sábado, 8 de setembro de 2007

Seu bolso: desconto em grandes compras esporádicas equivale a pequenos gastos

http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/infomoney/2007/09/07/ult4040u6709.jhtm

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Os mais 'baratos' dos mais 'caros'

Jornal da Tarde 07/09/2007

Especialistas afirmam que é possível encontrar boas ofertas em todos os bairros nobres da cidade

FABIO LEITE, f.leite@grupoestado.com.br


Entre todos os fatores que definem a escolha de um imóvel, a localização ainda é o mais relevante para quem o procura. Seja pela proximidade do eixo empresarial da região, por conta da qualidade de vida que ela proporciona, ou, simplesmente, pelo status que carrega, morar em um bairro nobre, com infra-estrutura e prestígio consolidados, é o sonho de consumo de muitos paulistanos.

Embora as características acima descritas, aliadas à inesgotável procura por unidades nas localidades bem conceituadas, acabam elevando o valor dos produtos a cifras exorbitantes. É possível sim encontrar boas ofertas nas regiões supervalorizadas da cidade. Na tentativa de traçar onde estão os imóveis mais ‘baratos’ dos bairros mais ‘caros’ da Capital, a reportagem ouviu de especialistas do mercado imobiliário que as ‘pechinchas’ estão pulverizadas.

“É possível encontrar boas ofertas em todos os bairros caros de São Paulo”, pontua a gerente de locação e vendas da Lello Imóveis, Roseli Hernandes. A lista, exemplifica, vai desde os cobiçados Jardins, Higienópolis e Moema até os não menos desejados Itaim, Morumbi e Perdizes. “O giro dos imóveis nas localidades supervalorizadas é muito rápido. É preciso ter paciência e pesquisar bastante nas imobiliárias que atuam na região”, alerta.

Segundo o diretor comercial de revendas da Lopes, Daniel Dequech, esses imóveis são, em sua maioria, mais antigos - mais de dez anos de construção -, têm dimensões bem mais modestas - um ou dois dormitórios e área útil inferior a 90 m² -, cujos preços variam entre R$ 100 mil e R$ 250 mil. “Mesmo nas regiões mais valorizadas é possível achar imóveis de até R$ 200 mil, mas com metragem menor”, relata.

A corretora Raquel Graciolla, da Camargo Dias Imóveis, salienta, contudo, que aqueles que buscam um imóvel bem localizado e com preço enxuto devem estar cientes de que terão de abrir mão de ambientes espaçosos e grandes atrativos no prédio. “Muitas pessoas procuram imóveis de R$ 130 mil, por exemplo, com metragem superior a 80 m² e querem lazer completo no condomínio. Isso não existe nessas regiões”, diz.

Em contrapartida, adquirir uma unidade em um bairro com valorização consolidada é assegurar a rentabilidade do bem. “As regiões mais valorizadas hoje já eram assim anos atrás e vão continuar a se valorizar porque a procura é sempre muito grande”, explica o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto.

A dica para encontrar produtos baratos em regiões caras, conta Viana Neto, é procurar na “periferia” dos bairros nobres. Mesmo assim, adianta ele, o produto ideal demandará muita paciência com pesquisas e procuras. “A maior dificuldade é que os imóveis voltados para a classe média estão em falta no mercado”, avalia.

Já Daniel Dequech, da Lopes, aconselha o interessado a avaliar as condições físicas do imóvel e a calcular o preço do metro quadrado para saber se o custo-benefício compensa. “O cliente deve analisar tudo para saber se vale a pena mesmo comprar na região.”

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Menos contas e mais atitude na hora de decidir

Luiz Codorniz, para o Valor
06/09/2007


"O Investidor Inteligente" - Benjamin Graham.


Ed. Nova Fronteira, 672 págs., R$ 69,90



Este novo lançamento do livro de Benjamin Graham vem em momento bastante oportuno. Nos Estados Unidos, vende muito bem quando o mercado está passando por suas crises periódicas. Aqui no Brasil, a edição traduzida preenche lacuna importante: na maioria, os livros sobre investimentos em português ou são muito básicos, ou focam a analise gráfica (ou melhor, análise pelo retrovisor), ou são mais acadêmicos e não apropriados ao investidor comum.


A primeira edição de "O Investidor..." foi publicada em 1949. No livro "Supermoney", também bastante conhecido, o autor, Adam Smith, fala sobre a edição de 1973, esta agora traduzida no Brasil. Comenta que, na época, profissionais de investimentos referiam-se às idéias e livros de Graham como "coisa velha", "platitudes entremeadas com historias de 40 anos atrás". Mais recentemente, no meio da euforia do Nasdaq, palavras similares eram aplicadas aos investidores que seguiam as idéias de Graham (Buffett, Dreman, Pzena, Tweedy Browne, entre outros). Entretanto, o livro ainda hoje é utilizado nas disciplinas voltadas para analise de investimentos no MBA da Columbia University. A edição traduzida traz comentários de Jason Zweig, que mostra como as idéias de Graham continuam relevantes.


O livro é de pouca utilidade para grafistas convictos, "momentum investors", crentes incondicionais na eficiência de mercado, investidores (?) que buscam diversão em "jogar na bolsa" e profissionais de mercado obcecados com o desempenho no curto-prazo de suas carteiras de investimentos.


Talvez se possa imaginar que este é mais um livro escrito para outra realidade, não para a brasileira. Não é verdade. Os princípios ali contidos têm sido aplicados com sucesso por gestoras independentes de renda variável e também por investidores individuais. Além disso, o Valor tem publicado uma série de artigos, na coluna "Palavra do Gestor", baseados nos princípios abordados no "Investidor Inteligente".


Os capítulos fundamentais do livro são os de número 8 e 20, e o anexo "Os Superinvestidores de Graham & Doddsville", escrito por Warren Buffett. No capítulo 8, Graham aconselha o investidor sobre como lidar e tirar proveito da volatilidade dos preços das ações. No outro, é discutida a recomendação de se investir em ações somente quando exista uma boa margem de segurança - definida pela diferença entre o valor intrínseco da ação e seu preço de mercado. Quanto maior a discrepância, mais atrativo é o investimento. Entretanto, como diz Buffett, "para se ter sucesso em investimentos é necessário um sólido sistema intelectual para tomada de decisões e a habilidade de evitar que as emoções corroam esse sistema". O livro fornece o arcabouço para a decisão, mas o investidor deve ter disciplina e estabilidade emocional.


