segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Tesouro é opção para aposentadoria

Títulos da dívida pública são elementos seguros para formação de carteira de longo prazo

Jornal da Tarde

09/11/2009

Paulo Darcie, paulo.darcie@grupoestado.com.br

O mercado de títulos de dívida do governo federal, em razão da sua segurança e perspectiva de retorno, pode ser uma boa opção para a formação de uma carteira visando a aposentadoria. Conhecer as diversas opções, planejar e diversificar os investimentos, contudo, são os primeiros passos.

Os títulos, vendidos pelo site www.tesouro.fazenda.gov.br, são considerados papéis seguros, pois o risco que carregam é o do calote nas contas públicas. "Eles compõem até 85% dos fundos de previdência privada", explica o professor de economia da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Samy Dana. "Títulos de longo prazo podem ser uma alternativa a um plano de previdência. A diferença é a parcela de renda variável e o Imposto de Renda regressivo que têm os planos".

No cenário de crise econômica, eles se revelaram atrativos, já que a taxa Selic registrou queda - de 13,75% ao ano para 8,75% - durante o ano, o que arranhou a rentabilidade dos fundos de renda fixa; e o mercado de renda variável passou por momentos de grande instabilidade. "A taxa de administração não era notada devido ao elevado rendimento dos fundos. Agora que eles rendem menos, a taxa, que não caiu, fica cara", avalia.

Para quem pensa em aposentadoria, o rendimento que os títulos oferecem fazem dele boa opção. "A poupança rende 6% ao ano mais TR, sem garantir lucro acima da inflação. Já os títulos do tesouro indexados dão ganho real (acima da inflação) ou aqueles atrelados à taxa Selic, que, mesmo tendo caído, ainda é alta", explica o professor Ricardo Torres, da Brazilian Business School. Além dessas duas modalidades, há os títulos prefixados, em que a taxa de retorno é definida na hora da compra.

À venda, o investidor encontra desde títulos com vencimento em 2010 até 2045. Alguns, como as Notas do Tesouro Nacional (NTN) prefixadas renderam até 40,5% nos últimos 12 meses. Já as NTN-B, indexada ao IPCA renderam 35,5% no mesmo período. As Letras Financeiras do Tesouro (LFT) renderam 10,5%. Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, os investimentos devem ser planejados com data de resgate e objetivos definidos. "Se é para a aposentadoria, não pode deixar o dinheiro entrar no giro mensal", afirma ele, lembrando que títulos como as NTN, pagam os juros semestralmente, enquanto outras, como as LTN, são aplicações de um só resgate. "Precisa de disciplina."

Diversificar

Domingos alerta, também, que a reserva para a aposentadoria, no longo prazo, não pode ser centrada em um só investimento. "É preciso diversificar. Ter só previdência privada, ou só ações, ou só títulos não é saudável para a vida financeira."

É o que tem feito, mesmo sem um plano de previdência privada, o bancário Arthur Melo, de 24 anos. Há um ano ele comprou títulos com vencimentos em diversas datas. Do total que investiu em títulos, destinou 40% para os prefixados, outros 40% em indexados à Selic e os 20% restantes indexados ao IPCA.

"Estes têm vencimento em 2035, para não mexer, mesmo, pensando no futuro", conta ele. "Alguns têm vencimento mais próximo, para ter de onde tirar dinheiro quando tiver que fazer um gasto maior", planeja ele.

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