domingo, 3 de fevereiro de 2008

A velha poupança nunca sai de moda

Jornal da Tarde
03/02/2008

Renda certa e facilidade para aplicar(e resgatar) o dinheiro são os segredos do investimento

FABRÍCIO DE CASTRO, fabricio.castro@grupoestado.com.br

Apesar da rentabilidade reduzida, a caderneta de poupança é uma das aplicações mais procuradas pelos brasileiros. Em 2007, sua captação líquida (diferença entre depósitos e saques) foi de R$ 33,4 bilhões, com rendimento de 7,7% (sem descontar a inflação). Em busca de segurança, há brasileiros que não trocam a poupança por nenhum outro investimento.

Nos últimos cinco anos, o rendimento da poupança foi superado de longe por outras aplicações, como os fundos indexados ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e os fundos que acompanham o índice da Bolsa de Valores (Ibovespa). Mesmo assim, a poupança atrai pela facilidade: basta ir ao banco para abrir uma conta e, pelas regras atuais, o governo garante um rendimento de pelo menos 0,5% ao mês.

'A poupança é um investimento que se torna mais interessante no Brasil de hoje', defende o economista Walter Franco, da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid). A queda da Selic - a taxa básica de juros da economia - reduziu os ganhos dos fundos de renda fixa, que ainda por cima cobram taxas de administração. Além disso, quem mantém o dinheiro na poupança não se assusta com os altos e baixos da Bolsa, por exemplo. Basta deixar o dinheiro parado, rendendo.

A promotora de vendas Viviane Aparecida Marinho, 34 anos, faz isso desde 2004. Morando com a mãe, ela aplica parte do salário para no futuro comprar uma casa. 'Gosto da poupança porque posso pegar o dinheiro quando quiser.'

O representante comercial Marcelo do Amaral, 41 anos, manteve suas reservas na poupança até o ano passado. Em busca de rentabilidade maior, transferiu o dinheiro para um fundo de ações. 'Mas a Bolsa oscilou muito e eu fiquei preocupado', confessa. 'Aguardei o mercado se recompor e retirei o dinheiro.' Parte foi reinvestido em sua empresa e outra parcela voltou para a poupança.

Mais proteção

A proteção da caderneta não se limita ao rendimento. O economista Marcos Crivelaro, da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap), lembra que o Fundo Garantidor de Créditos, criado em 1995, assegura o pagamento de até R$ 60 mil ao titular da conta em caso de falência do banco.

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