Graham não fornece formulas complicadas para a avaliação de empresas, mas, sim, princípios a serem seguidos e as atitudes/comportamento que o investidor deve adotar para obter resultados satisfatórios. Graham desconfiava de métodos de avaliação muito complicados. Dizia que o fato de alguém usar algo mais do que álgebra era um sinal de que o analista/investidor estava tentando substituir a experiência por teoria. Aqueles leitores que desejarem uma abordagem mais abrangente sobre avaliação de empresas, baseada nos princípios de Graham/Buffett, podem ler o livro "Value Investing: From Graham to Buffett and Beyond" escrito por professores da Columbia University.


Em "O Investidor...", Graham separa os investidores em "defensivos" e "empreendedores", e faz recomendações especificas em termos de política de investimentos. Defensivos devem investir em ações de grandes empresas, proeminentes e saudáveis financeiramente. Entretanto, deve-se colocar esse aconselhamento no contexto em que foi feito. No período 1949-1972, havia pouquíssimos fundos mútuos que seguiam o enfoque "value investing" e outros poucos consultores/gestores que administravam carteiras privadas de ações. Ou seja, não havia muitas opções. Então, a solução era o investidor fazer sua própria carteira focada em valor. Hoje, a situação é bem diferente, e as opções aplicáveis a essa estratégia são muitas. Portanto, faz pouco sentido para o investidor defensivo gerir sua própria carteira de ações, pois isso requer tempo, técnica, temperamento e gosto. É melhor ele escolher alguns fundos de gestoras independentes que tenham uma orientação para valor, mas diversificando em termos de tamanho de empresa.


A tradução deixa a desejar quanto à terminologia empregada. Em muitas partes é bastante literal. Pelo visto não houve uma revisão por um profissional do mercado financeiro familiarizado com a obra de Graham. Além disso, a decisão de reduzir o uso de anglicismos foi equivocada, considerando-se que os mercados estão mais globalizados do que nunca. Bastava colocar um glossário no final.


As duas frases de Graham que o investidor deve sempre ter em mente são: 1) "Você não está certo ou errado porque a manada discorda de você. Você está certo porque suas informações/dados e raciocínio estão corretos". 2) "No mundo dos investimentos, a coragem é a virtude suprema, apoiada em conhecimento adequado e discernimento baseado na experiência".


Luiz Codorniz é consultor de investimentos (lmcmarco@yahoo.com).

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

A compra mais barata de São Paulo

Jornal da Tarde 05/09/2007

Pesquisa da ProTeste em supermercados mostra onde se pode montar uma cesta de produtos mais em conta. Diferença de preços entre as lojas chega a 47%

CHARLISE MORAIS, charlise.morais@grupoestado.com.br

Na hora de fazer as compras, nem sempre o local mais próximo ou o que oferece mais produtos e maiores prazos de pagamento pode ser o melhor. Para aqueles que consideram o preço como o item determinante, atenção: na Capital, a diferença entre o mercado mais barato e o mais caro pode ser de até 47%.

Veja a íntegra da pesquisa da Pro Teste na internet

Essa discrepância pode ser fundamental para o orçamento familiar, já que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as despesas com alimentação em casa, higiene e artigos de limpeza representam mais de 31% do total do consumo das famílias.

Com base em uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de defesa do Consumidor, Pro Teste, selecionamos os melhores mercados para se comprar em cada uma das regiões da Cidade (ver quadro). Foram estabelecidos dois tipos de cestas de compras. A cesta 1 representa o consumo típico de uma família brasileira e destina-se a quem escolhe os produtos com base na marca. É composta por 97 itens distribuídos nas seguintes categorias: cereais, leguminosas, oleaginosas; farinhas, féculas e massas; açúcares e derivados; enlatados e conservas; temperos e condimentos; óleos e gorduras; congelados e resfriados; leites e derivados; bebidas; higiene; limpeza; bazar; frutas e verduras; carnes e outros produtos alimentares.

Já a cesta 2 é composta por 83 itens, semelhantes à primeira, mas não inclui carne, peixe, frutas e legumes. Além disso, é destinada ao consumidor que procura pelos menores preços - e não por marcas definidas. Para cada cesta foi procurado o menor valor na Cidade, que corresponde ao índice 100. Por isso, as lojas que apresentam esse índice são as que têm os melhores preços. Os índices acima disso mostram o quanto a cesta está mais cara que o valor mais baixo encontrado. Portanto, se o mercado apresenta índice 110 significa que a cesta naquele local está 10% mais cara que no mercado mais barato.

A coordenadora de estudos de mercado da Pro Teste, Cristiane Souza, ensina como descobrir quanto é possível economizar nas compras. Suponha que o consumidor fez uma compra de R$ 400 na loja que apresentava o índice 100. Se tivesse comprado no mercado mais caro, de índice 147 (caso do Yaya da Rua Tutóia, 430 ), a mesma compra teria custado R$ 588. A economia nesse caso é de R$ 188 só em um mês. Em um ano a diferença seria de R$ 2.256.

Para o consumidor fazer a comparação na sua região e saber onde as compras devem ser evitadas, vale verificar os piores índices da pesquisa. No Centro e Centro-Sul, o vencedor foi o Yaya ( Rua Tutóia, 430 ): 128 para a cesta 1 e 147 para a cesta 2. Na Leste, o Irmãos Lopes (Rua Sabbado D'Angelo, 1.980) obteve índice 118 para a cesta 1 e o Matsui (Rua Mercadinho, 526) 134 para a cesta 2. Na região Nordeste o Pão de Açúcar da Rua Dr. Cesar, 1.234, obteve índice 122 na cesta 1 e o da Rua Voluntários da Pátria, 1.723, 135 para a cesta 2. Na região Oeste o Pão de Açúcar da Praça Panamericana e o F&C (Av. Rio Pequeno, 654)são os mais caros com índices 128 e 137, respectivamente.Na Sudeste ganha o Kanguru (Rua Antônio de Barros, 285) com índice 137 na cesta 2. E a região Sul tem índice 120 na cesta 1, no Jaraguá (Av. Dr. Timóteo Penteado, 3.373), e 127 na cesta 2 no Sonda (Av. Sen. Teotônio Vilela, 1.433).

