorno de mais de 20% corresponde a quase o dobro da rentabilidade do CDI de hoje. Como não sair?


O importante neste caso é pré-determinar um limite pessoal de ganho, em que haja o incentivo para a realização. E que não gere arrependimentos futuros.


Voltando aos IPOs em si, cada vez mais empresas de setores outrora inimagináveis na bolsa estão fazendo suas ofertas iniciais. Quem diria há cinco anos que uma instituição de ensino, por exemplo, abriria capital? Hoje, vemos empresas deste setor na Bovespa com um bom desempenho. Há ainda empresas abrindo capital baseadas em projetos, sem sequer existirem ainda.


O que temos visto é uma demanda forte pelos papéis e, por causa da chamada Lei do Silêncio, muitas informações não têm permissão para ser divulgadas, tais como projeções e perspectivas. Diante disto, como analisar a inexperiência dentro do mercado? Como saber o comportamento futuro de um papel do qual não temos um benchmark? Há indícios de como é possível fazer uma análise mais profunda para se embasar nestes casos.


Quando há uma marca por trás da empresa, bem falada, com gestores conhecidos e bem-sucedidos, uma empresa líder no seu setor, já há pistas e o cheiro de um bom investimento. Empresas que pela natureza do seu negócio já são benquistas no mercado também saem com um pé na frente rumo à bolsa. E o que temos notado também é que um IPO dentro de um setor estreante no pregão acaba puxando concorrentes para a corrida do mercado. Foi o que ocorreu recentemente com o setor imobiliário e com os bancos médios. E com sucesso.


Os IPOs podem ser, portanto, bons negócios. Mas vale sempre lembrar: cada IPO é uma situação diferente - e rentabilidade passada não é garantia de lucro futuro, como dizem todos os prospectos.


Gabriel Cintra, economista, é presidente do Ação Jovem do Mercado Financeiro e de Capitais.


E-mail: ajmca@jmc.com.br


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Quando um consultor financeiro diz que é melhor poupar para comprar um imóvel à vista invariavelmente ouvirá aos berros de algum vendedor que ele não está considerando a valorização do imóvel. Pois bem, fui buscar dados na página da EMBRAESP sobre a evolução do preço médio do M² de área útil em dos lançamentos residenciais na região metropolitana de São Paulo. Os dados estão em http://www.embraesp.com.br/pesquisas/pranual.htm.

Vamos supor que alguém comprou 1 metro quadrado em 1997, ele teria pago R$1.1197,00 por ele. No final de 2006 ele o venderia por R$3.187,00. Mas se ao invés de ter ouvido o vendedor, ele aplicasse o dinheiro em um fundo DI ele teria R$6.337,75. Ou seja, seria possível comprar quase dois apartamentos. E se fosse aplicado na bolsa a quantia seria de R$5.342,92. Os cálculos foram baseados em dados disponíveis na página do Banco Central (http://www.bcb.gov.br).

Conclusão, antes de ouvir quem quer que seja, faça as contas e pense com a sua cabeça. Afinal o corretor quer vender o imóvel o mais rápido possível para ele ganhar a comissão.

Invista em ações mais seguras

Jornal da Tarde
10/12/2007


Papéis da Vale e da Duratex estão entre as cinco empresas que mais registraram valorizações neste ano e são ótimas opções de investimento

RODRIGO GALLO, rodrigo.gallo@grupoestado.com.br


Quem pretende investir em ações deve saber de antemão que correrá riscos. Porém, há meios de minimizar a possibilidade de perder o dinheiro aplicado e ainda aumentar as chances de lucro. O segredo é buscar papéis de empresas consolidadas, como Petrobrás, Vale do Rio Doce e Telemig, e acompanhar diariamente o sobe e desce do mercado para saber a hora certa de comprar e vender os títulos.

De acordo com a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), as ações da Sid Nacional tiveram a maior alta do ano, no período compreendido entre janeiro e outubro: 121,36%. No segundo lugar do ranking estão os papéis da Bradespar, com 118,54% de valorização nos mesmos meses. Na seqüência, estão a Vale do Rio Doce e Duratex.

Por outro lado, as maiores baixas do ano foram registradas nas ações da Cosan (-38,34%), Natura (-28,25%), Pão de Açúcar (-26%), Gol (-23,13%) e TAM (-21,95%).

A principal dica para não comprar papéis de empresas que oferecem risco maior é ficar atento ao mercado financeiro e, se possível, procurar uma corretora de confiança para ter assistência na hora da análise. “Pegamos relatórios feitos por analistas e indicamos aos investidores as ações que estão rendendo mais e que se enquadram no perfil da pessoa”, explicou a assessora de investimento da corretora Gradual, Doraci Rodrigues Júlia.

