sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dividendos valorizados

Valor Econômico

Por Angelo Pavini, de São Paulo
08/01/2010

Diante de um ambiente de juro mais baixo, as ações que pagam bons dividendos se mostram ainda mais vantajosas. É possível, por exemplo, encontrar empresas que projetam distribuir lucros equivalentes a mais de 10% do preço de suas ações, ou seja, um retorno acima dos 8,75%, da atual taxa básica de juros. Estudo feito pela consultoria Economática para o Valor mostra quais foram as melhores ações em termos de retorno com dividendos dos últimos três anos. O levantamento considerou não apenas o ganho com a distribuição do lucro, mas a liquidez dos papéis na bolsa, já que isso é um fator importante na hora de escolher uma ação para investir.

Foram selecionadas empresas que pagaram de 2007 a 2009 pelo menos o equivalente a 6% do valor da ação por ano, considerando o preço do papel no início do período. Esse retorno, chamado de "dividend yield", permitiu selecionar 29 papéis, dos quais o Valor escolheu os 13 mais líquidos, com mais de R$ 1 milhão negociados por dia. Entre eles, o melhor retorno médio nos três anos foi do papel preferencial (PN, sem voto) série B da Eletropaulo, com "dividend yield" de 16,71% ao ano.

O que chama a atenção é a quantidade de papéis do setor de energia, afirma Einar Rivero, da Economática. Da lista de 29 boas pagadoras, 19 são elétricas e, entre as 13 mais líquidas, 8. Einar ampliou o estudo e inclui no retorno a variação do preço da ação - como se o investidor tivesse vendido o papel após três anos. Nesse caso, o ganho final muda bastante.

Se o investidor tivesse reaplicado os dividendos em ações da mesma empresa, teria retornos de até 142,23% em três anos, caso da ação PN da Transmissão Paulista. Já a ação ordinária (ON, com voto) da Telesp acumularia 8,25%, apesar do "dividend yield" médio de 9,40% ao ano. "A Telesp foi o patinho feio das boas pagadoras de dividendos porque o papel não foi bem", observa Einar. A explicação foi que a empresa sofreu, especialmente no ano passado, com os problemas técnicos com o sistema de banda larga Speedy.

Sem reaplicar o dividendo, o retorno seria menor ainda, como mostra a coluna Retorno 2 da tabela. No caso de Transmissão Paulista, o ganho cai para 71,96% e, na Telesp, vira uma perda de 19,78% - nesse caso, pode-se notar a falta dos dividendos amortecendo a queda do papel.

Depois de uma alta de 82,66% no Índice Bovespa no ano passado, parece razoável o investidor que quer aplicar em ações procurar alternativas mais seguras, com menos emoção como as boas pagadoras de dividendos. Em geral, são companhias já estabilizadas, que não precisam fazer grandes investimentos para crescer e possuem um fluxo de caixa constante.

A vantagem cresce em um ambiente de juro mais baixo. Mesmo que os juros subam para 10% neste ano, como projeta o mercado, o retorno em dividendos de vários papéis, de acordo com as análises feitas pelas corretoras para este ano, ainda será atrativo. Principalmente porque os dividendos não pagam imposto de renda, diferentemente da renda fixa.

O ano começou com a bolsa ainda forte graças à recuperação das empresas de commodities e isso pode afastar um pouco o investidor das ações mais defensivas como as de dividendos, diz Lika Takahashi, chefe de análise da Fator Corretora. "O pessoal quer adrenalina." Mas, para os investidores de coração fraco, o dividendo é uma opção de diversificação. "Não é um ganho garantido, mas é uma expectativa bastante razoável dependendo do histórico da empresa", lembra. E o cenário, muito positivo para as ações de crescimento, também pode mudar, alerta Lika, caso os riscos mais graves, como uma retração econômica nos EUA, se confirmem.

A alta dos preços das ações acaba reduzindo um pouco o retorno em dividendos dos papéis. Mesmo assim, há estimativas bem interessantes, afirma Lika. É o caso de Telesp, cujo preço ficou para trás no ano passado, e que nas contas da Fator projeta um retorno de 10% em dividendos e mais 60% no preço da ação. A Eletropaulo também tem um retorno elevado, de 10%, mas há o risco de a empresa reconhecer uma dívida antiga que está sendo disputada com a Eletrobrás.

