sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Bovespa HLD faz escola e BM&F deve ser a vedete de hoje

Valor Econômico
Daniele Camba
30/11/2007



As ações da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) começam a ser negociadas hoje com muita expectativa. Os analistas acreditam que a procura pelo papel na sua estréia deve ser gigantesca, até pelo rigoroso rateio que ocorreu para as pessoas físicas. Se a BM&F seguir os passos da oferta da Bovespa Holding, a possibilidade de um sucesso na estréia é ainda maior. Excluindo o primeiro dia de negociação, que foi um estouro com volume de R$ 5 bilhões, as ações ordinárias (ON, com voto) da Bovespa HLD estão negociando, em média, R$ 222,3 milhões ao dia. Elas perdem apenas para as duas vedetes do pregão: as preferenciais (PN, sem voto) da Petrobras, que negociaram uma média de R$ 1,1 bilhão ao dia e as PNAs da Vale do Rio Doce, movimentando R$ 674, 5 milhões.



Se as ações da Bovespa HLD mantiverem esse nível de negociação pelos próximos 12 meses, elas podem entrar no Índice Bovespa que valerá entre setembro e dezembro de 2008 com uma participação de 2%, disse o diretor financeiro da Bovespa HLD, Francisco Carlos Gomes, na primeira apresentação da bolsa após ter aberto o capital. Esse percentual pode parecer pequeno, mas é maior do que várias empresas que estão no índice há mais tempo. Como por exemplo, AmBev PN, Banco do Brasil ON e Telemar ON. À medida que as ações da Bovespa HLD ingressarem no Ibovespa devem ganhar ainda mais liquidez, uma vez que muitos investidores replicam a carteira do indicador. Em apenas um mês, o interesse pelos papéis da bolsa foi tanto que já se negociou o valor equivalente aos 40,8% do seu capital que estão disponíveis no mercado. Os analistas acreditam que as ações da BM&F também devem negociar muito no início, podendo pleitear uma vaga no Ibovespa. Apesar disso, as ações das bolsas precisam comer muito arroz e feijão para um dia ameaçarem o lugar de gigantes como Vale e Petrobras dentro do índice, alerta um analista.


O sentimento dos investidores pessoas físicas ontem com a oferta da BM&F era de decepção, já que levaram R$ 1.820, independente do quanto tenham reservado pelo papel, limitado a R$ 300 mil por CPF. Havia também um sentimento de revolta por parte de alguns por terem levado menos que os funcionários das corretoras, que conseguiram comprar até R$ 5 mil. O que se espera é que eles comprem hoje no pregão o que não conseguiram na oferta, provocando uma avalanche de negócios até maior daquela que se viu na estréia da Bovespa HLD. "Eu tenho autorização de vários clientes de comprar tudo que puder até R$ 24", diz o diretor de uma corretora. Isso representaria, de largada, uma alta de 20% ante a venda das ações a R$ 20 na oferta. As corretoras temem que a procura sobrecarregue seus sistemas de home broker (de negociação via internet), o que chegou a acontecer na estréia da Bovespa HLD. Na ocasião, algumas corretoras tiveram de atender as ordens de clientes por telefone e as cotações da Bovespa HLD chegavam com até um minuto de atraso.


Sob nova direção


O mercado recebeu bem a notícia de que Marco Antonio Bologna, até então presidente da TAM, será substituído pelo comandante David Barioni Neto. As ações PN da empresa subiram 0,95%. O analista da Fator Corretora, Eduardo Puzziello, disse em relatório que a mudança é positiva, uma vez que a imagem de Bologna estava bastante desgastada, especialmente após o acidente de julho. Além disso, Barioni é muito bem visto pelo mercado pela serenidade e experiência que acumulou à frente da área técnica da concorrente Gol, completa Puzziello. O Ibovespa subiu ontem 0,72% fechando em 62.156 pontos.


Daniele Camba é repórter de Investimentos


E-mail: daniele.camba@valor.com.br

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