segunda-feira, 3 de setembro de 2007

'Melhor pedir o benefício e se manter na ativa'


O Estado de S. Paulo
3/9/2007


Para analista, adiar aposentadoria é se arriscar a mudança de regras

De acordo com o professor de matemática financeira José Dutra Vieira Sobrinho, do ponto de vista financeiro, vale a pena pedir o benefício da aposentadoria assim que se completa o tempo de contribuição e continuar trabalhando em vez de adiar a solicitação para receber um valor maior no futuro.

"Essa orientação vale desde que a pessoa seja disciplinada, continue vivendo do seu salário e aplique a aposentadoria recebida todos os meses, numa caderneta de poupança, por exemplo", diz Dutra. "Se gastar todo dinheiro agora, a pessoa poderá ter dificuldade para viver apenas com o benefício menor que receberá quando deixar de trabalhar."

NA PRÁTICA

Dutra considerou o seguinte exemplo: uma mulher com 52 anos de idade e 30 anos de contribuição que recolheu ao INSS sempre pelo teto do salário de contribuição. Nesse caso, ela poderá ter um benefício integral calculado em R$ 2.894,28. Com a aplicação do fator previdenciário (neste caso, 0,5577), o benefício cai para R$ 1.614,14.

Em seguida, Dutra considera que essa mulher adia o pedido da aposentadoria por cinco anos e só obtém o benefício aos 57 anos de idade, com 35 de contribuição. Nesse caso, o fator sobe para 0,7918 e seu benefício vai a R$ 2.291,69.

Se tivesse se aposentado aos 52 anos e aplicado na poupança os R$ 1.614,14 mês a mês por 5 anos ela teria, no fim desse período, um saldo de R$ 113.181,69. Supondo que ela tivesse a expectativa de viver até os 85 anos, esse saldo seria suficiente para fazer retiradas mensais de R$ 692,74 o resto da vida. Isso mais os R$ 1.614,14 do seu benefício representariam uma aposentadoria mensal aos 57 anos de R$ 2.306,88, ou seja, um valor muito próximo da aposentadoria de R$ 2.291,69 que só seria concedida cinco anos depois.

"O valor se equipara, não há perda por pedir o benefício antes, e a vantagem é que antecipando ela deixa de ficar sujeita a mudanças na regra de concessão e ficou com um saldo disponível para, eventualmente, aproveitar oportunidades de negócios, como a compra de um imóvel", explica Dutra.

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