O Globo Online Publicada em 20/08/2007 às 23h32m
Mariane Thamsten
RIO - Comprar um carro usado é sempre uma preocupação. Ninguém quer passar o dissabor de descobrir, depois de fazer o pagamento e levar o possante para a garagem, que a repimboca da parafuseta não está funcionando direito. Para que a aquisição não vire dor de cabeça e arrependimento, se você não é um desses mecânicos por vocação, é bom ficar esperto a algumas dicas ( confira aqui as dez mais do comprador antenado ).
O gerente William Monteiro, da concessionária Barrafor da Rua Real Grandeza, em Botafogo, Zona Sul, alerta que há pelo menos três coisas que não podem deixar de ser vistas. A primeira delas é a quilometragem, fundamental para conferir o estado do veículo e a honestidade do vendedor:
- É muito difícil que um carro ano 2000, por exemplo, tenha só 30 mil quilômetros rodados se o estofado e os pneus estiverem gastos. Mesmo um motorista que circula pouco anda, pelo menos, dez mil quilômetros por ano - aconselha.
Outros itens que ele considera essenciais são motor e histórico de roubo do veículo. Segundo Monteiro, é comum seguradoras se recusarem a fazer seguro de carro que tenha sido roubado duas ou mais vezes.
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Pode acontecer de a marcha funcionar muito bem com o carro parado e, em movimento, jogar o câmbio para o ponto morto
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- Se o carro tiver um histórico de roubo, nem eu compro para a loja, porque sei que terei problema para revender depois. E a seguradora raramente vai fazer o seguro - completa.
Já para o mecânico e revendedor de carros usados, José Carlos Duarte, os consumidores de carros usados também devem atentar para a caixa de marcha. Ele orienta que os motoristas dêem uma volta (o famoso 'test drive') com o carro para checar os mecanismos do veículo.
- Pode acontecer de a marcha funcionar muito bem com o carro parado e, quando em movimento, na terceira marcha, por exemplo, jogar o câmbio para o ponto morto - adverte.
José Carlos dá outro toque: olho vivo na repintura da lataria:
- É fácil notar quando o trabalho é mau feito - diz ele, ensinando que se deve observar se há vestígio de tinta nas borrachas, maçanetas e pára-choques.
O revendedor explica que a loja só tem obrigação de dar três meses de garantia para problemas de motor e caixa de marcha. Os demais defeitos, como os da parte elétrica, já passam a ser de responsabilidade do comprador.
À procura do 'carro ideal'
Para alguns compradores finais, a pesquisa intensa, e demorada, é muito cansativa. E o desejo de ter um carro na garagem pode deixar alguns detalhes de lado. Foi o caso da veterinária Maria Cristina Fernandes. Ela procurou o "carro ideal" durante três meses, até que desistiu e enfim comprou um Fiesta 2001, em maio.
- Percebi que não vai existir carro usado perfeito. Vai sempre haver algum defeito. Cansei de procurar, eu precisava do carro para trabalhar e gastava muito dinheiro com táxi. Entrei numa loja perto da minha casa e fechei o negócio - contou ela.
Maria Cristina está há cinco meses com o carro e se diz satisfeita. Mas sabe que os problemas podem aparecer a qualquer hora. Afinal, é um carro com seis anos de uso.
- Sei que mais cedo ou mais tarde um barulhinho aqui e outro ali vão aparecer. Faz parte do jogo. Carro é uma máquina e quanto mais o tempo passar, mais problemas vai apresentar - comenta.
O segredo de saber comprar é exatamente esse: fazer o defeitinho inevitável aparecer o mais tarde possível. De preferência, com o menor custo possível. E sem frustrações (leia também: financiamentos têm condições piores do que para carro zero km ).
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