terça-feira, 18 de setembro de 2007

'Controlados' dão suas dicas

Jornal da Tarde 18/09/2007

Planilhas ajudam a organizar as despesas, e, assim, ninguém deixa de aproveitar a vida


Toda pessoa lida com um dilema na hora de poupar. Como guardar dinheiro para o futuro e, ao mesmo tempo, aproveitar a vida?

Quando decide jantar em casa para não gastar no restaurante, a família faz um esforço financeiro de olho no futuro. A dificuldade é conseguir identificar até que ponto um jantar no fim de semana é mesmo supérfluo.

Os economistas são unânimes em dizer que a família deve aproveitar a vida, desde que isso não estoure o orçamento. 'Se você não pode comprar uma roupa à vista, não compre. Esse é o sinal de que vai consumir um produto acima de sua capacidade', defende o consultor Álvaro Modernell.

A empresária Cacilda Caldas Del Debbio, 48 anos, segue à risca a orientação. No comando da Prato Frio Alimentos Congelados, ela mantém no computador três planilhas diferentes. Com elas, organiza os gastos da família, da empresa e do escritório de advocacia do marido.

'As planilhas são uma necessidade. Acho que eu devo gastar apenas o que ganho', defende Cacilda. Na primeira planilha, ela descreve as despesas diárias. Tudo o que é comprado vai para o computador. No fim do mês, as informações seguem para uma segunda planilha, identificada como 'Fechamento de Despesas'. Por fim, os totais são jogados numa terceira planilha que, dessa vez, compara os gastos com as receitas. Assim, Cacilda descobre se está no azul.

Pode parecer trabalhoso, mas Cacilda destaca a organização. Na mesa do escritório, ela mantém caixinhas com comprovantes de cartões de crédito da família e da empresa. 'Quando chega a fatura, confiro se tudo o que foi cobrado está certo.'

Já a psicóloga Solange Mazza evita ao máximo o uso do cartão de crédito. 'Também convenci a gerente do meu banco a baixar os limites', afirma. Numa compra, Solange pede desconto e sempre exige o troco, mesmo se ele for de um centavo. 'Se a loja não tiver, não brigo com ninguém. Mas deixo claro que deveria receber.'

O vendedor Wlademir dos Santos Galvão, de 54 anos, também não tem vergonha de pechinchar e de exigir o troco. 'Brigo por um centavo', garante. 'Mas não sou pão-duro. O brasileiro tem mania de achar que isso não vale nada, mas para mim vale muito.'


CARRO PRÓPRIO x TÁXI
CUSTO CARRO/ANO
(para veículo de R$ 30 mil)

R$ 15,9 mil
Gastos: seguro, R$ 1,2 mil; IPVA, R$ 1,2 mil; manutenção (3%), R$ 900; depreciação (10%), R$ 3 mil; custo de oportunidade (6%), R$ 1,8 mil; combustível, R$ 4,8 mil (um
tanque de R$ 100 por semana, todas as semanas do ano); estacionamento, R$ 3 mil (R$ 250 por mês)

Observação: a simulação leva em consta o custo do carro no
primeiro ano. Se o valor maior, os custos também serão maiores. Quem financia o veículo precisa acrescentar o custo anual das parcelas. É importante lembrar que nem estamos considerando gastos com multas, pedágios e franquia de seguros

CUSTO TRANSPORTE PÚBLICO E/OU TÁXI/ANO

R$ 14,4 mil
Gastos: no caso de a pessoa gastar R$ 40 por dia com táxi, metrô e ônibus durante o ano

GANHO COM APLICAÇÃO DO CUSTO DO CARRO/ANO

R$ 1,8 mil
Considerando-se que a pessoa invista os R$ 30 mil do custo do carro na poupança
Observação: os ganhos com a aplicação do dinheiro permitem a redução das despesas com transporte. O total anual cairia para R$ 12,6 mil. Quem mora em prédio pode ainda alugar a vaga na garagem, o que permite reduzir ainda mais os custos com transporte

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