terça-feira, 18 de março de 2008

Crédito pessoal: juro varia até 46%

Jornal da Tarde
18/03/2008

Diferença entre as taxas cobradas pelos grandes bancos foi verificada por levantamento do Procon

Fabio Leite, f.leite@grupoestado.com.br


A diferença entre as taxas de juros cobradas pelos bancos em empréstimo à pessoa física chega a 46,7%. Isso é o que revela pesquisa divulgada ontem pela Fundação Procon-SP com dez instituições financeiras do País , em apuração realizada neste mês.

A maior diferença foi constatada entre as taxas praticadas pela Caixa Econômica Federal (4,49%ao mês) e o Unibanco (6,59% mensais). A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 5 de março. Na comparação com o levantamento feito em fevereiro, apenas dois bancos alteraram seus juros, o que resultou numa ligeira alta de 0,02 ponto porcentual na taxa média, que passou de 5,49% ao mês para 5,51% ao mês.

'O que nos chamou atenção na pesquisa foi o Itaú, que elevou a taxa de empréstimo pessoal em 3,38%', afirma a a diretora de Estudos e Pesquisas do Procon-SP, Valéria Garcia. Os juros neste banco passaram de 5,92% em fevereiro para 6,12% agora. Em contrapartida, o HSBC reduziu as suas de 5,51% para 5,49% ao mês. Procurados pelo Jornal da Tarde, os bancos não se manifestaram.

Para Valéria, estas grandes variações de taxas exige um pouco de cautela do consumidor, 'principalmente num momento de muita oferta e maior facilidade para obtenção de crédito como este.' O consumidor também deve ficar atento às exigências dos bancos para a concessão de crédito. Embora a diretora do Procon-SP tenha ressaltado que é direito do consumidor tomar dinheiro sem precisar abrir uma conta no banco credor, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) afirma que as instituições são livres para impor este critério.

Cheque

A pesquisa do Procon-SP também apurou os juros do cheque especial. Nesta modalidade, porém, a maior variação entre um banco e outro é um pouco inferior (29%). Novamente a Caixa tem a menor taxa (7,20%), enquanto o Safra cobra a maior do mercado (9,29%). Na média, a taxa neste mês é de 8,20%, enquanto em fevereiro era 8,21%.

'Cada banco trabalha com um perfil de cliente, por isso as taxas variam bastante. Depende do intuito do banco e a Caixa, sendo estatal, tem um viés social', diz o coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV-SP, William Eid Júnior

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