sábado, 9 de fevereiro de 2008

Quer já o dinheiro do 13º?

Jornal da Tarde
09/02/2008


Caixa, Nossa Caixa, Banco do Brasil, Itaú, Santander e Unibanco oferecem linha com o adiantamento do abono

Marcos Burghi, marcos.burghi@grupoestado.com.br

O ano mal começou, e já é possível conseguir a antecipação do 13º salário. Alguns bancos oferecem a seus correntistas, com contas para crédito de salário, opções com juros mensais entre 2,5% e 4,5% ao mês.

O Santander oferece a antecipação de 100% do valor do salário , com taxa de juros a partir de 3,10% ao mês. O pedido deve ser feito com, no máximo, 230 dias de antecedência do pagamento do abono, por ocasião das férias ou do prazo normal, em novembro e dezembro. O dinheiro é liberado no momento da contratação. O banco não informou o valor da Taxa de Abertura de Crédito (TAC).

O Banco do Brasil financia 35% do valor do salário para quem recebe o abono em uma única parcela ou 70% para os clientes que têm o pagamento do 13º em duas vezes. A taxa de juros é de até 2,55% e a solicitação pode ser feita até dez dias antes das datas limites para pagamento - 30 de novembro a primeira parte e 20 de dezembro a restante. Sobre o valor contratado também incide 5% de TAC. O empréstimo será cobrado de uma única vez, na data em que o cliente recebe o abono.

O Itaú também já definiu financiamento para antecipação do abono de Natal a seus correntistas que recebem salário pela instituição. A modalidade tem juros que variam de 2,5% a 4,5% ao mês para valores entre R$ 80 e R$ 5 mil. As solicitações podem ser feitas até 30 de novembro. A TAC varia de acordo com o ponto de contratação. Nos caixas eletrônicos ou na internet, a taxa é de 5%, limitada ao mínimo de R$ 45 e ao máximo de R$ 300. Quem quiser fazê-lo junto ao gerente terá uma taxa de 6%, limitada entre R$ 60 e R$ 300. A cobrança acontece em 19 de dezembro.

O Unibanco também abriu linha para antecipação do 13º para correntistas que recebem pelo banco. A taxa de juros é de 3,99% ao mês e a TAC, de 6%, limitada entre R$ 60 e R$ 300.

Na Caixa Econômica Federal é possível adiantar entre 70% e 85% do valor do salário, para pagamento único na data do crédito do 13º. A assessoria de imprensa da Caixa informou que os juros variam de acordo com o relacionamento que o cliente mantém junto ao banco e a TAC é de 4%. A solicitação deve ser feita no máximo com 180 dias de antecedência do crédito em conta do funcionário. Quem marcou férias entre fevereiro e agosto e solicitou antecipação de metade do abono ao empregador, pode adiantar o valor junto à Caixa.

Para o economista Marcos Crivelaro, a antecipação requer cuidados. Ele afirma tratar-se de um bom negócio para liquidar dívidas com juros mais altos, como cheque especial ou cartão de crédito, cujas médias mensais em 2007 foram de 7,75% e 10,31% respectivamente.

Em simulação realizada a pedido do Jornal da Tarde, Crivelaro constatou que um trabalhador com salário de R$ 1 mil e que antecipe nos próximos dias R$ 800 - 80% do salário - a uma taxa mensal de 2,5%, em dezembro terá uma dívida de R$ 1.024, quantia maior que seu vencimento mensal. Se a taxa for de 4,5%, a dívida ao final do ano chegará a R$ 1.242,37.

Crivelaro lembra que, caso a pessoa perca o emprego antes do término do ano, deverá usar parte da indenização para saldar a dívida. Àqueles que tem pouco tempo de casa e, numa eventual demissão, recebam um valor pequeno, que não permita pagar o empréstimo ele recomenda pensar duas vezes antes de recorrer à alternativa de crédito. “Será mais um problema”, diz.

Servidores

A Nossa Caixa também antecipa o 13º, mas apenas para correntistas que sejam servidores estaduais ou municipais cujas prefeituras mantêm convênio com o banco. O prazo máximo para solicitação é de 180 dias.

