terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Monte a ceia sem ficar no vermelho

Jornal da Tarde
18/12/2007


Gastos com alimentos crescem no fim do ano, mas é possível comer bem sem estourar o orçamento

Fabrício de Castro, fabricio.castro@grupoestado.com.br

Se você ainda não comprou todos os produtos para a ceia de Natal ou para o ano-novo, ainda tem uma boa chance de aproveitar o que o comércio de São Paulo tem de melhor: a variedade. Itens típicos do fim de ano, como peru, bacalhau, frutas secas e vinhos, podem ser encontrados em supermercados e mercados municipais a preços competitivos. Quem sabe procurar, paga mais barato.

Nos supermercados da capital, a diferença de preços do quilo do chester chega a 6,82%, enquanto a variação do quilo do peru temperado é de 15,87%, de acordo com levantamento feito pelo Seu Dinheiro na última semana.

Já os boxes do Mercado Municipal Paulistano, no centro da cidade, oferecem preços mais baixos principalmente para quem busca frutas, peixes, queijos e bebidas . Na semana passada, a professora de gastronomia Cláudia Fortes, de 47 anos, estava no Mercadão para conferir as opções. 'Acho o lugar imperdível', disse Cláudia. 'Sou do Rio de Janeiro e esta é a primeira vez que visito o Mercado Municipal, mas estou adorando.'

Com sacolas de cogumelos e ervas nas mãos, ela destacou os valores cobrados. 'Estou achando os preços baixos e a variedade de alimentos muito grande.'

Para Walter Franco, economista da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), a concorrência no varejo favorece o consumidor. 'A disputa entre os mercados é muito grande. E a pessoa deve utilizar isso a seu favor.'

Walter afirma que, neste fim de ano, três fatores econômicos favorecem o consumo: a queda do desemprego, o aumento da renda média do trabalhador e o acirramento da concorrência entre os supermercados. 'Mas isso não é motivo para cair no consumismo', alerta.

O mais importante é escolher as mercadorias certas, sem pressionar o orçamento. Em São Paulo, o Procon aconselha o consumidor a preparar uma lista prévia, com a relação de carnes, frutas, queijos e bebidas. 'Isso evita a compra por impulso', explica Valéria Rodrigues Garcia, diretora de estudos e pesquisas do Procon-SP.

Quem mora perto de vários mercados deve pesquisar preços em pelo menos dois lugares. 'Os itens que mais pesam na ceia, como carnes, nozes e queijos, precisam ser comparados', afirma o economista Marcos Crivelaro, da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap).

É importante buscar as promoções e não cair na armadilha de itens simbólicos como o peru de Natal. Segundo Crivelaro, os supermercados cobram preços mais baixos por alguns produtos apenas co mo estratégia para atrair o consumidor.

Para muitas famílias, 'economizar na comida' é um tabu, principalmente no fim de ano. Mas a renda adicional trazida principalmente pelo 13º salário não deve ser motivo para desperdícios. 'Lembre-se do IPTU, do IPVA e da matrícula dos filhos no ano que vem', diz Valéria.

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