segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Aplicação certa faz seu 13º virar 14º, 15º...

O melhor destino para o salário extra depende do valor e de quanto tempo ele vai ficar aplicado

Jornal da Tard

16/11/2009

PAULO DARCIE, paulo.darcie@grupoestado.com.br

Ao receber o 13º salário, quem não tiver dívidas para quitar e estiver com as finanças pessoais organizadas terá com o abono a oportunidade de reforçar seus investimentos. Decidir onde aplicar o dinheiro extra depende do quanto sobrou, quanto já se tem investido e em quanto tempo pretende usar o dinheiro.

Caso os recursos já tenham destino certo, e o investimento seja apenas para guardá-lo por alguns meses, especialistas concordam que a tradicional caderneta de poupança pode ser uma boa opção. "Ela não exige nenhuma tecnologia ou grandes cálculos e fica fácil sacar o dinheiro", diz o professor de finanças da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Rafael Paschoarelli.

A caderneta tem sido em 2009 uma boa alternativa aos fundos de renda fixa, que perderam rendimento com as quedas da taxa básica de juros, a Selic, e têm taxa de administração. "Eventualmente algum banco pode ter alguma boa opção de CDB mais vantajosa, mas isso depende de negociação", opina a professora de finanças da Unicid, Sandra Biagioli.

Se o bolo do 13º não tiver destino no curto prazo, Paschoarelli recomenda o investimento conservador em títulos da dívida pública, vendidos pela internet, pelo site www.tesourodireto.gov.br. Trata-se de uma modalidade de investimento extremamente segura, já que o risco que ela carrega é atrelado ao risco de calote do governo. "O ideal é procurar por títulos com o vencimento compatível com o tempo que vai precisar de investir", afirma ele.

Para Paschoarelli, não adianta começar um novo investimento sem ponderar o preço pago pelo produto - como taxas de administração e corretagem. "Se a dúvida é o que fazer com o 13º, isso depende de quanto de dinheiro estamos falando. Se sobra pouco, pode ser que as taxas comprometam a rentabilidade", avalia. "A melhor opção, então, pode ser reforçar algum investimento que já tenha."

O tamanho da renda extra e o do montante já poupado também pesam na hora de se decidir por aplicá-la no mercado de ações. Os especialistas não recomendam focar os investimentos em renda variável justamente por seu risco elevado. Para a professora Sandra, um investidor sem experiência neste mercado não deve arriscar seu 13º caso não tenha um "bom colchão". "Com menos de R$ 50 mil já garantidos em outros investimentos mais seguros, não é recomendado entrar na bolsa"

Acertar suas pendências, no entanto, vem antes de qualquer plano para o 13º. "Não adianta pensar em investimento para médio ou longo prazos se tem dívidas", afirma Paschoarelli. Para ajeitar a casa, os especialistas recomendam dar prioridade ao pagamento de dívidas mais caras, ou seja: as que têm maior taxa de juros

"Cartão de crédito e cheque especial são, geralmente as mais caras", afirma Sandra Biagioli, da Unicid. "É preciso colocar tudo no papel, ver quais as mais caras e tentar renegociar".

Pensando no futuro

A enfermeira Sarah Sumaia, de 24 anos, já tem planos para o dinheiro extra do 13º. Uma parte dele vai para uma viagem de fim de ano para a Bahia. "Reservei uns 30% para as férias", conta ela.

Os outros 70% serão investidos. Ela cogita comprar ações, e está estudando aumentar seu portfólio, que já tem papéis de Petrobrás e Vale do Rio Doce . "Gostaria de diversificar", conta. O destino do investimento já é certo, e não deve passar mais de um ano imobilizado em ações. "Vou resgatar no fim do ano que vem para planejar meu casamento", conta Sarah.





POUPANÇA

PRÓS
É a modalidade menos complexa e mais fácil de se investir. Tem também alta liquidez. Sobre seu rendimento não incide imposto de renda.


CONTRAS
Movimentar o dinheiro entre caderneta e conta corrente é fácil. Assim, é preciso cuidado para que o que deveria ser poupado não caia no giro mensal.



FUNDO DE RENDA FIXA


PRÓS
Não tem, entre os componentes da carteira, ações ou outros ativos de renda variável. Por isso são seguros. Há opções para investimentos a partir de R$ 50


CONTRAS
Com a queda da Selic, o rendimento dos fundos piorou, e alguns perdem da poupança. Altas taxas de administração podem minar os ganhos.



AÇÕES


PRÓS
O mercado de renda variável pode significar ganhos maiores do que a renda fixa. Para quem tem conhecimento, é boa opção para o longo prazo


CONTRAS
O rendimento não é garantido, e está sujeito a acidentes de percurso. Quanto mais arriscado o investimento, maior o prejuízo em caso de perdas.



TESOURO DIRETO

PRÓS
Dá para comprar títulos com pouco mais de
R$ 100. Eles podem ser comprados pela internet, têm rendimento garantido e corretagem baixa.

CONTRAS
Caso o investidor decida resgatar o dinheiro investido antes do vencimento do título, corre o risco de não conseguir o retorno esperado.

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