Entre as sugestões da Fator estão, além de Telesp PN, Geração Tietê PN, com "dividend yield" estimado em 11% e potencial de valorização de 30%, Coelce PNB, com dividendo de 10,9% e potencial de alta de 18,5%, e Transmissão Paulista PN, com "dividend yield" de 10,5% e potencial de valorização do papel de 21,8%. Eternit tem um dividendo estimado em 7% e Visanet e Redecard, de 6%.

As ações de dividendos tendem a apresentar resultado mais conservador, diz Alexandre Silvério, superintendente de fundos multimercados e de renda variável do Banco Santander. Isso ficou claro nos dois últimos anos. Em 2009, os fundos de dividendos tiveram, em média, retorno de 59,39%, para um Ibovespa de 82,66%. Mas, no ano anterior, eles perderam menos, 31,22%, para -41,22% do índice. "É uma classe de ativos bastante interessante, olhando no longo prazo, pois é mais defensiva", diz.

Ele lembra que a queda dos lucros das empresas em 2009 deve ter impacto nos dividendos a serrem distribuídos neste ano. "Na média, a Bovespa como um todo vinha com um "dividend yield" de 4,5%, mas em 2009 ele caiu para 3%", afirma Silvério. "Mas quando se olha para algumas empresas, vemos para este ano potencial de distribuição de lucros maior, de até 14%", diz.

"As oportunidades em termos de retorno em dividendos são menores este ano, mas ainda há casos interessantes", diz Carlos Firetti, da Bradesco Corretora, citando o setor elétrico, tradicional bom pagador de dividendos, e Redecard e Cielo, cujas ações sofreram no ano passado com as incertezas e a concorrência, e que projetam retorno de 7% a 8%. No setor elétrico, Firetti tem estimativas de retorno em dividendos de 14% para a Eletropaulo, 11% para AES Tietê e 8,8% para CPFL.

O setor de "utilities" (energia e saneamento) brasileiro projeta os maiores retornos do mundo em dividendos, na faixa de 8,8% em média, afirma Cida Souza, estrategista da Itaú Corretora. "Tem alguma coisa em telefonia, mas no caso de Telesp, por exemplo, a empresa vai ter de aumentar os investimentos por causa dos problemas técnicos do ano passado, e a Telemar está no meio de uma reestruturação", observa. Mas, mesmo com a queda, Telesp ainda deve pagar algo perto de 9%, estima Cida. Já em energia, a corretora trabalha com 16,2% de "dividend yield" para Eletropaulo e 11,5% para AES Tietê. "E há também as que combinam o dividendo com o potencial de alta do papel", afirma Cida, citando o caso de AES, cujo preço poderia subir 20%, e Light, com dividendo de 6,7% e potencial de alta de 40%.

A necessidade de se prevenir para a aposentadoria

Valor Econômico

Helder Molina


08/01/2010

Em tempos de incerteza no cenário econômico mundial, o melhor a fazer é seguir o ditado popular, que ensina que prevenir é melhor do que remediar. No entanto, ainda são poucos os brasileiros que levam isso a sério. A aposentadoria, a possibilidade de um acidente e a invalidez para o trabalho, além da redução do orçamento familiar em caso de morte prematura, são preocupações ainda adiáveis para a maioria das pessoas.

Das quase 91 milhões de pessoas que compõem a população economicamente ativa brasileira, cerca de 46 milhões têm cobertura da previdência pública - 38 milhões deles por serem empregadas e 7,9 milhões por contribuírem autonomamente. Cerca de 5 ou 6 milhões estão protegidas por participar exclusivamente de planos de previdência privada. As outras 40 milhões não têm nenhum tipo de previdência privada. No entanto, 8,5 milhões de carros que trafegam no Brasil têm algum tipo de seguro. E por quê? O seguro do carro é uma preocupação imediata e palpável, já que, na prática, protege um bem material. Já a cultura do guardar, do investimento, bombardeada pelo consumo desenfreado e na crença do crédito fácil, fica de lado.