Compras de ocasião

Valor Econômico
Por Catherine Vieira
05/09/2007

Crises criam oportunidades. Essa máxima foi aplicada por vários gestores de fundos de ações que não se abalaram com as turbulências nos mercados entre o fim de julho e o início de agosto e saíram às compras, aproveitando preços de ocasião de alguns ativos. Estão nesse time gestores como Investidor Profissional, Franklin Templeton, Rio Bravo, Argúcia e Máxima Asset, muitos deles beneficiados pelo perfil de seus produtos, que privilegiam a estratégia de longo prazo baseada nos fundamentos e geração de valor. As escolhas entre as pechinchas foram variadas: desde tradicionais ações de fundos com foco em longo prazo como Lojas Renner e Eternit, passando por ativos mais líquidos como Brasil Telecom e Itaúsa e novatas como Terna e Rodobens, para citar alguns exemplos.


Alguns fundos aproveitaram o momento para fazer trocas na carteira, acreditando que o mercado vai ficar bem mais seletivo e rigoroso com os bons fundamentos. Outros estavam justamente com um caixa mais folgado para aproveitar eventuais oportunidades. É neste último caso que se enquadra a Investidor Profissional (IP), gestora independente de fundos de ações. "Estávamos com um caixa folgado, com cerca de 80% do fundo aplicado e 20% em dinheiro livre para aproveitar oportunidades", explica o sócio Elsen Carvalho. Após a crise, prossegue ele, a carteira ficou com 90% em ações.


De acordo com o sócio da IP, a gestora aproveitou não apenas para adquirir papéis que ficaram extremamente baratos durante a crise - caso de Itaúsa - como também para fazer grandes compras já previstas, uma vez que nesses períodos os preços ficam menos influenciados pela euforia. Isso ocorreu com os papéis da Hering e da Springs Global. Em ambos os casos, a IP fez compras de parcelas significativas do capital das empresas. Essa estratégia é típica da gestora, que costuma comprar pedaços maiores de companhias que considera terem boa governança e grande potencial de criar valor. No ano, o IP Participações acumula ganho de cerca de 33%.


Outra que elevou algumas apostas aproveitando as baixas foi a Franklin Templeton. Segundo o gestor Frederico Sampaio, o fundo aproveita esses eventos para fazer algumas mudanças na carteira. "Nesses momentos, é preciso ser seletivo, pois os ativos de maior qualidade são os que sustentam a recuperação", diz Sampaio. As principais compras foram dos papéis das Lojas Renner e Brasil Telecom. "São dois ativos dos quais gostamos muito e foram prejudicados pela crise", diz ele.


A ação da Renner por exemplo, chegou a valer R$ 40 antes da crise e, no auge da turbulência, caiu até R$ 26, sendo que ontem estava em R$ 34. "A empresa tem boa gestão e números de crescimento melhores que a concorrente direta, além de ter capital pulverizado", lembra Sampaio. Já Brasil Telecom também teve queda, mas já era atraente na visão do gestor. "Esse é um ativo muito barato, porque tinha um desconto em função das questões societárias do passado", afirma. "Mas vem tendo melhoras operacionais e de governança, sem contar a possibilidade da fusão com a Telemar."


O sócio da Argúcia, Ricardo Magalhães, também mexeu na carteira. "Compramos Terna, Rodobens e Ipiranga, além de outros dois papéis que ainda estamos adquirindo devagar", diz Magalhães. "Também aproveitamos para sair de algumas posições que achamos que já tinham subido o previsto", diz. O Argúcia Income, fundo com patrimônio de R$ 228 milhões e com variação de 36% no ano, é bastante focado em fundamentos e empresas com perspectivas de pagar bons dividendos.


O Rio Bravo Fundamental, fundo que tem como estratégia se concentrar em poucos ativos por longo prazo, também foi às compras. "Elevamos a aposta em Eternit", explica o gestor Rafael Rodrigues, da Rio Bravo.


Já o diretor de gestão da Máxima Asset, Saulo Sabbá, usou a estratégia de vender um pouco das ações blue chips para tentar surfar nas pechinchas criadas pela crise. "Focamos bastante em papéis que tinham forte presença de estrangeiros, que foram os mais prejudicados", explica. Segundo ele, entre os setores mais interessantes durante a turbulência estavam os de construção, consumo e bancos. "O de construção estava quase 80% nas mãos de investidores externos", lembra ele. "E os bancos acabaram sofrendo por tabela, já que o setor lá fora foi afetado, mas aqui não se justifica, as perspectivas são muito boas", completa. A idéia era comprar antes da recuperação que ele previa para os papéis.


Como a recuperação começou a ocorrer, até antes do que alguns imaginavam, os gestores afirmam que há lições importantes a tirar dessa turbulência. Para José Alberto Tovar, da Arx Capital, os solavancos foram um teste interessante para os novos investidores que chegaram há pouco ao mercado de ações. "A primeira lição é: esse é um mercado que tem, sim, volatilidade", diz ele. "E a segunda lição é que se deve focar ativos que tenham bons fundamentos e perspectivas para o longo prazo, pois assim se pode ficar mais confortável em momentos como esses" , completa.


Tovar lembra que, em momentos em que a maioria está em pânico, quem mantém a calma é que consegue tirar o melhor proveito. "É psicologicamente difícil resistir firme no pior momento, mas o investidor precisa ter isso em mente, principalmente em crises desse tipo, que são de liquidez e não corporativas", conclui. Sampaio, da Templeton, lembra que a carência de resgate acaba ajudando a evitar que os investidores sejam movidos pelo pânico e façam saques nos piores momentos.

Simulador da BM&F já tem mais de 1,6 mil cadastros

Valor Econômico
Por Luciana Monteiro
05/09/2007



Mal começou a operar na segunda-feira, o simulador lançado pela Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) em seu site já conta com 1.610 usuários cadastrados. Assim como já ocorre no mercado financeiro, a maior parte dos participantes está no eixo Rio-São Paulo, com 72% dos cadastrados. Minas Gerais, Espírito Santo, Rondônia e região Centro-Oeste representam 13%. O Sul do país soma 11% e os demais estados, 4% dos usuários.


Com caráter educacional, o simulador permite ao participante testar seus conhecimentos comprando ou vendendo minicontratos futuros de Ibovespa, dólar, boi e café. Cada investidor recebe uma quantia fictícia de R$ 150 mil para negociar os mínis e quem se sair melhor receberá prêmios. O projeto tem a parceria do Valor, que divulgará os resultados dos melhores colocados. O acesso é gratuito e basta se cadastrar para operar. Os mínis são uma versão reduzida dos contratos negociados pelos grandes investidores na BM&F.


