segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Investidor acelera venda de títulos

O Estado de São Paulo

25/01/2010


2009 foi marcado pela venda de papéis; para especialistas, investidor deve buscar título de inflação neste ano

Yolanda Fordelone


No oitavo ano de funcionamento, o Tesouro Direto teve um perfil diferente de investidor em 2009. Dados do balanço anual mostram um aplicador mais ativo. Enquanto o volume financeiro das compras por pessoas físicas manteve-se em torno de R$ 1,5 bilhão, as vendas sofreram um aumento de 42%. Em 2009, foram vendidos R$ 493 milhões em papéis, nas recompras semanais que ocorrem no site do governo às quartas-feiras. O volume de 2008 havia sido de R$ 347 milhões.

"Em 2008, houve uma campanha para trazer mais investidores para o Tesouro. Quem já estava aplicando desde então, em 2009, passou a entender melhor o instrumento, a fazer mais trocas e a vender os títulos para cobrir despesas ou para buscar mercados mais voláteis", diz o diretor-executivo da consultoria BI Invest, Reinaldo Zakalski.

"Vendi os títulos LFT em outubro para aplicar em ações", lembra o engenheiro Diego Venâncio, de 32 anos, que havia comprado os papéis em novembro de 2008. "Investi em títulos para acumular capital enquanto a Bolsa não apresentava uma retomada mais forte."

PERSPECTIVA

Apesar das vendas intensas em 2009, o investimento em títulos continua a ser recomendado, especialmente os papéis pós-fixados já que o cenário é de alta de juros. "A única certeza de 2010 é que os juros vão subir e acreditamos numa alta acima de 10,50%", diz o sócio da gestora de recursos M2 Investimentos, Luiz Medina.

Como o papel prefixado mais curto está com taxa de 10,37%, títulos pós que acompanham a inflação são mais indicados, dizem os especialistas.

Esses papéis pagam ao investidor um juro fixo mais a variação da inflação oficial, medida pelo IPCA. "A parte fixa já está projetando uma futura alta do juro. Além disso, o investidor se protege do aumento da inflação", diz Zakalski.

Analistas esperam IPCA de 4,5% neste ano. "É difícil que o IPCA seja menor do que no ano passado. Muitas casas projetam a inflação considerando um dólar baixo, mas a moeda tem subido", diz Medina.

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