segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Tesouro Direto é boa opção conservadora

MARIA CRISTINA FRIAS
Folha de S. Paulo
17/12/2007


Investimento pode ser feito sem intermediação de instituição financeira; rentabilidade acumulada em 12 meses é de 15,12%

Títulos com vencimento superior a 720 dias pagam a menor alíquota de Imposto de Renda, de 15%, de acordo com tabela regressiva

Com o cenário de desaceleração do crescimento econômico global, de instabilidade do mercado financeiro e da possibilidade de interrupção da queda de juros por um bom tempo, investidores devem considerar aplicações mais conservadoras, ao menos para uma parte de suas economias.
Para quem quiser escapar das taxas de administração cobradas pelos fundos de investimentos, a aplicação pelo Tesouro Direto é uma alternativa. A rentabilidade do investimento tem sido maior que nos fundos de renda fixa de baixo risco, sem alavancagem, porque o custo é menor, na maior parte das corretoras de valores.
A rentabilidade geral acumulada de títulos públicos em 12 meses é de 15,12%, de acordo com IMA (Índices de Mercado Andima). O IMA-Geral é o resultado da ponderação das variações de cada índice, dentre eles o IMA-C, de títulos atrelados ao IGP-M (NTN-C), que nos últimos 360 dias registrou alta de 29,95%.
A rentabilidade média de fundos de investimentos em 12 meses nas categorias curto prazo, referenciado DI e renda fixa foi de 11,62%, 11,65% e 12,08% respectivamente, segundo a Anbid (Associação Nacional de Bancos de Investimento).

Papéis
Um exemplo de título público, a NTN-B Principal (Nota do Tesouro Nacional, série B), com vencimento em 2015, oferece 7,57% de juros ao ano, além da correção pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
No curto prazo, conforme o nervosismo do mercado, as taxas podem oscilar. Mas no vencimento do papel, o investidor receberá o valor previsto inicialmente, na compra do título.

Como funciona
Pelo Tesouro Direto, o investidor aplica em títulos do governo federal, diretamente pela internet, sem intermediação de uma instituição financeira, diferentemente do que ocorre nos fundos, em que há um gestor que escolhe os papéis e faz o investimento.
Em muitas corretoras, as taxas para aplicação no Tesouro Direto são muito menores do que as taxas cobradas nos fundos de investimentos. Daí a vantagem da aplicação no Tesouro Direto.
Se o investidor precisar do dinheiro antes do vencimento do papel, o Tesouro Nacional se compromete a recomprá-lo. A recompra ocorre semanalmente, porém, a valor de mercado.

Custo
Sempre que possível, o investidor deve comprar títulos com vencimento superior a 720 dias para pagar a menor alíquota de Imposto de Renda, de 15%, de acordo com a tabela regressiva.
O aplicador deve comparar as taxas cobradas pelas corretoras. O site do Tesouro Direto publica um ranking com as instituições que cobram os menores valores. A corretora Socopa não cobra nada pelo serviço.
Das 33 corretoras do ranking com custos mais baixos, apenas quatro instituições são ligadas a bancos: HSBC, que cobra 0,30% ao ano; o Unibanco, cuja tarifa é de 0,35%; além de ABN Amro Real e da Caixa Econômica Federal, com 0,40%.
Os maiores bancos privados brasileiros, Bradesco e Itaú, não entram no ranking. Cobram taxa de 4% que inviabiliza a aplicação no Tesouro Direto, criado para possibilitar ao pequeno investidor o acesso a títulos públicos a um custo baixo.
Há ainda uma taxa fixa de 0,40% ao ano para a CBLC (Câmara Brasileira de Liquidação e Custódia).

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