Segundo a bolsa, o Ibovespa é o contrato mais negociado no simulador até o momento, seguido por dólar, boi gordo e café. Com a bolsa caminhando para o quinto ano consecutivo de alta, os contratos de índice ganharam maior visibilidade. São também os contratos com maior volatilidade, o que traz a possibilidade de ganhos mais rápidos. Ontem, os contratos com vencimento em outubro fecharam projetando um índice aos 55.523 pontos, alta de 1,5% em relação à projeção do dia anterior.


Já os contratos de dólar perderam um pouco o brilho diante da valorização do real nos últimos anos. Mas com a crise desencadeada com o segmento de hipotecas americanas de alto risco, voltou a ganhar a atenção. Os contatos de dólar para outubro fecharam a R$ 1,9525, em queda de 0,38%.


O perfil entre usuários do simulador por enquanto está bastante equilibrado. Dados da BM&F mostram que a maioria até agora é composta por não-universitários, que somam 58%, enquanto universitários eram 42% dos investidores cadastrados.


A competição começou na segunda, mas os interessados podem se inscrever a qualquer momento. O projeto prevê premiações bimestrais e também no fechamento do ano. Haverá um prêmio relativo aos meses de setembro e outubro, outra para o bimestre novembro e dezembro, além da anual relativa ao ano de 2007. Os cinco aplicadores com os melhores rendimentos bimestrais no simulador ganharão iPods, cursos online da BM&F sobre o mercado de derivativos e assinaturas bimestrais do Valor.


Os dez que se destacarem no ano também receberão prêmios e poderão até concorrer a um estágio na BM&F. Os três primeiros colocados ganharão Laptops, cursos presenciais ou online da bolsa (a critério do vencedor) e uma assinatura anual do Valor. Os outros sete terão direito a cursos online e assinaturas semestrais do jornal
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terça-feira, 4 de setembro de 2007

Crédito mais barato para você

Jornal da Tarde 04/09/2007

Penhor, consignado e crédito cooperativo são opções mais baratas para quem precisa de dinheiro
Fabrício de Castro,
fabricio.castro@grupoestado.com.br

Quem precisa de dinheiro, mas quer fugir das taxas e dos juros astronômicos, conta hoje com várias opções de baixo custo. O tradicional penhor, oferecido pela Caixa Econômica Federal, os empréstimos consignados e o crédito por meio de cooperativas são alternativas às linhas tradicionais oferecidas por bancos e financeiras.

Enquanto os juros dos empréstimos pessoais variam entre 3,5% e 7% ao mês, no caso dos bancos, e chegam a 10% mensais nas financeiras, o penhor trabalha com taxas de 2% a 2,88%. Além disso, a burocracia é menor. 'A vantagem é que a pessoa vai ao banco com a jóia e sai com o dinheiro na mão', diz o economista Walter Franco, professor da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid). Outro atrativo: o usuário não precisa estar com o nome 'limpo' na praça, pois os bens são a garantia.

A enfermeira Maria Helena Murufushi usa o penhor há dez anos. 'Faço isso para manter as jóias em segurança e para usar o dinheiro quando preciso.' Ela mantém no cofre da Caixa correntes, anéis e pingentes, alguns deles há oito anos. 'As taxas são razoáveis', diz.

Para quem é aposentado ou pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), os empréstimos consignados, aqueles cujo pagamento é descontado direto do contracheque, oferecem juros de até 2,64%. Algumas instituições, como a Caixa e o Banco do Brasil, trabalham com taxas inferiores a 1% em contratos de até 6 meses. Por lei, é proibida a cobrança de Tarifa de Abertura de Crédito (TAC) - taxa que, em empréstimos convencionais, ajudam a engordar o valor das parcelas.

Funcionários de empresas que possuem convênio com bancos também pagam menos, já que as parcelas são descontadas diretamente do salário. 'Com a exceção do crédito via cooperativa, o consignado talvez seja a alternativa mais acessível para quem precisa de dinheiro', afirma o economista Marcos Silvestre, professor da Mercatus Escola de Negócios.

As cooperativas de crédito, ainda pouco conhecidas, trabalham com juros médios de 2%. Segundo Manoel Messias da Silva, presidente da Central das Cooperativas de Crédito do Estado de São Paulo (Cecresp), os juros são baixos porque as entidades não objetivam o lucro. 'Os preços refletem os custos das operações.'

E especialistas lembram que os custos podem ser menores, mas o empréstimo é sempre uma dívida. 'A pessoa que pega dinheiro emprestado possui duas alternativas: ou ganha mais para pagar ou gasta menos', resume Franco.

Cotista da Vale se precipita e perde 11% na turbulência

Luciana Monteiro
Valor Econômico
4/9/2007


A turbulência nos mercados durante o período de 13 a 20 de agosto assustou muitos investidores dos fundos Vale do Rio Doce, que solicitaram o resgate, conforme estudo do site Fortuna. No entanto, a rápida recuperação na semana seguinte fez com que muitos se arrependessem e decidissem, então, reaplicar nesses mesmos fundos, perdendo 11% nesse vaivém.

Os dados mostram números muito parecidos de cotistas e valores nos resgates e aplicações, indicando que os mesmos investidores teriam feito as operações. Entre os dias 13 e 20 de agosto, 13.151 cotistas resgataram R$ 320 milhões dos fundos Vale com recursos próprios de seis instituições: ABN Amro Real, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal (CEF), Itaú e Unibanco. Com a melhora do mercado, houve aplicações entre os dias 21 e 28. Cerca de 13.300 cotistas aplicaram R$ 360 milhões.

As datas coincidem também com o prazo para o dinheiro resgatado ficar livre para reaplicação. O investidor perde, pelo menos, quatro dias de rentabilidade: três para a efetivação do resgate e um para reaplicar.

A Caixa, que tem um dos maiores fundos Vale recursos próprios, com R$ 1,206 bilhão, registrou resgates de R$ 65,025 milhões entre os dias 13 e 20, mas teve captação de R$ 66,736 milhões de 21 a 30. "Os retornos estavam muito atraentes e a maior parte dos resgates foi de investidores que optaram por realizar o lucro", diz Paulo Francisco de Souza, gerente na área de renda variável da CEF.

Para Ronaldo Patah, diretor da Unibanco Asset Management (UAM), por mais que os números sejam muito parecidos, é prematuro concluir que os investidores que resgataram foram os mesmos que voltaram a aplicar. De qualquer forma, ele avalia que o cliente se comportou bem na crise. "Antes eles saíam e não voltavam mais; agora, muitos aproveitaram a queda para investir", diz.