Mas esse quadro está mudando gradativamente e, mudou, principalmente, depois da reforma da previdência e, agora, com a crise financeira internacional. Aos poucos, o brasileiro começou a perceber que, na maioria dos casos, ele é o único responsável pelo futuro da sua família e pela sua aposentadoria. Se antes ele podia se descuidar com a preparação de seu futuro financeiro porque os programas públicos e a inflação (que corroía a poupança e induzia ao consumo antecipado) justificava tal descuido, hoje ele já não conta mais com essas premissas. E já começa a se dar conta de que a ideia de poupar regularmente pode ser um excelente investimento de longo prazo, principalmente em um momento de insegurança e incerteza.

Mas como escolher a melhor forma de investir em planos de proteção não é uma tarefa fácil para a maioria das famílias brasileiras. As empresas devem investir na formação de seus profissionais, qualificando-os como autênticos consultores de benefícios. Uma das grandes preocupações deve ser o desenvolvimento de linguagem mais próxima dos consumidores do que as apólices de seguros que estão no mercado, que costumam ter uma linguagem que o cliente não entende. Essa também deve ser uma busca para a qualidade de todo o processo de comunicação das empresas com os seus segurados. Um profissional capacitado para a venda consultiva sabe reconhecer que a necessidade de previdência de cada família é específica. Ele deve conhecer profundamente as reais necessidades de cada cliente para poder auxiliá-lo na escolha do plano adequado em cada situação.

Um simples caso hipotético é bastante elucidativo de que, no mercado previdenciário, existem coberturas específicas para cada caso. Por exemplo, duas famílias de perfil semelhante, uma "A" e outra "B", ambas com uma mulher de 35 anos, o marido de 40 e dois filhos menores. O provedor de cada família ganha R$ 5 mil mensais e ambas já decidiram uma margem de poupança de R$ 250,00 a cada mês. A diferença entre elas é a de que, na família "A", a esposa não trabalha e eles acabaram de comprar uma casa própria financiada, cujo saldo devedor atual é de R$ 100 mil. Já na família "B", a esposa trabalha, tem renda própria e eles têm casa própria.

A família que tem a dívida com o imóvel tem uma necessidade adicional de proteção e menor capacidade de poupança. É uma forma de garantir dinheiro para quitação da dívida e deixar a esposa e as crianças amparadas, evitando a dramática diminuição do padrão de vida familiar. Já a família "B", por contar com renda adicional e não ter dívida expressiva, pode deslocar mais recursos para a aposentadoria.

Esses programas têm de ser revistos anualmente com o consultor. Até porque, com o tempo, conforme a dívida (no caso da família "A") vai sendo amortizada e as crianças vão crescendo, a necessidade de seguro por morte e invalidez diminui. Paralelamente, cresce a necessidade de guardar dinheiro para bancar a universidade dos filhos. Somente assim, pode-se planejar uma vida mais segura, mesmo diante de algumas surpresas desagradáveis que a vida nos oferece. Viver com prevenção significa viver mais e melhor.

Helder Molina é presidente da Mongeral e presidente do Comitê Internacional da Limra, fonte de pesquisa e informação sobre o mercado segurador

E-mail: helder@mongeral.com.br

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

Onde aplicar seu dinheiro

Correio Brasiliense

08/01/2010

Sem medo de perder o emprego e com a renda mais alta, o brasileiro dá mais atenção aos investimentos. Melhor opção é diversificar

Vicente Nunes


O aumento do emprego e da renda está provocando uma revolução entre os brasileiros. Se até bem pouco tempo a grande maioria não conseguia guardar um centavo que fosse para garantir um futuro melhor, agora é cada vez maior a preocupação em poupar, seja para bancar a tão sonhada viagem ao exterior, seja para pagar a faculdade dos filhos ou mesmo para a aposentadoria. "Está havendo uma revolução na cultura de poupança da população, apesar do endividamento maior oriundo do crédito farto. E isso está sendo possível porque a renda está aumentando e o Brasil consolidou a estabilidade econômica. Ou seja, ficou mais previsível", disse o presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira, Edmilson Lyra.

Essa visão, segundo ele, está sustentada nos resultados dos investimentos em 2009. Pelas contas do Banco Central, a tradicional caderneta de poupança registrou captação líquida (depósitos menos saques) de R$ 30,4 bilhões, com o saldo em conta atingindo R$ 319 bilhões. Foi o segundo melhor resultado anual desde 1995, quando começou a série histórica do BC — ficou atrás apenas de 2007, com saldo positivo de R$ 33,4 bilhões. Nos fundos de investimentos, as aplicações superaram as retiradas em R$ 87,6 bilhões, elevando para R$ 1,366 trilhão o patrimônio dessa indústria no país. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), 552.364 pessoas físicas — um recorde — responderam por mais de 30% dos negócios diários.