Os servidores do Estado que recebem a primeira parcela do abono na data de aniversário e apagam velinhas em agosto, por exemplo, já podem antecipar o valor junto ao banco.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Quando menos vale mais

Valor Econômico
Por Angelo Pavini, de São Paulo
08/02/2008


Um dos mais tradicionais instrumentos de avaliação se uma ação está barata ou cara, a relação Preço/Lucro ou P/L, perdeu um pouco de seu brilho nos últimos anos, substituído por outras ferramentas como indicadores de fluxo de caixa, a exemplo do Ebtida ou Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ou do preço de mercado da companhia versus geração de caixa (Enterprise Value/Ebtida). Mas, mais recentemente, no Brasil, o P/L voltou para a mesa dos analistas como um instrumento auxiliar na busca por oportunidades, com uma nova roupagem: não se olha mais o lucro passado para calcular o retorno, mas o lucro projetado.


Basicamente, o índice é a divisão do lucro por ação de uma empresa - ou seja, o lucro dividido pelo número de ações que a companhia possui - pela cotação do papel no mercado. A idéia é avaliar se o papel está barato em relação ao lucro que a empresa apresenta e que vai para o bolso do acionista na forma de dividendos ou ao ser incorporado ao patrimônio da empresa. Assim, se uma empresa tem um lucro de R$ 50 por ação e cada papel é cotado a R$ 100, seu P/L seria 2 vezes (100 dividido por 50). Como o lucro é anual, de maneira simplista, poderia-se inferir que a empresa em dois anos retornaria ao investidor o valor pago pela ação.


Os detratores do P/L lembram, porém, que essa conclusão é perigosa. Uma empresa pode não manter o mesmo nível de lucros, ou pode ter um controlador que se apodera da maior parte do ganho em vez de distribuí-lo como dividendo ou deixá-lo na companhia. Há ainda casos de empresas jovens, que têm um P/L alto porque estão em fase de investimento, dão pouco lucro agora, mas serão muito lucrativas no futuro.


Para testar na prática essa discussão no Brasil, o professor Pierre Lucena, professor de Finanças da Universidade Federal de Pernambuco, fez um estudo sobre o comportamento das ações da Bolsa de Valores de São Paulo nos últimos 13 anos. No estudo, feito em conjunto com os alunos Odilon Saturnino e Joseanny Karla, ele montou dez carteiras divididas por critérios de P/L e analisou o comportamento das ações no período. O resultado foi que as duas carteiras formadas por ações de P/L mais baixos foram as que tiveram o maior retorno, com uma média de 117,1% ao ano.


Foram analisadas cerca de 200 ações por ano, em um universo total de 700 papéis, incluindo as que não foram negociadas em um dos meses. E a carteira foi sendo ajustada, com a entrada e a saída de papéis que saíam do critério de P/L de cada grupo. "Seria com uma carteira de ações ativa, onde o gestor troca o papel com P/L alto por outro mais baixo", diz. Lucena observa, porém, que não há uma uniformidade entre os rendimentos da maioria das carteiras, com exceção das duas últimas, de menor P/L, onde há um ganho maior.


O professor buscou ainda outros motivos para a rentabilidade maior. E separou o estudo por governos, descobrindo que, no governo Lula, o ganho é maior. "No governo Lula, houve um grande número de ofertas iniciais (IPOs, na sigla em inglês) e um forte aumento de liquidez", diz o professor. Essa liquidez maior pode ter favorecido papéis menos líquidos, justamente os que possuíam P/L menor, fazendo o grupo pagar mais. "O estudo mostra também que é uma oportunidade, que foi perdida pelo investidor, pois o mercado se ajustou", diz.


A discussão a seguir foi avaliar se essa teoria ajudaria na gestão de carteiras, explica Lucena. E a conclusão foi de que sim. "O modelo tradicional, de análise fundamentalista e de risco, funciona, mas, levando em conta o P/L, ele aumenta a eficiência". Segundo o professor, "o interessante é que o estudo mostra que P/L deve ser levado em consideração, apesar de os modelos tradicionais de risco não o aceitarem como relevante."


A idéia de que o P/L baixo é sempre um indicador de oportunidades em bolsa é contestada também pelo badalado especialista em investimento Aswath Damodaran em seu livro "Mitos dos Investimentos". "Uma estratégia baseada apenas nos baixos múltiplos Preço/Lucro pode ser perigosa", diz ele em seu livro, que serviu de inspiração para o trabalho de Lucena. Damodaran admite que as evidências do mercado confirmam que as ações com P/L baixo apresentam desempenho maior que as de P/L elevado. Mas quando são incluídos na análise outros dados, a conclusão é que o P/L baixo pode ser também um indicador de risco elevado e taxas futuras de crescimento baixas. Segundo ele, em uma análise envolvendo 115 ações com P/Ls passados, correntes e futuros inferiores a 10 vezes, mais de 60% dos papéis seriam removidos por terem risco acima da média ou crescimento inferior à média.