Os números do mês, até dia 30, confirmam esse comportamento, com os fundos de ações registrando captação de R$ 853 milhões, mesmo com o prejuízo médio de 3,91% em agosto.

Bovespa tem alta de 302% em 5 anos, o dobro das aplicações de renda fixa

Marcelo Rehder
O Estado de S. Paulo
4/9/2007


Os investimentos no mercado acionário tiveram o dobro do rendimento das aplicações em renda fixa nos últimos cinco anos. Levantamento da Economática mostra que o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, acumulou alta de 302,42% entre o início de 2002 e o fim de agosto deste ano. No mesmo período, a rentabilidade do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), que acompanha a taxa básica de juros (Selic), foi de 152,32%.

"É a primeira vez em toda a história do mercado brasileiro que o Ibovespa apresenta rentabilidade superior ao do CDI por cinco anos consecutivos", afirma Einar Rivero, gerente de Relacionamento Institucional e Comercial da Economática.

O levantamento também mostra que o rendimento das ações das empresas do Novo Mercado, consideradas mais transparentes na relação com o investidor, foi ainda maior que o do Ibovespa. O Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC) subiu 527,13% no período.

Segundo a economista Cassiana Fernandez, da Mauá Consultoria, os investimentos em Bolsa foram influenciados por um cenário extremamente favorável nos últimos cinco anos, marcado pelo excesso de liquidez global, com crescimento da economia brasileira.

Os preços das commodities exportadas por empresas com ações negociadas na Bovespa cresceram bastante desde 2003, diz a economista. Ela acrescenta que, de 2002 para cá, a Selic tem apresentado redução gradual, principalmente a partir de 2005, o que diminui os ganhos de aplicações em renda fixa, como o CDI. "Quanto mais arriscado é o ativo, maior é o retorno esperado."

Quem investiu em ações no início de agosto, por exemplo, perdeu dinheiro, por causa da crise nos mercados financeiros mundiais. Se tivesse aplicado em CDI, teria tido ganho pequeno, porém garantido. "Um gráfico mais detalhado mostra que o Ibovespa superou a CDI na maior parte do tempo, mas também é muito mais volátil."

Apesar da crise global, o Ibovespa acumula em 2007 rentabilidade superior à do IGC e do CDI. A bolsa já subiu 22,85%, enquanto o IGC teve alta de 22,54% e o CDI rendeu 8,09%.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Bancos dissimulam valor de planos de financiamento imobiliário

http://www1.folha.uol.com.br/folha/classificados/imoveis/ult1669u325061.shtml

Passagem para o futuro

Por Luciana Monteiro
Valor Econômico 03/09/2007


Ainda novato em derivativos, o estudante Victor Cardoso, de 26 anos, já aprendeu o quanto os mercados futuros podem ser interessantes num momento de turbulência. "As pessoas pensam que os ganhos acontecem somente quando o mercado sobe, e não é bem assim", diz o aluno do curso de propaganda e marketing da ESPM-RJ, que pretende seguir carreira no mercado financeiro. "É possível fazer hedge (montar uma proteção que compense as perdas do mercado à vista) ou mesmo ganhar apostando na baixa de um ativo", lembra ele, que faz suas incursões no mercado de minicontratos da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Apelidados de mínis, são uma versão reduzida dos contratos de boi, dólar, café e Índice Bovespa, acessível para o pequeno investidor.


A partir de hoje, Cardoso e outros estudantes poderão também testar seus conhecimentos no novo simulador de mercados futuros no site da BM&F. A bolsa criou um prêmio para quem se sair melhor nas negociações, em parceria com o Valor. O jornal passará a divulgar os resultados dos melhores colocados. Para ter acesso ao simulador, basta se conectar ao site da BM&F, cadastrar-se e começar a operar. Cada investidor receberá uma quantia fictícia de R$ 150 mil para pagar as margens de garantia e assim comprar ou vender, inicialmente, os minicontratos.


Os negócios do simulador usam as cotações reais do dia, apenas com um atraso de 15 minutos. O negócio, no entanto, será fechado pelo preço do mercado naquele momento, sem "delay". O investidor conseguirá acompanhar sua performance e se reposicionar seguindo os fatos que estão influenciando o mercado real naquele momento. E poderá usar para embasar suas decisões as informações que o Valor trará diariamente.


A idéia foi criar um simulador em que a pessoa tivesse todos os instrumentos educacionais e ainda pudesse viver a temperatura do mercado, diz Verdi Rosa Monteiro, diretor de projetos de desenvolvimento e fomento da BM&F. "Inicialmente, o foco estará em estudantes universitários, mas nada impede que corretoras utilizem o ambiente para aculturar seus investidores ou mesmo empresas usem para aprender como se faz um hedge", afirma.


A competição começa hoje e o cadastro pode ser feito no site da BM&F (www.bmf.com.br/simulador). Haverá premiações bimestrais e uma anual, começando agora com os meses de setembro e outubro, outra para o bimestre novembro e dezembro, além da relativa ao acumulado do ano de 2007. Ao final de dezembro, as posições serão novamente zeradas, marcando início de um novo ciclo anual para a eleição dos melhores investidores na bolsa em 2008.


Os cinco aplicadores com os melhores rendimentos bimestrais no simulador ganharão iPods oferecidos por corretoras parceiras do programa. Além disso, receberão cursos online da BM&F sobre o mercado de derivativos e assinaturas bimestrais do Valor. Os dez que se destacarem no ano poderão até concorrer a um estágio na BM&F. Os três primeiros colocados ganharão laptops, cursos presenciais ou online da bolsa (a critério do vencedor) e uma assinatura anual do Valor. Os outros sete terão direito a cursos online e assinaturas semestrais do jornal.


Além do conteúdo educacional, o simulador permitirá comprar e vender contratos, acompanhar o desempenho da carteira, ver o histórico das operações realizadas, as cotações dos papéis, além do ranking dos melhores colocados. Durante o cadastramento, o interessado poderá escolher que personagem quer adotar no mercado financeiro - importador ou exportador, que atuarão para se proteger das variações, ou ainda como investidor simplesmente. Todos poderão atuar em qualquer mercado.


No módulo "Conheça a dinâmica do mercado futuro", o participante poderá realizar operações de hedge com base em uma série histórica dos negócios realizados no passado. Assumida uma posição, o investidor acompanhará passo-a-passo o que acontece com a estratégia assumida até o vencimento. Nesse ponto, vários conceitos como margem inicial e ajuste diário poderão ser entendidos. Após o preenchimento do cadastro, o participante terá acesso a várias ferramentas como a carteira de investimentos, pendências, histórico das operações, cotações, investir e resgatar, além do ranking.


