quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Bancos têm linhas de crédito para gastos de início de ano

Jornal da Tarde

06/01/2010

Juros, porém, são altos. O ideal é aproveitar os descontos oferecidos no pagamento à vista no caso de IPVA e IPTU.
Se não for possível quitar de uma só vez, consumidor deve procurar os empréstimos mais baratos como o consignado

ANDREA VIALLI, andrea.vialli@grupoestado.com.br

Atentos ao consumidor que já começa o ano sem dinheiro para fazer frente a despesas, como o pagamento do IPTU e do IPVA, os bancos já estão oferecendo linhas de crédito específicas. No geral, as taxas de juros não diferem muito das já praticadas pelo mercado e giram entre 3% e 4,5% ao mês.

Em alguns bancos, como no Santander, os prazos são mais alongados, chegando a 48 meses. Outros apostam em uma carência maior - o Bradesco, por exemplo, oferece o vencimento da primeira parcela para até 59 dias após a contratação do crédito.

"Se faltar dinheiro para cobrir essas despesas, é mais conveniente optar pelo parcelamento dos impostos oferecidos pela prefeitura, no caso do IPTU, ou pelo Estado, no IPVA. Os empréstimos pessoais continuam com juros elevados, apesar da queda da Selic ao longo de 2009", diz Andrew Frank Storfer, presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Storfer observa que os juros dos empréstimos pessoais, somados a taxas como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tornam o custo desses financiamentos ainda muito elevados.

O pagamento do IPVA em São Paulo começa na sexta-feira, para veículos com final de placa 1 e vai até o dia 21. O vencimento varia conforme o final da placa do veículo, e o pagamento pode ser dividido em três parcelas. Quem optar pelo pagamento à vista terá desconto de 3% .

No caso do IPTU em São Paulo, cujas notificações começam a ser entregues esta semana, o desconto para pagamento à vista é maior, de 6%, e é possível parcelar o valor em até dez vezes.

Empréstimo

Quem financiar pelo banco uma quantia equivalente a R$ 2.500 por 12 meses com juros de 3% ao mês, pagará, ao final do período, cerca de R$ 3.564,40. Só em juros, a despesa será de R$1.064,40, sem contar o IOF. Se abrir mão do desconto do IPVA, o juro será de 3,13% por três meses, e, no caso do IPTU, de 1,40% ao mês, durante dez meses.

O especialista em finanças pessoais Claudio Carvajal Júnior, coordenador da Faculdade Módulo, afirma que é mais vantajoso pagar o IPTU à vista e aproveitar o desconto. "Mas apenas se o dinheiro estiver disponível. Não vale a pena pegar financiamento em banco para quitar essa despesa e depois passar o resto do ano pagando juros e tarifas", diz ele. No caso do IPVA, o parcelamento em três meses compensa, pois o desconto para pagamento à vista é menor.

"Em todos os casos, quem optar pelo parcelamento dos impostos deve incluir o valor dessas parcelas no orçamento ao longo dos próximos meses, evitando recorrer a dívidas mais caras como o cheque especial, cujos juros estão em torno de 11% ao mês." Para quem precisar recorrer a empréstimo no banco, a recomendação é comparar taxas de juros e buscar crédito mais barato, como o consignado, que tem juros em torno de 2% ao mês.

Carvajal lembra que, para quem tem filhos em escola particular, o gasto em janeiro chega a ser o dobro em relação à despesa mensal com mensalidade - a boa notícia é que muitas instituições são abertas a negociação. "Há escolas que permitem o parcelamento da matrícula em até três vezes. Se não incidirem juros, é um bom negócio."

Luiz Jurandir Simões, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), também recomenda negociar mensalidade ou matrícula escolar. Ele afirma, no entanto, que o melhor é somar todas as dívidas que precisam ser pagas e quitá-las por meio de um crédito consignado para pagamento a prazo. Colaborou Marcos Burghi

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