Damodaran lembra que é preciso analisar a qualidade do lucro, lembrando que muitas empresas americanas usaram truques contábeis para inflar seus ganhos recentemente. Os lucros também podem ser voláteis e o P/L baixo refletiria isso pelo risco maior da empresa, ou ainda que as perspectivas de crescimento da companhia estão esgotados. Damodaran lembra que o P/L varia de acordo com o setor e que há casos de um P/L ser considerado baixo em determinada época e alto em outra, em virtude das perspectivas para a economia como um todo.


Feitas essas considerações, Damodaran considera válido o uso do P/L para a montagem das carteiras, mas aliado a critérios que avaliem o risco dos papéis e o potencial de crescimento das ações.


De qualquer forma, o P/L é usado pela maioria das grandes corretoras no Brasil e no exterior. "Para quem está fora do mercado de ações, vale a pena entrar neste momento, as 'blue chips' caíram bastante e os múltiplos estão bons", afirma Roberto Nishikawa, diretor-geral da Itaú Corretora. E o critério é o P/L pelo lucro projetado para 12 meses, que para o Brasil seria de 11 vezes no início de janeiro. "O Brasil está mais barato que outros emergentes, como a Índia, onde o P/L é de 22 vezes e o da China, que está em 17 vezes."

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Investidor busca a proteção dos renda fixa em janeiro

Valor Econômico
Por Luciana Monteiro, de São Paulo
07/02/2008


O investidor optou pelo conservadorismo neste início de ano diante da extrema volatilidade do mercado financeiro. Com a possibilidade de recessão nos Estados Unidos, o aplicador não quis saber: buscou proteção na renda fixa. Dos R$ 20,343 bilhões que ingressaram no setor de fundos de investimento em janeiro segundo dados do relatório semanal do site financeiro Fortuna, 56% tiveram como destino as categorias DI, renda fixa pré ou carteiras curto prazo. Pelas estatísticas, também já se configura um movimento de saída de fundos mais agressivos, com os multimercados apresentando os maiores resgates do mês, de R$ 6,343 bilhões.


A preferência dos investidores ficou com os fundos DI, que encerraram o mês com captação de R$ 5,988 bilhões. Em seguida, ficaram os renda fixa que podem aplicar em papéis prefixados, com R$ 4,083 bilhões. O número chama a atenção, já que grande parte dos economistas projeta manutenção do juro básico por conta das pressões inflacionárias. Alguns especialistas, inclusive, vislumbram até alta da Selic. As carteiras curto prazo - que aplicam em papéis pós-fixados com vencimento em até um ano e que, portanto, oscilam menos - tiveram ingresso de R$ 1,415 bilhão até o dia 31.


Em termos de rentabilidade, os DI encerraram o mês com ganho médio de 0,88%, em comparação ao 0,92% do CDI no período. Os renda fixa, apesar de todo vai-e-vem dos mercados, fecharam janeiro com retorno superior ao CDI, de 0,97%. Os fundos curto prazo apresentaram rendimento médio de 0,52% no mês.


Já alguns multimercados começam a ser punidos por conta da rentabilidade bastante inferior ao CDI. Segundo o Fortuna, os multimercados encerraram o primeiro mês do ano com resgates de R$ 6,343 bilhões. As carteiras da categoria registraram, em média, retorno de 0,41%. "Os clientes estão começando a reclamar, pois o tempo está passando e boa parte dos multimercados acumula perdas no último trimestre", diz Rogerio Betti, sócio da Beta Advisors, escritório de aconselhamento financeiro.


Ele conta que dos 164 fundos multimercados acompanhados pelo escritório, 42 deles estão com perdas nos últimos três meses, alguns com quedas superiores a 6% no período. "O cliente entende melhor o risco dos fundos de ações e não espera que a carteira suba num momento que a bolsa está indo mal", diz. "Já os multimercados, na cabeça do cliente, não são tão agressivos e, portanto, ele não atura perdas por muito tempo." Pelos números do Fortuna , 77% dos fundos multimercados perderam do CDI ao longo do segundo semestre de 2007.