Segundo Monteiro, a BM&F está em contato com universidades que já ministram a cadeira de mercado futuro para divulgar o simulador e incentivar os estudantes a conhecerem os contratos na prática. "Muitos professores já demonstraram interesse em usar o sistema como instrumento de aula", diz. Até sexta-feira, três dias após o início do cadastramento, a BM&F já contava com 372 inscritos.


O simulador pode ser o primeiro passo para os futuros investidores aprenderem a usar os instrumentos derivativos disponíveis no mercado. Lançados em 2001, os mínis permitem, por exemplo, que um investidor preocupado com a queda da bolsa faça um hedge (proteção) de sua carteira, vendendo índice futuro. Assim, o que ele perde no mercado à vista, é compensado pelo ganho com o contrato futuro. A cada dia, pela manhã, o investidor tem um ajuste da sua aplicação, ganhando ou pagando a diferença em relação ao preço atual no mercado futuro de cada contrato que possui. Se quiser sair de um mercado antes do vencimento, basta comprar um contrato contrário, no caso da venda de índice, um de compra. Na negociação real, as operações são feitas pela plataforma WebTrading, sistema de negociação de minicontratos pela internet da BM&F.

www.bmf.com.br/simulador

'Melhor pedir o benefício e se manter na ativa'


O Estado de S. Paulo
3/9/2007


Para analista, adiar aposentadoria é se arriscar a mudança de regras

De acordo com o professor de matemática financeira José Dutra Vieira Sobrinho, do ponto de vista financeiro, vale a pena pedir o benefício da aposentadoria assim que se completa o tempo de contribuição e continuar trabalhando em vez de adiar a solicitação para receber um valor maior no futuro.

"Essa orientação vale desde que a pessoa seja disciplinada, continue vivendo do seu salário e aplique a aposentadoria recebida todos os meses, numa caderneta de poupança, por exemplo", diz Dutra. "Se gastar todo dinheiro agora, a pessoa poderá ter dificuldade para viver apenas com o benefício menor que receberá quando deixar de trabalhar."

NA PRÁTICA

Dutra considerou o seguinte exemplo: uma mulher com 52 anos de idade e 30 anos de contribuição que recolheu ao INSS sempre pelo teto do salário de contribuição. Nesse caso, ela poderá ter um benefício integral calculado em R$ 2.894,28. Com a aplicação do fator previdenciário (neste caso, 0,5577), o benefício cai para R$ 1.614,14.

Em seguida, Dutra considera que essa mulher adia o pedido da aposentadoria por cinco anos e só obtém o benefício aos 57 anos de idade, com 35 de contribuição. Nesse caso, o fator sobe para 0,7918 e seu benefício vai a R$ 2.291,69.

Se tivesse se aposentado aos 52 anos e aplicado na poupança os R$ 1.614,14 mês a mês por 5 anos ela teria, no fim desse período, um saldo de R$ 113.181,69. Supondo que ela tivesse a expectativa de viver até os 85 anos, esse saldo seria suficiente para fazer retiradas mensais de R$ 692,74 o resto da vida. Isso mais os R$ 1.614,14 do seu benefício representariam uma aposentadoria mensal aos 57 anos de R$ 2.306,88, ou seja, um valor muito próximo da aposentadoria de R$ 2.291,69 que só seria concedida cinco anos depois.

"O valor se equipara, não há perda por pedir o benefício antes, e a vantagem é que antecipando ela deixa de ficar sujeita a mudanças na regra de concessão e ficou com um saldo disponível para, eventualmente, aproveitar oportunidades de negócios, como a compra de um imóvel", explica Dutra.

domingo, 2 de setembro de 2007

Bancos seduzem clientes com pacotes de descontos e até isenção de tarifas

Publicada em 31/05/2007 às 14h54m
Rui Pizarro - O Globo Online


RIO - Os clientes de bancos, mesmo aqueles que não possuem contas especiais, podem obter descontos nas tarifas de produtos ou serviços que, em muitos casos, chegam a 100% de isenção. Para conquistar e fidelizar esses correntistas, as instituições criaram pacotes ou cestas de tarifas que se enquadram em quase todos os tipos de perfis de usuários.


E mesmo sendo apenas um cliente comum, com poucos serviços adquiridos, é possível obter reduções até generosas nas tarifas. Para conseguir isso, basta olhar nos olhos do gerente e...saber negociar. Uma das novidades que veio a ampliar as chances de negociação, foi a entrada em vigor, há cerca de dois meses, das novas regras da conta-salário.

A dica é da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que também cita a obtenção de crédito imobiliário como um produto que costuma render vantagens para os clientes. A entidade orienta o consumidor para que, antes de negociar, pesquise para saber em que perfil o correntista se enquadra e como a instituição pode beneficiá-lo com tarifas mais atraentes, principalmente no que se refere a empréstimos, cheque especial e contratação de crédito.

— A negociação é possível e deve ser sempre tentada, porque os bancos têm margem para isso. As instituições bancárias, atualmente, conseguem bancar seus custos apenas com a cobrança de tarifas — orienta a técnica Renata Reis, da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/SP).

De acordo com dados do Banco Central, atualizados até 25 de maio, a tarifa para abertura de conta custa, em média, R$ 15,82, mas pode chegar a R$ 50 – variação de 316%. O débito autorizado em conta corrente custa R$ 3,18 em média e, no máximo, R$ 10, o que significa uma diferença de 314%. Já o talão de cheques de dez folhas pode variar 226%, oscilando entre a média de R$ 5,13 e o máximo de R$ 12.

No entanto, apesar de recomendar a negociação, a Febraban admite que os clientes que fazem grandes aplicações têm mais chance de conseguir descontos e isenções por partes dos bancos. Essa também é a constatação da assistente de direção do Procon-SP, Dinah Barreto:

— Os clientes comuns sempre perdem nessas questões, porque não é hábito das pessoas pesquisarem tarifas. Ou seja, o consumidor fica indefeso, porque os gerentes priorizam quem pede crédito, empréstimos ou adquire algum produto. Em geral, essas tarifas não são claras e, muitas vezes, são cobradas diversas vezes, com nomes diferentes — critica.

A assistente assinalou que o Procon já solicitou à Febraban, em diversas ocasiões, a uniformização dos nomes das tarifas para torná-las mais transparentes para o consumidor, mas isso ainda não ocorreu.