"Felizmente, as pessoas estão podendo consumir mais e ainda poupar. E não vejo mudança nesse quadro nos próximos anos. Com a perspectiva de crescimento da economia, veremos a poupança total dos brasileiros, tanto em renda fixa quanto em ações, crescer de forma acentuada", afirmou o professor Ricardo Rocha, do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa. "Isso é bom, pois, com a poupança interna em alta, o Brasil ficará menos dependente do capital estrangeiro para crescer. As empresas poderão se financiar no país para ampliar os parques produtivos", acrescentou Carlos Antonio Magalhães, diretor da Sabe Consultoria.

Na avaliação do presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), Marcelo Giufrida, as famílias, as empresas e os investidores estrangeiros que trazem recursos para o país estão respondendo positivamente ao respeito às regras. "Os marcos regulatórios dos mercados foram aprimorados. A segurança jurídica para os investidores se fortaleceu", assinalou. Há que se ressaltar ainda a solidez do sistema financeiro brasileiro, que passou bem pela mais grave crise mundial desde 1929, e a especialização dos profissionais de mercado. "Também está havendo um desejo crescente dos investidores em se informar. E isso é visível, principalmente, entre os mais jovens", emendou Carlos Magalhães.

Riscos maiores

Para o presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Distrito Federal (Apimec-DF), Alexandre Guimarães, os excelentes números do mercado também serviram para enterrar o temor de que houvesse uma fuga maciça de recursos dos fundos de investimento para a tradicional caderneta, devido à queda da taxa básica de juros (Selic) para 8,75% ao ano. "Mesmo que as rentabilidades dos fundos e da poupança tenham ficado muito parecidas, os perfis de investidores são diferentes. Os que aplicam em fundos aceitam correr um pouco mais de risco. Por isso, o crescimento dos fundos de ações e dos multimercados", destacou.

No entender de Edmilson Lyra, com a Selic no menor patamar da história, é natural que os brasileiros queiram correr mais riscos para ampliar a rentabilidade. E a melhor opção, segundo ele, é o mercado de ações. "O crescimento da economia exigirá mais investimentos em infraestrutura. As empresas fornecedoras para esse segmento vão lucrar mais, o que valorizará seus papéis nas bolsas. O mesmo acontecerá com as companhias que fabricam bens de consumo, inclusive alimentos", afirmou. Mas a receita é não ir com tanta sede ao pote. "Nunca coloque todo o dinheiro no mercado acionário. Diversifique investimentos e procure conhecer detalhes das aplicações escolhidas", aconselhou.

Outra ressalva importante: que ninguém espere mais valorizações anuais de 80% ou 100% da bolsa de valores, como se viu em 2009, que foi um ano de correção dos estragos provocados pela crise mundial detonada pelo estouro da bolha imobiliária americana em setembro de 2008. "É possível que a Bovespa feche 2010 nos 85 mil pontos. Se isso acontecer, será uma alta de 20%, um resultado muito bom", disse o presidente da Apimec-DF. Ele lembrou que os preços das ações no Brasil já subiram muito nos últimos anos e para que a rentabilidade venha será necessário esperar mais tempo — cinco ou seis anos, por exemplo.

Aposentadoria

Segundo Carlos Antonio Magalhães, a aposentadoria será a grande preocupação diante da incapacidade do Estado de garantir um sustento decente aos mais velhos por meio do Instituto Nacional do Seguro Social. "Essa é a grande razão de vermos jovens entre 24 e 35 anos entrando em peso no mercado de ações. Eles sabem que, como vão viver mais, precisam garantir uma poupança que lhes garanta uma situação decente", afirmou. Em 2009, pelos cálculos da Anbima, os fundos de previdência complementar administrados pelos bancos registraram captação líquida de R$ 23,4 bilhões.

Mas vale o alerta: não aceite taxas de administração dos fundos superiores a 1,5% ao ano. Qualquer índice acima desse patamar comerá uma parte importante dos rendimentos, deixando-os, em muitos casos, inferiores aos ganhos da poupança.