Mesmo com a desvalorização da bolsa em janeiro, os fundos de ações prosseguiram atraindo recursos. A categoria registrou ingresso de R$ 636 milhões, num intervalo em que essas carteiras apresentaram uma perda média de 9,79% - maior que a queda de 6,88% do Índice Bovespa. Os portfólios compostos apenas por papéis da Petrobras atraíram R$ 544,566 milhões, mas perderam 8,27% em janeiro. Já os fundos formados somente por ações da Vale captaram R$ 75,253 milhões, apesar da queda de 14,73% dessas carteiras no mês.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Os menores juros

Jornal da Tarde
06/02/2008


Os bancos estatais, do Brasil e Caixa, oferecem as taxas mais vantajosas entre as grandes instituições

Rodrigo Gallo, rodrigo.gallo@grupoestado.com.br

Dentre os grandes bancos do País, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil oferecem os menores juros do crédito consignado para aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em quase todas as operações superiores a 30 meses, praticando taxas a partir de 2,30%. Essas duas instituições financeiras perdem apenas para o Real, no caso de empréstimos de 48 e 60 meses.

No início de janeiro, o Ministério da Previdência Social suspendeu provisoriamente os empréstimos com desconto no benefício para analisar algumas mudanças no programa. Dias depois, o governo anunciou as alterações e liberou novamente o consignado.

Assim, desde 8 de janeiro, o prazo máximo das operações subiu de 36 para 60 meses, e o comprometimento de renda caiu de 30% para 20%. O teto das taxas, contudo, foi mantido em 2,64% ao mês.

Ao analisar os juros cobrados pelos oito grandes bancos do Brasil, percebe-se que as instituições públicas - Caixa e Banco do Brasil - oferecem as taxas mais baixas para operações de 30, 36, 42 e 54 meses. O Real, porém, é o mais barato para os empréstimos com prazo de 48 e 60 meses (veja no quadro acima).

A ampliação do prazo, contudo, deve ser avaliada com cautela pelos consumidores. Apesar de ser uma boa opção para o segurado tomar dinheiro emprestado e pagar prestações mais baixas, o custo final da operação certamente fica mais alto.

Simulação

Segundo cálculos do economista Marcos Crivelaro, professor da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), uma pessoa que toma R$ 350 no consignado, em 36 meses e com juros de 2,64%, paga parcelas de R$ 17. No fim do prazo, esse aposentado terá gasto R$ 612. Se a pessoa escolher uma operação de 60 meses, pagará parcelas de R$ 15, ou seja, R$ 2 mais baratas. Contudo, ao fazer o cálculo do gasto final do empréstimo, perceberá que no fim dos cinco anos terá gasto R$ 900. Isso representa quase 50% mais caro.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical, João Batista Inocentini, acredita que o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) poderia reduzir ainda mais o teto de juros do consignado. Atualmente, o limite é 2,64%, mas Inocentini afirma que essa taxa, em um prazo de 60 meses, será prejudicial aos segurados. “Daria para cortarem as taxas para 2%”, disse. “Seria uma forma de compensar o aumento do prazo sem prejudicar os aposentados.”

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Efeito da taxa de adminitração no PGBL

Quanto a taxa de administração afeta os resultados do investimento no PGBL? Suponha que alguém possa aplicar 10 mil reais em um PGBL e ter direito ao incentivo fiscal sobre esta quantia. Assim sendo, no ano seguinte ela terá R$2.750,00 de restituição de imposto de renda referente ao valor aplicado no PGBL. Se o investidor optou pelo tabela regressiva, ele poderá retirar 90% do saldo existente após 10 anos. Para simplificar, a taxa de retorno do investimento é zero e a taxa de administração é de 2% ao ano. Logo, a seguradora ganhará depois de dez anos será 2%X10X10.000=R$2.000,00 pela taxa de administração. E o saldo será R$10.000,00-R$2.000,00=R$8.000,00. Aplicando-se o imposto de renda temos R$8.000,00x(100%-10%)=R$7.200,00. Ao fazer o mesmo cálculo para taxas de 1,5%a.a e 1%a.a. tem-se respectivamente como saldo líquido R$7.650,00 e R$8.100,00. Caso não houvesse taxa de administração o saldo seria de R$9.000,00.

Vamos ver o problema de outro ângulo. Suponho que todo ano invista-se R$10.000,00 no PGBL, então no ano do primeiro resgate também haveria R$2.750,00 de restituição. Logo, todos os anos aconteceria o seguinte:

  1. Taxa de adm. de 2%: 7.200+2.750=9.950, ou seja fatariam R$50,00 para continuar aplicando no PGBL;
  2. Taxa de adm. de 1,5%: 7.650+2.750=10.400, ou seja sobrariam R$400,00 após aplicar no PGBL;
  3. Taxa de adm. de 1%: 8.100+2.750=10.850, ou seja sobrariam R$850,00 após aplicar no PGBL e
  4. Taxa de adm. de 0%: 9.000+2.750=11.750, ou seja sobrariam R$1.750,00 após aplicar no PGBL.