De qualquer modo, tanto o Procon quanto a Febraban são unânimes em recomendar que os clientes façam uma conferência rigorosa e periódica do extrato da conta corrente, para saber quanto representam os gastos com tarifa e que tipo (de tarifa) é debitada.

Em seguida, o usuário deve calcular quantas vezes movimenta a conta corrente para saber qual pacote de tarifas seria mais indicado para o seu caso. Ou então, procurar obter as informações diretamente com o gerente da sua conta corrente.

— É importante que o cliente conheça os pacotes disponíveis em seu banco. Comparando os pacotes disponíveis com sua movimentação bancária, o cliente consegue identificar o pacote mais adequado às suas necessidades, economizando em tarifas — ressalta o diretor de Produtos Pessoa Física do Banco Itaú, Maximo Gonzalez.

Veja a seguir, alguns dos pacotes de tarifas oferecidos pelos oito maiores bancos do país


BANCO DO BRASIL - No Banco do Brasil, os descontos na tarifa do pacote de serviços seguem uma escala de pontos do Programa de Relacionamento da instituição. A Tabela de Vantagens prevê descontos nas taxas de juros da conta especial e do crédito rotativo do cartão Ourocard até 25 pontos de Relacionamento.

Já os descontos na tarifa começam a partir de 25 pontos. Neste caso, e até os 50 pontos, o desconto é de 20%. Acima de 300 pontos, o cliente fica isento de cobrança da tarifa.

Para obter descontos em tarifas e redução nas taxas de juros, o Programa de Relacionamento do BB prevê a conversão dos serviços em pontos de relacionamento que são transformados, automaticamente, em vantagens - inclusive prêmios.

Assim, por exemplo, o tempo de relacionamento rende 1 ponto a cada ano; o recebimento de salário em conta corrente confere mais 3 pontos; e aplicações em poupança ou depósitos a prazo resultam em 1 ponto a cada R$ 150 de média de saldos diários.

No caso dos usuários que disponham do cartão Ourocard com função crédito ativa, 50% desses pontos de relacionamento são somados, automaticamente, aos pontos do cartão adqüiridos pela utilização do Ourocard.

Depois de um ano, esses pontos podem ser convertidos, a critério do cliente, em benefícios como milhas aéreas, descontos em produtos BB, números da sorte para participação em sorteios ou ainda prêmios diversos constantes no catálogo de prêmios do Programa.

Os clientes podem consultar, a qualquer momento, o detalhamento dos pontos de relacionamento e dos pontos do cartão nos terminais de auto-atendimento e no site do BB na internet.

BRADESCO - O maior banco privado do país e da América Latina isenta de cobrança de tarifa os clientes com saldo médio em aplicações financeiras acima de R$ 14 mil (no mês anterior ao débito da tarifa) em Fundos de Investimento, Poupança, CDB/RDB e Previdência Privada (Conta de Aposentadoria Bradesco, Plano Gerador de Benefícios Livres, Vida Gerador de Benefícios, Conta Vip de Rendas Programadas e Fundo de Aposentadoria Programada Individual). Mas valores inferiores também podem obter descontos progressivos.
O Bradesco também prevê redução progressiva de descontas para clientes universitários e estagiários, com isenção de tarifa de um extrato por semana e de manutenção de conta.

CEF - A Caixa Econômica Federal (CEF) também oferece ao cliente, em troca de apenas uma tarifa mensal, acesso aos produtos e serviços bancários que mais se adequarem ao seu relacionamento com a instituição. São seis modalidades de cesta de serviços (Eletrônica, Fácil, Super, Especial, Universitária 1 e Universitária 2), que estão à disposição e de acordo com o perfil da conta do cliente.
Esses pacoetes ainda oferecem possibilidade de escolha entre os dias 10, 15, 20 ou 25 para débito da tarifa, além de descontos de 25% a 100% no valor da tarifa. A adesão pode ser feita pelo Internet Banking Caixa, em qualquer terminal de auto-atendimento ou ainda pelo Disque Caixa Eletrônico.

A exemplo de outras instituições, aplicações também rendem pontos que, somados, configuram o percentual de desconto nas tarifas bancárias. Assim, investimentos na Poupança ou em Fundos e CDB/RDB rendem 1 ponto a cada saldo médio de R$ 100 e R$ 180, respectivamente. Um ano de conta corrente ativa também rende 1 ponto; dois anso rendem 2 pontos; 3 anos rendem 3 pontos; e acima de 4 anos rendem 5 pontos.

De 0 a 24 pontos, o cliente ainda não tem direito a desconto nas tarifas. Mas de 25 a 49 pontos, o desconto é de 25%; de 50 a 74 pontos, a redução chega a 50%; e de 75 a 99 pontos, a 75% de desconto. Com 100 pontos ou mais, o cliente chega ao nirvana; ou seja, fica isento de tarifas.


HSBC - Situado entre os cinco maiores bancos do mundo, o HSBC também disputa clientes no Brasil com cesta de tarifas dentro da média do mercado. Os pacotes promocionais abrangem cinco tipos de contas: Gold Class, SuperClass limitado, SuperClass Básico e Universitária.

A Gold Class, por exemplo, prevê atendimento preferencial, cartão de crédito GoldCard com anuidade gratuita, taxas preferenciais de crédito, seguro prestamista, cartão de débito Gold Class com acesso mundial, talão de cheques Gold Class, assistência 24 horas para veículos e pessoas e descontos da tarifa mensal do pacote. Nesta conta, a tarifa de um pacotecom 20 tipos de serviços sai por R$ 31,50.


O percentual de isenção, de acordo com a média mensal de investimentos, é de 25% para valores entre R$ 15.000,00 e R$ 25.000,00; de 50% para valores entre R$ 25.000,01 e R$ 35.000,00; de 75%, entre R$ 35.000,01 e R$ 45.000,00; e 100%, acima de R$ 45.000,00.

Na conta SuperClass limitado, o pacote de 15 serviços custa 23,50. Já o percentual de isenção de acordo com a média mensal de investimentos, é de 25% para quantias entre R$ 10 mil e R$ 20 mil; de 50%, entre R$ 20.000,01 e R$ 30 mil; de 75% entre R$ 30.000,01 e R$ 40 mil; e de 100% acima de R$

40 mil.

