segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

TV digital: estréia aprovada

Jornal da Tarde 03/12/2007

Economista acompanhou jogo do Corinthians ontem pelo novo formato e gostou da nitidez das imagens

BRUNA FASANO, bruna.fasano@grupoestado.com.br

“Pude ver o Corinthians cair para a Segunda Divisão com muito mais detalhes”, diverte-se o palmeirense Amaury Sakis, que ontem conferiu na Band o empate do Timão contra o Grêmio pela tecnologia de alta definição, horas antes de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializar a estréia da TV digital no Brasil.

Economista e apaixonado por tecnologia, Sakis comprou um conversor há dez dias, quando os aparelhos ainda eram raridade nas lojas. Pelo set-top box da marca Zinwell, ele pagou R$ 900. Preço bastante salgado perto dos equipamentos de R$ 200 prometidos pelo governo que até agora não apareceram no mercado.

Sakis garante que a engenhoca tecnológica é vantajosa. “Estou pagando o preço pela novidade e a sensação de pioneirismo é estimulante”, confessa.

A instalação não demorou mais do que 15 minutos. Entendido de equipamentos eletrônicos, na sala de estar do apartamento onde mora, no bairro do Mandaqui (Zona Norte), Sakis vê filmes, jogos de futebol, seriados e novelas, como Duas Caras, da Globo, e Dance, Dance, Dance, da Band, com imagens em alta definição.

Detalhes

Durante a transmissão da partida do Corinthians contra o Grêmio, uma das principais diferenças notadas pelo economista nas imagens em HD (do inglês ‘high definition’), tecnologia responsável pela veiculação do sinal da TV digital, foi a nitidez das cenas - que, com o sistema, ficaram até seis vezes melhores. “Pelas imagens em alta definição a gente pode acompanhar melhor os lances, o esquema tático de jogo”, afirma Sakis.

Com a tecnologia, não há chuviscos, chiadeira ou fantasmas na telinha, garante o economista. Quando o sinal não tem qualidade, o conversor emite um aviso e a tela fica estática. Em sua análise, as cores se tornaram mais vivas e o cenário virou um componente mais relevante em cena. “Pode parecer besteira, mas outro dia vi que a Flávia Alessandra tem uma mancha no braço”, diz Sakis. “Eu nunca iria conseguir reparar nisso pela tevê analógica.”

E as divas da telinha que se cuidem, porque as imperfeições se tornaram mesmo mais evidentes na transmissão digital. No intervalo da partida de ontem, Raul Gil transmitiu um recado e o economista notou que a maquiagem carregada e o pó que o apresentador usava no rosto denunciavam os sinais da idade.

Expectativa frustrada

Mas não foi todo mundo que, como Sakis, instalou o conversor e já conseguiu conferir as imagens nítidas da TV digital. João Pinheiro dos Santos, de 72 anos, comprou um modelo da Positivo por R$ 700 no sábado. Em sua casa, ele possui antena parabólica e não sabia que a recepção é conflitante - assim, a antena não capta o sinal digital transmitido pelas emissoras. “Comprei porque meus netos insistiram, mas até agora não consegui ver nada”, confessa, desapontado.

O caso de Santos prova que a decisão de adquirir um conversor deve ser muito bem pensada. O aparelho, aliás, deve se tornar obsoleto em breve, quando a promessa da interatividade na tevê começar a se tornar real. Compras através do controle remoto e participação em programas e pesquisa devem se tornar realidade em breve.

PROGRAMA DIGITAL

O que você vai poder conferir em alta definição hoje:

GLOBO

‘Duas Caras’, às 21h

BAND

‘Dance, Dance, Dance’, às 20h15

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