quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Lojas em guerra. De liquidações

Jornal da Tarde
03/01/2008

Grandes redes de varejo iniciam temporada de ofertas. Descontos nos preços chegam a 70%


Logo após o melhor Natal da década para o comércio, grandes redes varejistas começaram o ano com uma verdadeira guerra de liquidações. Além dos descontos que chegam a 70% sobre o preço de etiqueta de móveis, eletrodomésticos, eletrônicos e artigos de vestuário, são oferecidas facilidades de pagamento, como a entrada só depois do carnaval.

Diante dos resultados do varejo obtidos em dezembro e dos estoques enxutos nas lojas, as liquidações podem parecer um contra-senso neste momento. Mas, na prática, são um chamariz para o comércio impulsionar as vendas em janeiro, um mês que até pouco tempo era o pior do ano para as lojas. Em algumas redes, janeiro já ocupa hoje a terceira posição no ranking de vendas do ano, atrás de dezembro e maio, por causa do Dia das Mães.

A disputa para ampliar as vendas este mês está acirrada. O Magazine Luiza, a terceira maior rede varejista de eletrodomésticos e móveis, abre amanhã as portas de 392 lojas às 6 horas da manhã na expectativa de vender R$ 60 milhões num único dia. O recorde da empresa foi alcançado na liquidação do ano passado, quando o faturamento atingiu R$ 50 milhões. “O mercado está aquecido e temos novas lojas. Por isso, acreditamos que vamos manter neste mês o ritmo de crescimento de vendas do último trimestre, que foi de 25% sobre o ano anterior”, afirma o diretor de vendas e marketing, Frederico Trajano.

Ele conta que metade do volume de mercadorias que estarão à venda na “15ª edição da Liquidação Fantástica” foi negociada diretamente com a indústria em condições especiais. A outra parte se refere à renovação de mostruário ou sobras do Natal. Trajano observa que, de dois ano para cá, as vendas de janeiro na rede já se equiparam com as de maio, mês tradicionalmente forte para o comércio.

O Ponto Frio, vice-líder do varejo de eletrodomésticos, também quer fisgar o consumidor no começo do ano. A rede fará amanhã uma liquidação de um dia só nas suas 389 lojas, que serão abertas três horas antes do habitual. “Nos últimos três anos, as vendas em janeiro têm sido crescentes”, diz o diretor regional da rede, Marcelo Bazzali. Ele ilustra com números o potencial de negócios do período após o Natal. Em 2006, as vendas entre os dias 26 e 31 de dezembro responderam de 8% a 9% das vendas do mês. Em 2007, a fatia das vendas após o Natal, quase dobraram ante o ano anterior e corresponderam de 18% a 20% do faturamento de dezembro.

Bazzali diz que, além do desconto de 70% no preço, a empresa oferece aos consumidores facilidade de pagamento, como a primeira parcela depois do carnaval.

Outra rede que inicia amanhã uma megaliquidação é a Lojas Cem. As 164 lojas da rede começam a funcionar duas horas mais cedo amanhã e depois na expectativa de vender cerca de 1.300 itens.

A Casas Bahia, líder no mercado de móveis e eletrodomésticos, já começou ontem a liquidar os estoques. São descontos de até 70% e primeiro pagamento para depois do carnaval.

O Extra, do Grupo Pão de Açúcar, iniciou ontem a liquidação de confecções que vai até a metade do mês. “Estamos antecipando a liquidação de verão numa época em que há predisposição para compras por causa das férias”, diz a gerente da área têxtil, Wanderléa Capelini. Com descontos de até 50%, a expectativa é vender 30% mais.

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