Está havendo um desejo crescente dos investidores em se informar. E isso é visível, principalmente, entre os mais jovens"

Carlos Magalhães, diretor da Sabe Consultoria

Nova regra do seguro dá mais poder ao mutuário

Jornal da Tarde

08/01/2009

Possibilidade de escolher entre três propostas faz com que comprador da casa própria tenha melhores condições de negociar desconto na apólice

CAROLINA DALL'OLIO, carolina.dallolio@grupoestado.com.br

Além de provocar queda no preço dos seguros habitacionais, as novas regras estipuladas pelo governo para este tipo de apólice também contribuirão para aumentar o poder de barganha do consumidor na hora de negociar as condições do contrato e a forma de pagamento.
Hoje, o mutuário é obrigado a contratar o seguro no mesmo banco que lhe concede o financiamento imobiliário. Mas a partir de 18 de fevereiro, quando entram em vigor as novas regras, ele terá a chance de escolher entre três propostas: a do banco, a de uma seguradora independente e uma terceira, que pode ser fruto de uma pesquisa de mercado feita pelo próprio cliente.

"Com o fim da venda conjunta de seguro e financiamento, as seguradoras ficam livres para flexibilizar os contratos e oferecer várias opções de pagamento ao consumidor. Assim, cada mutuário poderá escolher a alternativa que mais se adequa ao seu caso", avalia o advogado Antônio Penteado Mendonça, especialista em seguros e professor da FIA.
Em primeiro lugar, como os preços variam muito, a simples comparação entre as ofertas pode se traduzir em economia para o consumidor. Simulações realizadas pelo JT nos sites dos bancos mostram que, para o financiamento de um imóvel de R$ 130 mil, o gasto mensal de um cliente do Itaú-Unibanco com seguros habitacionais é 15%,7% mais alto que o de um cliente do HSBC, por exemplo (veja quadro).

Os especialistas dizem que as novas regras, além de permitirem ao consumidor escolher a opção mais barata, vão causar uma queda generalizada de preços. "A nova lei estimula a concorrência direta e, por conta disso, vai forçar as seguradoras a reduzirem seus ganhos para não perder mercado", analisa o economista Tharcisio Souza Santos, diretor do MBA Executivo da Faap. "Além disso, com a expansão do crédito imobiliário e o consequente aumento da venda de seguros habitacionais, as empresas ampliarão sua base de clientes e reduzirão seus riscos. Isso também ajuda a diminuir os preços", argumenta o professor.

Outra medida tomada pelo governo para forçar a redução no custo dos seguros habitacionais foi obrigar os bancos a informar, a partir de 20 de janeiro, qual é o custo efetivo total da apólice do seguro do financiamento. Com esse dado, o mutuário saberá exatamente quanto gastará com seguro até o fim do financiamento e poderá comparar as ofertas das outras empresas com mais facilidade.

Só o que interessa

Os dois seguros obrigatórios para quem contrata um financiamento imobiliário são por morte ou invalidez permanente do mutuário (MIP)e contra danos físicos ao imóvel (DFI). O cálculo do MPI varia, principalmente, de acordo com a idade do mutuário. Já o preço do DFI considera uma série de variáveis, como o valor e a idade do imóvel. "Um apartamento pode ter um seguro mais caro se estiver em construção, mais barato se já estiver pronto e ainda mais barato se for usado. Isso acontece porque um imóvel em construção corre riscos maiores do que o pronto, por isso a cobertura deve ser maior e mais cara", exemplifica Mendonça.
"Portanto, se antes o consumidor tinha de engolir a apólice que o banco lhe apresentava para poder ter acesso ao financiamento, ele agora pode exigir um detalhamento do contrato e questionar se a cobertura ofertada é realmente compatível com o perfil do seu imóvel", recomenda o advogado. "Os bancos podem exigir uma cobertura mínima, mas a partir daí não há porque contratar adicionais que nunca serão usados."

Mendonça também prevê que as seguradoras possam agora ofertar outras opções de pagamento. "Em vez do seguro ser pago mensalmente ao longo de todo o financiamento, por que o consumidor não pode fazer contratos renováveis anualmente?", questiona o advogado, informando que essa opção ajudaria a baixar o preço do seguro com tempo, à medida que o valor do financiamento também diminuísse.


