domingo, 30 de dezembro de 2007

Preços de planos variam até 164%

Jornal da Tarde
30/12/2007

Pessoas com mais de 40 anos têm de ficar atentas aos preços dos convênios, além de observar também se a cobertura oferecida atende às suas necessidades

RODRIGO GALLO,
rodrigo.gallo@grupoestado.com.br

Manter um plano de saúde é algo que se torna muito caro principalmente para quem tem mais de 40 anos, quando os reajustes de mensalidade por faixa etária ficam mais pesados. O Jornal da Tarde consultou sete operadoras e constatou que, a partir dos 44 anos, a diferença nos preços pode chegar a 164% entre uma empresa e outra. Dessa maneira, para evitar um gasto elevado, as pessoas devem buscar opções de convênio que unam atendimento satisfatório com valores mais em conta.

É preciso avaliar, por exemplo, se as opções disponíveis no mercado realmente atendem às necessidades médicas da pessoa. Vale, assim, verificar a rede de hospitais, laboratórios e clínicas credenciadas, para com isso evitar problemas de atendimento no futuro. De acordo com o Procon, os consumidores devem inclusive visitar esses estabelecimentos em caso de dúvida.

Além disso, segundo informações da coordenadora institucional da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste), Maria Inês Dolci, as pessoas interessadas em contratar um plano de saúde precisam analisar se as parcelas realmente são acessíveis. Um usuário com idade entre 54 e 58 anos encontra mensalidades de R$ 163 (Samcil) a R$ 430,36 (Blue Life), o que dá uma diferença de 164,02% (veja detalhes no quadro acima).

De qualquer forma, quem quiser pagar pouco tem no mercado o plano Ideal Enfermaria, da Samcil, cujas mensalidades custam a partir de R$ 117, para clientes com idades entre 44 e 48 anos. Se a pessoa tiver acima de 59, o valor já sobe para R$ 282 - uma diferença de 141%.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também faz um alerta importante: é essencial avaliar se o reajuste por faixa etária não ultrapassa o limite estabelecido pela legislação. De acordo com as regras vigentes, a diferença de preço da primeira para a última faixa não pode ultrapassar 500%.

Além do preço, outro motivo de preocupação para os idosos é a troca de convênio, que pode prejudicá-los. É o caso de Neisa Cavalcante, 79 anos, que foi cliente de uma empresa por 20 anos e, após a venda da companhia, passou a ter problemas. Logo que a nova administração assumiu, ela recebeu uma carta informando que não haveria o corte de nenhum benefício adquirido antes da mudança de controle da empresa.

No entanto, ela afirma que muitos médicos, clínicas e laboratórios foram descredenciados. “Moro na Zona Norte e agora só tem um lugar para ser atendida na região”, disse. “Só consigo mais atendimento na Vila Mariana (Zona Sul).” Há alguns dias, Neisa enfrentou outro problema. Ela precisava fazer um exame e descobriu que o convênio não cobriria e, com isso, seria obrigada a pagar R$ 300.

Contudo, ela recorreu à carta que havia recebido da administradora do plano de saúde e viu que o tratamento constava no rol de cobertura anteriormente garantido. “Liguei para a assistente social do plano de saúde e expliquei a situação e, assim, consegui não pagar pelo exame”, afirmou. “Mas fiquei chateada porque com o convênio antigo nunca tive nenhum problema”, completou a segurada.

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