Normalmente, ações relativas a empresas bem consolidadas e que já atuam no País há bastante tempo costumam ser mais seguras. Contudo, um papel com uma boa alta acumulada no último ano não significa, necessariamente, que a situação continuará assim: sempre é possível ter desvalorizações, dependendo da oscilação do mercado e de fatores ligados ao desempenho da própria empresa em seu ramo de atividades.

Aplicações

O economista Luís Carlos Ewald, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) do Rio de Janeiro, explica que os investimentos de renda variável devem ser tratados como aplicações de longo prazo, ou seja, geralmente é preciso ter paciência para obter lucros maiores: a chave é comprar quando as ações estiverem em baixa no mercado e vendê-las quando o preço estiver alto.

Para ter mais garantias de lucro, Ewald orienta os investidores a “não colocar todos os ovos na mesma cesta”. A idéia dele é que as pessoas diversifiquem as aplicações, potencializando as chances de obter uma rentabilidade satisfatória: é recomendável comprar ações de mais de uma empresa e até mesmo colocar parte do dinheiro em outros tipos de investimentos, como fundos de renda fixa ou previdência privada, para ter certeza que uma das tentativas resultará em resultados positivos.

Outra dica importante é que quem pretende ingressar no mercado de ações não pode ser ansioso ou afobado: o lucro pode demorar para aparecer. “É preciso ter prudência e cautela para comprar e vender ações, principalmente no caso de quem não está acostumado com as oscilações do mercado”, orienta o matemático financeiro José Dutra Sobrinho. “Qualquer investimento em ações tem riscos, pois a Bolsa pode valorizar ou não. Tudo depende do comportamento do mercado”, justificou.

Conheça o mercado de ações

Papéis com as maiores altas do ano

1º Sid Nacional ON 121,36%
2º Bradespar PN 118,54%
3º Vale R. Doce ON 107,02%
4º Vale R. Doce PNA 105,50%
5º Duratex PN 79,07%

Papéis com as menores baixas do ano

1º Cosan ON -38,34%
2º Natura ON -28,25%
3º P. Açúcar CBD PN -26%
4º Gol PN -23,13%
5º Tam S/A PN -21,95%

Veja o preço da ação de algumas empresas

Sid Nacional ON R$ 150,00
Bradespar PN R$ 51,21
Vale R. Doce ON R$ 64,10
Vale R. Doce PNA R$ 53,94
Duratex PN R$ 46,32
Petrobras ON R$ 94,30
Petrobras PN R$ 80,27
Bovespa HLD ON R$ 35,21
Telemig Part ON R$ 112,20
Telemig Part PN R$ 48,91

ENTRE PARA UM CLUBE

R$ 29 é o investimento mensal do clube da Força Sindical
R$ 200 é o aporte recomendado para ter bons lucros
2 anos é o prazo médio para lucrar com os investimentos

CONHEÇA ALGUNS CLUBES

Gradual
(www.gradualcorretora.com.br)

Spinelli
(www.spinelli.com.br

Socopa
(www.socopa.com.br)

Magliano
(www.magliano.com.br

Elite
(www.elitecvm.com.br)

Coinvalores
(www.coinvalores.com.br)

PASSO-A-PASSO

Reúna um grupo para criar o clube. Deve ter no mínimo três pessoas e no máximo 150 integrantes Procure uma corretora de investimentos ou um banco para administrar o grupo

Os integrantes desse clube podem ser amigos, parentes ou colegas de
trabalho. No caso de funcionários da mesma empresa, a Bovespa permite ultrapassar o limite

Defina o valor mínimo dos investimentos mensais de cada membro do clube

Prepare o estatuto do clube com a corretora. Além disso, cada participante deve preencher um cadastro e anexar uma cópia dos documentos pessoais

Se não houver problemas com a documentação, o clube é registrado na Bovespa e na Receita Federal, ficando autorizado a funcionar

SAIBA MAIS

É a corretora quem dá as orientações para a escolha das ações a serem compradas e toma as decisões relativas aos investimentos

Ações dão bons rendimentos a médio e longo prazos. O tempo para se obter lucro varia de um ano e meio a dois anos

Há riscos em aplicar na Bolsa: dependendo do desempenho, a ação pode sofrer desvalorização

Não se deve comprar as ações quando estão em alta e nem vender quando estão em baixa

Recomenda-se comprar ações de empresas consolidadas, como Petrobrás e Vale
do Rio Doce

O cotista dos clubes não deve se abalar caso um dos investimentos dê
prejuízo: as perdas e os ganhos fazem parte da rotina da Bolsa de Valores

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