quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Jovens preferem gastar a investir, diz estudo

Gazeta Mercantil
30/8/2007


Ana Cristina Góes

Pesquisa ouviu 400 adolescentes da classe A entre 14 e 17 anos em São Paulo e no Rio. Quando o assunto é dinheiro, os jovens brasileiros pensam no futuro por iniciativa própria, consideram que investir é ter uma caderneta de poupança, mas ainda preferem gastar a guardar. É o que revela a pesquisa "Os Jovens e os Investimentos" realizada pela Quórum Brasil , com 400 adolescentes da classe A entre 14 e 17 anos nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro entre os dias 5 e 15 de agosto.
Entre os entrevistados, 86% dos jovens paulistanos dizem que pensam no futuro porque eles mesmos consideram importante, contra 14% que dizem pensar no futuro porque os pais acham importante. No Rio de Janeiro, 72% pensam no futuro por considerar importante, enquanto 28% o fazem por influência dos pais.
Consumo em alta
A pesquisa mostrou ainda que o consumismo está em alta entre os adolescentes nas duas metrópoles. Em São Paulo, 63% deles acham que dinheiro é bom para gastar, contra 37% que afirmam que dinheiro é bom para poupar. No Rio de Janeiro, 74% preferem gastar e 26% se preocupam em poupar. "Os dados da sondagem mostram que o consumismo é ainda maior no Rio de Janeiro do que em São Paulo", afirma o sócio consultor da Quórum Brasil, Claudio Silveira.
Mulheres conscientesA análise dos dados da pesquisa por sexo revelou que as mulheres se preocupam mais em poupar do que os homens. Entre as entrevistadas, 35% acham que o dinheiro é bom para guardar, contra 27% dos homens. Na contramão, 65% delas preferem gastar, contra 73% dos homens.
A grande maioria dos jovens de São Paulo (87%) conversa sobre investimento com os pais, outros 8% falam com os amigos, enquanto 3% com parentes. No Rio de Janeiro, 79% conversam com os pais, 17% com os amigos e 8% com parentes. Na hora de buscar informações sobre investimentos, os pais são a fonte preferida de 31% dos homens e de 28% das mulheres; os amigos são procurados por 24% dos homens e por 21% das mulheres.
Apesar de a internet estar presente no universo dos adolescentes, ela não é usada para a busca de informações sobre investimento. A rede aparece apenas em terceiro lugar como fonte de informação sobre o tema. "Os jovens usam a internet para uma série de coisas, menos para se informar sobre dinheiro. Talvez por não existir sites de finanças com uma linguagem adequada a eles", diz Silveira.
Falar sobre dinheiro e investimento é algo mais rotineiro entre jovens paulistanos. A sondagem mostrou que a maioria deles (68%) conversa sobre investimentos, contra 46% dos jovens cariocas. A separação por sexo revelou que as mulheres falam mais sobre investimento do que os homens. A maioria das mulheres (55%) afirma conversar sobre o assunto, contra 40% dos homens. Os homens que não conversam sobre o tema somam 60%, contra 45% das mulheres.
"A pesquisa mostrou que dinheiro também é assunto de mulher. Elas se preocupam mais com o futuro, são mais conservadoras, conversam mais sobre investimento e preferem poupar do que consumir. Isto tudo é conseqüência do aumento da presença das mulheres no mercado de trabalho. Como as entrevistadas são de classe A, elas se interessam por dinheiro por influência das mães", resume Silveira.
Investimento é sinônimo de guardar dinheiro para usar no futuro para 57% dos jovens paulistanos e para 29% dos jovens cariocas. Apenas 11% dos jovens em São Paulo entendem que investimento é guardar dinheiro para receber algum rendimento, contra 29% das respostas dadas pelos jovens cariocas. "Os jovens de São Paulo são mais conservadores do que os jovens cariocas, eles pensam mais no longo prazo. Já os cariocas entendem o investimento como uma ferramenta para obter retorno mais rápido", afirma Silveira.
A preocupação dos adolescentes com o futuro inclui guardar dinheiro para comprar bens. Poupar para comprar automóvel e casa é a intenção de 26% dos jovens de São Paulo e de 20% dos jovens do Rio. Poupar para investir nos estudos aparece em segundo lugar como uma preocupação de 9% dos paulistanos e de 3% dos cariocas. Comprar roupas e viajar é objetivo de apenas 4% dos jovens paulistanos e de 7% dos cariocas têm esse objetivo.
Poupança é a preferida
A caderneta de poupança ainda é o investimento preferido dos jovens nas duas metrópoles. No entanto, os planos de previdência privada têm mais adeptos entre os jovens de São Paulo do que no Rio de Janeiro. Em São Paulo, dos 63% que afirmam ter algum tipo de investimento, 83% têm recursos na caderneta de poupança e 17% aplicam em planos de previdência privada. No Rio de Janeiro, dos 58% que investem, 93% possuem caderneta de poupança e 7% têm um plano de previdência privada.
"Como os pais são a principal fonte de informação sobre investimentos para os adolescentes, concluímos que o hábito de aplicar na caderneta de poupança é algo que passa de pai para filho", diz Silveira.
kicker: Dinheiro é assunto para 68% dos adolescentes paulistanos e 46% dos cariocas. Nas duas metrópoles, jovens gostam de consumir

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