O QUE FAZER

Antes de contratar um seguro habitacional, peça ao banco que detalhe a cobertura mínima exigida e procure um corretor independente. Ele pode pesquisar quais opções do mercado são mais adequadas ao seu caso

Confronte a proposta do seu corretor particular às duas outras apólices apresentadas pelo seu banco

Ao dispor de várias propostas, você ganha poder de argumentação com as empresas

Veja o que é essencial a você: a cobertura, a confiança na empresa, as condições de pagamento ou somente o preço

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Bancos têm linhas de crédito para gastos de início de ano

Jornal da Tarde

06/01/2010

Juros, porém, são altos. O ideal é aproveitar os descontos oferecidos no pagamento à vista no caso de IPVA e IPTU.
Se não for possível quitar de uma só vez, consumidor deve procurar os empréstimos mais baratos como o consignado

ANDREA VIALLI, andrea.vialli@grupoestado.com.br

Atentos ao consumidor que já começa o ano sem dinheiro para fazer frente a despesas, como o pagamento do IPTU e do IPVA, os bancos já estão oferecendo linhas de crédito específicas. No geral, as taxas de juros não diferem muito das já praticadas pelo mercado e giram entre 3% e 4,5% ao mês.

Em alguns bancos, como no Santander, os prazos são mais alongados, chegando a 48 meses. Outros apostam em uma carência maior - o Bradesco, por exemplo, oferece o vencimento da primeira parcela para até 59 dias após a contratação do crédito.

"Se faltar dinheiro para cobrir essas despesas, é mais conveniente optar pelo parcelamento dos impostos oferecidos pela prefeitura, no caso do IPTU, ou pelo Estado, no IPVA. Os empréstimos pessoais continuam com juros elevados, apesar da queda da Selic ao longo de 2009", diz Andrew Frank Storfer, presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Storfer observa que os juros dos empréstimos pessoais, somados a taxas como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tornam o custo desses financiamentos ainda muito elevados.

O pagamento do IPVA em São Paulo começa na sexta-feira, para veículos com final de placa 1 e vai até o dia 21. O vencimento varia conforme o final da placa do veículo, e o pagamento pode ser dividido em três parcelas. Quem optar pelo pagamento à vista terá desconto de 3% .

No caso do IPTU em São Paulo, cujas notificações começam a ser entregues esta semana, o desconto para pagamento à vista é maior, de 6%, e é possível parcelar o valor em até dez vezes.

Empréstimo

Quem financiar pelo banco uma quantia equivalente a R$ 2.500 por 12 meses com juros de 3% ao mês, pagará, ao final do período, cerca de R$ 3.564,40. Só em juros, a despesa será de R$1.064,40, sem contar o IOF. Se abrir mão do desconto do IPVA, o juro será de 3,13% por três meses, e, no caso do IPTU, de 1,40% ao mês, durante dez meses.

O especialista em finanças pessoais Claudio Carvajal Júnior, coordenador da Faculdade Módulo, afirma que é mais vantajoso pagar o IPTU à vista e aproveitar o desconto. "Mas apenas se o dinheiro estiver disponível. Não vale a pena pegar financiamento em banco para quitar essa despesa e depois passar o resto do ano pagando juros e tarifas", diz ele. No caso do IPVA, o parcelamento em três meses compensa, pois o desconto para pagamento à vista é menor.

"Em todos os casos, quem optar pelo parcelamento dos impostos deve incluir o valor dessas parcelas no orçamento ao longo dos próximos meses, evitando recorrer a dívidas mais caras como o cheque especial, cujos juros estão em torno de 11% ao mês." Para quem precisar recorrer a empréstimo no banco, a recomendação é comparar taxas de juros e buscar crédito mais barato, como o consignado, que tem juros em torno de 2% ao mês.

Carvajal lembra que, para quem tem filhos em escola particular, o gasto em janeiro chega a ser o dobro em relação à despesa mensal com mensalidade - a boa notícia é que muitas instituições são abertas a negociação. "Há escolas que permitem o parcelamento da matrícula em até três vezes. Se não incidirem juros, é um bom negócio."

Luiz Jurandir Simões, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), também recomenda negociar mensalidade ou matrícula escolar. Ele afirma, no entanto, que o melhor é somar todas as dívidas que precisam ser pagas e quitá-las por meio de um crédito consignado para pagamento a prazo. Colaborou Marcos Burghi

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Vale a pena rebalancear?


