segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Poupança ainda é bom negócio para conservador

Jornal da Tarde
07/01/2008

Mesmo com Selic parada nos 11,25%, mudanças dever ser avaliadas com cautela

MARCOS BURGHI,
marcos.burghi@grupoestado.com.br

A Selic, a taxa básica de juros da economia, estacionou em 11,25% ao ano desde setembro, mas isso não significa que quem tem dinheiro na poupança deva mudar de aplicação. De acordo com especialistas consultados pelo JT, antes de qualquer mudança, o poupador precisa avaliar o risco que está disposto a correr, o tempo que poderá ficar sem movimentar o dinheiro e qual a rentabilidade.

Na opinião do economista Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), as respostas a estes três quesitos servirão para definir o perfil do investidor.

Quem quer segurança deve mesmo deixar os recursos em caderneta de poupança, já que, além de não tributados, os depósitos são garantidos pelo governo. Outro ponto importante apontado pelo economista Oliveira é a liquidez, ou seja, a necessidade de utilização dos recursos aplicados para o pagamento de despesas cotidianas.

Os aplicadores que precisam ou gostam de dispor do dinheiro com freqüência devem tomar cuidado com aplicações como renda fixa ou ações, tributáveis. No primeiro caso, além da tributação do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), que varia de 4% a 96% do rendimento conforme o tempo em que o dinheiro fica aplicado entre 1 e 30 dias, há o desconto de Imposto de Renda (IR), cujas alíquotas variam de 15% a 22,5% conforme as datas de resgate.

O rendimento dos fundos de ações também está sujeito à tributação do IR pela alíquota de 15%, informa Miguel de Oliveira. Trata-se da aplicação que apresentou maior rentabilidade em 2007.

Ele lembra, porém, que é uma aplicação sujeita a altos e baixos. “É preciso aplicar o dinheiro por longo tempo, diz, coisa de cinco ou dez anos para que os frutos apareçam de fato”, diz. Segundo ele, em 2007, o ganho real médio de quem aplicou em ações foi de 37,65%. Os fundos de renda fixa tiveram rendimento de 7,17% no período, enquanto a poupança rendeu 3,2%.

Os porcentuais levam em conta a estimativa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2007 de acordo com relatório do Banco Central, é de 4,36%.

Oliveira observa, ainda, que a poupança continua a melhor opção para investimentos até R$ 5 mil.Para esta faixa de valores os rendimentos dos fundos perdem para a poupança, já que cobram taxa de administração, cuja média, segundo ele, está em 2,5% ao ano.

Na opinião do consultor em finanças pessoais Tom Coelho, o melhor é diversificar os investimentos. Os mais conservadores, segundo ele, devem deixar 70% na poupança e 30% em fundos de renda fixa, mas nunca sem antes avaliar o tempo em que será possível não movimentar o dinheiro, seja para despesas correntes ou gastos extras. Para quem estiver disposto a arriscar, o chamado investidor moderado, Coelho aconselha aplicações de 70% do valor em renda fixa e outros 30% em fundos de ações e o inverso aos mais arrojados.

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