Já na conta SuperClass Básico, o pacote de tarifas sai por R$ 15,50 e a isenção total está prevista em investimentos com média mensal acima de R$ 35 mil. Na conta Universitária, a tarifa de R$ 5 abrange a oferta de 16 tipos de serviços, como cheque especial (contratação/manutenção de limite. Não inclui atualização de cadastro), consulta de saldos, emissão de cartão magnético e manutenção de conta corrente ativa


ITAÚ - O Itaú , que apresentou o melhor resultado (R$ 1,9 bilhão) registrado por um banco privado para um primeiro trimestre nos últimos 20 anos, oferece planos diferenciados de cobrança de tarifas bancárias para clientes da série MaxiConta Itaú .

Todo mês, é debitado um único valor por um conjunto de 28 produtos e serviços. Na modalidade mais completa, MaxiConta Total, a mensalidade é de R$ 22,50. Neste caso são autorizadas 20 transações com cheques, como saques, compensações ou pagamentos.

Já na opção MaxiConta Simples, a tarifa é de R$ 13, com permissão para quatro transações mensais com cheques. Na MaxiConta Econômica, com tarifa de R$ 9, são permitidas também quatro transações com cheques.

A MaxiConta Total também permite um total de 50 depósitos em cheque sou em dinheiro na conta universal Itaú, e saques (20) e transferências (30) nos caixas eletrônicos, três vezes mais do que nas contas MaxiConta Simples e MaxiConta Econômica.

Na MaxiConta Básica Itaú e na MaxiConta Eletrônica Itaú as mensalidades são, respectivamente, de R$ 14,50 e R$ 8,50.


REAL - As tarifas promocionais do Banco Real abrangem dois tipos de contas: o Real Cesta Van Gogh ($$$$) e o Real Cesta Van Gogh Mais ($$$$).

O Real Cesta Van Gogh abrange dois DOC's e 2 TED's nos canais eletrônicos; um serviço de courier gratuito por mês; dois saques internacionais no cartão múltiplo - débito em conta corrente; dois saldos, dois extratos e quatro saques no Banco24Horas; até 50 cheques a débito na conta corrente e até 120 cheques depositados; fornecimento e manutenção do cartão de débito, exceto 2ª via (titular e adicionais).

Já o Real Cesta Van Gogh Mais abrange desconto de 50% nas mensalidades do cartão Real Visa Múltiplo, versão Gold ou Platinum e até 3 adicionais gratuitos; cartão Real Mastercard (versão Internacional ou Gold) gratuito para clientes que possuem 1 cartão Real Visa, incluindo seus adicionais; até dois cheques inferiores a débito na conta corrente; quatro DOC´s e quatro TED´s nos canais eletrônicos; dois serviços de courier gratuitos por mês; quatro saldos, quatro extratos e seis saques no Banco24Horas; quantidade ilimitada de cheques depositados em conta corrente.


SANTANDER - No caso do Santander Banespa, quarto maior banco privado do país, o pacote completo de serviços da instituição permite que o cliente tenha à disposição os principais produtos e serviços para movimentar a conta corrente, pagando apenas um valor único mensal e muito menor do que se utilizasse cada serviço de forma avulsa.

O banco considera que o pacote completo é o ideal para clientes que possuem cheque especial e necessitam ter à disposição, entre outros serviços, a utilização nos canais eletrônicos. Assim, por esse pacote - que abrange cerca de 35 tipos de serviços ou produtos - o cliente paga R$ 23 mensais. Se fosse pagar individualmente, o custo total seria de R$ 214,58 - uma economia, segundo o Santander, de R$ 89%.

O banco também oferece um Sistema de Bonificação, desde que o cliente concentre seus investimentos na instituição. Nesse caso, os descontos no valor da mensalidade do pacote de serviços podem chegar a 100%. Assim, se o saldo médio em poupança, depósito a prazo ou fundos de investimentos ficar entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, o desconto sobre a mensalidade será de 25%; de R$ 12 mil a R$ 20 mil, a redução será de 50%; e acima de R$ 20 mil, o cliente fica isento da cobrança de tarifa.

UNIBANCO - A instituição também oferece pacotes que permitem acúmulo de pontos e descontos de 25%, 50%, 75% até 100% no Plano de Relacionamento, excedentes e principais tarifas do banco.
Utilizar o Cartão de Débito nas compras, Débito Automático, pagar contas pelo Telefone, Internet ou pelos Caixas Eletrônicos 30 HORAS, são algumas formas de somar pontos no Tarifa Zero . Todos os meses o Unibanco analisa sua movimentação bancária. Em seguida soma seus pontos e aplica o desconto conforme a pontuação conquistada.

A solicitação de um Crédito Pessoal Parcelado também possibilita acúmulo de pontos no Tarifa Zero, a exemplo do que acontece também com o cheque especial, o Internet30 HORAS, os planos de Previdência Privada Unibanco (PGBL, Prever Educação, Prever Invest e Prever Renda), os seguros do Unibanco e o consórcio Unibanco.

O cálculo do desconto é realizado sempre da mesma maneira. Por exemplo: toda a movimentação bancária do cliente referente ao mês de junho é analisada em julho. Se o correntista atingir 25 ou mais pontos, terá descontos no mês de agosto.

A pontuação necessária para conquistar descontos é a seguinte: de 25 a 49 pontos, desconto de 25%; de 50 a 74 pontos, desconto de 50%; de 75 a 99 pontos, desconto de 75%; e 100 ou mais pontos, isenção total de tarifas.

Em termos de investimentos, os critérios para a aquisição de pontos são os seguintes: 1) Empréstimo Cheque Protegido e Cheque Especial: 5 pontos; 2) Financiamento de veículos e empréstimo pessoal: 5 pontos; 3) Investimento (Poupança, Super Poupe, Fundos, CDBs, RDBs e Planos de Previdência Privada): de R$ 5.000,002 a R$ 9.999,992, 10 pontos; de R$ 10.000,002 a R$ 19.999,992, 20 pontos; R$ 20.000,002 a R$ 39.999,992, 40 pontos; R$ 40.000,002 a R$ 59.999,992, 50 pontos; R$ 60.000,002 a R$ 79.999,992, 70 pontos; maior ou igual a R$ 80.000,002, 100 pontos; 4) Produtos (Seguros, Consórcio, Capitalização e cartão de Crédito Unicard), 3 pontos; e 5 ) Pagamentos - em meios eletrônicos débito automático; compras com cartão de débito Visa Electron, cheque eletrônico e Rede Shop; pagamento de ficha de compensação, fatura de cartão de crédito, concessionárias, impostos e tributos via internet, telefone eletrônicos e Caixa Automático 30 Horas A cada 3 pagamentos efetuados, 1 ponto.
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