sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Casa própria fica mais fácil

Jornal da Tarde
04/01/2008


2008 já começa com financiamentos mais baratos e grande oferta de crédito imobiliário

FABIO LEITE, f.leite@grupoestado.com.br


O ano de 2008 deve ser mesmo o da casa própria mais fácil. Linha de financiamento ampliada e com juros mais baixos que favorecem a classe média e o aumento de recursos para o crédito habitacional destinado à baixa renda vão fazer do primeiro imóvel um sonho mais palpável para as famílias brasileiras nos próximos 12 meses.

Os primeiros reflexos deste cenário promissor já podem ser sentidos pela classe média e média alta. Desde o primeiro dia útil do ano, o trabalhador cotista do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) há pelo menos três anos não precisa mais comprovar renda para obter um financiamento imobiliário com recursos do FGTS. Antes esses empréstimos eram concedidos apenas a famílias com renda inferior à R$ 4,9 mil por mês.

Desta forma, famílias de classe média e média alta podem financiar seus imóveis a juros mais baixos, de 8,66% ao ano mais Taxa Referencial (TR), enquanto que a média do mercado oscila entre 9% e 12% ao ano. Também passa a ser possível tomar empréstimo de até R$ 245 mil para financiar casas e apartamentos de até R$ 350 mil com os recursos do Fundo. Anteriormente, o valor do imóvel não podia exceder R$ 130 mil.

“Isso certamente aumentará a procura por financiamento imobiliário porque mais pessoas terão acesso a uma modalidade que tem os menores juros do mercado”, afirma Luiz Carlos Previlato, gerente regional de negócios da Caixa Econômica Federal, que opera a nova linha. “Hoje, 90% dos financiamentos imobiliários são feitos pela Caixa, o que representa 75% em volume. Com essas mudanças, com certeza haverá um aumento nessas duas fatias.”

Para a nova faixa de empréstimo, que compreende um programa especial criado pelo Conselho Curador do FGTS chamado Pró-cotista, o orçamento deste ano prevê recursos adicionais da ordem de R$ 1 bilhão. Segundo o presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), João Crestana, o repasse vem para suprir uma injustiça que existia. “São pessoas que não tinham direito de usar os recursos mais baratos do fundo e por isso ficavam excluídas. É uma correção de uma injustiça”, analisa.

De acordo com especialistas, a modificação permitirá que a classe média tenha maior acesso a imóveis maiores, com até três dormitórios e área útil superior a 100 m² nos grandes centros urbanos.

Outra boa notícia anunciada ainda no final de 2007 e que terá impacto extremamente positivo neste ano foi o aumento em 55,5% do montante de recursos para financiamento da casa própria pelo FGTS para imóveis populares, de até R$ 130 mil. A verba saltou de R$ 5,4 bilhões para R$ 8,4 bilhões. Além de mais verba, o trabalhador interessado em comprar um imóvel nessa faixa também já pode contar com o benefício da redução de 0,5 ponto porcentual na taxa de juros dos empréstimos concedidos com recursos do FGTS, ou seja, 7,66% mais TR. Já quem não tem conta vinculada ao fundo pagará 8,16% ao ano mais TR.

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