sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Siga o site e pague menos

Fique de olho nas promoções relâmpago feitas pelas lojas online onde é possível encontrar
computadores com até 57,5% de desconto

Marília Almeida

Jornal da Tarde

16/10/2009

O hábito de acompanhar os sites de venda online das principais redes varejistas pode render bons descontos na compra de computadores. A maioria dos sites oferecem desktops (computadores de mesa), notebooks e netbooks (mini-computadores), com descontos que podem chegar a 57,5% em promoções relâmpago. Esta é a economia obtida na compra de um notebook Pentium Dual Core com 2 GB da Semp Toshiba, que sai de R$ 4.699 por R$ 1.999 no site da Shoptime (veja ofertas na tabela ao lado).

Em sites como Americanas.com, Fast Shop e Saraiva, é comum ver a etiqueta 'só hoje', com reduções significativas nos preços de produtos de informática. Passada a promoção, os mesmo itens são encontrados a preços "normais". No site da Fnac, além das ofertas do dia, há mais de 150 produtos de tecnologia com descontos de até 40%.

Para acompanhá-las, vale abusar de ferramentas como e-mail e redes sociais, como o Twitter, microblog onde é possível seguir as promoções instantâneas das empresas, literalmente. Outra boa ferramenta para pesquisa é o comparador de preços, pois a diferença entre um mesmo modelo de computador pode chegar a 70% dependendo da loja virtual, diz Marcelo Salvador, gerente comercial da consultoria E-bit.

"É o momento para aproveitar promoções, pois as lojas estão conseguindo boas negociações em produtos importados por causa da desvalorização do dólar."

Eugenio Foganholo, diretor da consultoria de varejo Mixxer, explica que essas promoções são uma 'isca' para o consumidor acompanhar o site e criar possibilidades para a compra de outros produtos durante a pesquisa.

O músico André Farias Leite da Silva Ramos, 34 anos, conseguiu 12% de desconto em um notebook em uma promoção relâmpago. André achou a oferta após pesquisar quase diariamente nos sites durante oito meses.

"O frete era gratuito, o site oferecia opção de parcelamento em doze vezes e ainda consegui mais 10% de desconto ao optar pelo pagamento com cartão de crédito. Tudo isso fez com que a compra coubesse no meu bolso"

Ipod em 12x sem juros

A Apple lançou sua loja virtual brasileira este mês e oferece brinde para qualquer pedido feito pelo site. Ao acessá-lo, o consumidor encontra condições de pagamentos facilitadas. Qualquer produto pode ser parcelado em até doze vezes sem juros e o frete é gratuito para pedidos acima de R$ 120.

A loja também oferece serviços, como personalização de computadores, gravação gratuita na superfície de Ipods e caixas para presentear.

Para ficar por dentro das ofertas do site, basta inserir e-mail na home do site apple.com/br e se cadastrar para recebê-las.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Caderneta para maiores

Desistência do governo de tributar poupança dá aos grandes investidores vantagens num ambiente de juro baixo.


Valor Econômico

Por Angelo Pavini e Luciana Monteiro, de São Paulo
14/10/2009

A decisão do governo de desistir definitivamente - depois de muitas idas e vindas - da tributação da poupança permite ao investidor com maior volume de recursos aproveitar as vantagens da caderneta neste ambiente de juro baixo. Antes, havia a expectativa de que os ganhos dos saldos acima de R$ 50 mil seriam tributados, o que inibia investidores com valores maiores fazerem a troca de fundos conservadores - DI e renda fixa - mais caros pela caderneta. Agora, vale a pena fazer as contas.

Olhando apenas a rentabilidade e imaginando que os fundos rendam somente o CDI, hoje com a taxa Selic de 8,75% ao ano, a caderneta seria vantajosa para quem não conseguir uma taxa de administração inferior ou igual a 1% em prazos abaixo de um ano. A partir de 0,75% de taxa de administração, o retorno do fundo empata ou ganha da poupança em todos os prazos.

Mas se os juros subirem nos próximos meses, a situação para os fundos melhora. Com uma Selic de 9,75%, fundos com taxa de administração de 2% passam a empatar com a caderneta a partir de prazos superiores a um ano. Com 1,5% de custo, os fundos ganhariam da poupança em qualquer prazo. Já se os juros subirem mais, atingindo 10,75% ao ano, fundos com taxa de 3% passam a ser competitivos com a poupança nos prazos superiores a um ano. E carteiras com taxa de 2,5% empatam ou ganham das caderneta em qualquer prazo.

Olhando o cenário de juros, a expectativa do mercado é de que as taxas comecem a subir no fim do ano que vem. Isso significaria quase um ano de rentabilidade mais alta para a caderneta. E, mesmo com a alta dos juros, a estimativa é de que o Banco Central (BC) pare a Selic em 11% ao ano no primeiro semestre de 2011. Haveria, portanto, um espaço ao menos para diversificação, com parte dos recursos novos indo para caderneta no curto prazo.