Ou seja, se o investidor conseguir uma taxa de administração baixa ele pode deixar 10 anos de saldo acumulado intacto, no exemplo seriam 100 mil reais, e ter um dinheiro extra anual graças ao incentivo fiscal.

Taxa interna de retorno de um PGBL

Para calcular a taxa interna de retorno da vantagem fiscal siga os seguintes passos:

  1. Abra um planilha eletrônica, por exemplo o Excel ou do Google que é grátis;
  2. Na célula A1 digite o valor aplicado hoje no PGBL;
  3. Na célula A2 escreva '=-0,275*A1';
  4. Na célula A3 até A10 digite zero;
  5. Na célual A11 escreva '=-0,9*A1';
  6. Vá para a célula B1 e digite '=TIR(A1:A11)'

Se você colocar qualquer valor maior que zero em A1 o resultado será 2,1% ao ano na célula B1. E se o investidor esperar um ano a mais para resgatar? Para isto digite zero na célula A11; '=-0,9*A1' na célula A12 e '=TIR(A1:A112)' na célula B1. O que aconteceu? O você conclui?

Cuidados com os artigos de jornais

Os artigos do Jornal da Tarde "Jovens em Busca do Futuro" e "A velha Poupança Nunca Sai de Moda" devem ser lidos com espírito crítico. Já escrevi neste blog que poupança e previdência privada não são panacéias, ou seja, são para ser usados em casos específicos e o leitor deve pensar se vale a pena ou não aplicar seu dinheiro nestes produtos.

No caso de jovens que vivem de bolsa, realmente previdência privada não é um bom produto. O ideal é fazerem a poupança para a aposentadoria com Tesouro Direto + PIBB e aplicar somente em previdência privada quando começarem ganharem o suficiente para fazer a declaração completa do imposto de renda.

Poupança não tem liquidez, ao retirar o dinheiro fora da data de aniversário o investidor não terá o rendimento dos dias que se passaram. Uma alternativa para fugir do efeito aniversário é abrir 31 poupanças para que todo dia do mês haja pelo menos uma em que você possa retirar o dinheiro sem prejuízo. Além disto, a poupança só bate o Tesouro Direto quando não se tem conta corrente e para até certos valores (há um post no blog que ensina a fazer os cálculos para determinar tal limite).

Pois bem, o príncipio é sempre o mesmo. Leia jornais ou revistas, assita TV e ouça rádio, mas pense se o que as pessoas estão dizendo a respeito de aplicações se aplica ao seu caso.

Jovens em busca do futuro

Jornal da Tarde
05/02/2008


Universitários buscam cada vez mais proteção em planos de previdência privada e seguros pessoais

RODRIGO GALLO, rodrigo.gallo@grupoestado.com.br

Bancando o futuro. Esse lema está em alta entre os jovens de 18 a 25 anos e faz com que o mercado de previdência privada registre um salto nas vendas. Entre 2005 e 2007 as empresas que oferecem planos de previdência e seguros de vida tiveram aumentos de até 15% na contratação de planos por jovens de até 25 anos, em sua maioria universitários.

São pessoas que querem investir pouco, no máximo R$ 100 por mês, e, com isso, esperam acumular recursos suficientes para montar um negócio próprio, fazer um curso de pós-graduação ou simplesmente se proteger de eventuais problemas da economia nacional. Preferem a previdência privada porque seu rendimento é maior do que outras aplicações financeiras conservadoras, como a caderneta de poupança.

O aumento de jovens que buscam previdência privada começou há cerca de quatro anos, mas ganhou força a partir de 2005. Algumas companhias já estão estudando a criação de produtos voltados exclusivamente para este público, a exemplo dos planos para crianças e adolescentes.

Em geral, segundo a gerente de produtos da linha Vida e Previdência da Porto Seguro, Ana Cristina Vieira, esses novos clientes são estudantes universitários que conseguiram o primeiro estágio ou que ingressaram em programas de trainee, e pretendem aproveitar a bolsa-auxílio oferecida pela empresa para investir em um futuro mais seguro.

