quarta-feira, 9 de setembro de 2009

CSHG muda estratégia de fundos para ganhar mercado

Previdência Aberta: Com a busca do investidor por alternativas diferenciadas diante da queda do juro, instituição decide dar mais foco à gestão ativa de renda fixa.

Valor Econômico
Por Alessandra Bellotto, de São Paulo.
09/09/2009




De olho na demanda do investidor por estratégias diferenciadas também na previdência privada aberta, a Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG) decidiu alterar a política de investimentos de seus dois fundos para ganhar competitividade. A gestora de recursos atua na previdência desde agosto de 2006, em parceria com a Mapfre Seguros, mas só recentemente percebeu o setor como uma grande oportunidade de negócio - hoje, o patrimônio sob gestão nas duas carteiras soma pouco mais de R$ 35 milhões. "Com o juro baixo, o cliente da previdência também começou a buscar alternativas", diz o gestor de Renda Fixa e Multimercados da CSHG, Ettore Marchetti.

As mudanças nos fundos foram decididas logo após o pior momento da crise financeira, em setembro, e com o objetivo de aproveitar melhor a experiência da casa na gestão ativa de renda fixa, conta Marchetti. O primeiro passo foi transformar o fundo de previdência DI em uma carteira de juro real (descontada a inflação). "O DI é um fundo mais para o varejo, não traz diferencial", diz o gestor. Já o CSHG Mapfre Juro Real adota como política de investimentos a gestão ativa com NTN-B, título do Tesouro Nacional com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no momento da compra.

Para a previdência, cujo horizonte é de longo prazo, faz todo sentido ter uma aplicação que pague um juro além da inflação, defende Marchetti. "Hoje, no mercado de previdência, não há alternativas de fundos de juro real", ressalta. Desde que o novo modelo foi adotado, segundo o gestor, grandes oportunidades surgiram. No começo do ano, a NTN-B com vencimento em maio de 2015 chegou a pagar juro de 8,2% mais inflação. O cupom (retorno) baixou - hoje, está em 6,4% - e o fundo se apropriou do ganho. No ano até agosto, o CSHG Mapfre Juro real tem ganho de 12,53% ante 6,91% do CDI.

Outra mudança foi no CSHG Mapfre Plus. O fundo, que era classificado como multimercado agressivo, passou a operar como uma carteira balanceada, na proporção de 60% de renda fixa e 40% de ações. "Para um multimercado, o fundo era muito engessado, as regras da Susep (Superintendência de Seguros Privados) são muito rígidas, o que dificulta a busca por retorno", conta Marchetti. Pela nova política, a parcela de ações tende a reproduzir o IBrX-50. O diferencial de ganho deve vir da gestão ativa de renda fixa, com aplicações pré e pós-fixadas e atreladas a índices de preços. No ano, o retorno até agosto chega a 21,56%.

Os fundos de previdência da CSHG, distribuídos pela Mapfre, têm aplicação mínima inicial de R$ 30 mil e contribuições mínimas de R$ 1 mil. A taxa de administração do Juro Real é de 1,1% ao ano e o do Plus, de 1,5%.

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