Para o investidor que já está em fundos, é preciso avaliar se a troca pela caderneta vale a pena considerando o prazo que o dinheiro já está aplicado. Sacar antes de dois anos significará pagar mais imposto. E, mesmo para quem já está há dois anos, se mais adiante a decisão for voltar para o fundo, será preciso recomeçar a contagem do tempo.

Também é preciso levar em conta as comodidades oferecidas pelos fundos, como o resgate diário sem perda da rentabilidade passada. Na caderneta, os resgates sem perda de rendimento são permitidos apenas uma vez por mês. Em compensação, os fundos pagam imposto antecipadamente, a cada seis meses, por meio do chamado "come-cotas". No geral, porém, a caderneta se torna competitiva em relação aos fundos e também em relação a outras aplicações, como CDBs e títulos do Tesouro Direto.

Nesse nível de Selic e diante do histórico das taxas de administração dos fundos de investimento no Brasil, a caderneta de poupança continua a melhor opção para o pequeno investidor, diz Rodrigo Menon, sócio do escritório de aconselhamento financeiro Beta Advisors. "Mesmo no caso do Tesouro Direto fica difícil competir, pois é preciso conseguir uma taxa de custódia e de corretagem baixas para compensar", avalia.

Independentemente do nível dos juros, o investidor tem de zelar sempre pelos custos das aplicações e o Tesouro Direto é uma das melhores opções, avalia Marcia Dessen, sócia do Grupo Educacional Bankrisk. A grande maioria das corretoras cobra até 0,4% ao ano de taxa de custódia, mas há instituições nas quais o investidor não tem custos. Se um aplicador comprar uma LFT (Letra Financeiro do Tesouro, papel pós-fixado) que paga 100% do CDI usando como intermediária uma corretora que cobra 0,4% ao ano, terá no final o equivalente a 95% do CDI.

Diante desse cenário, os CDB perdem atratividade, avalia Marcia, pois a necessidade de captação dos bancos caiu e já é difícil conseguir taxas acima de 90% do CDI. "É mais interessante, portanto, obter 100% do CDI num título do Tesouro Direto", diz.

Já para os investidores com maiores valores para aplicar - algo entre R$ 300 mil e R$ 500 mil -, há outros instrumentos para otimizar a carteira, diz Menon. Ele cita os fundos imobiliários, de capital protegido ou mesmo os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). "Com o CDI menor, cai também o custo de oportunidade do investidor", diz ele. "Hoje é mais fácil arriscar deixar de ganhar 8,75% ao ano diversificando do que quando os juros estavam altos."

Para valores até R$ 30 mil, a caderneta de poupança é imbatível, diz Eduardo Jurcevic, superintendente de investimentos do Grupo Santander Brasil. "Mas isso vale para quem pode deixar o dinheiro aplicado e só resgatar no vencimento, senão o fundo pode compensar mais", observa. Segundo ele, com R$ 30 mil já é possível um investidor conseguir um fundo DI com taxa de administração de 1% ao ano no Santander, uma taxa bastante competitiva. Ele lembra ainda que a alta dos juros no ano que vem pode mudar essa relação. "Esperamos que o juro suba já no primeiro semestre e atinja 11,75% no fim de 2010". Nesse caso, o ganho dos fundos seria muito maior, especialmente os DI.

Para William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV-SP, a migração de fundos para caderneta não deve ser grande, apesar da vantagem. "O investidor dá prioridade para a preservação de valor antes do ganho e, se a caderneta vai ganhar mais por algum tempo, ele pode não se preocupar tanto em migrar pois sabe que isso vai mudar mais adiante", diz Eid. O fato de muitos fundos reduzirem o valor mínimo de aplicação para fundos com taxas mais baixas também ajudam a evitar essa migração.

O fim da discussão da tributação pode levar alguns grandes investidores a aplicar em poupança, admite Marcelo Giufrida, presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Mas a migração não deve ser muito grande, considerando que a previsão é de que os juros voltarem a subir no ano que vem, beneficiando os fundos.

Giufrida observa também que a maioria dos fundos tem conseguido rentabilidade acima do CDI. "As simulações de ganho dos fundos não consideram isso", lembra. O motivo é que cada vez mais os fundos aplicam em papéis privados e reduzem a parcela em títulos indexados ao juro diário. Giufrida acha que a discussão sobre a poupança deve voltar quando os juros tornarem a cair no futuro, para evitar distorções no mercado financeiro.

No Congresso, líderes do PT já estudam outras fórmulas para a caderneta de poupança, incluindo atrelar os juros à Selic para valores acima de R$ 120 mil.

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