Esses jovens temem pela incerteza do futuro e a estabilidade da economia. 'As pessoas estão entrando cada vez mais cedo no mercado de trabalho', disse o diretor de marketing da Mongeral, Luiz Cláudio Friedheim. 'Hoje, fica claro que as pessoas deverão estudar por muito mais tempo para ter uma carreira profissional promissora. Por isso, é preciso se planejar para fazer uma pós-graduação ou mesmo cursos de idioma no exterior', diz o diretor comercial da Brasilprev, Marcos Barros.

Além disso, parte destes jovens decide investir em previdência para, no futuro, ter recursos acumulados para abrir um negócio próprio, para diminuir uma eventual dependência da aposentadoria da Previdência Social. 'Antes, a classe média sonhava em comprar carro, casa e viajar para a Disney. Hoje, pensa-se mais em educação e saúde', disse Barros, que tem duas filhas, de 19 e 21 anos, que sempre tiveram plano de previdência complementar.

De acordo com Edson Franco, presidente do Real Tokyo Marine, o mercado registra cada vez mais uma redução na idade média dos clientes de previdência privada. Isso pode ser reflexo de uma mudança muito grande na cultura financeira dos brasileiros - muitos desses universitários decidem contratar planos por incentivo dos pais. 'Estamos formando uma nova geração de clientes de previdência privada e seguros pessoais. São pessoas com mais consciência de formação de reservas financeiras e de proteção futura.'

Segundo a Confederação Nacional de Seguros, Previdência e Capitalização, essa transformação gradual no mercado deverá se acentuar nos próximos anos - principalmente se o governo federal realizar modificações nas regras de aposentadoria do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Com isso, a tendência é de que os universitários se tornem 'alvos' cada vez mais atraentes.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Supermercado

Hoje fiz compras em supermercado do tipo atacarejo perto da casa da minha sogra . Pois bem, chegando em casa entrei na página de uma grande rede varejista, que aliás tem uma loja perto de casa, e coloquei os mesmos produtos no carrinho. Quase caí para trás quando vi o tota. Era 40% a mais que o atacarejo! A diferença é tanta que dá para pagar a gasolina de ida e volta e sobra troco para comer fora. Portanto, fiquem atento à dispersão de preços pois ela é grande.

A velha poupança nunca sai de moda

Jornal da Tarde
03/02/2008

Renda certa e facilidade para aplicar(e resgatar) o dinheiro são os segredos do investimento

FABRÍCIO DE CASTRO, fabricio.castro@grupoestado.com.br

Apesar da rentabilidade reduzida, a caderneta de poupança é uma das aplicações mais procuradas pelos brasileiros. Em 2007, sua captação líquida (diferença entre depósitos e saques) foi de R$ 33,4 bilhões, com rendimento de 7,7% (sem descontar a inflação). Em busca de segurança, há brasileiros que não trocam a poupança por nenhum outro investimento.

Nos últimos cinco anos, o rendimento da poupança foi superado de longe por outras aplicações, como os fundos indexados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e os fundos que acompanham o índice da Bolsa de Valores (Ibovespa). Mesmo assim, a poupança atrai pela facilidade: basta ir ao banco para abrir uma conta e, pelas regras atuais, o governo garante um rendimento de pelo menos 0,5% ao mês.

'A poupança é um investimento que se torna mais interessante no Brasil de hoje', defende o economista Walter Franco, da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid). A queda da Selic - a taxa básica de juros da economia - reduziu os ganhos dos fundos de renda fixa, que ainda por cima cobram taxas de administração. Além disso, quem mantém o dinheiro na poupança não se assusta com os altos e baixos da Bolsa, por exemplo. Basta deixar o dinheiro parado, rendendo.

A promotora de vendas Viviane Aparecida Marinho, 34 anos, faz isso desde 2004. Morando com a mãe, ela aplica parte do salário para no futuro comprar uma casa. 'Gosto da poupança porque posso pegar o dinheiro quando quiser.'

O representante comercial Marcelo do Amaral, 41 anos, manteve suas reservas na poupança até o ano passado. Em busca de rentabilidade maior, transferiu o dinheiro para um fundo de ações. 'Mas a Bolsa oscilou muito e eu fiquei preocupado', confessa. 'Aguardei o mercado se recompor e retirei o dinheiro.' Parte foi reinvestido em sua empresa e outra parcela voltou para a poupança.

Mais proteção

A proteção da caderneta não se limita ao rendimento. O economista Marcos Crivelaro, da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), lembra que o Fundo Garantidor de Créditos, criado em 1995, assegura o pagamento de até R$ 60 mil ao titular da conta em caso de falência do banco.
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