 

A tabela a seguir mostra o caso de alguém que aplicou 50 mil reais em ações e a mesma quantia em uma aplicação que retornasse 100% do CDI. Na segunda coluna o investidor não mexeu nas aplicações e na terceira ele rebalenceou a carteira no mês de dezembro para que ter novamente 50% em renda fixa e 50% em ações.

Data

Sem Rebalanceamento

Com Rebalanceamento

dez/99

100.000

100.000

jan/00

98.733

98.733

fev/00

103.186

103.186

mar/00

104.396

104.396

abr/00

98.470

98.470

mai/00

97.449

97.449

jun/00

103.430

103.430

jul/00

103.388

103.388

ago/00

106.716

106.716

set/00

103.351

103.351

out/00

100.940

100.940

nov/00

97.053

97.053

dez/00

103.532

103.532

jan/01

111.292

104.148

fev/01

106.832

99.591

mar/01

103.191

95.870

abr/01

105.354

97.943

mai/01

105.299

97.798

jun/01

105.866

98.265

jul/01

104.314

96.613

ago/01

102.601

94.780

set/01

97.191

89.236

out/01

100.196

92.138

nov/01

105.805

97.629

dez/01

108.441

100.152

jan/02

107.093

100.849

fev/02

112.001

106.790

mar/02

110.609

104.368

abr/02

111.098

104.418

mai/02

111.521

104.319

jun/02

107.518

98.292

jul/02

104.471

93.585

ago/02

107.446

96.869

set/02

103.415

90.753

out/02

109.014

97.619

nov/02

111.311

99.906

dez/02

114.767

103.793

jan/03

115.226

104.691

fev/03

114.931

102.596

mar/03

119.389

108.291

abr/03

124.672

115.347

mai/03

128.847

120.493

jun/03

129.290

119.477

jul/03

132.732

123.391

ago/03

139.356

132.222

set/03

143.474

137.247

out/03

150.856

147.625

nov/03

158.897

159.081

dez/03

166.241

169.668

jan/04

166.501

170.830

fev/04

167.513

171.541

mar/04

169.767

173.984

abr/04

163.789

165.348

mai/04

164.850

166.147

jun/04

170.856

173.476

jul/04

175.661

179.203

ago/04

178.439

182.200

set/04

181.174

185.124

out/04

182.012

185.551

nov/04

189.472

194.774

dez/04

194.046

200.135

jan/05

190.383

201.616

fev/05

203.112

218.589

mar/05

200.113

213.561

abr/05

196.802

207.883

mai/05

199.617

210.871

jun/05

201.048

211.839

jul/05

205.966

217.632

ago/05

213.783

227.530

set/05

226.310

243.926

out/05

224.252

239.926

nov/05

231.196

248.628

dez/05

237.600

256.574

jan/06

254.068

258.460

fev/06

256.763

261.083

mar/06

256.474

260.386

abr/06

265.596

270.344

mai/06

255.975

258.995

jun/06

258.177

261.082

jul/06

261.266

264.212

ago/06

260.582

263.029

set/06

263.149

265.528

out/06

273.022

276.439

nov/06

282.554

286.943

dez/06

291.622

296.937

jan/07

293.696

298.392

fev/07

293.266

297.520

mar/07

300.294

305.197

abr/07

311.261

317.285

mai/07

322.530

329.752

jun/07

330.474

338.407

jul/07

331.402

339.126

ago/07

334.410

342.181

set/07

353.188

363.152

out/07

368.793

380.586

nov/07

363.667

374.403

dez/07

367.748

378.714

jan/08

356.407

380.305

fev/08

369.784

394.790

mar/08

363.881

388.308

abr/08

385.625

411.902

mai/08

401.129

428.701

jun/08

380.610

406.310

jul/08

366.294

390.659

ago/08

357.141

380.617

set/08

341.143

363.131

out/08

307.362

326.287

nov/08

307.749

326.614

dez/08

312.550

331.755

jan/09

319.919

333.596

fev/09

318.783

330.625

mar/09

328.568

343.644

abr/09

349.208

372.158

mai/09

368.264

398.544

jun/09

364.837

392.578

jul/09

376.098

407.822

ago/09

382.823

416.472

set/09

399.036

438.927

out/09

400.630

440.282

nov/09

418.236

464.734

Locations of visitors to this page