sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Itaú avalia formador de mercado para impulsionar o PIBB

Valor Econômico

Por Angelo Pavini e Janes Rocha, de São Paulo e do Rio
05/02/2010

Uma ideia do Itaú, gestor do fundo de índice PIBB, para aumentar os negócios com as cotas é contratar um formador de mercado, ou seja, uma corretora que faça ofertas de compra e venda. Essa é uma das opções em discussão, além das mudanças operacionais para facilitar a arbitragem entre o valor das cotas e o das ações, diz Tatiana Grecco, superintendente de fundos indexados da Itaú Unibanco Asset Management. O PIBB já teve um formador, a corretora Ágora, mas nos últimos anos ficou sem esse serviço.

Tatiana reconhece que houve uma queda no giro, mas ressalta que o PIBB nunca foi muito negociado. "Existe a questão do índice, o IBrX-50, que não tem mercado futuro, o que ajudaria a criar mais operações", diz. Ela espera, além de repaginar o PIBB, criar outros ETFs. "Formamos um grupo com a bolsa para entender melhor esse tipo de investimento", diz.

Na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o PIBB aparece com 20.777 cotistas. O número é elevado para os padrões do mercado acionário brasileiro, pois uma das exigências do BNDES para fornecer os papéis para formar o fundo era que a maioria das cotas fosse para o varejo. Só na primeira oferta, de R$ 600 milhões, 25 mil investidores compraram cotas. Na segunda, de R$ 2,3 bilhões, R$ 1,7 bilhão foi para o varejo. E muitos investidores ainda procuram essa aplicação, que alia diversificação em ações com valores menores. Quem aplicou no PIBB na primeira oferta, em julho de 2004, acumula até ontem um ganho de 242,80%, superior ao Ibovespa do período, de 199,92%.

André Comunale, coordenador de operações do Departamento de Mercado de Capitais do BNDES, que participou da criação do PIBB em 2004, rebate a afirmação de que o fundo esteja sem liquidez e acha que se o produto ficou desconhecido do público foi por falta de "publicidade". Mencionando o ETF concorrente da BlackRock, Comunale disse que "o Bova11 tem mais negócios e liquidez porque tem muito mais marketing do que o PIBB, que não tem quase publicidade nenhuma".

Questionado se, nesse caso, não seria uma falha do administrador em divulgar melhor o produto, Comunale disse que é o preço a pagar pela baixíssima taxa de administração cobrada dos investidores (0,056% ao ano sobre o patrimônio líquido, para 0,5% nos novos ETFs). "Se mudássemos de administrador, certamente essa taxa teria que ser elevada", afirmou o executivo.

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