quarta-feira, 4 de julho de 2007

Mais da metade dos brasileiros desconhece a CPMF, diz pesquisa

Da Folha de São Paulo de 04/07/2007:

A CPMF ainda é desconhecida dos brasileiros. Cerca de 58% das pessoas não sabem da existência da contribuição.A conclusão é de pesquisa do Ciesp feita pelo Ipsos com mil pessoas de 70 cidades.A pergunta feita pela pesquisa foi se os entrevistados sabiam que o governo cobra 0,38% a cada vez que movimentam seu dinheiro para uma transação bancária para pagar contas, impostos e fazer saques. Só 42% dos entrevistados sabiam da existência da CPMF.Quando questionados se a contribuição encarece o preço de venda dos produtos consumidos, 69% do total dos entrevistados afirmaram que encarece muito. Só 19% responderam que encarece um pouco. Para 1%, não encarece nada, e 11% afirmaram não saber.O desconhecimento é grande e, dos que sabem, é quase unânime a posição contrária.Entre os que sabem, só 3% afirmaram que o governo deveria manter essa contribuição para aumentar a arrecadação.Para 18%, o governo deveria baixar gradativamente a taxa, até eliminá-la.Na separação por classes, o público AB é o que está mais informado. Entre eles, 71% responderam que conhecem a contribuição.Boris Tabacof, diretor do Ciesp, ressalta que o desconhecimento está concentrado nas classes mais baixas e no Nordeste. "Essa é uma cobrança que recai sobre a classe média. Se concentra nela basicamente", diz Tabacof.Em junho, o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) divulgou estudo que mostra que a classe média trabalha oito dias por ano só para pagar a CPMF.Na classe alta, que consome proporcionalmente menos com relação à renda, o período cai para seis dias. E, para as famílias com renda mensal inferior a R$ 3.000, são cinco dias trabalhados.Na classe DE, 70% não sabem de nada. A classe C está equilibrada, com 46% que dizem estar informados.O maior número de entrevistados desinformados está no Nordeste, com 75%. No Sudeste, 51% desconhecem a CPMF.Segundo Tabacof, "o resultado da pesquisa é emblemático". Ele afirma que isso mostra o estado a que chegou a questão tributária no Brasil e que é cada vez menor a expectativa de uma reforma tributária.

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